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CLASSIFICAÇÃO DE CRIMES

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 
DISCENTE: RHARISSA LAIS LIMA SANTOS 
DOCENTE: LUCIANA FERREIRA PORTELA DE SOUSA 
CURSO: DIREITO 
DISCIPLINA: DIREITO PENAL II 
 
CLASSIFICAÇÃO DE CRIMES 
 
1. Crimes de acumulação 
❖ Ao conceituar o crime de acumulação, Masson (2019, p.361-362) destaca que 
esta classificação tem origem na Dinamarca (“kumulations delikte”), e parte da 
seguinte premissa: determinadas condutas são incapazes, isoladamente, de 
ofender o valor ou interesse protegido pela norma penal. Contudo, a repetição 
delas, cumulativamente consideradas, constitui crime, em face da lesão ou 
perigo de lesão ao bem jurídico. 
❖ Cunha (2019, p.210-212) explica que o legislador, ao criar determinados tipos 
penais, busca proteger interesses supraindividuais [...]. O autor aborda a 
questão da divergência quanto a punição ou não da conduta isolada entre os 
doutrinadores, e defende que o comportamento deve ser punido caso haja 
grande chance de repetição desse por outras pessoas. Para exemplificar esse 
posicionamento, coloca-se o caso de furto da caneta BIC, comportamento que 
possui uma chance mínima de repetição por parte de outras pessoas. Já o ato 
de jogar lixo às margens de um rio, se não reprimido, tem grande chance de 
ser repetido por outros indivíduos, levando a um crime ambiental. 
 
2. Crimes naturais e plásticos 
❖ Masson (2019, p.348) diferencia esses dois delitos colocando que os crimes 
naturais (ou mala per se) são aqueles que violam valores éticos absolutos e 
universais. Plásticos (ou mala prohibita), de seu turno, são os delitos que, 
embora previstos em leis penais, não ofendem valores universais éticos e 
absolutos. Percebe-se que o autor faz a diferenciação utilizando o critério da 
universalidade. 
❖ Cunha (2019, p.215) conceitua que os crimes naturais são aqueles 
comportamentos que sempre foram, são e, provavelmente, serão no futuro 
infrações penais, violando bens jurídicos indispensáveis à convivência 
harmônica em sociedade. Já os crimes de plástico abrangem condutas que, 
no passado, configuravam um indiferente penal, porém, em razão do momento 
histórico e social, passa-se a sentir a necessidade de tipificação. 
Diferentemente do autor supracitado, Sanches utiliza aqui o critério da 
mutabilidade. 
❖ Ambos os autores trazem como exemplo de crime natural o homicídio. Quanto 
aos crimes plásticos, Cleber Masson destaca os crimes contra a Administração 
Pública e contra a ordem tributária, enquanto Rogério Sanches Cunha coloca 
como exemplo os crimes cibernéticos. 
 
3. Crimes parcelares 
❖ Para Masson (2019, p.359-360) crimes parcelares são os delitos da mesma 
espécie que compõem a série da continuidade delitiva, desde que presentes 
os demais requisitos exigidos pelo art. 71, caput, do Código Penal. Para melhor 
entendimento, transcreve-se o artigo citado pelo autor: 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica 
dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, 
maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser 
havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos 
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer 
caso, de um sexto a dois terços. 
Cleber Masson destaca ainda que, o ordenamento penal brasileiro filiou -se, no 
campo do crime continuado, à teoria da ficção jurídica, razão pela qual os diversos 
delitos (parcelares) são considerados, para fins de aplicação da pena, como um 
único crime. 
❖ De maneira mais objetiva, Cunha (2019; p.212) define que o delito em questão 
é o crime que integra uma cadeia de crimes cometidos em continuidade 
delitiva. 
❖ Como exemplo de crimes parcelares, tem-se a situação de vários furtos nas 
mesmas condições de tempo, lugar e maneira de execução. 
 
4. Crimes instantâneos de habitualidade pré-existente 
❖ Para melhor compreensão dessa infração penal, é interessante conceituar 
primeiro o crime instantâneo, o qual é, segundo Nucci (2020, p.238) aquele 
cuja consumação se dá com uma única conduta e não produz um resultado 
prolongado no tempo. Assim, ainda que a ação possa ser arrastada no tempo, 
o resultado é sempre instantâneo, é o caso do homicídio e furto. Já os crimes 
instantâneos de habitualidade pré-existente, ainda seguindo os ensinamentos 
de Nucci (2020, p.239) é a figura típica passível de concretização pela prática 
de uma única conduta, com resultado instantâneo, embora exija, para tanto, o 
desenvolvimento habitual de outro comportamento preexistente. 
❖ O autor coloca como exemplo, o caso de venda de mercadoria proibida pela 
lei brasileira, no exercício de atividade comercial (art. 334-A, § 1.º, IV, CP). 
Assim, não existindo anteriormente a prática habitual de atividade empresarial, 
não se configura o delito nesse tipo penal previsto, embora seja ele 
instantâneo. 
 
