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ARTE NA EDUCAÇÃO ESCOLAR Camila Gonçalves da Luz Prof. Tutor flex 4 Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Artes (ART45) – Projeto de Ensino 07/07/2021 RESUMO O paper proporciona o histórico da arte na educação escolar, assim como estudo que, para ser caracterizada institucionalmente, atravessou um longo caminho, a importância de se trabalhar as artes visuais dentro da sala de aula, fazendo com que os educadores repensem sobre o desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor do aluno através das diferentes linguagens artísticas presentes nas artes visuais, valorizando a expressão e a criação , a maneira com o aluno brinca ou desenha reflete na sua forma de pensar e sentir. Nesse trabalho usamos aportes teóricos ligados a artes visuais, arte e Educação escolar, psicologia (desenvolvimento infantil), o papel da arte no desenvolvimento, aquisição da linguagem , documentos legais que abordam questões do ensino da arte para o aluno, no contexto atual de um mundo globalizado. Pretende – se, portanto, reafirmar a importância das artes visuais na sala de aula com o pratica educativa significativa no desenvolvimento do aluno. Palavras-chave: Artes visuais, Educação escolar, aluno. 1 INTRODUÇÃO O paper, tem como intenção manifestar o quanto a Arte Visual é importante para a criança na educação escolar, pois por meio da Arte as crianças conseguem expressar seu sentimento e suas habilidades através das artes. Contribui na formação da criança e no seu desenvolvimento. A arte na educação escolar, passou por diversos métodos, na maioria das vezes implicados sem a devida adequação, é importante entender que a arte visual se baseia nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Artes e na lei de Diretrizes e Bases da Educação. Existem diferentes linguagens presentes nas Artes Visuais no processo de aprendizagem como: o desenho, uma das manifestações que tem a função de atribuir significado ao que se expressa e se constrói; a pintura, que pode ser definida como a arte da cor; arte tridimensional (modelagem), onde procura explorar aquilo que a rodeia através do tato, da manipulação dos objetos aguçando sua curiosidade; recorte e colagem, que propiciam a criança dos primeiros anos escolares o aperfeiçoamento de conteúdos de coordenação motora, criatividade e desenvolvimento da sensibilidade, noção de espaço e superfície. 2 ARTES VISUAIS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR A Arte, num aspecto histórico, pode ser identificada como uma ciência que vem percorrendo um longo caminho para ter reconhecimento institucional. O ensino de Artes no Brasil, ao longo do tempo ganhou importância na educação escolar, na maioria das vezes implicados sem a devida adaptação, desde a colonização com os jesuítas, impondo a separação entre a retórica e a manufatura e negando a cultura indígena, passando pelo século XIX com a negação do barroco em favor do neoclássico. Já no século XX, havia uma grande preocupação com o ensino de Artes que até então se resumia ao ensino do desenho, este visto como um importante meio para a formação técnica. A disciplina desenho, apresentada sob a forma de desenho geométrico, desenho do natural e desenho pedagógico, era considerada mais por seu aspecto funcional do que experiência em Artes (Brasil, 2000; p. 25). No momento em que a criança conquista seu lugar como sujeito, como características próprias, deixando de ser apenas um projeto de adulto, o desenho infantil passa a ser objeto de estudo cognitivo. Com a Semana da Arte Moderna em 1922, os modelos de educação técnica voltada para o trabalho, com forte identificação ao estudo do desenho clássico e do desenho geométrico, começaram a ser contestados, passando a valorização da expressão. No início dos anos 30, também começou a ganhar espaço no Brasil escolas especializadas em Artes para crianças e adolescentes. No final dos anos 40, o ensino de arte conquistou mais espaço fora dos muros da escola com as “Escolinhas de Artes’ implantadas em vários pontos do país. Este movimento visaria um ensino de arte pautada na livre expressão, como um rumo alternativo na busca de uma identidade ainda desconhecida. Segundo Ana Mae Barbosa, a escolinha de Arte, em parceria com o governo, promoveu vários cursos de formação de professores, com “uma enorme influência multiplicadora, chegando a haver 32 escolinhas no país” (Barbosa, 2003). Nos anos 70, a apresentação dos programas reflete influência da tendência tecnicista. O ensino da Arte é fortemente influenciado pelas ideias de Lowenfeld e Herbert Read, o que levará ao