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Página 1 Giovanna Garcia TXXVII MAD III Hipersensibilidade Tipo II Mecanismos efetores da Hiper II • Reação citotóxica ou citolítica. • O antígeno é de superfície celular (células nucleadas ou anucleadas). • Podem estar em células teciduais ou sanguíneas. • Mecanismos humorais, envolvendo a participação de IgM e IgG. Exemplos de Hiper II: Doença de Graves (não está tendo lise, nem inflamação, nem efeito citotóxica), está ocorrendo uma hiperestimulação. Então neste caso temos uma disfunção, e não efeito citolítico. Outro caso é o da miastenia gravis. Há um anticorpo dirigido contra o receptor de ACH. E esse anticorpo não estimulava, bloqueando sua atividade. Doenças hemolíticas: do recém-nascido e autoimune. Pode ter hemólise induzida por fármaco. Febre reumática- mimetismo molecular. Os anticorpos Podem ser da própria célula ou então estarem adsorvidos à célula. Adsorção é quando há uma ligação química entre duas substâncias. Fármaco é um exemplo de adsorção. Os anticorpos podem estar dirigidos à antígenos próprios ou exógenos. Caso 1 e 2 respectivamente. O epítopo pode ser chamado de determinante antigênico ou peptídeo antigênico. Onde o anticorpo se liga à um pedaço do antígeno, chamado de porção antigênica. Então para um mesmo antígeno pode-se ter vários epítopos. Eritroblastose fetal • Abortos também são eventos sensibilizantes. • Condições: Pai +, Mãe – e 2º gestação. Na 1º ela ainda não tem a doença, é onde ocorre a sensibilização. • ‘‘Vacina’’ é o soro (imunização passiva) ® contém anticorpos anti D (Rh). Para gestações e abortos anteriores. Teste de Coombs Indireto • Revela que a mãe tem anticorpos anti RH. Pega-se o soro da mãe, incuba hemácias RH + (não precisa ser humana), e identifica se existe ligação de anticorpos que estão presentes nesse soro à essas hemácias. O exame testa se a mãe tem anticorpo capaz de se ligar à um determinado antígeno, no caso, o RH. Página 2 Giovanna Garcia TXXVII No ultrassom • Sinais de angústia fetal: hidropsia fetal. Nascimento • Icterícia (destruição das hemácias, que liberam bilirrubina indireta), anemia e teste de Coombs direto no RN é +. Há um aumento considerável do fígado e baço associado à destruição de hemácias causada pelos anticorpos maternos antieritrocitários na circulação fetal. Ocorre também um comprometimento da função plaquetária, levando à petéqueas ou púrpuras. Icterícia + quadro do RN Várias causas, no caso é hemólise. Aumento de bilirrubina indireta (não conjugada). Bilirrubina indireta: ligada à albumina Conjugação: reage esse pimento com acido glicurônico no fígado para deixar essa bilirrubina pronta para a excreção pelas vias biliares. Fígado do RN não dá conta de metabolizar todo esse excesso de bilirrubina, pois não está totalmente maduro. Os pigmentos metabolizados são eliminados, mas, os que não foram metabolizados serão acumulados na pele e nos olhos. Baço e fígado aumentados: relacionado a congestão, edema ou hipertensão portal. Hidropsia é um acúmulo generalizado de água no corpo. Se deve pela diminuição do efeito coloidosmótico. Por conta que a produção de albumina no fígado fica diferente, e esta é uma proteína importante na função oncótica. As petéqueas são pontinhos de hemorragia causados por baixa produção dos fatores de coagulação no fígado. E também a função plaquetária pode estar sendo comprometida. Quando a função plaquetária pode estar diminuída? Existe uma reação de hiper II que ocorre nas plaquetas. Sendo assim, anticorpos se ligam em plaquetas para destruir esta plaqueta, causada pela trombocitopenia autoimune. Neste caso a coagulação é comprometida. Coombs direto • Testa se às hemácias do RN estão revestidas por anticorpos. Se as hemácias não estão revestidas por anticorpos, não há aglutinação. Mas se houver hemácias revestidas, quando adicionar o 2º anticorpo, haverá aglutinação. Página 3 Giovanna Garcia TXXVII Mecanismos da Hiper II 1. Opsonização e fagocitose Há um fagocito com receptor para a porção Fc da IgG, e essa IgG está ligada à um antígeno, ocorrendo fagocitose. Esse antígeno vai ser incorporado. 