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Interpretação dos Perfis Geofísicos na Indústria da Água Subterrânea NÚCLEO BA-SE Novembro/2021 BIBLIOGRAFIA CURSO DE PERFILAGEM APLICADA 1. Introdução à Perfilagem Geofísica de Poços: equipamentos, volumes de investigação e resoluções ferramentais. apresentação dos perfis, 2. Fundamentos da Perfilagem: O meio ambiente de uma ferramenta de perfilagem: O processo de invasão. 3. Perfis Litológicos 3.1 – raios gama naturais: características e detecção das radiações naturais- aplicações, interpretação, vantagens e desvantagens. 3.2 – Potencial Espontâneo: interpretação, vantagens e desvantagens. 4. Perfis de Resistividade 4.1 - Perfis de Resistividade Galvânicos e Indutivos: Princípios ferramentais, interpretação, vantagens e desvantagens de cada tipo. 5. Perfil do Cáliper 5.1 - Perfil de Calibração do Diâmetro do Poço – Cáliper: Aplicações, interpretação, vantagens e desvantagens de cada tipo. 6. Perfis de Porosidade 6.1 - Perfis Acústicos princípio ferramental, equações de Wyllie e Raymer. Problemas operacionais vantagens e desvantagens. 7. Integração dos Dados Adquiridos 7. Interpretação Integrada dos Perfis Geofísicos: possibilidade de definição ambiental, argilosidades, porosidades, teor de sais totais. PERFILAGEM GEOFÍSICA ou GEOFÍSICA DE POÇO (criada, desenvolvida e Fomentada pela indústria do petróleo), estuda o conjunto de técnicas de aquisição, processamento e interpretação das propriedades físicas das rochas atravessadas por um poço, com os objetivos de: 1. Produzir um modelo geológico da acumulação de um bem mineral ou fluido; 2. Qualificar e Quantificar a explotação desse bem. PETROFÍSICA (Archie, 1949) é a investigação das propriedades das rochas e como elas estão relacionadas com algumas propriedades mensuráveis pelos perfis geofísicos. 5 PERFILAGEM GEOFÍSICA Ciência Multidiciplinar porque envolve : 1. Física (Eletricidade, Magnetismo, Acústica, Radioatividade ...) 2. Química (Eletroquímica ...) 3. Resolução de Gráficos 2 e 3D 4. Conhecimentos Geológicos 4.1 – Estratigrafia (estuda a sucessão das camadas ou estratos) 4.2 – Sedimentologia (estudo das rochas sedimentares e dos processos pelos quais são formadas) 4.3 – Ambientes Sedimentação (partes da superfície terrestre com propriedade físicas, químicas e biológicas bem definidas e diferentes das áreas adjacentes) 4.4 – Geologia do Petróleo 4.5 – Hidrogeologia “ A imaginação é mais importante do que o conhecimento. O conhecimento é limitado, A imaginação é o mundo.” (Einstein) A Perfilagem Geofísica é também uma ARTE onde a arte é saber usar nossa capacidade de por em prática conhecimentos necessários para interpretar ou reconhecer padrões normais no meio de um emaranhado de curvas e números. FONTES DE INFORMAÇÃO EXPLORATÓRIA ❖ Cada tipo de fonte abrange volumes rochosos distintos os quais devem ser interpretados criteriosamente, sob os pontos de vista: 1. Conhecimento Geológicos do intérprete 2. Instrumental Utilizado bem como suas respectivas Abrangências Volumétricas Verticais e Horizontais (Resoluções) 3. Conhecimento das Limitações inerentes aos itens 1 e 2 Amostras de Calha (cm) Testemunhos/Lâminas (m a cm) Perfis Geofísicos (cm a m+) AFLORAMENTOS (m - Km) Sísmica (100 m+) Dados da Perfuração Cores Fósseis Litologias Texturas Estruturas Sedimentares NO AFLORAMENTO O quê observamos aqui ? O quê interpretamos aqui ? Definição de Paleocorrentes Ambientes Deposicionais e Geometria dos Corpos 8 O quê observamos aqui ?Fragmentos triturados de rochas ou Amostras de Calha EM UM POÇO TUBULAR 9 PERFURAÇÃO DE UM POÇO - Fluido de