espontaneismo. A Lei de Diretrizes e Base nº 5.692/71 é tecnicista e incita à profissionalização; o trabalho pedagógico fragmentou-se para tornar o sistema educacional efetivo e produtivo. Através dessa lei, foi instituída no currículo a Educação Artística, reunindo todos os tipos de linguagem tornando o ensino de artes versátil. A promulgação da lei, sem prever anteriormente a formação de professores e sua qualificação, enfraqueceu a qualidade de ensino, ao invés de promover melhorias nas condições já existentes (Bemvenuti, 1997, p. 44). Em 1973, criaram os cursos superiores em Educação Artística, uma formação com duas opções, a licenciatura curta em dois anos e licenciatura plena em quatro anos. Com cursos de curta duração e um currículo abrangente que apresentava conhecimentos de músicas, artes plásticas e teatro, os professores conheciam superficialmente as linguagens e conduziam o ensino sem uma concepção filosófica adequada, sema essência do ensino de Arte. Nas escolas, a Arte ocupa apenas o lugar de relaxamento, lazer, sendo ignorada como área de conhecimento. Com a Nova LBD (lei n° 9.394/96), é extinta a Educação Artística e entra em campo a disciplina de Arte, reconhecida oficialmente como área de conhecimento. O artigo 26 da LBD, em seu inciso 2°, dispõe que: “§ 2º O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural do aluno. ” Essa mudança não foi apenas nominal, mas de toda a estruturação que envolve o tratamento de uma área de conhecimento. Artes Visuais, como um conjunto de manifestações artísticas, compreendem todo o campo de linguagem e pensamento sobre olhar e sentido do ser humano. Porém as Artes Visuais não devem ficar restringidas apenas ao visual, pois, através dessas manifestações artísticas (desenho, pintura, modelagem, recorte, colagem entre outros), há vários significados que o artista deseja passar. Segundo Panofski (1989), uma obra de Arte deve ser definida como um “objeto feito pelo home que exige ser esteticamente experiência”. As Artes Visuais são linguagem, por isso são uma forma muito importante de expressão e comunicação humana, isto justifica sua presença na educação infantil. O ensino da Arte aborda uma série de significações, tais como: o senso estético, a sensibilidade e a criatividade. Atualmente, algumas ações estão interferindo qualitativamente no processo de melhoria do ensino e aprendizagem de Arte. Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte destacam que Dentre as várias propostas que estão sendo difundidas no Brasil na transição para o século XXI, destacam-se aquelas que têm se afirmado pela abrangência e por envolver ações que, sem dúvida, estão interferindo na melhoria do ensino e da aprendizagem de arte. Trata-se de estudos sobre a educação estética, a estética do cotidiano, completando a formação artística dos alunos. Ressalta-se ainda o encaminhamento pedagógico-artístico que tem por premissa básica a integração do fazer artístico, a apreciação da obra de arte e sua contextualização histórica. (PCN, 2000, p.31). 2.1 CARACTERIZAÇÃO DAS DIFERENTES LINGUAGEM NAS ARTES VISUAIS A criança desde bebê, se interessa pelo mundo de forma peculiar. Emitindo sons,movimentando o corpo, “rabiscando” as paredes das casas e desenvolvendo atividades rítmicas, ela interage com o mundo sem precisar ser estimulada para tal. Fazer arte reúne processos complexos em que a criança sintetiza diversos elementos de sua experiência. No processo de selecionar; interpretar e reformar, mostra como pensa, como sente e como vê. A criança representa na criação artística o que lhe interessa e o que ela domina, de acordo com seus estágios evolutivos. Uma obra de arte não é a representação da relação do artista com aquela coisa. [...] Quanto mais se conhece e demostra autoconfiança, independência, comunicação e adaptação social. (ALBINATI, 2009, p.4). A arte propicia à criança expressar seus sentimentos e ideias, colocar a criatividade em prática, fazendo com que seu lado afetivo seja realçado. Tendo essa observação voltada para o ambiente escolar, podemos ver como as Artes Visuais são essenciais na interação social da criança e como professores podemos disfrutar desse recurso. Além de utilizar as Artes Visuais para trabalhar o afetivo e a interação social da criança, o professor pode utiliza-las no auxílio da motricidade infantil que deve ser bem trabalhada desde a infância para que, futuramente, ela possa sentir a diferença desse recurso na sua vida pessoal, escolar e profissional. Sendo assim, o presente trabalho destaca cinco tipos de linguagem nas Artes Visuais que são utilizadas com crianças no cotidiano escolar. São elas: