Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANGIOLOGIA | Victoria Ribeiro de Medeiros Propedêutica vascular - Jeferson INTRODUÇÃO Artérias → insuficiência arterial Aguda Trombose Embolia Trauma Crônica Aterosclerose Veias → insuficiência venosa Aguda Trombose venosa profunda Crônica Varizes Vasos linfáticos → linfangite Aguda Erisipela Crônica Elefantíase • Sinais e sintomas • Presentes em 90% das doenças vasculares • Ao final da anamnese e exame físico: o Diagnóstico sindrômico → insuficiência venosa/arterial/linfática, aguda/crônica o Diagnóstico anatômico → localização da lesão o Diagnóstico etiológico o Diagnóstico funcional → classificação para melhor avaliação do prognóstico, escolha do tratamento • Semiologias arterial, venosa e linfática • Anamnese detalhada • Exame físico: 4 parâmetros básicos o Inspeção o Palpação o Percussão a ausculta PROPEDÊUTICA DAS DOENÇAS ARTERIAIS • Orgânica (obstrução arterial) X funcional (espasmo arterial) • Aguda IAA (embolia ou trombose) X crônica IAC (doença aterosclerótica) Identificação – maior prevalência em grupos específicos • Sexo: masculino • Idade: idosos, geralmente > 70a • Profissão: pedreiros, advogados, profissionais com máquinas específicas (que vibram – vasoespasmo) Queixa e duração • Aguda: dor e frialdade em algumas horas acompanhada de palidez • Crônica: anos para surgimento e evolução dos sintomas História da moléstia atual Dor • Alteração local do vaso o Arterite temporal o Dissecção de aorta o Embolia • Isquemia dos tecidos o Grau de obstrução o Circulação colateral Doença crônica: o principal sintoma doloroso é a claudicação intermitente! Piora com elevação e melhora com abaixamento do membro. Doença aguda: 5 Ps Pain-------------------------- Dor Pallor------------------------ Palidez/cianose Paresthesia---------------- Parestesia Paralysis-------------------- Paralisia Pulseless------------------- Pulsos ausentes ou diminuídos Geralmente, nas doenças agudas, o quadro clínico é mais florido em pacientes mais jovens, pois pacientes idosos possuem circulação colateral já desenvolvida – capaz de compensar alguma obstrução aguda e suavizar os sintomas. ANGIOLOGIA | Victoria Ribeiro de Medeiros Estágios mais avançados: • Sintomas neurológicos: parestesia – mais comum em quadros agudos • Impotência erétil • Alterações tróficas: alterações dos pelos e unhas Antecedentes pessoais • Tabagismo • DM • Outros o HAS, IAM, AVC, traumas etc. Inspeção • Arterite temporal, aneurismas • Alterações da cor da pele • Prova de Collens (TRV = 10 segundos) • Necrose, gangrena – casos graves Palpação • Temperatura cutânea • Características da pele • Enchimento capilar • Frêmitos • Pulsos Principais pulsos palpáveis • Temporal superficial • Carotídeo • Subclávio – geralmente só é palpável em casos de dilatação • Axilar • Umeral • Radial • Ulnar • Aorta abdominal – geralmente só é palpável em casos de dilatação • Femoral • Poplíteo – difícil palpação, quando está aumentado ou facilmente palpável sugere aneurisma • Tibial posterior • Tibial anterior ou pedioso Ausculta: sopros • Vasos importantes: carótidas, mesentéricas, flancos (a. renal) • Sistólicos – estenoses • Sistólicos suaves – aneurismas • Contínuos – fístulas AV Provas propedêuticas – maioria estimula a isquemia MMSS • Prova de Samuels (isquemia palmar): elevação do MS ou MI e rebaixamento para avaliar hiperemia reativa – perfusão normal < 2s • Prova de Allen: comprimir as aa. radial e ulnar até que a mão fique pálida (pedir para o paciente abrir e fechar a mão para acelerar o processo) e soltar uma das artérias, depois repetir o exame com a outra artéria o Com essa manobra é possível avaliar a viabilidade da artéria para procedimentos como cateterismo, PAM Síndrome do desfiladeiro torácico – compressão de nn e vasos que saem do pescoço e tórax em direção aos braços • Prova de Adson = hiperabdução: levantar o braço a 90 graus + rotação externa do membro + rotação contralateral da cabeça em relação ao membro o Positivo: parestesia • Prova costoclavicular: retração dos ombros – diminuição do espaço entre clavícula e costela • Prova da hiperabdução: elevação do MS o Positivo: pulsos diminuídos ou ausentes ANGIOLOGIA | Victoria Ribeiro de Medeiros PROPEDÊUTICA DAS DOENÇAS VENOSAS • Doenças de causa orgânica (obstrução): edema, varizes, alterações tróficas Insuficiência venosa • Orgânica o Trombose, Incompetência valvar o Aguda IVA (trombose) ou crônica IVC (SPT, IVC e varizes) • Funcional = “mal uso das pernas” – insuficiência de bomba muscular da panturrilha Identificação – prevalência em grupos específicos • Sexo: mulher (multigesta) • Idade: jovem adulta, adulta • Profissão: posição sentada por muitas horas (dentista, farmacêutica, secretária...) Queixa e duração • Piora ao longo do dia, pico no fim do dia • Melhora com a elevação do membro e piora com o seu abaixamento História da moléstia atual • Doença aguda: trauma, viagem longa, cirurgia