2. Via clássica do complemento Com a ativação da via clássica, se for em uma célula anucleada, ocorrerá a formação de poros pelo MAC, complexo de ataque a membrana. Ocorrendo lise osmótica. • O complemento é um mecanismo para as células sanguíneas. Porque ele é descartado como mecanismo para a DHRN? Apenas à IgG cruza a placenta. IgM não. Para fixar o complemento é necessário 2 IgGs ou 1 IgM. Estes são os 2 isótipos que ativam o complemento. Mas porque a IgG não fixa o complemento? • Existem 2 proteínas na superfície de células nucleadas que impedem a fixação do complemento e ativação do complemento. Como as hemácias não possuem núcleo, elas permitem a formação de poro e fixação do complemento. Resposta: precisa de 2 IgGs para poder ativar a via clássica. Elas ficam perto uma da outra. Imaginando que o epítopo poderia estar longe um do outro, as IgGs não conseguiriam se ligar e permanecer perto uma da outra. Mostrando que os antígenos RH não são densamente distribuídos na membrana, sendo espaçados. Como estes são espaçados e eu preciso de 2 IgGs para ligar o componente C1q, ela não dá conta de fazer a ligação via IgG. A IgM é um pentâmero e é grande. Por isso com uma IgM é possível ativar o complemento e provocar a lise dentro do vaso. Essa situação ocorre em transfusões ABO incompatível. O sistema ABO é mediado por complemento, dentro de vasos por uma IgM. Antígeno aqui não é proteico. • Via clássica (participação de IgM e IgG), alternativa (parede de bactéria sem presença de complemento) e lectina (lectina e MBL – LECTINA LIGADA A MANOSE). 3. ADCC Anticorpo se liga ao antígeno, vem um fagócito com receptor para a porção Fc da IgG, e ela exerce efeito citotóxico. 4. Lesão tecidual Induzida por anticorpos, envolvendo quimiotaxia, células inflamatórias, depósitos inflamatórios... Estudo Pegou o sangue de um macaco reso, e injetou em uma cobaia (coelho). Esperou 2 semanas mais ou menos e coletou o sangue, separou as hemácias do soro. O soro é a fração que contém anticorpos. Com esse soro, ele pegou 100 indivíduos da população, e viu que 85% dos indivíduos aglutinavam com o anticorpo produzido contra as hemácias do macaco reso, e que 15% não aglutinavam. Ele deu o nome para RH positivo e RH negativo. Página 4 Giovanna Garcia TXXVII Então aquelas hemácias humanas que tinham o antígeno RH assim como esse antígeno também existia no macaco, como o que pingou foi o anticorpo anti RH deu uma reação positiva de aglutinação. E no outro grupo deu uma reação negativa de aglutinação. Gênese dessa doença • BRC são células vermelhas. Células fetais separadas das células da mãe pela placenta e pelo trofoblasto. 1ml já é suficiente para sensibilizar a mãe. O rompimento de barreiras ocorre no parto. Células B específicas para esse antígeno RH são estimuladas (células B da mãe). Isso significa que a mãe já tinha uma cél. B com receptor pronto para o antígeno RH. Num primeiro momento esse linfócito se diferenciou em plasmócito (ocorre de 10 à 12 dias). Num primeiro momento é secretada a imunoglobulina IgM. Pra que serve essa IgM? Para o feto não pois ele acabou de sair da barriga da mãe Essa IgM não consegue destruir todas as células fetais num primeiro momento, pois trata-se de uma resposta imune primária, então uma vez que ela leva tempo para ser produzida ou a quantidade que ela é produzida frente a quantidade que foi derramada não é suficiente para neutralizar totalmente as células fetais, mas confere