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Desafios para a formação dos deficientes visuais no Brasil

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Curso de Redação 
Academia das Letras
Desafios para a formação educacional dos deficientes visuais no Brasil
Quais são esses desafios? Como superá-los?
 Educação inclusiva
Acessibilidade nos locais
Preconceito
1.
2.
3.
 Capacitação profissional dos educadores
Adequação estrutural das escolas- Mobilidade
Campanhas e projetos de inclusão
1.
2.
3.
Desafios para a formação educaconal dos deficientes visuais no Brasil
Historiografia Geral
Conforme ressalta Benazzi (2015)parte da Antiguidade até o início da Idade Moderna
caracteriza-se como um período místico no que se refere à cegueira, uma vez que se
acreditava que esta era uma desgraça.Na Antiguidade o Egito era conhecido como o país dos
cegos, tamanho o número de pessoas com essa deficiência. Várias referências às doenças
dos olhos e à cegueira foram encontradas em papiros e a popularidade dos médicos que
cuidavam das pessoas dessa região era alta. Na China era comum aos moradores do deserto
serem cegos e como alternativa para ganharem a vida, a música era um meio e para tanto
eles, que precisavam exercitar o ouvido e a memória. No processo cultural da antiga
sociedade a rejeição era contemplada e o sacrifício de pessoas cegas era comum, pois as
mesmas eram consideradas inúteis para o trabalho e não atendiam às exigências sociais
daquela época; desta forma o infanticídio de crianças que nasciam cegas era comum, assim
também como o abandono dos que haviam perdido a visão na idade adulta, que ficavam
entregues à própria sorte. Em Atenas e Esparta, as crianças com deficiência eram
abandonadas nas montanhas, enquanto que na Roma Antiga elas eram jogadas nos rios.
O Sistema Braille é um código universal de leitura
tátil e de escrita, usado por pessoas cegas,
inventado na França por Louis Braille, um jovem
cego. Reconhece-se o ano de 1825 como o marco
dessa importante conquista para a educação e a
integração dos deficientes visuais na sociedade
História do Braille
Conforme explicita Conde (2004) a definição de deficientes visuais, cegos e portadores de visão subnormal, se dá por duas
escalas oftalmológicas: a primeira seria a acuidade visual, ou seja, aquilo que se enxerga a determinada distância e campo
visual, amplitude da área alcançada pela visão. No ano de 1966, a Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou 66 diferentes
definições de cegueira, utilizadas para fins estatísticos em diversos países. Em 1972 para simplificar o assunto, um grupo de
estudos sobre a Prevenção da Cegueira da OMS, propôs normas para a definição de cegueira e para uniformizar as
informações sobre acuidade visual com finalidades estatísticas. Segundo Conde (2004):
O termo cegueira não é absoluto, pois reúne indivíduos com vários graus de visão residual. Ela não significa,
necessariamente, total incapacidade para ver, mas, isso sim, prejuízo dessa aptidão a níveis incapacitantes para o exercício
de tarefas rotineiras.
No contexto brasileiro, os primeiros trabalhos para a educação do cego e de pessoas com baixa visão começaram de forma
mais sistematizada em meados do século XIX, ano de 1854 quando foi criado no Rio de Janeiro o Imperial Instituto dos Meninos
Cegos, hoje Instituto Benjamin Constant. Este instituto público federal atendia e ainda atende crianças, adolescentes e adultos,
nas modalidades da educação básica, reabilitação e capacitação profissional. Como iniciativa oficial do governo concretizada
por D. Pedro II, através do Decreto Imperial nº 1428, fundou-se o primeiro educandário para alunos cegos na América Latina,
que constitui o marco inicial da Educação Especial no Brasil. 
História do Brasil
O Milagre de Anne Sullivan (1962)
 
Helen Keller nasceu com surdo cegueira, condição que tornava a comunicação
com a criança extremamente difícil para sua família despreparada. Quando Helen
gritava, a mãe entregava doces para que ela parasse, sem saber o que a filha
realmente queria comunicar. Aos 7 anos, Helen conheceu a educadora Anne
Sullivan, que introduz a linguagem através do tato na vida da menina. Helen Keller
é uma personagem real e que, com a ajuda da comunicação através do tato e
alfabeto braille, torna-se escritora e luta pelos direitos de pessoas com
deficiência. Filme disponível para aluguel na Apple TV.
