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Resenha UniBF - Possibilidades de atuação do bibliotecário e sua importância no auxílio aos usuários na busca por informação

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Nome: Ágila Garcia Bezerra
Curso: Especialização em Gestão de Bibliotecas Públicas
Disciplina: Administração, Tratamento e Organização de Bibliotecas
Tema: Atividades exercidas pelo bibliotecário e a sua importância em auxiliar o público na busca do conhecimento
Historicamente tem se construído um estereótipo acerca do bibliotecário e do seu ofício. Normalmente ao se pensar nesse profissional, surge a imagem de alguém que usa óculos, de personalidade introvertida e que repetidamente exige silêncio, sempre de mal humor. No exercício de suas atividades é comum associá-lo a uma espécie de “guardião de livros”, cujos esforços se resumem a mera organização de exemplares em prateleiras.
Todavia, engana-se quem acredita ser a atuação do bibliotecário limitada a custódia de itens bibliográficos. Esse profissional tem se reinventado com o passar dos anos e atualmente figura em diversas frentes de trabalho. No Brasil, o desempenho da profissão é privativo aos bacharéis em Biblioteconomia sendo exigidos, no mínimo, quatro anos de graduação, além de registro no Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB). 
 Na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) os bibliotecários integram a categoria de profissionais da informação, pois atribui-se a esse profissional as tarefas de tratamento, organização e disseminação da informação. Por estar presente em todo o ciclo de processamento da informação, o bibliotecário pode atuar como gestor, educador, consultor, editor etc.
A visão contemporânea que temos do bibliotecário deve-se em grande parte ao surgimento da ideia de biblioteca pública cunhada no período do Renascimento. Assim, estando a biblioteca no bojo das transformações sociais da época e por representar o principal local de trabalho da categoria, assume uma nova concepção, funciona não mais como um esconderijo, mas como um local de preservação e circulação do conhecimento. Sob essa visão, o bibliotecário é o profissional habilitado para auxiliar os usuários da informação em questões tais como: pesquisa, busca e recuperação do conhecimento. 
Ao adentrar uma biblioteca o primeiro contato que o usuário tem é com o Serviço de Referência, considerado como o “cartão de visitas” de uma unidade de informação. Nesse setor o bibliotecário realiza o atendimento ao usuário propriamente dito, ou seja, procura suprir as necessidades informacionais daqueles por meio de estratégias de busca. Recorre-se ao setor de referência em casos de consultas pontuais e recorrentes a exemplo das enciclopédias, dicionários, catálogos etc. 
O bibliotecário que atua no Serviço de Referência também é responsável pelo treinamento de usuários. Atividade que consiste na orientação da comunidade usuária a fim de que seja capaz de utilizar corretamente os serviços oferecidos pela biblioteca. Isso pode ser feito por meio de ações diversas, como palestras, oficinas, cursos, visita monitorada entre outras possibilidades. 
Ainda sobre as funções do bibliotecário do Serviço de Referência estão a normalização de trabalhos acadêmicos e o Serviço de Alerta e Disseminação Seletiva da Informação. Cabe a esse profissional instruir os usuários a respeito das normas técnicas de padronização de documentos, a exemplo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e American Psychological Association (APA). 
Já o Serviço de alerta e DSI traduz-se na divulgação das novidades adquiridas pela biblioteca por meio de envios periódicos aos usuários interessados naquele assunto em questão. Para tanto, o bibliotecário deve conhecer as preferências e interesses informacionais de seus consulentes a fim de que a disseminação da informação seja relevante e eficaz.
O processamento técnico talvez seja a tarefa mais conhecida atribuída ao bacharel em Biblioteconomia. Faz parte do processamento técnico a indexação, classificação e catalogação dos itens constituintes do acervo de uma unidade de informação. Dá-se o nome de indexação às etapas de análise documental, identificação dos conceitos discutidos nos documentos e a validação desses termos mediante o auxílio de um vocabulário controlado. 
Depois de identificar o assunto de um documento o bibliotecário prossegue à classificação, atividade em que se atribui um número convencionado oriundo de alguma tabela de classificação bibliográfica, dentre as mais utilizadas pelas bibliotecas estão a Classificação Decimal de Dewey (CDD) e a Classificação Decimal Universal (CDU). 