desenho; pintura; modelagem; recorte/colagem e mídia (informática). AS LINGUAGEM DAS ARTES VISUAIS A linguagem está presente na educação infantil de formas diversas. Muitas professoras acabam priorizando a linguagem verbal e escrita na educação das crianças, no entanto, pensamos que isto vem sendo suportado em favor de uma prática que busque o desenvolvimento pleno dos pequenos, considerando ainda, que estes se comunicam por meio de múltiplas linguagens. Colocamos em discussão, pautadas nos fragmentos acima descritos, as artes visuais, especialmente a escultura ou modelagem, a colagem e a pintura como algumas das múltiplas linguagens presentes na educação das crianças, abordaremos a importância de trabalhar com essas formas de arte visual na educação das crianças pequenas. As artes plásticas abrangem uma ampla área, são técnicas de representar figuras imagens (objetos, pessoas, animais ou formas abstratas). Podem ser produzidas com a combinação de elementos cores, formas, linhas, textura (BONA, 2005). Na pré-história, o homem modelava os animais, pintava no fundo das cavernas e as cenas representavam aquilo que se desejava que acontecesse na realidade. O homem usou todas as matérias disponíveis para produzir arte (BONA, 2005). As artes visuais foram até bem pouco tempo atrás, figurativas e representativas, reproduzia- se à realidade. A partir do século XX que mudou toda a forma de pensar nessas artes. Esculturas e pinturas foram criadas, sem representar nenhuma forma real (BONA, 2005). As artes têm o poder de provocar os sentidos das pessoas, de nos “tirar do chão”. Diante dessa magia, como trabalhar essas linguagens na educação das crianças? Cada vez mais as crianças vivenciam suas infâncias em um espaço coletivo de educação e cuidado que ainda estamos conhecendo e procurando transformar. Chamamos de creche, núcleo centro de educação infantil, jardim de infância. As denominações na verdade são muitas, no entanto, a importância desse lugar para o ser social criança é que é, ou ao menos deveria ser, um lugar de descobertas, de escolhas, de encontros, de desenvolvimento e de aprendizagens. A criança é um ser humano de pouca idade que sonha, deseja, têm objetivos um ser social de direitos, produz cultura e história e é produto delas. Nesse sentido, antes de iniciarmos qualquer reflexão acerca do que pretendemos para a educação infantil, é necessário considerar que as crianças têm suas próprias impressões e ideias, que elas têm suas próprias interpretações sobre o fazer artístico. Elas exploram, sentem, agem, refletem e elaboram sentidos de suas experiências e a partir daí constroem significações sobre como se faz, o que é, e para que serve sua produção. Diante disso, como respeitar as manifestações e necessidades das crianças e oportunizar a elas o contato com suas múltiplas linguagens? O criar, o brincar, o sonhar, o estar com o outro, e tantas outras expressões contínuas das crianças esbaram nos mandos e desmandos dos adultos, no entanto, as crianças transgredem, vão além, para nos dizer que as “cem linguagens” existem e que devem ser consideradas, especialmente na educação infantil. Essas cem linguagens são no geral ainda pouco conhecidas na educação das crianças e consequentemente, pouco priorizadas e trabalhadas pelas instituições de educação infantil, arriscamos atribuir os mais diversos motivos, entre eles, a falta de formação profissional, o pouco recurso material e pessoal, a desmotivação devido à desvalorização da profissão docente, a má remuneração, etc. Por vezes o uso da linguagem por meio da arte na educação infantil é entendido como um mero passatempo. Muitas propostas com arte visuais são destituídas de significado ou assumem conotação decorativa servindo como enfeite para as paredes ou ainda, é comum que os adultos façam grande parte do trabalho, uma vez que não consideram que a criança tenha competência para elaborar a atividade. Pensamos que superar formas descompromissadas e sem intencionalidades do trabalho com as linguagens, por meio da arte, constitui um desafio para nós educadoras, uma vez que as artes visuais estão presentes no cotidiano da educação infantil. A todo momento a criança cria: ao rabiscar e desenhar no chão, na areia, no papel, ao utilizar materiais encontrados ao acaso (gravetos, folhas, pedras) e montar uma escultura, ao pintar os objetos e até mesmo seu próprio corpo, a criança pode utilizar-se das artes visuais para se expressar. As artes especialmente, as esculturas, colagem e pintura são formas de linguagem que expressam, comunicam e atribuem sentidos as sensações, sentimentos, pensamentos e a realidade por meio