certa proteção. Só que da mesma maneira que eu formo plasmócitos (que são ascélulas secretoras), formou linfócitos B de memória de longa duração. Então esses linfócitos B de memória, quando encontrarem esse antígeno novamente, uma pequena quantidade de antígeno, eles vão produzir anticorpos que: se ligam em muita afinidade à esse antígeno, produzir anticorpos em maior quantidade e num intervalo de tempo mais curto. Esta se torna uma resposta imune secundária. • Então na 2º gestação eu já tenho linfócitos B de memória, tendo uma resposta secundária, que é a exposição do antígeno. Como o S. imune já criou um clone de células responsivos à esse antígeno, ou seja, células com receptores que se encaixam no antígeno RH. • Agora uma pequena quantidade de antígeno gera uma grande quantidade de IgG de alta afinidade. Troca de classe Os antígenos RH são T dependentes ou independentes? Para que seja produzido um anticorpo contra um antígeno, é necessário o auxílio de células T. A natureza do antígeno deve ser proteico. Pra fazer anticorpos contra um antígeno a célula T deve estimular a B, para o B produzir anticorpos contra ele. A característica dessas respostas é que levam a troca de classe e guardam memória. A memória só ocorre para proteínas. • Outros antígenos como carboidratos não levam a troca de classe nem à memória, sendo um T independente. Então para tais antígenos não formam memória e os LB produzem anticorpos contra tal antígeno sem auxílio da célula T. • O Sistema ABO sanguíneo é um antígeno de açúcar que está na superfície das células vermelhas, no qual são produzidos anticorpos IgM contra eles, causando a hemólise da célula. Página 5 Giovanna Garcia TXXVII Se eu tenho um antígeno A ou B na minha membrana, geralmente pro grupo O você não produz. Se tem A, B ou ambos na membrana, em uma transfusão sanguínea ocorre a produção de IgM. Nós possuímos antígenos A ou B sem nunca ter entrado em contato com esse antígeno. • Tenho células de memória, então mediante à uma pequena quantidade de antígeno, produz-se IgG rapidamente, que cruza a placenta, e provoca hemólise. • Excesso de bilirrubina no tecido nervoso: encefalopatia bilirrubínica, é síndrome clínica. O kernicterus é o achado patológico. O tratamento é fototerapia com luz ultravioleta de baixa intensidade, eliminando o excesso de bilirrubina. Mecanismo de hemólise Os macrófagos do fígado (Kupffer) e do baço vão fazer essa fagocitose. Por isso crianças com DHRN podem nascer com fígado e baço aumentados. Portanto é por opsonização e fagocitose. Anticorpo anti-D (RH) • Neutraliza o antígeno D. • Para que serve recobrir uma hemácia com esse anticorpo na hora do parto? • Primeiro que isso esconde os epítopos do sistema imunológico da mãe. E segundo que essa IgG deixou a porção Fc para trás. A hemácia é circulante, assim quando esta chegar no baço, esses macrófagos vão remover da circulação essas hemácias recobertas por IgG. Primeiro: O anticorpo impede que o LB que tem receptor pro RH se ligue nos epítopos, pois o anticorpo anti-D já está ocupando esses epítopos. Isso impede a sensibilização materna. Impede a formação de clone. Segundo: Elimina da circulação as células fetais RH+ antes do sistema imune adaptativo da mãe reconheça isso como antígeno e processa e apresenta para uma célula T criando uma reposta específica. Que mais tarde pode produzir uma IgG, que atravessa a placenta e causa da doença. Ela é dava no parto para a prevenção. Não vai mudar nada no 1º filho, mas ajuda na prevenção do 2º. Não é vacina, pois já possui anticorpos prontos para neutralizar o antígeno, sendo uma imunização passiva, chamado de soro. Vacina é quando possui um antígeno morto ou atenuado, gerando resposta imune específica de memória. Falam vacina porque protege, é intramuscular. Eritroblastose