Perfuração (Lama) ❖ Reologia = Variação do atrito interno em função da velocidade de escoamento: 1. Remoção dos sólidos quando em movimento 2. Suspensão dos sólidos quando parada 10 ❖ Tipos de Lama • Base de Água Doce ou Saturada • Base de Óleo • Ar, Espuma etc. SISTEMA DO FLUIDO DE PERFURAÇÃO (Lama) 2. Auxilia a avaliação do Poço • Proporciona acoplamento elétrico para alguns perfis 1. Auxilia a perfuração • Conserva o poço em aberto • Resfria a broca • Lubrifica a coluna de Perfuração • Remoção dos sólidos quando em movimento • Suspensão dos sólidos quando parada 3. Problemas Potenciais • Eventuais Profundidades diferentes das registradas pelos Perfis • Litologia Em função da: ✓ Reologia da Lama e ✓ Desmoronamentos 11 Bomba de Lama Tubos e Comandos Broca Peneira Tanques SISTEMA DO FLUIDO DE PERFURAÇÃO (Lama) 12 Bomba de Lama Tubos e Comandos Peneira Broca 12 Amostra de Calha • Cores • Micro Fósseis (marinhos/continentais) • Litologias (arenitos/calcários...) • Texturas (fina, grosseira...) • Estruturas Sedimentares (cruzada, planar...) OBSERVAÇÕES Tanques “Strip Log” ou Perfil de Acompanhamento ▪ Laminações ▪ Granulometrias ▪ Estratificações ▪ Bioturbações ▪ Cimento/Matriz ▪ Minerais ▪ Porosidades ▪ Permeabilidades ▪ Saturações ... Amostra Lateral 14 TESTEMUNHO = AFLORAMENTO COREGAMA 1205 1206 15 1. O QUE É PERFIL GEOFÍSICO DE POÇO ? 2. COMO SE FAZ UM PERFIL GEOFÍSICO ? 3. POR QUÊ SE FAZ PERFIL GEOFÍSICO ? 4. QUANDO SE DEVE FAZER (CORRER) PERFIS ? ✓ Representação gráfica de várias propriedades das rochas (MODELO GEOLÓGICO) medida por sensores, com a certeza da profundidade mais exata possível (MODELO GEOFÍSICO). 1. O QUE É PERFIL GEOFÍSICO DE POÇO? Unidade (aquisição e processamento) Roldanas Mesa Rotativa=0m (Sondador e Perfil) Base do Anti Poço (chão) Traveling Block (Catarina) 2. COMO SE FAZ UM PERFIL GEOFÍSICO ? Cabo de Perfilagem MODELO GEOFÍSICO MODELO GEOLÓGICO 2. COMO SE FAZ UM PERFIL GEOFÍSICO - Equipamentos ✓ Cabo (7 condutores+malha de aço) ✓ Cabeça de Perfilagem ✓ Cartucho (telemetria) ✓ Sonda (sensores) Ferramenta de Perfilagem 1 . DE SUPERFÍCIE ✓ Roldanas ✓ Coletor do Cabo ✓ Guincho ✓ Spooler ✓ Sistema de Aquisição e Processamento 2. “DOWNHOLE” A M N B i ∆V Perfil Elétrico pioneiro realizado pelos irmãos Schlumberger (5/9/1927). COMO TUDO COMEÇOU Resistividade UNIDADES DE PERFILAGEM 2121 INTERIOR DE UMA UNIDADE DE PERFILAGEM 23 Painel do Guincheiro ❖ “SPOOLER” (Simultaneous Peripheral Operations Online) = precisão nas medidas de profundidades (0,05 % ou 5cm/100m); ▪ CMTD = Cable Mounted Tension Device (Medidor de Tensão do Cabo) ▪ IDW = Integrated Depth Wheel (Medidor de Profundidade e da Velocidade do Cabo) Tambor do Cabo CABO e CABEÇA DE PERFILAGEM Características eletromecânicas capazes de suportar ambientes extremos: maiores (6.280kg)15.000lb )km/cm(1,7x102.500psi C)(232F450 27 00 24 SONDAS ou FERRAMENTAS DE PERFILAGEM 25 • Alimentadas por cabo • Usadas desde 1927 • Pequenas e leves • Alta velocidade de telemetria • Fácil comunicação entre as ferramentas • Bons contatos no poço • Afetadas pelo poço (lama) • Cobertura volumétrica específica • Problemas em poços com altos desvios WIRELINE - WL (PERFILAGEM propriamente dita) 26 • Depende do andamento da operação de perfuração • Estão no mercado comercialmente a partir de 1980 • Grandes e pesadas • Telemetria por Pulsos de Lama com base na P na broca • Baixa velocidade de telemetria • Dependem de baterias e turbinas de lama • Cobertura azimutal • Resultado em tempo real • Suportam ambientes hostis aos perfis a Cabo (Wireline) • Alto custo LOGGING WHILE DRILLING - LWD CLASSIFICAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE PERFILAGEM PERFILAGEM GEOFÍSICA EM POÇO ABERTO (Fase Exploratória) ✓ Definir potenciais intervalos com interesse comercial PERFILAGEM GEOFÍSICA EM POÇO REVESTIDO (Fase Explotatória) ✓ Definir intervalos para isolar zonas com fluidos distintos ROCHA ROCHA CIMENTO PRÉ FILTRO FURO GUIA REVESTIMENTOXROCHA ROCHA 27 PERFIL PROPRIAMENTE DITO (o que o cliente deseja e paga por ele) CABEÇALHO (dados geográficos / poço / fluido) SEÇÃO REPETIDA (estimativa da precisão e das tolerâncias da física da medição)CALIBRAÇÃO (Correspondências físicas entre os Valores medidos e os parâmetros que se deseja medir) (A.P.I. Recommended Pratice 31A – 1997) 29 -999.25 -999.25 -999.25 -999.25 -999.25 -999.25 -999.25 -999.25 -999.25 -999.25 Zero das Ferramentas -999,2500 = Leitura não realizada na profundidade por um respectivo sensor, devido a sua posição na montagem de acoplamento das ferramentas. EXEMPLO DE UMA CALIBRAÇÃO API A N E L D E C A L IB R A Ç Ã O ( p o l. ) 6 16 LEITURA DA FERRAMENTA (Volt) 100 500 a=(Coef.Ang.)=Gain=(16-6)/(500-100)=0,025pol/V b=(Coef.Linear)=Offset=16-0,025x500=3,5 ✓ Para uma leitura de 250V na ferramenta o Perfil registrará: Cáliper = 0,025x250+3,5 = 9,75 polegadas 250 93/4” ❖ Mesmo que se obtenha uma Calibração não Linear, ela só é válida entre o Menor e o Maior Valor de Calibração (Limites da Calibração). ✓ Toda ferramenta de perfilagem é calibrada de modo que a propriedade medida, durante a sua descida ao poço, seja correspondente àquela obtida a partir de um sinal calibrado no API, na sede da empresa de perfilagem ou na fábrica. MALHA PADRÃO API 1ª Faixa, Pista ou “Track” : Sempre Linear Perfis de cunho LITOLÓGICO P R O F U N D ID A D E 2ª Faixa pode ser Linear ou Log 3ª Faixa sempre linear exceto quando Split. Se Log os ciclos são iniciados em 0,2; 2; 20 ... Litologia Resistividades Porosidades Confirmação dos valores Registrados Exemplo de SEÇÃO REPETIDA S E Ç Ã O P R IN C IP A L SEÇÃO REPETIDA EXEMPLO DE LEITURAS EM MALHA SPLIT 3. POR QUÊ SE FAZ PERFIS GEOFÍSICOS? • Sinal Elétrico ➔ Resistividade • Potenciais de Difusão Iônica ➔ Qualidade das Águas • Radioatividades (Natural ou Induzida) ➔ Argilosidade • Tempos /Velocidade Acústica ➔ Porosidade • Massa Específica (Densidade) ➔ Porosidade • Teor de Hidrogênio/Volume ➔ Porosidade 35 ✓ Existem Correspondências entre as Medidas Realizadas e as Propriedades Físicas das Rochas: 1. O QUE É PERFILAGEM GEOFÍSICA DE POÇO ? 2. COMO SE FAZ UM PERFIL GEOFÍSICO ? 3. POR QUÊ SE FAZ PERFIS GEOFÍSICOS ? 4. QUANDO SE DEVE FAZER PERFIS GEOFÍSICOS ? Registro contínuo de propriedades petrofísicas. Descendo ferramentas com sensores controlados e calibrados, desde a superfície até a profundidade desejada ou a Profundidade Final. Devido a correlação que existe entre os registros e as propriedades petrofísicas desejadas. 36 Antecedendo as descidas de revestimentos programados (HC) ou ao final do furo guia (Água). 1. Os principais objetivos das análises dos perfis são: (A) Identificação das camadas permoporosas portadoras de Água, HC, minerais, Porosidade, Permeabilidade, Teores ou Saturações, Volumes de Argilominerais e/ou Folhelho, etc. (B) Correlacionar propriedades estruturais e estratigráficas com poços vizinhos. 2. Método simples e econômico (em relação ao custo final do poço) de se obter informações petrofísicas das rochas. 3. Medições abundantes, precisas e contínuas, desde a superfície até à Profundidade Final dos poços (PF), não ocorrendo lacunas como nas amostras ou testemunhos.. 