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UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA – UNIP 
 
 
 
 
Fernando Titara Fukui - RA 1992217 
 
 
 
 
 
Ata Notarial 
Projeto Integrado Multidisciplinar PIM VIll 
 
 
 
 
 
 
 
 
Polo Japão 
2020 
 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA - UNIP 
 
Fernando Titara Fukui - RA 1992217 
 
 
 
 
 
Ata Notarial 
Projeto Integrado Multidisciplinar PIM VIll 
 
 
 
Projeto Integrado Multidisciplinar VIll apresentado 
à Universidade Paulista Interativa – UNIP, 
como parte da avaliação para obtenção 
do título de Gestor de Serviços Jurídicos 
Notariais e de Registro. 
Professora orientadora: Prof. Camila Francis 
 
 
 
Polo Japão 
2020 
 
 
Sumário 
1. O que se entende por ata notarial? ...................................................................... 4 
2. Para que serve a ata notarial? .............................................................................. 4 
3. O que se deve conter a ata notarial? .................................................................... 4 
4. Em que situação utilizar uma ata notarial? ........................................................... 5 
5. Como o Magistrado utilizou a Ata Notarial? .......................................................... 6 
6. Quais os fundamentos jurídicos aventados na decisão para utilização (ou não) 
da Ata Notarial na solução do litigio? .......................................................................... 7 
7. De acordo com encontrados na sua pesquisa, a Ata Notarial se revelou como 
instrumento útil na obtenção da justiça? Explique. ...................................................... 8 
8. Conclusão ............................................................................................................. 8 
9. Bibliografia ............................................................................................................ 9 
 
1 
 
 
RESUMO 
Este trabalho propõe uma análise sobre o uso da ata notarial como meio 
de prova no direito brasileiro. Partindo desse ponto, estuda a função notarial no 
Brasil, os princípios típicos e atípicos que lhes são aplicáveis, bem como as 
competências exclusivas do tabelião de notas previstas pelo art. 7º da Lei nº 
8.935/94. Verifica também o conceito, objeto, forma, estrutura, requisitos e tipos de 
atas notariais frente à realidade do notariado brasileiro. Vencidos esses pontos, 
estuda as principais características do direito probatório brasileiro e os meios típicos 
de prova trazidos pela Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015 (Novo Código de 
Processo Civil), dentre os quais está a ata notarial. Dessa forma, observa que antes 
da vigência do CPC/2015, que se deu em 18 de março de 2016, quando ainda 
vigorava a Lei nº 5.869 de 11 de janeiro de 1973 (CPC/1973), a ata notarial era 
utilizada como meio atípico de prova no direito processual civil com base no princípio 
da atipicidade da prova e na interpretação dos artigos 212 e 215, do Código Civil; 
332 e 364, do CPC/1973; art. 19, II, da CF/88 e jurisprudência pátria. Após a 
vigência do CPC/2015, a ata notarial passou a ser prevista como meio típico de 
prova pelo artigo 384 do novo codex, o que permite que seja feita uma reflexão 
jurídica a respeito das alterações trazidas por esta adequação legislativa e os 
benefícios jurídicos e sociais capazes de serem alcançados com a nova roupagem 
conferida a este importante meio de prova. 
 Palavras-chave: ata notarial. meio de prova. tabelião de notas. 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 ABSTRACT 
This research seeks to analyze the use of Notary Public Records as 
means of proof. Thus, this academic work aims to study the role played by the Notary 
Public Offices in Brazil, the typical and atypical principles that it are applied to them 
as well as the exclusive competence of the Notary Public provided by article 7 of the 
Law nº. 8.935/94. It also contemplates the verification for the concept, object, shape, 
structure, requirements and types of Notary minutes regarding the reality of the 
Brazilian Notary Public Office services. Notwithstanding, it studies the main 
characteristics of the Brazilian law of evidence and the typical means of proof 
brought by Law nº. 13.105, of March 16, 2015, also entitled as the New Code of Civil 
Procedure, among which are the notary minutes. Thus, it reveals that before the term 
of the New Code of Civil Procedure of 2015, which occurred on March 18, 2016, 
when it was still in force the Law nº. 5,869 of January 11, 1973, also known as the 
former Code of Civil Procedure of 1973, the notary minutes were used as an atypical 
mean of proof in civil procedural law on the basis of atypical proof and interpretation 
of articles 212 and 215 of the Civil Code, articles 332 and 364 of the former Code of 
Civil Procedure of 1973, article 19, section II, of the Federal Constitution of 1988 and 
federal jurisprudence. After the term of the New Code of Civil Procedure of 2015, the 
notary minutes started to be legally ensured as typical means of proof provided by 
the article 384 of the New Code of Civil Procedure, which allows a legal reflection on 
the changes introduced by the legislative adequacy and the social and legal benefits 
that can be achieved with this new legal tool regarding this important mean of proof. 
 Keywords: notary minute. means of proof. notary public 
 
