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Página 2 Eritropoiese Produção Hemácias · Condições normais: adulto produz em torno de 200 bilhões de hemácias/dia = hemácias destruídas por dia. · Condições normais: Produção na medula óssea, principalmente nos ossos chatos (crânios, quadris e vertebras). · Após período embrionário e fetal: eritropoiese fora da MO em duas situações: resposta a estímulo proliferativo intenso (hemólises) e parte de um quadro proliferativo neoplásico tecido mielóide. · Pode-se ter a produção da hematopoiese no período embrionário e fetal: pelo saco vitelínico no início, posteriormente no baço e fígado. Com 30 semanas intraútero a medula óssea assume esse papel, salvo em situações patológicas, podendo ter estímulos no baco principalmente (como quadros de hemólise por anemias hemolíticas). · Anemia hemolítica: substituição tecido gorduroso da MO (inclusive ossos longos), levando produção hemácias 6 a 7 vezes. · Em situações normais temos o tecido hematopoiético entremeado por células gordurosas, quando aumenta essa necessidade, ocorre a substituição do tecido gorduroso pelo hematopoiético na MO. · Talassemia intermediária: massas eritróides compressivas. · Sd. Mieloproliferativas (mielofibrose/PV): metaplasia mielóide baço e fígado. É a produção da hematopoiese fora da MO. Células Eritróides na MO · Precursores linhagem eritróide: 1/3 das células da MO. · Proeritroblasto: mais imaturo. O proeritroblasto tem capacidade proliferativa intensa (cada proeritroblasto origina 8-32 eritroblastos ortocromáticos) – perdem capacidade de divisão – hemácias. Conforme vão amadurecendo vão recebendo nomes diferentes, mudando o tamanho e a coloração do núcleo. · Capacidade de síntese protéica: Hb (núcleo – RNA mensageiro – produção protéica – perde núcleo – perde capacidade síntese). O reticuócito ainda possui resquícios do núcleo, já a hemácia não tem. · A morfologia reflete estas duas características fundamentais: à medida que vai amadurecendo, o núcleo torna-se menor / acidófila (perda RNA mensageiro). · Funcionalmente o eritroblasto possui dois receptores essenciais para sua diferenciação: eritropoetina e transferrina. A eritropoietina é o principal fator de crescimento da serie eritrocítica. Reticulócito · Eritroblasto ortocromático: extrusão núcleo – reticulócito. · Núcleo: fagocitado macrófagos da MO. · Ret: célula anucleada (mas preserva algumas organelas: RE, ribossomos com RNAm e mitocôndrias)- resquícios. São ligeiramente maiores que as hemácias maduras. · A hemácia já não possui as mitocôndrias, precisando fazer o ciclo de energia pela via das pentoses. Por isso após 120 a hemácia sofre um esgotamento metabólico. Nesse período ela fica com a sua membrana mais rígida, com dificuldade de circular na microcirculação, acaba ficando represada na microcirculação do baço e é destruída. · Ret: permanece 1-3 dias na MO – e depois caem circulação. Permanecem na circulação: 1-2 dias e depois perdem as organelas, tornando-se hemácias. Contagem de reticulócitos No hemograma normal não vem a contagem de reticulócitos, eles devem ser solicitados. · Ret. Persiste circulação 1-2 dias: 0,8-1,6% das hemácias coram-se ret. · Determinação ret: importante indicador da capacidade funcional da MO diante quadro anêmico. · Aumento reticulócitos: indica atividade proliferativa compensatória da MO (HEMÓLISES). · Normal ou diminuído: medula hipoproliferativa (anemia por menor produção hemácias). · Prática: contagem deve considerar o grau de anemia. · Anemia: são liberados ret. mais precocemente da MO e demoram mais para maturar (3-5 dias) – suposta reticulocitose se não fizer correção. · Ret corrigido= (ret%) x (Ht/45). · 45 = Ht considerado como normal. · Em situações normais: Ret. Corr ~1% · Em pacientes anêmicos com Ht 35% - ret. Corr.= 2-3% · Em pacientes anêmicos com Ht 25% - ret. Corr.