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Origem da vida Teorias sobre a origem da vida Panspermia cósmica - O surgimento da vida aconteceu em outro planeta e cosmozoários (formas de vida vindas do espaço) teriam alcançado a Terra por meio de meteoritos Criação divina (criacionismo ou fixismo) - Ser supremo gerou todos os seres vivos Abiogênese - Teoria da Geração espontânea - Acreditava-se que um princípio ativo ou vital conseguiria transformar a matéria bruta em um ser vivo “Todos os seres vivos originam-se espontaneamente de matéria bruta” Jan Baptista van Helmont “Coloca-se, num canto sossegado e pouco iluminado, camisas sujas. Sobre elas, espalham-se grãos de trigo, e o resultado será que, e 21 dias, surgirão ratos” – Receita para se obter ratos John Needham Ferveu caldo de carne por 30 minutos, vedou o frasco com uma rolha e após alguns dias encontrou muitos micro-organismos (reanimação da abiogênese) “Geração espontânea se aplica à vida microbiana” “Seres microscópicos não se reproduzem, mas podem surgir por geração espontânea” Biogênese - Surgiu para contrapor a ideia da abiogênese “Só é possível haver vida a partir de vida preexistente” Francesco Redi “Os seres vermiformes que surgem na carne e putrefação são larvas, um estágio do ciclo de vida das moscas. As larvas devem surgir de ovos colocados por moscas, e não por geração espontânea a partir da putrefação da carne” – Contra a abiogênese Lazzaro Spallanzani Ferveu caldos nutritivos por mais tempo que Needham e utilizou um maçarico para derreter o gargalo do frasco (vedação) → Resultou-se na ausência de micro- organismos e a geração espontânea foi refutada Argumentos de Needham: • Fervura demorada destruiu a “força vital” • Vedação hermética tornou o ar impróprio (sem O2) para o surgimento da vida – Abiogenistas acreditavam que a presença de ar fresco é fundamental para a geração espontânea da vida, enquanto os biogenistas percebiam que o ar é a fonte de contaminação dos caldos Louis Pasteur Refuta definitivamente a abiogênese, uma vez que os micro-organismos surgiam de outros micro-organismos preexistentes no ar e por isso não há geração espontânea (pasteurização: esterilização de alimentos) fotossíntese respiração celular fermentação quimiossíntese ferm entação fotossíntese Evolução química (molecular) - A vida é resultado de um processo químico, no qual compostos orgânicos se combinam, formando moléculas e dando origem a estruturas com capacidade de autoduplicação → “células” Hipótese de Oparin e Haldane “Primeiros seres vivos teriam surgido de moléculas orgânicas que teriam se formado na atmosfera primitiva e depois dos mares, a partir de substâncias inorgânicas” Composição química da atmosfera primitiva: Metano (CH4), amônia (NH3), hidrogênio (H2) e vapor de água (H2O) Experimento de Miller e Urey Desenvolveram um aparelho que simulava as condições da Terra primitiva - Balão de vidro → Oceano primitivo - Metano, hidrogênio e vapor de água → Atmosfera primitiva - Aquecimento prolongado → Radiação ultravioleta (UV) e atividade vulcânica - Centelhas elétricas de alta tensão → Descargas elétricas (relâmpagos) - Condensador para resfriamento → Chuvas - Aparecimento de ureia, hidrocarbonetos e aminoácidos Coacervados Aglomerados de moléculas proteicas circundadas por uma camada de água que possivelmente são as formas mais próximas dos primeiros seres vivos Proteinoides → Coacervados → “Célula primitiva” Tendência atual A composição da atmosfera primitiva era diferente do que acreditava Oparin • Componentes: CO, CO2, H2, N2 e vapor de água • Ausência de metano e amônia • Fontes de carbono (CO e CO2) e fonte de nitrogênio (N2) • H2O (vapor) e CO2 produzidos pela intensa atividade vulcânica Evolução dos processos energéticos - Hipótese heterotrófica: A fonte de alimento dos primeiros seres seria constituída de moléculas que se acumulavam nos mares e lagos primitivos organismo heterótrofo organismo anaeróbico autótrofo seres atuais organismo heterótrofo aeróbico • Fermentação: glicose → CO2 + álcool • Fotossíntese: CO2 + H2O → glicose + CO2 • Respiração celular: glicose + O2 → CO2 + H2O + energia - Hipótese autotrófica: Os primeiros seres produziam seu alimento a partir da energia liberada por reações químicas anteriores (oxidação de ferro e enxofre) da Terra organismo autótrofo heterótrofo quimiossintetizante anaeróbico seres atuais heterótrofo autótrofo aeróbico fotossintetizante Evolucionismo Evidências de evolução Evolução biológica (transformismo) - Modificações das características hereditárias de uma população ao longo das gerações → descendência com modificações - Ideia oposta ao fixismo (noção de que o número de espécies no planeta é fixo, não havendo alterações ao longo do tempo) Fósseis - Objeto de estudo da paleontologia - Restos de seres vivos - Partes duras: Ossos, dentes, conchas etc. - Partes moles: Músculos, nervos, vísceras (menor preservação) - Vestígios