O próximo passo é catalogar os itens que irão compor o acervo. É da alçada do bibliotecário realizar esse processo, o qual versa sobre descrever minuciosamente a estrutura física das obras. É nessa etapa que o bibliotecário realiza a chamada leitura técnica do documento a fim de extrair todas as informações possíveis que caracterizem e individualizem aquele documento a saber: autor, editor, organizador, subtítulo, editora, ano de publicação, volume, número, formato, número de páginas, suporte, número internacional normalizado (ISBN ou ISSN). Todo esse processo de descrição é orientado e padronizado pelo Código de Catalogação Anglo Americano (AACR2) e as oito áreas da descrição seguem a ordem estabelecida pela International Standard Bibliographic Description (ISBD).
O bibliotecário catalogador também é o profissional que irá elaborar a chamada ficha catalográfica. A confecção da ficha catalográfica está reservada somente a esse profissional, com registo ativo no CRB, por deter de conhecimentos especializados para a produção da mesma. A ficha catalográfica localiza-se no verso da folha de rosto e traz descritos os dados que permitem identificar aquela obra. Acrescenta-se a ela o número de chamada e as pistas. 
O número de chamada é um código composto pela classificação de assunto e a Classificação de Cutter (código do sobrenome do autor), é por essa numeração que um livro poderá ser localizado dentro do acervo de uma biblioteca, é como se fosse o endereço daquele documento. As pistas são os assuntos tratados em um documento. Por meio desses termos ou palavras-chave o documento poderá ser recuperado quando solicitado.
Outro processo de extrema importância na rotina de uma biblioteca e que o bibliotecário desponta como peça central é o desenvolvimento de coleções. Composto por seis etapas cíclicas, o procedimento inicia com o estudo de comunidade, que nada mais é do que o levantamento do perfil da comunidade a ser atendida pelos serviços bibliotecários. Em seguida, tem-se a estruturação da política de seleção, documento geralmente redigido por uma equipe multidisciplinar tendo como articulador a pessoa do bibliotecário. Essa política visa elencar critérios para inclusão ou não de novas obras ao acervo. 
Prosseguindo as etapas do desenvolvimento de coleções avança-se para o momento da seleção, no qual o bibliotecário, ciente dos requisitos de inclusão e exclusão de obras prescritos na política de seleção, comporá uma lista de títulos candidatos à compra, essa lista deve ser construída levando-se em conta as sugestões dos usuários da unidade de informação bem como a opinião de especialistas nas diversas áreas do conhecimento abrangidas pelo acervo da biblioteca ou centro de documentação. Dá-se a essa enumeração de títulos de lista de desiderata. 
Ainda percorrendo a cadeia cíclica mencionada por Waldomiro Vergueiro, tem-se a hora da decisão, onde os livros serão de fato obtidos na etapa da Aquisição. A aquisição é entendida como uma operação meramente administrativa. Os itens podem ser granjeados à coleção da biblioteca mediante compra, doação ou permuta. Compete ao bibliotecário supervisionar e coordenar o andamento de todas essas modalidades de aquisição. 
Outra etapa do desenvolvimento de coleções é o desbastamento. O bibliotecário atuante nesse processo deve desenvolver uma visão sistemática da coleção sujeita à análise a fim de que não cresça desordenadamente. Desbastar é um termo proveniente da Biologia cujo sentido é o de podar, assim abre-se espaço para a inserção de novos documentos ao acervo. Logo, o bibliotecário pondera quais itens devem ser descartados(seleção negativa), remanejados ou restaurados, haja vista a analogia de Ranganathan ao dizer ser a biblioteca um organismo em crescimento. Por fim, tem-se a avaliação, que consiste na checagem de todas as etapas com vistas a ajustar aquelas em desacordo com os propósitos do gestor e da unidade de informação a que se destina.
Em relação à importância do auxílio de um profissional habilitado em Biblioteconomia na busca de informação, podemos citar a quantidade excessiva de informações a que se tem acesso graças ao advento da internet. Entretanto, mais do que acumulá-las é preciso saber selecioná-las, visto a crescente divulgação de informações falsas na rede. Para tanto a sociedade pode contar com a assistência de um bibliotecário. 
O bibliotecário está apto a indicar quais as melhores fontes de informação para assuntos específicos, quais os critérios de avaliação para que um documento seja julgado pertinente à questão inicial de busca, quais termos descritores são mais adequados; visando a maior precisão nos resultados recuperados, quais aspectos ponderar a fim de certificar-se da qualidade dos dados obtidos.
Portanto, diante da discussão aqui desenvolvida o profissional bibliotecário emerge como um mediador entre informação e usuário, bem como desempenha a função de guia no imenso “mar de informações”, incumbido de garantir e disponibilizar à coletividade o acesso, a integridade e a qualidade da informação com vistas à geração de conhecimento.

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