seguida de dor na panturrilha e edema • Doença crônica: início dos sintomas após as gestações, aumento gradual ao longo dos anos Quadro • Sistema venoso superficial: o Varizes – instalação crônica o Tromboflebite (TVS) – instalação aguda: sinais inflamatórios! Dor, calor, rubor, edema (confunde facilmente com infecção de pele) • Sistema venoso profundo o Insuficiência venosa crônica (IVC) – Sd pós trombótica o Trombose venosa profunda (TVP) – edema importante unilateral (diferença > 3cm) Principais sintomas • Edema • Dor (peso, queimação) • Varizes • Alterações na coloração da pele • Úlceras Antecedentes pessoais • Varizes – relação familiar importante! o Doenças agudas também apresentam relação genética, principalmente doenças trombóticas • Gestação • Trauma/imobilização • Outros o Hormônio o AVC (imobilização) o Obesidade Inspeção: decúbito e ortostática • Varizes (novelos venosos) • Telangectasias • Alterações da cor da pele o Presença de feridas o Presença de neoplasias na ferida crônica: crescimento vegetativo da úlcera, ou seja, acima do nível da pele (em uma úlcera sem neoplasia, a sua evolução “escava” a pele, evolui profundamente) • Edema – classificação em cruzes: o +: até o tornozelo o ++: abaixo do joelho o +++: acima do joelho o ++++: raiz da coxa • Enchimento venoso aumentado Palpação • Temperatura cutânea • Características da pele • Aspecto do edema • Aspecto da musculatura – investigar empastamento Aspectos venosos • Tromboflebite: dor, hiperemia, calor, enduração, tensão • Doença venosa profunda: edema não necessariamente acompanhado de rubor o A pele pode estar arroxeada em casos muito graves = congestão venosa • Trajetos venosos • Vasos perfurantes Percussão • Manobra de Schwarz = percussão da safena o Insuficiência = transmissão da percussão ao longo do membro o Exame com baixa sensibilidade ANGIOLOGIA | Victoria Ribeiro de Medeiros Provas diagnósticas Teste de Brodie, rima Trendelemburg (prova dos 3 garrotes) • Esvaziamento das varizes (elevação do membro) + um garrote na raiz da coxa + um garrote abaixo do joelho + um garrote no tornozelo • Paciente em pé o Enchimento das varizes = incompetência de vv perfurantes o Sem enchimento das varizes → próximo passo é identificar se a incompetência está na safena magna ou na parva removendo um dos garrotes de cada veze e observando se há o enchimento de varizes Teste de Perthes – verifica paciente com doença crônica recidiva ao tratamento • Elevação do MI + enfaixar a perna para ocluir vv superficiais + pedir para o paciente caminhar • Se o paciente sentir dor = sistema profundo obstruído Sinal de Homans – dorsiflexãopassiva do pé • Paciente refere dor espontaneamente ou reage à manobra = sinal mais sensível de obstrução venosa profunda Sinal da Bandeira – musculatura da perna relaxada + “bater na panturrilha” • Normal = flácida • Trombose = perda da mobilidade da panturrilha Teste de Brodie Teste de Perthes Sinal de Homans Sinal da bandeira Ausculta – pesquisa de sopros • Valsalva – incompetência valvar • Contínuos – fístulas AV PROPEDÊUTICA DAS DOENÇAS LINFÁTICAS • Funcional = excesso da produção de linfa • Orgânica = linfedema: obstrução ou agenesia linfática • Aguda (erisipela) ou crônica (linfedema) Identificação • Sexo: mulher – maior acúmulo de gordura no glúteo, quadril e pernas, retenção de líquido (hormonal) • Idade: após 35 anos e após gestações • Profissão o Aguda – sem relação o Crônica: profissões com sapatos oclusivos/botas por muito tempo e aumentam a possibilidade de micoses nos pés ou atividades em campo (frigoríficos, picadas de inseto) ANGIOLOGIA | Victoria Ribeiro de Medeiros Queixa e duração • Crônica = insidiosa o Pode ser congênita ou se instalar até os 35 anos de idade o Aumento progressivo de edema em MMII • Aguda: quadro infeccioso típico, com febre alta, pode demandar internação para o tratamento HMA • Edema (característica cilíndrica) • Início • Alterações na coloração da pele o Crônica: pelos mais grossos, verrucosidades o Aguda: vermelhidão, necrose (erisipelas) • Alteração de fâneros Antecedentes pessoais • Trauma • Neoplasia • Radioterapia • Familiar (congênito) – instalação aguda é bem mais fácil de identificar comparada à crônica, geralmente um diagnóstico de exclusão, após a exclusão de causas venosas • Edema • Aspecto cilíndrico • Verrucosidades • Pregueamento da pele • Sinais inflamatórios Importante diferenciar edema de retenção de líquido e de obesidade! Palpação • Edema duro = sem cacifo • Temperatura = frio OBS: diagnóstico diferencial do edema Edema sistêmico, de causa CV, IR: muito mole e geralmente bilateral, cacifo bem evidente. Edema de causa venosa: unilateral, cacifo presente, mas não tão evidente. Provas propedêuticas • Sinal de Stemmer – não é possível o pregueamento na doença linfática clássica • Sinal de Godet o Ausente no linfedema clássico, pois é sugestivo de causa sistêmica se bilateral ou venosa se unilateral
Compartilhar