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INTRODUÇÃO À PESQUISA
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Curso Gestão de TI – Seminário Interdisciplinar I
06/12/17
RESUMO
O ingresso do aluno de graduação em uma universidade e a ajuda do professor pesquisador irão contribuir no conhecimento e na formação do aluno em relação ao tema pesquisa. Aos poucos o acadêmico vai aprendendo a produzir o conhecimento científico formando uma consciência crítica e um espírito científico de aluno pesquisador. Este trabalho visa os caminhos que levam ao conhecimento sobre os principais conceitos de pesquisa científica, discorrendo sobre os tipos e etapas da pesquisa seguindo uma metodologia e um planejamento de acordo com as normas estabelecidas. Entender a pesquisar à pesquisa é o início do processo de buscar conhecimento e saber produzi-lo contribuindo para a formação acadêmica do aluno. A pesquisa como princípionorteador de buscar conhecimento irá contribuir em novas descobertas ou melhorias dos processos tanto no meio acadêmico como também na sociedade. O foco deste trabalho é a preocupação na aplicação dos métodos científicos do que propriamente dos resultados obtidos. 
 
Palavras-chave: Pesquisa; Pesquisa Científica; Método Científico.
1 INTRODUÇÃO
A palavra pesquisa deriva do termo latim, perquirere, que significa procurar com perseverança, (conquistar seus objetivos devido ao fato de manter-se firme e fiel a seus ideais e propósitos), em outras palavras, pesquisa significa buscar conhecimento.
Para Demo (2000, p.20), pesquisa é entendida tanto como procedimento de fabricação do conhecimento, quanto como procedimento de aprendizagem (princípio científico e educativo), sendo parte integrante de todo o processo reconstrutivo de conhecimento.
Conceito de pesquisa de forma simples: a pesquisa significa procurar respostas para tentar descobrir ou investiga a respeito de algo ou alguém.
Conceito de pesquisa no sentido amplo: a pesquisa significa procurar uma informação que não sabemos e que precisamos saber. Consultar livros e revistas, verificar documentos, conversar com pessoas, fazendo perguntas para obter resposta, são formas de pesquisa, considerando como sinônimo de busca e investigação. Esse sentido amplo de pesquisa se opõe ao conceito de pesquisa como tratamento de investigação científica que tem por objetivo comprovar uma hipótese levantada, através do uso de processos científicos.
Conceito de pesquisa no sentido filosófico, conforme Minayo (2011, p. 17): “a pesquisa significa atividade básica da ciência na sua investigação tentando descobrir a construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a atualiza frente a realidade do mundo, vinculando pensamento e ação”.
“A finalidade da pesquisa é resolver problemas e solucionar dúvidas, mediante a utilização de procedimentos científicos’’ (BARROS; LEHFELDI, 2000, p.14) e a partir de interrogações formuladas em relação a pontos ou fatos que permaneçam difíceis de entender necessitando de explicações aceitáveis e respostas que venham a esclarecer o problema ou a dúvida. Para isso, há vários tipos de pesquisas que proporcionam a coleta de dados sobre o que desejamos investigar.
2 PESQUISA CIENTÍFICA
Pesquisar cientificamente significa realizarmos essa busca de conhecimentos, apoiando-nos em procedimentos capazes de dar confiabilidade aos resultados em um ou mais aspectos de determinado assunto.
As pesquisas devem contribuir para a formação de uma consciência crítica ou um espírito científico do pesquisador. O acadêmico apoiando-se em observações, análises e deduções interpretados, através de uma reflexão crítica, vai aos poucos, formando seu espírito científico, o qual não é natural de sua origem, ou seja, aos poucos o estudante vai aprendendo a produzir o conhecimento científico juntamente com a ajuda do professor pesquisador na universidade em que ele está inserido.
O mais importante deve ser a ênfase, a preocupação na aplicação do método científico do que propriamente a ênfase nos resultados obtidos. O objetivo da pesquisa científica na fase da graduação nas universidades é a aprendizagem quanto a forma de percorrer as fases do método científico, que será abordado mais adiante, e a operacionalização de técnicas de investigação. 