da organização de vários elementos como linhas, formas, pontos, tridimensionalmente estruturados ou não, além de volume, espaço, cor e luz. DESENHO O desenho é uma manifestação, das formas através das funções de atribuição se expressa e se constrói. Desenvolve-se as outras manifestações entre as quais o brinquedo e a linguagem verbal (Piaget 19730). A forma de uma criança conhecer o objeto passa por significativas transformações em sua evolução no processo de adaptação ao meio a que se dá por seguidos monumentos de equilibração. O papel não é mais apenas uma superfície para os rabiscos infantis, ele passa ser uma superfície na qual a criança expressará o que vive diariamente, ou seja expressará a alegria, a tristeza, os passeios mais que mais interessaram a dinâmica familiar (inclusive os conflitos vivenciados dentro de casa) [...]a criança desde bebê mantém contato com as cores visando explorar os sentidos e a curiosidade dos bebês em relação ao mundo físico, tendo em vista que, nesse período, descobrem o mundo através do conhecimento do seu próprio corpo e dos objetos com que eles tem possibilidade de interagir (Cunha, 199, p.18). Desenhar, além de ser algo prazeroso para a criança, é extremamente importante no cotidiano escolar. O professor pode explorar superfícies diferentes como lixas, papelão, papel em branco, madeira, chão, entre outras coisas para ajudar no desenvolvimento motor da criança. No ato de desenhar a criança expressa seu lado afetivo com manifestações da emoção, a criança usa o papel e o lápis para expressar os seus sentimentos no desenho, a sua relação com a família, os amigos, a escola. Através dos traços feitos pela criança até mesmo pelas cores usadas,o professor consegue perceber o que está acontecendo com ela, e o que pode estar levando-a ao fracasso escolar. Com o avançar do desenho infantil, a criança também desenvolve melhor o seu cognitivo, já que ela, primeiro, representa o que vê para depois representar o que está gravado na memória, ou seja ela aprende a sair do plano palpável para o plano abstrato. O que ajudará muito na iniciação da matemática futuramente com as tão ‘temidas continhas’ que são trabalhadas de forma tátil para depois ser retratada de forma abstrata. Dessa forma, o desenho passa a ter uma significação muito mais ampla na educação infantil. 4. IMPORTÂNCIA DAS ARTES VISUAIS PARA A EDUCAÇÃO ESCOLAR As artes visuais na educação escolar têm um papel essencial. Prepara a criança uma experiência estética aguça a sua sensibilidade, além de envolver aspectos cognitivos e culturais. As artes visuais possibilitam às crianças que, por meio do contato com suas próprias obras, com as das outras crianças e as obras de artistas reconhecidos, amplie seu conhecimento do mundo e de cultura. Oferece para a criança, que ela ao produzir arte, na atividade de desconstruir e construir peças, pintar, rabiscar, colar. Descolar, sobrepor materiais, desenvolva o gosto, o cuidado e o respeito pelo processo de produção e criação como forma de comunicação e expressão. Entendemos que ao ampliar significativamente o repertório cultural das crianças estaremos contribuindo para a ampliação de significados, inclusive para o estabelecimento de relação das obras com as suas experiências pessoais de forma criativa. A modelagem, com a colagem e a pintura, a partir do jogo de construção e desconstrução na produção, com massa, por exemplo, vai dando forma vai sendo transformada pelo imaginário da criança e assim, ganhando novos significados. A fantasia do real entra em cena, a mistura entre o mundo real e o imaginário permite a criança à construção de novas significações e uma forma diferente de se relacionar com o mundo. A essência do brinquedo é a criação de uma nova relação entre o campo do significado e o campo da percepção visual, ou seja, entre situações no pensamento e situações reais. Trabalhar com artes visuais na educação infantil de forma lúdica é desenvolver, a criatividade nas crianças, a imaginação, a fantasia, a realidade, a inovação e a sensibilização. Assim como a brincadeira, a arte desestabiliza, abre novos horizontes e o desenvolvimento produção de esculturas, colagem ou pinturas pode inclusive ser para ela, um momento de relaxamento, de contato consigo mesma. A linguagem por meio da arte vai estabelecendo uma forma de interação entre a obra produzida pela criança com a própria criança, essa comunicação entre a imaginação e a linguagem vai enriquecendo o pensamento da criança tornando-o mais ágil, sensível e pleno, influenciando diretamente nas suas produções artísticas.
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