5. Crimes ultra complexos 
❖ Antes de definir o crime ultra complexo, é importante que se entenda o crime 
complexo, o qual, de acordo com Cunha (2019, p.203) é aquele crime formado 
por meio da reunião entre dois ou mais tipos penais. Já o crime ultra complexo, 
ainda utilizando as lições de Cunha (2019, p.204) ocorre quando um crime 
complexo é acrescido de outro, este servindo como qualificadora ou majorante 
daquele. Para melhor fixação desse delito o autor traz o seguinte exemplo: 
Imaginemos um roubo (crime complexo) praticado com emprego de arma de 
fogo. Temos, na hipótese, uma unidade jurídica ultra complexa formada pela 
reunião do crime de roubo (nascido da fusão do constrangimento ilegal + 
furto) e o crime de porte ilegal de arma de fogo . Em outras palavras, 
percebemos um crime complexo (roubo) acrescido de outro (porte ilegal de 
arma de fogo), que serve como causa de aumento de pena do crime 
patrimonial. Praticados no mesmo contexto fático, com o f im de evitar bis in 
idem, o assaltante, no caso, deve responder apenas pelo roubo majorado 
(art. 157, § 2°, inc. I, do CP). Assim vem decidindo o STJ: "A conduta de 
portar arma ilegalmente é absorvida pelo crime de roubo, quando, ao longo 
da instrução criminal, restar evidenciado o nexo de dependência ou de 
subordinação entre as duas condutas e que os delitos foram praticados em 
um mesmo contexto fático, incidindo, assim, o princípio da consunção" (STJ 
HC 178.561/DF) (CUNHA, 2019, p.204). 
 
6. Crimes de expressão 
❖ Ao buscar o conceito de crime de expressão nos manuais de direito penal, 
encontrou-se semelhança nas definições postas pelos autores, sendo esses 
Capez (2018), Masson (2019) e Cunha (2019). Assim, de modo geral, esse 
delito é caracterizado pela existência de um processo intelectivo interno do 
autor, que processa a informação que recebe e se expressa inveridicamente. 
❖ Os três autores trazem como exemplo em comum o crime de falso testemunho, 
no qual, como coloca Cunha (2019, p.208) a falsidade não se extrai da 
comparação do depoimento da testemunha com a realidade dos fatos (teoria 
objetiva), mas sim do contraste entre o depoimento e a ciência da testemunha 
(teoria subjetiva). 
 
7. Crimes de responsabilidade 
❖ Masson (2019, p.355) destaca que os crimes de responsabil idade se dividem 
em próprios (os quais podem ser comuns, ou seja, previstos no Código Penal, 
ou especiais, sendo assim, previstos na legislação especial) e impróprios 
(infrações político-administrativas). Esses últimos são apreciados pelo Poder 
Legislativo, e a sua prática redunda na imposição de sanções políticas. 
❖ Cunha (2019, p.213) de maneira semelhante ao autor supracitado, define que 
esse delito pode ser próprio ou impróprio. Sendo o próprio uma infração penal 
comum cometida por determinados agentes, julgada pelo Poder Judiciário, e o 
impróprio uma infração político-administrativa, cuja apreciação e punição 
política (impeachment) são atribuídas ao Poder Legislativo. 
❖ Já Greco (2017, p.269-270) coloca que por intermédio das sanções previstasnos diplomas legais que cuidam do crime de responsabilidade, embora 
possuam essa denominação, não se infligem sanções de natureza penal, mas, 
sim, aquelas de cunho político-administrativo, conduzindo à aplicação de 
sanções políticas, a exemplo da perda do cargo e a inabilitação por um período 
predeterminado. 
❖ A Súmula Vinculante nº 46 do Superior Tribunal Federal traz que: “A definição 
dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas 
de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.” 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Decreto Lei nº 2848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Brasília. 
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 46. Brasília, 2015. 
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: parte geral. São Paulo: Saraiva 
Educação, 2018. 
CUNHA, Rogério Sanches. Manual de direito penal: parte geral (arts. 1º ao 120). 
Salvador: Juspodivm, 2019. 640 p. 
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte geral. 19. ed. Niterói: Impetus, 2017. 
MASSON, Cleber. Direito Penal: parte geral (arts. 1º ao 120). Rio de Janeiro: 
Forense, 2019. 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. 16. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2020.

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