 
 
 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
 A Constituição Federal de 1988 (CF/88) 1 modificou o regime jurídico da 
função notarial e registral no Brasil com a redação de seu art. 236, sendo que os 
cartórios deixaram de integrar os órgãos da Administração Pública Direta e 
passaram a ser representados por particulares que prestam serviço público e 
recebem a delegação do serviço notarial ou registral por meio de concurso público 
obrigatório, submetidos à fiscalização do Poder Judiciário. 2 Entretanto, apenas 
após 1994, com o advento da Lei nº 8.935 3 de 18 de novembro de 1994, conhecida 
como Lei dos Cartórios, que regulamenta o art. 236 da CF/88, é que os registros 
públicos passaram por efetivas mudanças, ganharam melhor regulamentação e 
diretrizes mais bem estabelecidas para o exercício dos serviços notariais e de 
registro em todas as suas espécies e, notadamente, há cerca de uma década essa 
atividade tem sido considerada um dos apoios mais promissores do sistema jurídico 
para desafogar o Poder Judiciário do grande volume de processos. Um bom 
exemplo da relevante atuação das serventias extrajudiciais neste sentido é a 
possibilidade de se fazer inventário, partilha, divórcio consensual e separação 
consensual por via administrativa, diretamente nos tabelionatos de notas, novidade 
esta trazida pela Lei nº 11.441 4 de 04 de janeiro de 2007. Os serviços notariais e de 
registro, de acordo com o art. 1º da Lei nº 8.935/94, são serviços cuja finalidade é 
garantir a publicidade, autenticidade, eficácia e segurança aos atos jurídicos e 
podem ser divididos em tabelionatos de notas, tabelionatos e oficiais de registro de 
contratos marítimos, tabelionatos de protestos de títulos, oficiais de registro de 
títulos e documentos e civis das pessoas jurídicas, oficiais de registro de imóveis, 
oficiais de registro civil das pessoas naturais e de interdições e tutelas e oficiais de 
registro de distribuição, conforme art. 5º da Lei nº 8.935/94. O foco deste trabalho é 
o tabelionato de notas e suas competências exclusivas. 
 
 
 
 
4 
 
 
1. O que se entende por ata notarial? 
A ata notarial é um instrumento público (a exemplo da escritura pública) 
pelo qual o tabelião ou outra pessoa autorizada no cartório (preposto), por 
solicitação da pessoa interessada, constata (relata) fielmente fatos, coisas, pessoas 
ou situações para comprovar a sua existência ou o seu estado. 
É a confirmação, pelo tabelião (ou seus prepostos), em razão da fé 
pública, da existência e das circunstâncias que caracterizam o fato, enquanto 
acontecimento juridicamente relevante,relatado por uma pessoa. 
Pode ser objeto da ata notarial tudo aquilo que não seja objeto de 
escritura pública. A diferença básica entre ambas é a existência, ou não, de 
declaração de vontade, que está presente na escritura pública e ausente na ata 
notarial. Na ata há a narração de um fato, que caracteriza-se pela ausência de 
manifestação de vontade. 
 
2. Para que serve a ata notarial? 
A ata notarial serve para pré-constituir prova de fatos, cujo testemunho do 
tabelião, com fé pública, confere a veracidade da prova para qualquer fim, inclusive 
judicialmente. Tem a força de provar a integridade e a veracidade de fato, atribuir 
autenticidade, fixar a data e hora, assim como comprovar, inclusive, a existência do 
conteúdo ofensivo/criminoso. 
 