4. A interpretação petrofísica dos dados dos perfis são tradicionalmente solucionadas por meio de procedimentos determinísticos entre as Causas e Efeitos, para definição dos parâmetros individualmente desejados. Porquê estudar a Teoria e a Aplicação dos Perfis Geofísicos? 37 1. Perfis Geofísicos são registros petrofísicos desde a superfície até o fundo do poço, realizadas por equipamentos eletro-eletrônicos de precisão, em escala continua de profundidade; 3. Não existem lacunas ou intervalos confusos, devido a desmoronamentos, manuseios ou perdas volumétricas, como podem ocorrer nos amostras de calha e/ou testemunhos; 4. Amostragem em grande detalhe: perfis com realizam amostras a cada 6 polegadas (15 cm), outros a cada 1/10 polegadas (0,25 cm); VANTAGENS DOS PERFIS GEOFÍSICOS DE POÇO 5. Registram propriedades elétricas, acústicas, radioativas, mecânicas, térmicas etc., que podem ser analisadas estatística ou matematicamente por meio de equações empíricas ou não; 2. O rígido controle da profundidade padroniza um erro máximo da ordem de 5cm/100 m); 6. Alta velocidade de perfilagem (30 a 75 m/minuto) a depender do tipo de medição: 7. Custo reduzido quando comparado à testemunhagem 8. Credibilidade Mundial (API e SPWLA) 3. As medições realizadas são quantificações distintas das propriedades desejadas. Exemplos: 3.1 – A radioatividade pode inferir Argilosidade; 3.2 – O tempo de viagem do som em intervalo fixo da rocha pode inferir a Porosidade. Isto implica em um bom conhecimento geológico da área. 1. O volume amostrado, pelos perfis, é mais ou menos perturbado pela presença do Meio Ambiente gerado pelo furo e seus elementos (diâmetro, lama, reboco e filtrado) 2. A amostragem de um perfil envolve toda a vizinhança do eixo do furo sendo, mesmo assim, volumetricamente maior que as amostras de calha ou testemunhos. DESVANTAGENS DOS PERFIS GEOFÍSICOS DE POÇO Qualidade e Calibração (LQC) Princípios Físicos e Operacionais das Ferramentas Correlação Rocha vs Perfil e Laboratório Uma perfeita Avaliação Petrofísica requer: Resultado da Interpretação M O D E L O 40 ❖ O acréscimo de conhecimentos laboratoriais e geológicos aos dados fornecidos pelas ferramentas, além do bom senso e conhecimento do intérprete acerca de seus princípios de funcionamento, mais o Modêlo Geofísico aproxima-se do Modêlo Geológico. 1 . PETRÓLEO 2 . ÁGUA SUBTERRÂNEA Todo poço é PERFILADO antes de ser completado Nem todo poço fora de sedimento é perfilado. Completações visam a QUALIDADE do fluido a ser produzido Completações visam a QUANTIDADE do fluido a ser produzido Ferramentas API de diâmetro ≈ 4” Ainda há uso de ≈ 2pol (“Slim Tool”) Controle da Qualidade e Calibração Pouco Controle Suporte Laboratorial = Rocha x Perfil Pouco suporte Treinamento Constante e continuado Pouco ou nenhum 3 . MINERAÇÃO 4 . GEOTECNIA PRINCIPAIS USUÁRIOS DA PERFILAGEM GEOFÍSICA 41 PROPÓSITO FINAL DA PERFILAGEM NO MEIO AMBIENTE Palma, C. M., 2004 PROPÓSITO FINAL DA PERFILAGEM NA MINERAÇÃO Minério A Minério B Minério C Minério D Programa K-Nearest Neighbour 43 Nery et al, 2009 – SBGf. • Posicionamento Correto dos Filtros • Prolongamento da Vida Útil do Aquífero • Qualidade das Águas Produzidas (TEOR DE SAIS DISSOLVIDOS TOTAIS - SDT ) • Quais a Informações Necessárias para atingir tais Objetivos? 1 . Indentificar Aquíferos de Não Aquíferos ➔ LITOLOGIA 2 . Espaço para Acumular Água ➔ POROSIDADE 3 . Qualidade da Água a ser produzida ➔ Sais Dissolvidos Totais (SDT) PROPÓSITO FINAL DA PERFILAGEM NA HIDROGEOLOGIA 44 Interpretação dos Perfis Geofísicos na Indústria da Água Subterrânea NÚCLEO BA-SE Novembro/2021
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