fetal Como o fígado e o baço destroem muito as hemácias, o organismo tem eritropoiese extramedular também nestes órgãos. As hemácias jovens, na fase de eritroblasto, possuem núcleo. Então quando se faz um exame de sangue nesse paciente enxerga-se vários eritroblastos na corrente sanguínea. É hiper II pois o RH está na superfície das hemácias. Formando um imunocomplexo (antígeno-anticorpo). Não é só incompatibilidade do grupo RH que causa essa doença. Mais frequentemente o sistema ABO causa essa incompatibilidade, mas é menos grave. Já a incompatibilidade RH é menos frequente mas é mais grave. Há outros grupos, mas o principal é o RH. • É padrão TH1. • Se precisa fazer uma transfusão sanguínea intrauterina no feto: células RH -, pois se colocar RH +, como a mãe já tem IgG para tal, ele atravessa a placenta e atacar essas células fetais. Página 6 Giovanna Garcia TXXVII Pode dar a ‘vacina’ de imunoproteção na gestação? SIM, mas tem a questão da dose, pois se por em excesso, como é uma IgG pode cruzar a placenta e a vacina provocar hemólise das células fetais. Ela é uma IgG anti-D. Por isso se dar a dose certa na semana certa, a quantidade de IgG não é capaz de causar hemólise, mas causa proteção. Geralmente 8º semana. Perguntas • O soro de uma mulher RH - grávida da resultado negativo pra Coobms indireto, mas seu soro aglutina na presença de RH +, como interpretar? ® Leitura de Coombs indireto negativo: Ela não possui IgG anti-D aderido à hemácia. Só que seu soro aglutina com RH+, portanto ela tem IgM que é uma aglutinina. Portanto na presença de hemácias RH +, com o soro dela, ocorre aglutinação pois essa possui IgM no soro dela. No caso Porque a doença foi ficando mais grave da 2º para a 3º criança? Toda vez que você é reexposto a um antígeno você reforça sua resposta imunológica específica à esse antígeno. ® Porque mesmo tendo feita a profilaxia no 2º filho, o 3º foi acometido gravemente? Já tinha resposta montada da primeira gestação. A vacina pode impedir uma nova sensibilização. Mas não é suficiente para impedir a doença. Porque a 4º criança não foi acometida? Pode ser RH – ou incompatibilidade ABO. ® Mãe O – e filho A + e pai A + Mãe acaba tendo anticorpos anti-A. De alguma maneira o grupo sanguíneo A ou B protege contra a DHRN. Em uma hemácia há antígeno RH e antígeno A. A mãe possui IgM anti-A e anti-B. Mas a mesma IgM que se liga na célula e provoca formação de poros e destruição dessa hemácia. Se a IgM causa essa destruição, o antígeno RH – desaparece junto com essa hemácia. Portanto, se existe incompatibilidade ABO, isso protege contra a doença hemolítica. Porque quando uma célula fetal cai na corrente sanguínea materna, vai haver na anti-A, só que a mesma hemácia tem anti-D (RH). Se destrói essa hemácia, ela não é mais conhecida pelo sistema imune, não sendo mais substrato para ligação de IgG. Estatisticamente cai de 16% para 7% o risco de DHRN mundial por incompatibilidade ABO. • RH – • Incompatibilidade ABO Caso autoimmune Mecanismo: Opsonização e fagocitose. Tirar o baço melhorou. Melhorou porque é no baço que ocorre a destruição das hemácias opsonizadas por anticorpos da circulação. São chamados o baço e fígado de sítio de depuração fagocítica. Se retirou o órgão, o problema era na opsonização e fagocitose. Corticoide é importante para reações inflamatórias para tratamento de doenças autoimunes, ela teve uma leve melhora do quadro e voltou com tudo. Porque o corticoide não fez com que ela parasse de produzir anticorpos contra aquele antígeno, pois ele tem um tempo de ação. Não se toma corticoide pro resto da vida. Se usa corticoide mais por conta da inflamação e da imunossupressão. Mas no caso, por ser opsonização, é melhor a retirada do baço.
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