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TRABALHO DE PARTO PREMATURO

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TRABALHO DE PARTO PREMATURO 
DEFINIÇÃO 
• Parto pré-termo (ou prematuro) é o parto que ocorre após 20 – 22 semanas de gestação (154 dias) e antes 
de 37 semanas completas (259 dias). 
• Tem que ter contrações frequentes (≥ 2 em 10 minutos) acompanhadas de modificações cervicais como 
dilatação maior que 2cm e esvaecimento maior que 50%. 
CLASSIFICAÇÃO 
• Prematuro moderado: 33 – 36 semanas. 
• Muito prematuro: 28 – 32 semanas. 
• Prematuro extremo: inferior a 28 semanas de gestação. 
PREVALÊNCIA 
• Parto prematuro espontâneo corresponde a 10% dos nascimentos, sendo que de 45% são com 
membranas íntegras, ou seja, não tem rotura de bolsa. 30% apresentam rotura prematura das membranas 
e 25% ocorrem por opção médica. 
CAUSAS 
• É um evento multifatorial resultante de processos patológicos, tais como ativação prematura do eixo 
hipotálamo-hipófise-adrenal materno e fetal, inflamação/infecção, hemorragia decidual e distensão 
uterina patológica, iatrogênica, Sobredistensão uterina, amniorrexe prematura, hemorragias da segunda 
metade da gravidez, malformações uterinas e miomas, incompetência istmo-cervical e infecções. 
FATORES DE RISCO 
• Estresse. 
• Fadiga ocupacional. 
• Distensão uterina excessiva. 
• Fatores cervicais. 
• Infecção (E.coli, Streptococcus do grupo B, 
Chlamydia, Trichomonas, entre outros). 
• Patologia placentária. 
• Outros. 
 
FATORES FETAIS 
• Anomalia congênita. 
• Crescimento restrito. 
• Feto do sexo masculino. 
DIAGNÓSTICO 
• Ameaça de trabalho de parto prematuro: atividade uterina aumentada, apagamento parcial ou total do 
colo, dilatação ausente ou discreta. 
• Trabalho de parto prematuro franco: ≥ 4 contrações em 20 minutos, ou 8 em 60 minutos, associadas à 
alteração do colo do útero, dilatação cervical maior que 2 cm e apagamento cervical ≥ 50%. 
RASTREAMENTO DE PACIENTES DE ALTO RISCO DE PARTO PREMATURO 
• Ultrassonografia para avaliação do comprimento do colo uterino, entre 20 e 25 semanas < 2,5cm. Se < 
1,5cm devemos iniciar com progesterona. 
• Devemos solicitar a dosagem de fibronectina fetal na secreção cervicovaginal. 
REPERCUSSÕES 
• O parto pré-termo é responsável por 75% da mortalidade neonatal e 50% das lesões neurológicas em 
crianças. 
• Aumento da susceptibilidade aos tocotraumatismos e anóxia. 
• Associação à sequelas tardias, como retardo do crescimento, disfunções auditivas e visuais, maior 
chance de óbito no primeiro ano de vida e complicações imediatas, como hiperbilirrubinemia, 
persistência do canal arterial, doença de Síndrome de Angústia Respiratória (SAR), que é a principal 
causa de morte do RN pré-termo. 
PREVENÇÃO 
• Redução de atividade física a partir de 20 semanas. 
• Circlagem = cerclagem = cerclage. Não utilizar em pacientes que apresentam apenas risco de parto 
prematuro. 
• Correção incompetência istmocervical (sutura do orifício interno do colo entre 12 e 16 semanas eletiva e 
16 e 24 semanas emergência). 
• Técnica mais utilizada é a sutura de McDonald (bolsa de tabaco). 
 