Redação POP
Demolidor – O Homem sem medo (2003)
 
Matt Murdock perdeu a visão durante a infância, enquanto salvava um idoso que
seria atropelado por um caminhão que transportava resíduos radiativos. A
substância cegou o menino e, ao mesmo tempo, lhe conferiu sentidos sobre
humanos. Com a habilidade de perceber tudo que acontece ao seu redor, Matt torna-
se então um super-herói disposto a combater duplamente o crime: de dia, ele atua
como advogado e, à noite, se transforma no Demolidor. O ‘homem sem medo’ surgiu
pela primeira vez nos quadrinhos da Marvel, na década de 60, e hoje tem sua história
contada tanto pelo filme homônimo de 2003, quanto pela série da Netfilx.
Redação POP
Ray (2004)
 
A cinebiografia protagonizada por James Foxx conta a história do incomparável Ray
Charles. O artista estadunidense perdeu a visão aos 7 anos e, motivado por sua
mãe, aprendeu a tocar piano. Dono de sucessos como “Hit the Road Jack” e “I Can´t
Stop Loving You”, o músico estava vivo no começo das gravações do filme e
participou do processo, ajudando James Foxx a treinar e regravando algumas
músicas. Filme disponível para aluguel no Looke.
Redação POP
As telas do norte-americano John Bramblitt estão presentes em
mais de 20 países, ele é protagonista de dois documentários e
tem diversos livros escritos sobre arte. Bramblitt perdeu sua
visão há 13 anos, devido a uma complicação em suas crises de
epilepsia. Apesar de ter em seus olhos o buraco negro da
cegueira, o artista carrega em seus dedos a capacidade mágica
de trabalhar com cores e formas na tela.
 
Redação POP
A Carta Magna de 1988 afirma que é dever do Estado garantir o atendimento
educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino. Os artigos 205 e 206 afirmam “a educação como um direito de todos,
garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação
para o trabalho e também a igualdade de condições de acesso e permanência na escola”.
o artigo 27 da LBI ( Lei Brasileira de Inclusão)nos traz a seguinte
redação:
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados
sistemas educacionais inclusivos em todos os níveis e aprendizado ao longo de
toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus
talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas
características, interesses e necessidades de aprendizagem.
O que a nossa Constituição Federal fala sobre isso?
Ter educação é
ter CIDADANIA
Segundo dados do World Report on Disability 2010 e do Vision 2020, a cada 5
segundos, 1 pessoa se torna cega no mundo. Além disso, do total de casos de
cegueira, 90% ocorrem nos países emergentes e subdesenvolvidos. Estima-
se que, até 2020, o número de pessoas com deficiência visual poderá dobrar
no mundo.
Porém, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que, se houvesse um
número maior de ações efetivas de prevenção e/ou tratamento, 80% dos casos
de cegueira poderiam ser evitados. Ainda segundo a OMS, cerca de 36 milhões de
pessoas no mundo são cegas e outras 217 milhões tem baixa visão.
Na educação básica, os 68 mil deficientes visuais representam apenas 0,13% dos 52,6 milhões de alunos matriculados em escolas
públicas e particulares do País. No ensino superior, o contingente de 5,2 mil deficientes visuais simboliza somente 0,09% dos 5,8
milhões de universitários, segundo o Censo da Educação Superior de 2008.
 As estatísticas oficiais sobre os deficientes visuais do País mostram que muitos estão de fora desse universo. De acordo com o Censo feito
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2000, último dado oficial sobre essa população no Brasil, 16,6 milhões de
brasileiros possuíamalgum tipo de deficiência visual e 150 mil eram cegos. Em 2003, apenas 25 mil estudavam. O número triplicou em 2009,
mas ainda falta muito para garantir que todas as crianças, jovens e adultos que não enxergam estejam incluídos nas redes de ensino do País.
Segundo dados do IBGE de 2010, no Brasil, das mais de
6,5 milhões de pessoas com alguma deficiência visual:
528.624 pessoas são incapazes de enxergar (cegos);
6.056.654 pessoas possuem baixa visão ou visão subnormal
(grande e permanente dificuldade de enxergar);
Dados sobre a deficiência visual
A Fundação Dorina Nowill para Cegos é uma
organização sem fins lucrativos
e de caráter filantrópico.