3. O que se deve conter a ata notarial? 
A ata notarial, em regra, deve conter a qualificação da pessoa que solicita 
(pessoas físicas capazes e incapazes maiores de dezesseis, procuradores e 
pessoas jurídicas), com comprovação da condição, a data e hora precisas da 
verificação dos fatos, o local da ocorrência dos fatos ou da constatação (a exemplo 
5 
 
do acesso à internet), a descrição do fato a ser descrito ou presenciado (objeto), que 
podem ser caracterizados como lícitos ou ilícitos, físicos, eletrônicos e sensoriais e a 
finalidade do procedimento (intenção do solicitante). 
 
4. Em que situação utilizar uma ata notarial? 
Existem muitas situações onde é possível utilizar a ata notarial no dia a 
dia das pessoas, para constituir prova, ainda mais no atual mundo “cibernético”, que 
em um momento se publica algo e em outro momento, se exclui. Vejamos alguns 
tipos de atas notariais: 
a) Ata notarial de presença e declaração: ata em que o tabelião fará 
narrativa fiel, em linguagem jurídica, da declaração do interessado, puras e simples 
que atingem direitos próprios (sentido de se manifestar, fazer valer o direito). Como 
exemplo atas de reuniões de condomínio, quando há litígio, um grupo de 
condôminos pode ser prejudicado pela redação oficial dos fatos desenrolados em 
assembleia e atas de reuniões societárias, quando há um litígio, um sócio ou um 
grupo pode prejudicar outros sócios pela redação oficial dos fatos desenrolados na 
reunião ou assembleia; 
b) Ata notarial de verificação de fatos na rede de comunicação de 
computadores ou internet: nesta ata o interessado solicita ao tabelião que acesse 
um determinado website na internet e verifique um determinado conteúdo, narrando 
e materializado tudo aquilo que presenciou (uso indevido de imagens, textos, 
logomarcas, fatos contendo difamações, injúrias etc.). Também pode atestar o 
conteúdo de facebook, publicações em snapchat, twitter e outras redes sociais, 
como também de mensagem eletrônica (e-mail), constando o conteúdo da 
mensagem e o IP emissor; 
c) Ata notarial de verificação de fatos em diligência: nesta ata descreve-se 
situações diversas e imprevisíveis, a exemplo de em diligência, o tabelião encontre 
algum fato em determinada parte da cidade, que presencie e verifique um diálogo 
telefônico que o interessado fará a um determinado número, de modo que o diálogo 
será transcrito fielmente para o instrumento notarial ou que constate a existência de 
placa publicitária (outdoor) e transcreva seu conteúdo fielmente. Também, que o 
6 
 
tabelião presencie a abertura de cofres bancários, como prova da existência do 
conteúdo no momento da abertura, forçada ou não, do cofre, a entrega de chaves 
por parte do locatário ou eventual recusa em aceitá-las por parte do locador ou 
mesmo ateste o estado físico de um imóvel ou um bem móvel; 
d) Ata notarial de comparecimento e ausência de outrem: nesta ata o 
interessado na qualidade de compromissário-comprador em instrumento particular 
de compromisso de compra e venda, já quitado, cujo vendedor tentando impor 
embaraços ao cumprimento da obrigação, ou seja, a outorga de escritura definitiva, 
o interessado poderá notificá-lo a comparecer em cartório, tal hora, para fins de 
outorga de escritura definitiva; 
e) Ata notarial de notoriedade: ata que verifique a existência e a 
capacidade de determinada pessoa, atestando que reconhece a pessoa como a tal, 
e que a mesma aparenta boas condições físicas e mentais, tendo ela declarado a 
ele, ora tabelião que não se encontra interdita ou em processo para tanto, o que a 
capacita para todos os atos da vida civil, conforme a correlata lei civil. 
 
