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PSICOLOGIA APLICADA AO PACIENTE INFANTIL As técnicas de manejo se dividem em farmacológicas e não-farmacológicas. Dentre as técnicas farmacológicas, tem-se o uso de sedativo oral, óxido nitroso, além da anestesia geral. Entretanto, tais recursos serão utilizados apenas em último caso, quando as técnicas não-farmacológicas não surtirem o efeito desejado, ou em pacientes com necessidades especiais. As técnicas não-farmacológicas são divididas em psicológicas e de contenção. ► Técnicas não-farmacológicas psicológicas • Distração: Consiste em atrair a atenção do paciente para outra atividade enquanto o profissional realiza o procedimento. - Tal atividade pode ser: conversar com a criança, cantar músicas, contar histórias, projetar vídeos ou utilizar brinquedos. - Indicada para qualquer paciente, não possui contraindicações. - Objetivos: Desviar a atenção do procedimento que pode ser entendido como desagradável e evitar um possível comportamento negativo; Aumentar o limiar de espera (tempo de cadeira). • Modelagem: Consiste em visualizar o procedimento que será realizado em um modelo, o qual pode ser outra criança já condicionada, os responsáveis, um boneco ou até mesmo o próprio dentista. Pode ser realizado em tempo real ou por meio da apresentação de vídeos. - Utilizada com sucesso em todas as faixas etárias, sendo mais eficaz em crianças abaixo dos sete anos. - Objetivos: Reduzir a ansiedade da criança e introduzi-la no tratamento odontológico; Fazer com que a criança visualize o procedimento antes de ser realizado em si própria e comportar-se conforme o ‘‘modelo’ • Controle de voz: Consiste em alterar o volume, tom e/ou ritmo da voz para influenciar e dirigir o comportamento do paciente. A expressão facial do dentista também deve refletir a atitude e mostrar segurança. - É muito importante que a informação venha de uma única fonte, ou seja, apenas o cirurgião-dentista que está conduzindo o atendimento deve falar. Se houver outras pessoas falando ao mesmo tempo, a criança pode ficar confusa. - Além disso, recomenda-se que antes de usar a técnica, seja obtido o consentimento por escrito dos responsáveis, a fim de evitar qualquer mal-entendido. Pode ser usada em quase todos os pacientes, exceto os que possuem problemas auditivos • Falar-mostrar-fazer: A técnica, bastante utilizada principalmente na primeira visita do paciente ao dentista, consiste em explicar o que será feito (FALAR), demostrar de maneira lúdica o procedimento (MOSTRAR) e só então realizá-lo (FAZER). - Falar: apresentação do álbum seriado. - Mostrar: criança aprendendo a usar o fio dental. - Fazer: criança observando no espelho o procedimento sendo realizado. - Está indicada para qualquer paciente, não havendo restrições. - Objetivos: Familiarizar a criança com o consultório odontológico, ensinando aspectos importantes sobre o tratamento; Modelar o comportamento da criança explicando o que se espera dela para o atendimento • Reforço positivo: A técnica consiste em reforçar comportamentos positivos, por meio de elogios, lembrancinhas, brinquedos, balões, ou até mesmo um abraço. Pode ser utilizada em todos os pacientes. - Objetivo: Visa obter ou dar continuidade ao bom comportamento da criança. ► Técnicas não-farmacológicas de contenção • Quando todas as técnicas de manejo psicológico foram utilizadas e ainda assim a criança resiste ao tratamento, podemos lançar mão das técnicas de contenção física. - Dentre as técnicas de contenção física temos a contenção passiva, realizada com auxílio de abridores de boca e a contenção ativa, quando a criança é imobilizada com auxílio do seu responsável. Em ambos os casos, é imprescindível ter o consentimento por escrito do responsável para aplicá-las • Contenção passiva (abridores de boca) Consiste na utilização de um dispositivo que permite que a criança permaneça com a boca aberta para realização do tratamento. - Está indicada para: crianças muito pequenas que não possuem a musculatura treinada para permanecer com a boca aberta; pacientes não cooperativos quando há o risco de fechar a boca e machucar tanto a si mesmos tanto o dentista. - Como vantagens pode-se citar o menor risco de mordidas durante a execução do tratamento, como também menor risco de deglutição de alguma substância ou instrumental. - São comercializados diferentes tipos de abridor de boca, entretanto os mais utilizados são o de silicone e o abridor de molt. Obs: Caso o profissional não possua nenhum dos dois, pode-se confeccionar um com espátulas de madeira e gaze. O abridor deve ser posicionado entre as arcadas superior e inferior, do lado oposto ao da realização do procedimento. Obs2: Lembrando que, no caso do abridor de boca de silicone, é recomendado segurá-lo durante o uso e para maior segurança, amarrá-lo com uma gaze ou fio dental, para evitar deglutição do mesmo. • Contenção ativa A imobilização deve ser o último recurso a ser utilizado e consiste em limitar os movimentos da criança a fim de obter segurança e estabilidade para a realização do procedimento. - Na nossa clínica escola recomendamos que a contenção seja feita com o auxílio do responsável pela criança, o qual deve ser devidamente esclarecido a respeito da necessidade da utilização da técnica. Ainda assim, a mesma só deverá ser aplicada após concordância verbal e assinatura do termo de consentimento. Obs: É importante esclarecer tanto aos pais, quanto a criança que a contenção não é uma punição por mau comportamento e sim algo que precisa ser feito por um bem maior que é a sua saúde bucal.
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