Há mais de 70 anos, temos nos dedicado à inclusão
social de pessoas com deficiência visual. Uma das
formas como fazemos isso é por meio da produção
e distribuição gratuita de livros em braille, falados e
digitais acessíveis, diretamente para o público e
também para cerca de 3000 escolas, bibliotecas e
organizações de todo o Brasil.
Fundação Dorina Nowill
Dorina nasceu em São Paulo, no dia 28 de maio de 1919 e acabou ficando
cega aos 17 anos de idade, vítima de uma doença não diagnosticada.
Ela foi a primeira aluna cega a frequentar um curso regular na Escola
Normal Caetano de Campos, e conseguiu a integração de outra menina
cega num curso regular da mesma escola. Posteriormente, Dorina
colaboraria para a elaboração da lei de integração escolar,
regulamentada em 1956.
Percebendo a carência, no Brasil, de livros em braille – sistema de escrita
e leitura para cegos –, criou a então Fundação para o Livro do Cego no
Brasil, que iniciou suas atividades em 11 de março de 1946.
Para Vygotsky, a formação se dá numa relação dialética entre o sujeito e a sociedade a seu redor - ou
seja, o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o homem. Essa relação não é passível de
muita generalização; o que interessa para a teoria de Vygotsky é a interação que cada pessoa
estabelece com determinado ambiente, a chamada experiência pessoalmente significativa.
zona de desenvolvimento proximal, que seria a distância entre o desenvolvimento real de uma
criança e aquilo que ela tem o potencial de aprender - potencial que é demonstrado pela
capacidade de desenvolver uma competência com a ajuda de um adulto. Em outras palavras, a
zona de desenvolvimento proximal é o caminho entre o que a criança consegue fazer sozinha e o
que ela está perto de conseguir fazer sozinha. Saber identificar essas duas capacidades e trabalhar
o percurso de cada aluno entre ambas são as duas principais habilidades que um professor precisa
ter, segundo Vygotsky.
Para argumentar
psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky
Se os deficientes visuais não
tiverem uma educação inclusiva
e com profissionais capacitados 
não haverá uma interação social e nem com o determinado
ambiente escolar, impossibilitando a aprendizagem
A educação é chamada a tomar uma posição de ruptura do enfoque
tradicional, que focaliza o defeito, a falha, o estigma, a deficiência, e
direcionar sua atenção para novas fontes que configuram outra ordem – a
do desenvolvimento cultural compensação da deficiência. No caso da
criança deficiente, o defeito exerce uma dupla valência no desenvolvimento
humano:
Por um lado, ele é uma deficiência, e atua diretamente como tal, produzindo
falhas, obstáculos, dificuldades na adaptação da criança. Por outro lado,
exatamente porque o defeito produz obstáculos e dificuldades no
desenvolvimento e rompe o equilíbrio normal, ele serve de estímulo ao
desenvolvimento de caminhos alternativos de adaptação, indiretos, os quais
substituem ou superpõem funções que buscam compensar a deficiência, e
conduzir todo o sistema de equilíbrio rompido a uma nova ordem. 
Isto é, ter alguma deficiência
não é motivo para negar a
educação, pois nesse caso a
acuidade serve como estímulo
para a aprendizagem,
conferindo ao deficiente uma
vida mais autônoma 
A primeira inclusão é, então, familiar, e tanto a diferença quanto a transmissão
de saberes já estão nela implicadas. Na escola há, pelo menos, dois encontros
fundamentais para a inclusão: o primeiro com as diferenças, que se multiplicam e
lançam a criança ao desafio de se relacionar; o segundo, com saberes já estabelecidos.
Ambos estão ligados tanto ao desenvolvimento da criança quanto à continuidade do 
mundo: conviver com a diferença e se apropriar dos saberes da humanidade são
passaportes para a inclusão no mundo além da família. 
