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O surgimento da maternidade faz parte de um longo e complexo processo que inicia bem antes da gestação propriamente dita. É um período de grande mudança na vida da mulher, o qual é vivido com sentimentos de ambivalência. Pode-se afirmar que o sentimento maternal está presente em todo o ciclo vital da mulher e faz parte da psicologia feminina. Toda gestante deve realizar pelo menos 6 consultas de pré-natal O momento da consulta também é importante para criar vínculos e tirar dúvidas com o ginecologista e/ou obstetra. Mudanças metabolicas e hormonais Alteração do comportamento da mulher Construção emocional e psíquica de uma nova constelação familiar Deixa de ser somente filha para tornar-se mãe Acompanhamento psicológico: individual ou em grupo de conflitos mais graves em todo o processo Grupos de preparação ao parto: Ajudam na elaboração dos sentimentos referentes a esta fase. Promovem a troca de experiências entre os casais Descompensações de ordem psiquiátrica na gravidez Aumentam os riscos obstétricos e resultados adversos para o feto Trabalho do psicólogo junto à equipe ajuda a refletir sobre a terapêutica mais indicada Nos casos de necessidade de medicação psicotrópicas os riscos /benefícios devem ser discutidos e avaliados entre a equipe, a gestante o parceiro. As taxas são maiores na trigésima segunda semana Pode ser difícil de diagnosticar devido à ambivalência e tristeza que são comuns de ocorrerem nesta fase Aumentam os riscos de depressão pós- parto GESTAÇÃO A gestação compreende um período de aproximadamente de: Toda gestante deve realizar pelo menos: 40 semanas 6 consultas de pré-natal Psicoterapia, grupos e aconselhamento familiar e conjugal podem ser insuficientes para mães com transtornos psicóticos, do humor e ansiedades graves. Depressão na gravidez Até o século XVI parto era feito por parteiras, que ofereciam apoio emocional às parturientes. Para minimizar a dor das contrações utilizavam: Receitas mágicas, Orações e Talismãs. Em meados do séc. XVII surgem os médicos cirurgiões, os quais adotavam o parto em decúbito dorsal a fim de facilitar o próprio trabalho com o manuseio de seus instrumentos. É um conjunto de práticas e procedimentos que buscam readequar o processo de parto dentro de uma perspectiva menos medicalizada e hospitalar, entendendo tanto a mulher quanto o bebê numa visão que, segundo seus defensores, seria mais humana e acolhedora. 1. Confere o direito à gestante de escolhe um acompanhante durante o parto; 2. Conhecer a identidade do obstetra; 3. Ser informada sobre os procedimentos que serão realizados com ela e o bebê; 4. Receber mensagens ou outras técnicas relaxantes; 5. Tomar banhos mornos; 6. Adotar a posição que desejar no momento da expulsão; 7. Receber o bebê para mamar imediatamente após o parto; 8. Ser chamada pelo nome O momento do parto expõe os pais a uma grande vulnerabilidade emocional. É depositada na equipe de saúde uma demanda de acolhimento e amparo Neste momento, nota-se a dificuldade das equipes em propiciar escuta para possíveis sofrimentos e/ou intercorrências. Vulnerabilidades e sofrimento das próprias equipes ficam expostas e interferem na qualidade do parto. É considerado o mais complicado de todo o processo da maternidade, pois além das transformações físicas, o psicológico pode vir a ser afetado. O puerpério é popularmente conhecido como a quarentena ou resguardo, que são os 45 dias após o nascimento do bebê. “ego auxiliar” Nas primeiras semanas de vida o bebê percebe a mãe como parte dele A proteção do ego “suficientemente boa” por parte da mãe é que proporcionará à criança a capacidade de integração do self. estágio em que a mãe se encontra extremamente voltada ao bebê e alienada a outros acontecimentos. Winnicott também traz que a mãe em sua identificação com o recém-nascido é capaz de perceber o que ele sente. Deste modo, desenvolve a capacidade de prover o que ele necessita (holding). Donald Winnicott Bebê deixa o útero da mulher, finalizando o período de gestação! 45 dias Dois tipos: cessaria ou natural A relação mãe-bebê possui uma base afetiva de grande importância em todo o ciclo vital do ser humano; Trata-se da relação que irá inaugurar um protótipo para todas as relações posteriores e nortear o desenvolvimento emocional; O bebê parte de uma situação de completa dependência rumo à independização. Sendo assim, o momento do nascimento inaugura o primeiro passo em direção à autonomia. Quando recém-nascido, o bebê não percebe a mãe e o seio como separados de si. Para ele o leite e o seio fazem parte de algo que ele próprio cria com sua ilusão Se possuir uma mãe sensível e sintonizada com sua fantasia teremos uma dupla que tem boas chances de adquirir um ótimo proveito afetivo da experiência de amamentação A amamentação é uma experiência carregada de grande intensidade emocional tanto para mãe como para o bebê. Surge na mãe sentimentos de ambivalência Sensação de plenitude pela intensa ligação com o bebê x Ameaças de perda da individualidade Se ela possuir dificuldades para administrar as angústias inerentes desta vivência poderá ter problemas quanto à amamentação. Estes poderão tornar o aleitamento uma tarefa mecânica e/ou contribuir para o desmame tanto parcial como total; Portanto, poderá ser necessário que esta mãe receba atendimento psicológico, no intuito de auxiliá-la com o