de seres vivos: Marcas, pegadas, fezes, contornos etc. Embriologia comparada - Semelhanças em embriões podem indicar parentesco evolutivo “A ontogenia recapitula a filogenia” – Busca por ancestrais comuns Estruturas vestigiais - Órgãos ou estruturas reduzidos/atrofiados em algumas espécies, demonstrando perda de função ao longo do processo evolutivo Semelhanças bioquímicas - Comparação de moléculas (DNA, aminoácidos, proteínas etc.) de espécies diferentes - Parentesco evolutivo é indicado pela quantidade de moléculas comuns evidenciando modificações a partir de um ancestral comum Anatomia comparada - Semelhanças internas ou externas podem evidenciar parentesco - Duas explicações: • Homologia ou divergência adaptativa: Semelhança de estrutura e origem embrionária entre organismos, podendo haver funções diferentes As estruturas homólogas derivam de um ancestral comum e as diferentes funções são explicadas pela divergência adaptativa (uma população ocupa diversos hábitats e se especializa de acordo com as particularidades de cada ambiente) • Analogia e convergência adaptativa: Órgãos análogos são aqueles que apresentam diferentes anatomias e origens embrionárias, mas possuem mesma função Analogias que surgem a partir de convergências adaptativas → semelhanças externas, morfológicas ou comportamentais resultantes de uma mesma pressão seletiva, exercida pelo ambiente em que vivem Adaptações evolutivas - Adaptação é a capacidade de uma espécie de se ajustar ao ambiente - Organismos mais adaptados têm mais chance de sobrevivência e podem transmitir essas características adaptativas a seus descendentes • Camuflagem: O organismo é semelhante ao ambiente em que vive (homocromia é ter a mesma cor do ambiente e homotipia é ter cor, formato, comportamento e semelhança ao ambiente • Mimetismo: Espécies diferentes apresentam semelhanças, envolvendo um indivíduo modelo e outro mímico (mimético) → Mimetismo batesiano é quando uma espécie inofensiva imita outra perigosa População de organismos-modelo deve ser mais numerosa do que a população de mímicos • Coloração de advertência (aposematismo): Coloração marcante e chamativa que sinaliza aos predadores perigo em fontes alimentares que devem ser evitadas Há vantagens para os predadores, uma vez que estes são prevenidos de capturar presas que podem lhes causar prejuízos ou levá-losà morte Teorias evolutivas Lamarckismo - Primeiro cientista a propor ideias contrárias ao pensamento fixista (defende a ideia de que seres tendem a um aumento de complexidade ao longo do tempo) - O ambiente gera a necessidade de adaptação: Ocorrem alterações/modificações nas estruturas a partir do esforço ou da atrofia delas O ambiente induz/força modificações nos seres vivos que respondem ativamente e se adaptam → adaptação ativa - Lei do uso e desuso: O uso contínuo de determinadas partes do corpo pode levar seu desenvolvimento e a falta de uso pode atrofiar a estrutura - Lei da transmissão dos caracteres adquiridos: Características transmitidas aos descendentes através da reprodução - Lamarck não sabia da existência de dois tipos diferentes de células: Somáticas (formam todo o corpo, exceto os gametas e não podem ter alterações que sejam hereditárias) e germinativas (formação de gametas) Darwinismo - Uma população ancestral comum sofre diversas pressões seletivas em cada ambiente, através de irradiação adaptativa, originando diferenças (seleção natural) A variabilidade é submetida à seleção natural, e os seres mais aptos sobrevivem, sendo os menos aptos eliminados - Seleção artificial: Cruzamentos seletivos de animais e vegetais para aprimorar características desejáveis, descartando os resultados desfavoráveis Teoria moderna da evolução biológica Contexto histórico - Teoria de Darwin sobre a existência de variabilidade nas características hereditárias não conseguiu explicar as causas - Os trabalhos com genética e biologia celular permitiram o preenchimento das lacunas deixadas pelo Darwinismo, especialmente graças à estudos de Gregor Mendel com ervilhas - Surgimento da Teoria moderna da evolução (Neodarwinismo) Mutações - Modificações que ocorrem no material genético de um organismo → raras e aleatórias (ao acaso) - Podem ser espontâneas ou induzidas por fatores ambientais (mutagênicos) - Podem ocorrer tanto em células somáticas quanto nas germinativas, mas apenas as que ocorrem nas células germinativas que podem ser herdadas • Mutações gênicas: Alterações na sequência de bases nitrogenadas de um gene (segmento de DNA para uma certa característica) que permitem o surgimento de novas versões dos genes que podem determinar novas características (se for uma mutação benéfica e trouxer vantagens, tenderá a se manter nos descendentes) – ex: heterocromia, polidactilia • Mutações cromossômicas: Afetam o número ou a estrutura dos cromossomos de um indivíduo (cromossomos são formados pelo arranjo de moléculas de DNA associadas a