"A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a
responsabilidade por ele. É, também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não
expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos, preparando-as, em vez disso, com
antecedência para a tarefa de renovar um mundo comum."
pensadora alemã Hannah Arendt
Hannah Arendt, no princípio de Espaço
público, defende total inserção dos
indivíduos
Ou seja, é preciso incluir os deficientes
em todas as esferas públicas
Paul Hunt, um sociólogo deficiente físico, foi
um dos precursores do modelo social da
deficiência no Reino Unido nos anos 1960
De todas as obras de Hunt, o escrito de maior impacto foi a carta que ele remeteu ao jornal inglês
The Guardian, em 20 de setembro de 1972. Nela se lia: Senhor Editor, as pessoas com lesões físicas
severas encontram-se isoladas em instituições sem as menores condições, onde suas idéias são
ignoradas, onde estão sujeitas ao autoritarismo e, comumente, a cruéis regimes. Proponho a
formação de um grupo de pessoas que leve ao Parlamento as idéias das pessoas que, hoje, vivem
nessas instituições e das que potencialmente irão substituí-las.
Atenciosamente, Paul Hunt
Deficiência Questão social
Lesão Questão biomédica
Teoria do Modelo Social da Deficiência
A essa definição de deficiência, que a compreende como um estilo de vida
imposto às pessoas com determinadas lesões no corpo, marcado principalmente pela exclusão e opressão vivenciadas,
Esse foi o argumento considerado mais radical pelos teóricos do modelo social, pois se acreditava, segundo Harlan Hahn, que "deficiência é
aquilo que a política diz que seja". Isto é, diferentemente do modelo médico da deficiência, que estabelecia uma relação de causalidade entre
lesão e deficiência e transformava esta última em objeto de controle bio-médico, o modelo social resistia à tese de que a experiência da
opressão era condição natural de um corpo com lesões. O modelo médico, ainda hoje hegemônico para as políticas de bem-estar voltadas para
os deficientes, afirmava que a experiência de segregação, desemprego e baixa escolaridade, entre tantas outras variações da opressão, era
causada pela inabilidade do corpo lesado para o trabalho produtivo. Se para o modelo médico o problema estava na lesão, para o modelo social, a
deficiência era o resultado do ordenamento político e econômico capitalista, que pressupunha um tipo ideal de sujeito produtivo. Houve,
portanto, uma inversão na lógica da causalidade da deficiência entre o modelo médico e o social: para o primeiro, a deficiência era resultado da
lesão, ao passo que, para o segundo, ela decorria dos arranjos sociais opressivos às pessoas com lesão. Para o modelo médico, lesão levava à
deficiência; para o modelo social, sistemas sociais opressivos levavam pessoas com lesões a experimentarem a deficiência. 
Ao contrário da integração, na qual o aluno deve se adaptar às condições da
escola, a inclusão prevê que as unidades de ensino devam se transformar
para garantir o acesso, a permanência e a aprendizagem de todos. Garantir
esse direito implica que o sistema de ensino seja reestruturado a partir de
uma nova cultura, concretizada por meio de ações articuladas e da
participação direta de todos. Essa nova perspectiva se baseia no
reconhecimento da diferença como característica inerentemente humana e
na compreensão da deficiência como fenômeno social.
A deficiência só é percebida quando o
ambiente não permite a interação social,
isto é, promove a exclusãoBourdieu (1997, p. 204) "considera como violência simbólica toda coerção que só se
institui por intermédio da adesão que o dominado acorda ao dominante (portanto à dominação)
quando, para pensar e se pensar ou para pensar sua relação com ele, dispõe apenas de instrumentos
de conhecimento que têm em comum com o dominante e que faz com que essa relação pareça
natural."
A violência simbólica ocorre no meio educacional na medida em que exclui o aluno que
não se enquadra nos padrões impostos pela instituição educacional, logo deixando-o às margens
do processo, o que, posteriormente, o leva ao desestímulo e finalmente à exclusão. A escola, nesse
sentido, não busca incluir os desiguais, esses são tidos como preguiçosos, fracos e incapazes e o
fracasso é atribuído a eles como falta de aptidão ou esforço diante às demandas da escola.
Pierre Bourdieu foi um destacado
sociólogo francês do século XX.
Violência Simbólica
Preconceito sofrido pelos deficiente É uma violência simbólica 
Proposta de Intervenção
Quem deve fazer?
Ministério da Educação
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos
Humanos
Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa
com Deficiência
Obrigada pela atenção!

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