manejo de tais angústias; Ansiedade Depressão Dificuldade em compreender as necessidades do bebê Dor Cansaço O Aconselhamento em amamentação é uma técnica voltada pra auxiliar a nutriz na tomada de decisões; O conselheiro possui o objetivo de assistir à puérpera em sua totalidade psíquica no intuito de oferecer informações objetivas que propiciem que ela use da melhor forma os seus recursos pessoais Devem-se divulgar as mães sobre os benefícios do aleitamento materno, porém é importante tomar cuidado com técnicas que se assemelhem a um convencimento. Existem mães que não conseguem enfrentar as ansiedades ligadas à amamentação de modo adaptativo, podendo desenvolver psicopatologias. Quando possuírem dificuldades internas muito grandes ligadas ao aleitamento, insistir pode causar sentimentos de impotência, tristeza e ansiedade. Aleitamento materno e a díade mãe- bebe Fome é uma das primeiras experiências de frustração A partir dela é possível identificar a sensação de desconforto Ao sentir desconforto busca-se alívio (leite) e gradativamente o bebê conseguirá perceber a fonte deste alívio (mãe/seio). E é este processo que inaugura o primeiro objeto de amor do bebê A atitude da mãe ao amamentar seu bebê constitui uma importante expressão de suas capacidades mentais de entrega e intimidade; Confiança Tranquilidade Empatia com o bebe Aconselhamento e aleitamento materno Aconselhamento não significa dizer à mãe o que ela deve fazer Fatores que auxiliam na vinculação pais-bebê: Motivação do casal para ter o bebê; Maturidade emocional de cada um; Capacidade de suportar frustrações; Capacidade de postergar prazeres imediatos . Caso clinico Paciente, primigesta, 16 anos, solteira, sem acompanhante. Solicita atendimento psicológico por que bebê chora muito e não consegue amamentar. Quanto mais tenta oferecer o peito, recusadopela criança, mais fica ansiosa e chorosa. Refere que não irá conseguir “dar conta” e pede a todo o momento para a equipe cuidar da criança. Quando a psicóloga entra no quarto o entrega no colo da mesma, pedindo por ajuda. Equipe médica e de enfermagem referem que não darão alta sem avaliação da psicologia. Mudanças na configuração familiar Com o nascimento de um bebê também ocorrem diversas mudanças na configuração familiar: Ocorrem mudanças em três importantes sistemas: Biológico Social Afetivo Filhos tornam-se pais Pais tornam-se avos Casais tornam-se famílias A chegada de um bebê também simboliza um marco importante no desenvolvimento emocional dos pais. É necessário criar um espaço emocional para o novo membro da família. Caso clinico Solicitado atendimento para gestante de 22 anos, mãe de gêmeos xipófagos com cardiopatia grave. Existe risco de óbito da gestante e dos bebês durante o parto. Ao ser atendida pela psicóloga, recém tinha passado pelo parto, tremia muito e falava que os médicos lhe disseram que os bebês não iriam sobreviver. Afirma que já estava ciente desta probabilidade, fala de uma dor muito grande e do medo de não poder. vê-los com vida. Período comum de internação é de aproximadamente: Sendo assim, a utilização de testes psicológicos, neste contexto, pode tornar-se ineficiente. Torna-se, então, um instrumento essencial. Entrevista clinica Dados sociodemograficos Encerramento devolução ao paciente e familiar Avaliação psicológica e atendimento 3 dias A entrevista clínica Atendimento psicológico Avaliação e intervenção simultaneamente Idade Sexo Com quem reside Estado civil Escolaridade Ocupação Por quem veio o pedido de atendimento psicológico e por quê? Para quem é o atendimento? Paciente, companheiro ou familiar? Como é a rede de apoio da paciente? A gestação foi planejada? Análise das relações objetais Exame das funções do ego, se necessário. Paciente possui histórico de doença psiquiátrica? Já consultou com psicólogo anteriormente? Por quê? postura empática e acolhedora durante a avaliação. Esclarecer ao paciente que se trabalha em uma perspectiva interdisciplinar e que algumas questões podem ser discutidas com o médico e enfermeiros, sempre preservando o sigilo. Devolução a equipe Encaminhamento Avaliação psiquiátrica Avaliação do serviço social Acompanhamento psicológico pós-alta/ambulatório No momento da alta realizar um encerramento com o paciente e fazer os encaminhamento necessários, quando houve: indicação de psicoterapia, avaliação psiquiátrica, avaliação do serviço social, etc. Sempre dar um retorno sobre a avaliação e atendimento ao paciente e familiar antes da alta Caso clinico Puérpera, 17 anos. Realizou parto normal sem intercorrências, porém afirma que não pretende ficar com o bebê e que este irá residir com o pai. Paciente relata para a equipe de enfermagem que o pai do RN reside em São Paulo, é casado e se relacionou apenas em uma noite com ela. Durante sua internação no alojamento conjunto começa a chorar e diz ter mudado de ideia e possuir desejo de ficar com o bebê. Entretanto, sua mãe não apoia que a mesma fique com o RN. A criação de uma nova mulher, o preparo para o parto, as dúvidas incessantes se será uma boa mãe, a possível volta ao mercado de trabalho, a sexualidade, as cobranças pessoais e de quem a cerca, as mudanças hormonais, os riscos, os medos. d50a713940f2f921c139e39d2d4a7144bd6fd8cc26e14b406149071343638a48.pdf d50a713940f2f921c139e39d2d4a7144bd6fd8cc26e14b406149071343638a48.pdf
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