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Psicodiagnóstico V, cap. 27 - CAT

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CAT e sua interpretação dinâmica
Psicodiagnóstico V, cap. 27
Considerações Gerais
- O CAT (Children’s Apperception Test) é um instrumento importante de diagnóstico e de tratamento dos diferentes transtornos clínicos infantis CAT é a forma infantil do TAT
- É útil para determinar os fatores dinâmicos relacionados com as reações infantis em um grupo, na escola e família
- Seu manejo requer do psicólogo conhecimentos aprofundados sobre a psicodinâmica, bem como sobre o desenvolvimento infantil
- Além do conteúdo projetivo, expressa a aquisição de funções mentais e as conquistas intelectuais
- Na abordagem interpretativa do material projetivo infantil, é indispensável trabalhar com esquemas claros do desenvolvimento evolutivo normal e, portanto, das conquistas de pensamento e adequação à realidade de cada momento cronológico
- Interpretando o teste, lâmina por lâmina, pode-se investigar modalidades clínicas manifestas e latentes na estruturação da personalidade
- É fundamental que o clínico conheça a história da criança, antes de aplicar o teste: situação familiar, questões de saúde/
doença, desenvolvimento da criança
- É função do psicólogo clínico integrar e interpretar, com base nos fatos e achados, as dificuldades da criança e pesquisar formas de auxiliar a ela e às pessoas envolvidas com seus cuidados
Análise e interpretação do CAT segundo Bellak e Bellak
- É um teste aperceptivo, um instrumento que permite a investigação da personalidade, o estudo da dinâmica de cada um
- As verbalizações do CAT refletem o conteúdo latente, os processos psíquicos da criança é possível levantar hipóteses sobre a organização da personalidade infantil
- Segundo Bellak e Bellak, cada história deve ser analisada nos seguintes itens:
	Tema Principal
	A história pode conter um tema ou vários temas importantes, procura-se identificar um denominador comum ao longo das histórias
	Herói
	- É o personagem com quem o sujeito mais se identifica, a figura em torno da qual a história se desenvolve. Costuma ser semelhante a ele, em sexo e idade A imagem do herói retrata a imagem que o sujeito tem de si mesmo e/ou o papel social que desempenha, nesse quesito é importante ficar atento a como a criança o descreve
- Pode haver identificação com diferentes heróis
- A identificação com o herói secundário também é importante, porque este representa sentimentos e atitudes inconscientes do sujeito
	Necessidades do herói
	- Elas podem corresponder às necessidades do sujeito, em termos de realidade ou de fantasia
	Figuras, objetos ou circunstâncias introduzidos
	- É um passo importante na interpretação
	Figuras, objetos ou circunstâncias omitidos
	- O que sugere que não os deseja naquele lugar, fornecendo indícios sobre conflitos com eles relacionados
	Concepção do mundo
	- Pode envolver percepções inconscientes e distorções aperceptivas pela memória
	Como são vistas as figuras
	- Como percebe as figuras com relação a si mesma e como reage diante delas, isso permite identificar vulnerabilidades relacionadas com diferentes estágios do desenvolvimento da personalidade
	Conflitos significativos
	- É importante procurar identificar a natureza dos conflitos manifestos nas histórias, assim como os mecanismos de defesa empregados
- Revela dados para a compreensão de componentes neuróticos e sobre a formação do caráter
	Natureza das ansiedades
	- O enredo das histórias fornece subsídios para reconhecer ansiedades
associadas a desejos inconscientes e
defesas empregadas contra elas
- É possível identificar vulnerabilidades específicas, que facilitam a formulação do diagnóstico e do prognóstico
	Principais defesas
	- As defesas mostram a habilidade ou não do sujeito de lidar com estímulos
externos e internos, sendo reveladoras de aspectos de seu desenvolvimento
	Severidade do superego
	- A desproporção do castigo, em relação à transgressão, reflete a severidade do superego
	Integração do ego
	O modo como a criança enfrenta as demandas dos impulsos e da realidade externa mostra-nos o funcionamento
de seu ego
- O desenvolvimento do ego deve
ser avaliado, com referência à fase em que a criança se encontra,
- Haworth (1966) propôs um guia útil para a análise dos principais mecanismos de defesa manifestos no CAT: formação reativa, ambivalência, isolamento, repressão, negação, simbolização, regressão
- O CAT tem sido empregado com crianças enlutadas. A morte de um familiar próximo ou de uma pessoa amiga constitui-se em um dos eventos estressores mais significativos
- Se, nas verbalizações do CAT, nenhuma referência ao pesar e à perda se fizer presente, há sinal de alguma patologia essa criança poderá apresentar dificuldades de aprendizagem e/ou de conduta; manifestações psicossomáticas e outros desajustamentos
- Crianças enlutadas podem narrar histórias com expectativas mágicas
- Em trabalhos de pesquisa usando o CAT, foram encontrados indicadores de depressão, tendências maníacas e de esquizofrenia
- Depressão: capacidade associativa inibida, produção pobre, histórias curtas, com reduzida expressão de emoção, finais pessimistas; temas referentes à fome, insatisfação, privação,
solidão, tristeza, separações...
- Tendências maníacas: rápida resposta à lâmina, grande número de associações, histórias longas, coloridas; presença de temas como alegria, passeios, satisfação oral, ênfase nos detalhes; os personagens solucionam todos os problemas etc.
- Indicadores de esquizofrenia infantil: percepções distorcidas, adições indiscriminadas, associações fracas, histórias vagas, confusas, desajustes em relação ao estímulo, projeções da criança; contaminações com lâminas anteriores; palavras sem sentido; confusão, perda de limites, produção empobrecida......
Conclusão
Haworth (1966) propôs alguns itens para a síntese global do CAT:
- Nível intelectual: Não é objetivo do CAT classificar a inteligência, mas pode-se chegar a uma compreensão de aspectos intelectuais, a partir da escolha das palavras nas verbalizações, da formulação coerente das ideias
- Contato com a realidade: Produção de material não adequado aos estímulos da lâmina, com distorções, denota prejuízo no contato com a realidade
- Relações interpessoais: acesso às atitudes da criança para com seus pais, irmãos e outros personagens, que podem mostrar dependência, medo, solidão.
- Padrões afetivos: É necessário, na síntese final, retomar os sentimentos manifestos nas verbalizações: alegria, tristeza, pesar e outros É importante verificar quem oferece apoio, o manejo da agressividade, quem agride, quem é agredido; se há presença de culpa ou não
- Mecanismos de defesa: É fundamental identificar as defesas mais comuns que aparecem nas verbalizações
- Integração do ego e ajustamento: atitudes para consigo mesmo: competência, segurança pessoal, egoísmo, domínio, independência
- Níveis de desenvolvimento psicossexual: Identificação da maturidade infantil, através dos temas e das respostas às situações específicas de cada história
- Desenvolvimento do superego: As histórias podem revelar imaturidade, fragilidade, culpa, expectativa de punição, severidade do superego.
- É relevante observar o ajustamento global da criança à situação do teste: capacidade de adaptação, produção adequada à idade cronológica, controle pertinente
- Sugere-se ainda: 
· A observação dos temas, heróis e suas necessidades
· A concepção do ambiente e das figuras que são significativas para o sujeito
· Os conflitos, as ansiedades, os mecanismos de defesa e a severidade do superego
· Os desfechos das histórias

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