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@medcomath_ Definição Diminuição do volume de líquido amniótico para uma idade gestacional. O líquido amniótico é o líquido que circunda o feto dentro do útero. Ele tem diversas funções que incluem: proteção mecânica do feto, manutenção de temperatura fetal, auxílio na maturação do pulmão fetal, auxílio na dilatação uterina. Epidemiologia incidência próxima de 5% das gestações Etiologia Insuficiência placentária (sofrimento fetal crônico) principal causa. Anomalias comgênitas fetais- principalmente no sistema urinário ( sindrome de potter- agenesia renal bilateral) Sindromes hipertensivas Tabagismo Pós-maturidade Transfusão gêmelo-gemelar Uso de medicamentos como iesca e indometacina Idiopática (sem causa aparente) Fisiopatologia Produção: o líquido amniótico no início da gestação é resultado de um transudato do feto e do trofoblasto. A característica isosmolar com o plasma fetal é típica. A partir da 10ºsemana os rins começam a funcionar, tornando-se a principal fonte do líquido amniótico. Importante ressaltar que o pulmão também se torna um importante produtor de líquido amniótico a partir da 7ºsemana, o qual sai através da traqueia até a cavidade amniótica. Reabsorção: a deglutição é de longe a principal via pelo qual o líquido amniótico é reabsorvido, a pele também é outro local de importante reabsorção. Oligodramnia: decorre de qualquer mecanismo que altere a produção do líquido amniótico. A causa mais importante é o sofrimento fetal crônico (insuficiência placentária). Isso porque haverá limitação da quantidade de sangue que chega até o feto com a diminuição do fluxo renal e consequente menor formação de líquido amniótico. Uma segunda causa importante são alterações no trato renal/urinário que impedem a formação de líquido amniótico. Evidentemente, que diante de uma amniorrexe prematura( rompimento precoce da bolsa amniótica) esse quadro também estará presente. Além da perda de funções básicas do líquido amniótico, a Oligodramnia faz com que o cordão umbilical possa ser comprimido, diminuindo ainda mais o fluxo sanguíneo ao feto perpetuando o quadro. Outras consequências incluem aumento de risco de infecção fetal, deformidades faciais/esqueléticas- pela compressão fetal. Quadro clínico O sinal que se torna evidente é a incompatibilidade do tamanho do útero (menor) em relação a idade gestacional. Diagnóstico O diagnóstico é feito através do exame de ultrassonografia, tendo ILA < 5 ou medida do maior bolsão vertical < 2cm. Durante o USG dividimos o útero em 4 quadrantes. Na sequência, medimos a medida transversal de cada um desses quadrantes com líquido (bolsões) livre de partes fetais. Oligodramnia @medcomath_ ILA: índice de líquido amniótico e consiste na soma da medida vertical dos quatro bolsões. Exames complementares: são de extrema importância para avaliação do bem-estar fetal e incluem: Cardiotocografia Perfil biofísico fetal Dopplerfluxometria Exames laboratorias são inespecíficos para a condição, geralmente normais. Complicações Hipoplasia pulmonar Infecção Compressão funicular Anormalidades esqueléticas/faciais- pela compressão fetal. Diagnóstico diferenciais Crescimento intrauterino restrito Tratamento A causa básica de oligodrâmnio sempre deverá ser diagnosticada, objetivando um tratamento direcionado, ou pelo menos, um controle. Afastando malformações fetais, deve-se aventar, estar diante de um sofrimento fetal crônico, e as condutas devem ser tomadas. Em casos que o oligodrâmnio é resultado de malformação, como do trato urinário com preservação da função renal, pode ser aventada a possibilidade de realização de uma derivação do fluxo urinário. De forma geral casos de oligodrâmnio grave (ILA < 3) com idade gestacional maior que 34 semanas tem indicação de resolução da gestação, e para os menores de 34 semanas a resolução da gestação deve ser considerada quando haja maturação da função pulmonar. Durante o trabalho de parto pode-se propor a infusão de soro fisiológico/amnioinfusão dentro das membranas amnióticas. Isso porque durante o trabalho de parto há mais tocotraumatismo e sofrimento fetal agudo, decorrente da própria doença de base, ou mesmo secundária à compressão umbilical. É considerada gestação de alto risco, devendo ser acompanhada em centro especializado. .
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