= 3-5% · Eritropoiese Ineficaz: 4-12% hemácias produzidas são destruídas na própria MO em condições normais. Isso ocorre, pois a medula meio que faria um controle de qualidade das células. Se esta não estiver boa, a própria medula já destrói essas células ali dentro mesmo, não indo para a circulação periférica. · Situações patológicas aumentam esta eritropoiese ineficaz: Anemia megaloblástica, Talassemia Major. Controle da Produção das Hemácias · Fatores de crescimento: eritropoetina / IL – 3. · Hormônios tiroidianos / andrógenos: ação metabólica. É visto mulheres com hipotireoidismo cursarem com anemia, e com o a regulação da tireoide essa anemia melhora também, sem nenhum tratamento específico para isso. Hipotireoidismo é um diagnostico diferencial. · Eritropoitina (principal fator de crescimento): 1. Produção renal (90%). Na anemia: rim aumenta a produção até 1000 vezes. Anemias de insuficiência renal crônica são normocíticas e normocrômicas por menor produção de eritropoietina. 2. Variações níveis eritropoetina e do seu receptor (exemplos). 3. Eritropoetina recombinante: cultura células. Pode ser usada: anemia dç. Crônica, QT, Ins. Renal. Destruição Hemácias · 120 dias: esgotamento metabólico e alterações degenerativas – hemácias são removidas e destruídas intracelularmente em células do sistema monocítico-macrofágico (baço, fígado, MO). Estes órgãos controlam a remoção das hemacias senescentes. · Condições normais: retirada baço não altera hemocaterese (continua MO). · Condições patológicas: destruição esplênica muito significativa (esferocitose)/hemólises. Na esferocitose a hemácia assume uma forma esférica ao invés de bicôncava. O formato bicôncavo das hemácias permite que estas deslizem pelos sinusoides, quando ela fica maior e esférica, ela apresenta dificuldade para passar por esses capilares sinusoides, sendo aprisionadas e destruídas. · Hemacia fagocitada: decomposta membrana e Hb. · Membranas: fagocitadas. · Hb: globina (metabolizada em aminoácidos) e o grupo heme (abertura anel protoporfirinas – liberando o íon ferro e formação de bilirrubinas). O ferro é reaproveitado para a formação de novas hemácias. · Por isso que quando temos uma hemólise exacerbada pode haver quadros de icterícia nos pacientes. · E se a hemoglobina for filtrada pelos rins pode haver casos de hemoglobinúria, isso nas hemólises patológicas. · Ferro: macrófagos (sempre reaproveitado) / bilirrubina lipossolúvel – fígado – bil. Hidrossolúvel –bile. · O ferro é carreado através da transferrina e levado novamente até a medula óssea e é utilizado para a produção de novas hemácias. Conceito de Anemia Termo que se aplica a uma síndrome clínica e a um quadro laboratorial caracterizado por diminuição do Ht, da concentração de Hb no sangue, ou da concentração de hemácias por unidade de volume, em comparação com uma população de referência. · Normalmente, Ht e Hb podem variar: sexo, idade, tensão oxigênio e estimulação hormonal. Portador de anemia (nível do mar): · Menor 13g/dl – homem adulto · Menor 12g/dl - mulher adulta · Menor 11g/dl - mulher grávida (valor um pouco menor por conta do aumento do volume plasmático, estando as hemácias mais hemodiluídas) · Menor 11g/dl - cçs entre 6 meses e 6 anos · Menor 12g/dl - cçs entre 6 e 14 anos Obs: Espera-se estes mesmos valores para idosos (não há justificativas para anemias fisiológicas idosos). Etiopatogenia Duas situações Anemia: a) Anemia verdadeira: redução massa eritrocitária. b) Anemia relativa ou por hemodiluição: aumento volume plasmático, sem correspondente aumento das hemácias. Exemplo: gravidez. Anemia Relativa · Se Hb < 11g/dl: deve-se investigar síndrome anêmico e tratar. · Outros exemplos: hiperhidratação (IR, Ins. Cardíaca, hipoalbuminemia). Anemias Verdadeiras · Perdas sangüíneas agudas. (Com a perda de sangue perde-se também ferro). · Menor produção eritrócitos. · Diminuição sobrevida eritrócitos. Hemorragia Aguda · Geralmente causa facilmente diagnosticada. Algumas causas são: acidentes, cirurgias, hemorragias TGI, hemorragias genitais e própria menstruação. · Emergência: estancar o quadro hemorrágico / reposição hemocomponentes (hemácias, plasma) – prevenir choque hipovolêmico.