5. Como o Magistrado utilizou a Ata Notarial? 
 
O magistrado utiliza os fatos devidamente provados para deduzir aqueles 
que não foram plenamente provados. 
Invariavelmente, além dos meios consagrados de prova no meio 
processual civil, temos no direito brasileiro um outro meio de comprovar os 
acontecimentos e coisas relevantes juridicamente. 
A ata notarial se presta para materializar e comprovar fatos com intuito de 
resguardar o direito na sua mais alta validez. 
Devido ao progresso humano e tecnológico, há inúmeros acontecimentos 
nos mundos físico e virtual de difícil comprovação. 
7 
 
Apesar da enorme força probante que a ata notarial contém, são poucos 
os operadores do Direito que conhecem e se utilizam desta ferramenta veraz e 
eficaz. 
Como é sabido, a ata notarial é prevista em nosso ordenamento jurídico 
por meio da Lei Federal 8.935/94, em seus artigos 6º e 7º, incisos III, mas cumpre 
recordar que ata já era prevista implicitamente no artigo 364 do Código de Processo 
Civil, não com esta roupagem. 
Dentro deste enfoque, são diversos os acontecimentos lícitos ou ilícitos 
que podem se apresentar no âmbito do Direito e nas suas ramificações. 
Para fins probatórios, a cada caso, o advogado proferirá seu saber 
jurídico para melhor comprovar o acontecimento e pré-constituir prova a favor da lide 
e para verdade dos fatos. 
 
6. Quais os fundamentos jurídicos aventados na decisão para utilização (ou 
não) da Ata Notarial na solução do litigio? 
Assim, diante dos acontecimentos voláteis e dinâmicos, podemos citar 
alguns fatos autenticáveis, que os advogados e cidadãos podem se utilizar: 
— diálogo telefônico em sistema de viva-voz; 
— acontecimentos na Internet ; 
— uso e disponibilização indevida de música (MP3); 
— existência de mensagens eletrônicas (e-mails); 
— existência e capacidade de uma pessoa natural (atestado de vida); 
— declarativa; 
— transmissão e exibição de programa televisivo; 
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— vacância ou abandono de imóvel alugado; 
— existência de projeto sigiloso e atribuição de autoria (propriedade 
industrial); 
— existência de documentários, filmes, propaganda, programas de 
computador e atribuição de autoria (propriedade intelectual); 
— cópia e transferência de dados entre disco rígido (HD) como geração 
de hash; 
— devolução de chaves de imóvel alugado; 
— existência de arquivos eletrônicos; 
— compra de produto em estabelecimento comercial, etc. 
 
7. De acordo com encontrados na sua pesquisa, a Ata Notarial se revelou 
como instrumento útil na obtenção da justiça? Explique. 
A ata notarial pode servir como robusto documento público para a 
comprovação de fatos tangíveis e intangíveis. E, não poderíamos deixar de lembrar, 
que a fé pública notarial impõe a presunção legal de veracidade, acautela direitos e 
previne litígios e suspeições. 
 
8. Conclusão 
 
Este estudo, que teve por objetivo analisar a ata notarial como meio de 
prova no ordenamento jurídico brasileiro, com especial atenção às alterações 
trazidas pelo novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015). 
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A finalidade da prova é formar o convencimento do magistrado e o 
destinatário da prova é, então, o magistrado, o juiz, o julgador. O objeto da prova 
são os fatos relevantes e pertinentes ao processo, fatos estes que devem ser 
controvertidos, não notórios e não submetidos à presunção legal. 
A valoração da prova deve ser feita pelo juiz e o sistema de valoração da 
prova que se deve utilizar é o sistema dolivre convencimento motivado ou da 
persuasão racional, em que o juiz se limita à prova produzida nos autos, mas seu 
convencimento é livre, desde que seja motivado. Este sistema de valoração 
encontra um ponto de equilíbrio entre os antigos sistemas de valoração da prova 
 
9. Bibliografia 
Bortolotto, R. R. (22 de 11 de 2020). http://www.bortolotto.adv.br/blog/?s=ata+notarial. Fonte: 
Bertolotto Advogados: http://www.bortolotto.adv.br/blog/?s=ata+notarial 
Rodrigues, F. L. (19 de 11 de 2008). https://www.conjur.com.br/. Fonte: Consultor Juridico: 
https://www.conjur.com.br/

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