proteína) – ex: síndrome de Down, síndrome de Turner Recombinação gênica - Durante o processo de reprodução sexuada, ocorre mistura de alelos entre indivíduos parentais - Antes dessa mistura, pode haver troca de segmentos entre cromossomos na formação dos gametas, chamadas de permutação ou crossing over - As mutações são a única forma de gerar novos genes ou alelos, e as recombinações permitem que esses alelos se organizem em novos arranjos nos descendentes (ampliando a variabilidade genética) Exemplos clássicos explicados pelo Neodarwinismo: Resistência de insetos ao uso de DDT, anemia falciforme e malária, resistência de bactérias aos antibióticos etc. Tipos de mecanismos de seleção natural - Seleção estabilizadora: Preserva as características médias da população, favorecendo os indivíduos com fenótipo intermediário - Seleção direcional: Preserva determinada característica extrema da população da população, favorecendo os indivíduos com determinado fenótipo extrema - Seleção disruptiva: Preserva ambas as características extremas da população, favorecendo indivíduos com fenótipos extremos Seleção sexual - Algumas características foram selecionadas não por serem mais adaptativas ao ambiente, mas porque os ajudam a conseguir parceiros sexuais • Intrassexual: Competição entre machos por acesso às fêmeas (chifres, garras, força física) • Intersexual: Machos competem para serem escolhidos pelas fêmeas e prevalecem características que tornam os machos mais atraentes (cor das penas, canto, ritual de dança) Deriva genética - Processo aleatório em que a frequência de alelos e fenótipos de uma população é alterada sem ter relação com maior ou menos adaptabilidade → populações pequenas Migração - Movimentação de entrada (imigração) ou de saída (emigração) de indivíduos de uma população - Populações são conjuntos de organismos da mesma espécie que habitam uma certa área geográfica - A inclusão ou exclusão de indivíduos de uma população pode interferir nos fenótipos observados naquele grupo e no padrão de descendência ao longo do tempo Especiação Conceito biológico de espécie Conjunto de indivíduos geneticamente semelhantes, capazes de cruzar entre si e gerar descendentes férteis (limitação do conceito para organismos com reprodução assexuada e fósseis) • Intrafertilidade: Dois organismos que pertencem à mesma espécie • Interesterilidade: Entre espécies diferentes, não havendo geração de descendentes Espécies artificiais Obtidas por intervenção humana, são fruto do cruzamento entre seres semelhantes, porém de espécies diferentes → Resulta-se em organismos híbridos estéreis (inférteis), incapazes de gerar descendentes Raças ou subespécies Variações fenotípicas dentro da mesma espécie em que indivíduos apresentam diferenças, mas permanecem férteis quando cruzados Isolamento reprodutivo Se duas espécies não conseguem se reproduzir e gerar prole fértil, então ocorreu isolamento reprodutivo entre elas (pode surgir por mecanismos pré-zigotos ou pós- zigotos) Mecanismos pré-zigóticos Impedem o encontro dos gametas ou de casais → Não há formação de zigoto Isolamento ecológico ou de hábitat - Indivíduos de populações diferentes vivem na mesma área geográfica, mas em hábitats distintos Isolamento mecânico - Diferenças anatômicas (forma e tamanho) impedem o cruzamento de indivíduos Isolamento temporal, sazonal ou estacional - Populações que vivem no mesmo hábitat amadurecem suas estruturas reprodutivas em momentos/épocas diferentes Isolamento comportamental ou etológico - Populações apresentam diferentes comportamentos reprodutivos → Rituais de acasalamento (corte nupcial) Isolamento gamético - Incompatibilidade entre os gametas Mecanismos pós-zigóticos Manifestam-se depois da fecundação, impedem desenvolvimento do embrião ou provocando a esterilidade dos descendentes → Há formação do zigoto Inviabilidade do híbrido - Híbrido não consegue completar seu desenvolvimento embrionário ou morre antes de atingir a maturidade reprodutiva (aborto) Esterilidade do híbrido - Híbrido é saudável (viável), mas não consegue gerar descendentes → Incompatibilidade genética entre as espécies cruzadas Especiação Formação de novas espécies por acúmulo de diferenças genéticas entre populações → Se o fluxo gênico for interrompido, haverá isolamento reprodutivo Especiação alopátrica - Isolamento geográfico de subpopulações, através de uma barreira geográfica - Pressão seletiva diferencial e acúmulo de diferenças genéticas entre indivíduos das subpopulações → Ação de fatores evolutivos - Formação de raças e acúmulo de mais diferenças ao longo do tempo, até que se atinja o isolamento reprodutivo e se complete a formação de novas espécies Especiação simpátrica - Acúmulo de diferenças genéticas sem isolamento geográfico (evento raro → só ocorre isolamento reprodutivo) - Ocorre por seleção disruptiva ou através de mutações cromossômicas
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