· Quando volume perdido não é muito grande: mecanismos compensatórios. Mecanismos Compensatórios · Primeiras horas: dosagem Hb/Ht (refletem realidade? NÃO). Pois o paciente perdeu sangue total, perdendo hemácias, mas também perdendo plasma. Tem que esperar horas, e até dias para voltar ao volume plasmático normal. · Atenção aos sinais clínicos (PA, FC, sudorese, palidez, temperatura extremidades, estado consciência, fluxo urinário). Hipóxia pode causar todas essas alterações. · Mecanismos hormonais: renina-aldosterona, ADH – retenção água e eletrólitos – recompondo o volume circulante – diluição hemácias - 48 a 72 horas – Hb/Ht reais. · Hipóxia renal: aumenta a produção de eritropoietina. · Mobilização Ferro depósitos: 100ml hemácia produzida – 100mg ferro depósito. ** 2 a 3 semanas: recomposição total das hemácias e do plasma desse paciente. Anemias por menor produção · Produção insuficiente pela MO. · Contagem reticulócitos diminuída ou normal. Menor produção eritrócitos: Distúrbio de diferenciação (problema na linhagem mielóide), distúrbio da proliferação e distúrbio da maturação. Distúrbios de Diferenciação · Produção células mielóides (eritrócitos, granulócitos, monócitos, megacariócitos): formadas a partir diferenciação das células progenitoras pluripotentes. · Prejuízo de todas estas linhagens: anemia, hemorragias, granulocitopenia. · Causas: substâncias tóxicas, drogas, infecções, irradiação, mecanismos imunológicos, neoplasias. · MO: hipocelular, predomínio tecido gorduroso e células não mielóides (linfócitos, plasmócitos, mastócitos). · Rara: Aplasia eritróide pura. · Insuficiência renal / hipotireoidismo. Distúrbios da Multiplicação Celular · Proliferação eritroblastos: síntese DNA. · Exemplo: anemia megaloblástica. · Folato e Vitamina B12 são essenciais. · Deficiência: retardo ou bloqueio síntese do núcleo. · Assincronismo núcleo-citoplasma: citoplasma não é atingido. Citoplasma cresce e o núcleo não. · Aumento eritropoetina compensatório: hiperplasia eritróide na MO. · Reticulócitos diminuídos, por conta de menor quantidade de vitaminas, que leva a menor produção de hemácias. Distúrbios da Maturação ou Hemoblobinização · Hb: representa mais de 95% do peso seco hemácia. · Menos Hb = microcíticas / hipocrômicas. Causas: 1. Carência ferro 2. Talassemias 3. Anemias sideroblásticas Anemias por maior destruição das hemácias Hemólises Intravascular: 1. Trauma direto da hemácia, fixação Complemento, toxinas exógenas. 2. Liberação Hb: excede capacidade captação proteínas plasmáticas – hemoglobinúria. Hemólise Extravascular: 1. Captação das hemácias pelos macrófagos do baço, fígado e MO. (destruídas intracelularmente). Alterações que favorecem o encurtamento sobrevida · Anormalidades da membrana eritrocitária, da Hb ou das enzimas das vias metabólicas. · Agressão direta às hemácias (válvulas metálicas cardíacas que não estão funcionando bem). Manifestações Clínicas · Variadas: dependem não apenas da anemia mas do mecanismo determinante, intensidade e velocidade de instalação, idade, doenças concomitantes, atividade física. · Geralmente, quanto menor Hb – mais sintomatologia. Ver sempre cronicidade. · Anemias hemolíticas hereditárias: Hb=7. · Manifestações: decorrem da redução da capacidade de transporte de oxigênio. · Os sinais e sintomas refletem: hipóxia tecidual, participação mecanismos compensatórios. Sintomas Ocasionados pela Hipóxia Cefaléia, vertigens, tonturas, lipotimia, zumbidos, fraqueza muscula, cãibras, claudicação intermitente e angina. Sintomas Ocasionados pelos Mecanismos Compensatórios (Aparelhos cardiovascular e respiratório) 1. Aumento volume-minuto cardíaco. 2. Redução da resistência vascular sistêmica global. 3. Redistribuição do fluxo sangüíneo para os diferentes tecidos. Ocorre vasoconstricção periférica e vasodilatação cerebral e coronária. Priorizando órgãos nobres. 4. Diminuição da afinidade Hb pelo oxigênio. Oxigênio era liberado pelos tecidos com mais facilidade. Mecanismos · O volume-minuto: nas anemias crônicas, em repouso não se eleva até que Hb < 7. · Exercício: há aumento do volume-minuto maior anêmico do que não – anêmico. · Há aumento FC e volume sistólico. · Pós-carga: determinada resistência vascular periférica e viscosidade sangue (diminuídas anemia). · Fluxo sangue: vasoconstrição sistema vascular periférico e vasodilatação outras áreas – redução resist. periférica global (palidez). · Insuficiência cardíaca alto débito: capacidade de compensação cardíaca é excedida. Portanto: Anemia não é doença, é sintoma. Deve-se procurar a causa básica e tratá-la. GIOVANNA GARCIA TXXVII
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