• As contraindicações para o procedimento são: dilatação do colo > 4cm, RPMO (rotura prematura de 
membranas ovulares), atividade uterina, membranas protusas, IG > 24 semanas, infecção cervical ou 
vaginal purulenta e malformações fetais. 
• A suplementação com progestágenos aumenta o limiar de excitabilidade uterina, ou seja, diminui a 
possibilidade do útero começar a contrair. Pode ser aplicado através de supositórios vaginais diários (100 
a 200mg por noite) ou injeções IM semanais a partir do 2° trimestre até 34ª semana de gestação. É 
indicada atualmente em pacientes com história de parto prematuro anterior. Outras situações como: colo 
curto (deve ser considerado), gestação múltipla, franco trabalho de parto ou outros fatores de risco não 
mostraram benefícios na diminuição das taxas de parto prematuro. 
• Medidas ineficazes na diminuição do parto prematuro são: repouso domiciliar ou hospitalar (sem 
evidências contra ou a favor), abstinência sexual, tocólise profilática, tocólise de manutenção, 
antibioticoprofilaxia em mulheres assintomáticas e uso de escores de risco para prematuridade. 
• Medidas potencialmente efetivas na diminuição do parto prematuro: suplementação com progestágenos, 
interrupção do tabagismo, interrupção do uso de drogas e álcool, circlagem, redução de atividade física, 
tratamento das infecções genitais sintomáticas e tratamento da bacteriúria assintomática. 
CONDUTA NO TRABALHO DE PARTO PREMATURO 
• A conduta depende de vários fatores, como idade gestacional, vitalidade fetal e recursos neonatais. De 
forma resumida, a conduta oscila entre a conduta conservadora ou ativa e, adoção de medidas que 
possam melhorar o prognóstico fetal, como corticoprofilaxia e neuroproteção fetal. 
• Terapia conservadora: consiste no uso de drogas tocolíticas. 
• As contraindicações absolutas à interrupção do trabalho de parto prematuro são: doenças maternas de 
difícil controle (HAS grave, DPP), corioamnionite, malformações fetais incompatíveis com a vida, óbito 
fetal, sofrimento fetal agudo, maturidade pulmonar fetal comprovada e instabilidade hemodinâmica 
materna. 
• As contraindicações relativas à interrupção do trabalho de parto prematuro são: placenta prévia, colo 
com dilatação > 4cm e rotura prematura de membranas ovulares. 
• A tocólise não vem se mostrando eficaz em prolongar a gestação por mais de 7 dias. O real benefício da 
tocólise é ganhar tempo para a administração da corticoterapia para acelerar a maturidade pulmonar. A 
corticoterapia materna antenatal promove redução significativa da mortalidade neonatal, da incidência da 
membrana hialina, hemorragia intraventricular e enterocolite necrosante. 
• Os principais tocolíticos são: 
o Betamiméticos: são eficazes em prolongar a gestação por 48 horas. 
▪ Salbutamol (aerolin): 5 amp. Diluídas em 500ml de SG 5%. Iniciar 10 gotas/minuto, 
aumentando 10 gotas a cada 20 minutos até cessação completa das metrossístoles ou até o 
surgimento de taquicardia materna ou fetal. 
▪ Ritodrina (miodrina): 150mg em 500ml de SG 5% em velocidade de 0,05mgqmin (30ml/h) 
com aumentos de 0,05 até a dose máxima de 0,35mg/min. 
▪ Terbutalina (Bricanyl): via venosa ou subcutânea, pode ser realizado pela infusão de 2,5 
mcg/min até a dose de 25mcg/min. O esquema subcutâneo é de 0,25mg a cada 20 minutos, até 
no máximo 3 horas. Correr 5 ampolas em 500ml de SR 5%, iniciar com 10 a 20 gotas por 
minuto. Aumentar a cada 30 minutos até obter a inibição. Atualmente, é o medicamento mais 
usado nesses casos. 
▪ Os efeitos colaterais são: dor torácica, dispneia, taquicardia, cefaleia, náuseas e vômitos, 
obstrução nasal e taquicardia fetal. As contraindicação do uso de Betamiméticos são: 
cardiopatia, glaucoma de ângulo agudo, anemia falciforme, história de edema agudo de 
pulmão, hipertensas e diabéticas. 
o Inibidores da síntese de prostaglandina: a inibição das prostaglandinas produz uma diminuição das 
contrações. O fármaco mais usado é a Indometacina, com dose inicial de 100mg por via retal 12/12 
horas ou 25 – 50 mg por via oral 4/4 horas por no máximo 3 dias. Dose manutenção é 100mg via 
retal a cada 24 horas. 
o Bloqueadores de canais de cálcio: é considerado por alguns autores a droga de primeira escolha para 
tocólise. O fármaco usado é a Nifedipina 30mg dose de ataque, seguida de 20mg de 8/8 horas, ou 
10mg a cada 20 minutos até 4 doses. A dose de manutenção é de 20mg de 8/8 horas. As 
contraindicações são: hipotensão (PA < 90 x 50mmHg), uso concomitante de sulfato de magnésio, 
ICC e disfunção ventricular esquerda. 
o Sulfato de magnésio: age como agonista do cálcio na fibra muscular, a dose de ataque é 4 – 6g 
IV/20 minutos e a dose manutenção é 1 – 2 g/h em bomba de infusão. Devemos avaliar o reflexo 
patelar, FR, e débito urinário, pois indicaram se tem intoxicação pelo sulfato. Se caso apresentar 
intoxicação de vemos administrar um antagonista que é o Gluconato de cálcio. 
oAntagonistas da Ocitocina (Atosiban): age competindo com a ocitocina no seu receptor da célula 
miometrial. É mais efetivo em idades gestacionais avançadas, a posologia é a seguinte: 6,75mg EV 
em 1 minuto, 300mcg/min EV em 3 horas, 100mcg/min EV em 3 horas e 30 minutos. Em caso de 
fracasso, manter 100mcg/min até 48 horas. Estudos demonstram que não é superior à nifedipina. 
IMPORTANTE 
• A indometacina é contraindicada após 32 semanas (fechamento do canal arterial). 
• Beta-agonistas são contraindicadas em cardiopatas, glaucoma de ângulo agudo e uso cuidadoso em 
diabéticas e gemelares. 
• Sulfato de magnésio é contraindicado em pacientes com miastenia gravis e uso de bloqueador de canal 
de cálcio. 
• Atosiban: é a droga mais cara e não tem contraindicações específicas. 
• Bloqueadores de canal de cálcio são contraindicados em cardiopatas, hipotensão e em uso de sulfato de 
magnésio. 
CORTICOPROFILAXIA 
• Indicada entre 24ª e 34ª semana. Evita doença da membrana hialina, hemorragia intraventricular e 
enterocolite necrosante. As medicações usadas são: 
o Betametasona: 12mg IM, 1x ao dia por 2 dias. 
o Dexametasona: 6mg IM, 2x ao dia por 2 dias. 
NEUROPROTEÇÃO COM SULFATO DE MAGNÉSIO 
• Diminui os risco de paralisia cerebral e disfunção motora grave. Indicada entre 24ª e 32ª semanas. 
• A posologia é: dose de ataque de 4g em bolus/20 minutos e dose de manutenção é 1g/h em 24 horas 
antes do parto. Não recomenda a sua re-administração. 
PARTO 
• Presença de contraindicação à tocólise. Idade maior que 34 semanas ou idade maior que 32 semanas com 
amniorrexe prematura. Nos casos de conduta ativa devemos avaliar a via de parto e realizar profilaxia 
para Streptococcus do grupo B.

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