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Mal formações congênitas 153 -A mal formação congênitas são mecanismos que alteram a estrutura ou a função, de forma local ou sistêmica, durante a vida intrauterina. O processo pode ser decorrente de fatores genéticos/hereditários, bem como pela influência ambiental (moléculas sinalizadoras ingeridas, oriundas de drogas teratogênicas), ou também por formações sindrômicas, oriundas de mutações numéricas e estruturais (Down, Patau e Edwards por exemplo). Diante disso, observa- se a característica multifatorial das mal formações, as quais são caracterizadas como condições, e não doenças. -Dentro do plano genético, os fatores cromossômicos, advindos da junção dos pró- nucleos na fecundação, podem resultar em características mal formadas. -Dentro do desenvolvimento embrionário, as células, antes totipotentes, representadas pela presença de muitos genes ativados e pela não codificação de mRNA, presentes entre o momento de 8-16 células, se tornam pluripotentes, perdendo sua capacidade de formação de qualquer tipo celular (o embrioblasto não pode mais formar trofoblastos). Após esse processo, as células continuam a sofrer processos de diferenciação, os quais resultam na diminuição da capacidade de diferenciação celular, originando células multipotentes e, por fim, unipotentes. Durante esse processo, os genes imprintados (silenciados) sofrem desmetilação, passando a se tornar ativos. Além deles, em determinadas regiões os genes podem ser, também, metilados, processo no qual inativa o local e afeta a capacidade de formação de células de todo o embrião, formando apenas linhagens especificas (multipotentes). Ao final do processo, quando tais células passam a participar de órgãos e tecidos obtém a característica de unipotência, formando células apenas aquele tecido. Processos moleculares: -Fatores de transcrição: proteínas que induzem a expressão de um gene alvo, atuando no núcleo (portando, diretamente no gene), intensificando ou silenciando a transcrição gênica interagem com a RNA polímerase 2, regulando a quantidade de RNA mensageiro produzido pelo gene. A maior parte dos fatores de transcrição utilizados durante a vida embrionária são proteínas de homeodomínio, pois apresentam uma região que é conservada. -Moléculas sinalizadoras: exercem seus efeitos em outras células, a partir de receptores celulares, onde unem-se e iniciam uma cascata de eventos que influenciam os produtos gênicos da célula-alvo. A maioria representa fatores de crescimento peptídicos, pois além de induzirem a diferenciação, induzem o crescimento e a divisão celular. No entanto, podem ser hormônios esteroides, tiroxina e o ácido retinóico (vitamina A); Atuam como mediadoras da maioria das interações celulares do embrião; Os fatores de crescimento apresentam estruturas que permitem sua ligação ao DNA, como a hélice-alfa-hélice, o dedo- de-zinco e o Homeodomínio. -A maior parte das malformações congênitas são decorrentes de alterações em três grandes grupos de genes codificadores de fatores de transcrição: GATA: reguladores relacionados com a produção de fatores de transcrição e com as mal formações o Genes codificadores de fatores de transcrição tipo dedo de zinco; o Possuem dois domínios: dedos C (ligam com o DNA) e os dedos N; o GATA 1,2,3 mal formações nas linhagens hematopoiéticas, altamente expressos no desenvolvimento do cérebro, medula espinhal e orelha interna; 154 o GATA 4,5,6 expressos em tecidos de origem endodérmica e mesodérmica, sobretudo coração (principal com mais mal formações), intestinos e gônadas; HOX (Homeobox): o Codificam fatores de transcrição tipo homeodomínio; o Expressos na formação dos eixos anteriores e posteriores do embrião. T-Box: o Maioria das vezes resulta em mal formações; o Resultam a diversas anormalidades anatômicas; o Presentes em diversos sistemas (basicamente todos).
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