Todo trabalho de pesquisa requer: imaginação criadora, iniciativa, persistência, originalidade e dedicação do pesquisador, seguindo um princípio sistemático de conduta moralmente correta.
 “O planejamento de uma pesquisa depende tanto do problema a ser estudado, da sua natureza e nível de conhecimento do pesquisador’’ (KÖCHE; 2007, p.122).
3 A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NA SOCIEDADE
O estudo e a procura de informações e novidades estão presentes em nossas vidas. O conhecimento e a pesquisa científica andam juntos e fazem uma dupla de extrema importância para o ser humano tanto na saúde quanto financeiramente e de muitas outras formas, sem contar que ela sobrevive a décadas e cada vez mais sua presença é essencial para nossas vidas.
A pesquisa científica pode ser considerada uma mobilização social, ou seja, existem grandes movimentos e ações quando algo é descoberto ou utilizado para ajudar ou evitar algum acontecimento como na medicina, por exemplo, através de tecnologias novas de medicações para o bem comum.
Segundo Lakatos eMarconi (2007, p.157) “a pesquisa científica ajuda nos processos de melhorias ou novos conhecimentos para o desenvolvimento da sociedade”.
A produção de conhecimento seja no meio acadêmico ou já como pesquisador, tem um papel importante na sociedade e na educação, ajudando nos processos de melhorias tanto no que diz respeito a tecnologias e inovações como também em descobertas de melhoria desses processos em relação a vida das pessoas.
4 TIPOS DE PESQUISA CIENTÍFICA
Para se obter sucesso na produção de conhecimento científico é necessário, além da curiosidade, da necessidade de solução de algum problema, uma estrutura que faça com que a pesquisa se torne de fato científica.
Conforme afirmam Prodanov e Freitas (2013, p. 44) “pesquisar cientificamente significa realizarmos essa busca de conhecimentos, apoiando-nos em procedimentos capazes de dar confiabilidade aos resultados”. Desta forma, estabelecem não somente a obrigatoriedade de utilização de um ou mais métodos pré-estabelecidos como também a necessidade de organização rigorosa para que o objetivo seja alcançado. 
Desta forma, o planejamento da pesquisa varia de acordo com sua natureza e problema a ser estudado. Isto faz com que existam diversos tipos de pesquisa que serão descritos a seguir de acordo com sua natureza e objetivo.
4.1. TIPO DE PESQUISA DE ACORDO COM A NATUREZA
Quando se fala da natureza da pesquisa, pode-se dizer que a mesma pode ser básica, por não possuir uma finalidade imediata. Entretanto, o conhecimento gerado pode servir de base para outras pesquisas. 
Já a pesquisa aplicada ou pesquisa tecnológica, é o tipo de pesquisa capaz de gerar produto ou processo com finalidades específicas utilizando os conhecimentos gerados por pesquisas básicas, aliados a tecnologias existentes.
4.2. TIPOS DE PESQUISA DE ACORDO COM O OBJETIVO
Entende-se por pesquisa exploratória aquela que tem como objetivo levantar mais informações a respeito de determinado assunto, muitas vezes servindo como base para levantamento de novas hipóteses sobre determinado assunto, sendo assim utilizada muitas vezes como base para pesquisas aplicadas. 
A pesquisa descritiva procura levantar detalhes a respeito de determinados fenômenos, população ou relação entre variáveis. Conforme Prodanov e Freitas (2013, p. 52), “tal pesquisa observa, registra, analisa e ordena dados, sem manipulá-los, isto é, sem interferência do pesquisador”. Esse tipo de pesquisa é muitas vezes utilizada por pesquisadores sociais que procuram identificar relações entre variáveis.
Prodanov e Freitas (2013, p. 53) dizem que a pesquisa é explicativa “quando o pesquisador procura explicar os porquês das coisas e suas causas, por meio do registro, da análise, da classificação e da interpretação dos fenômenos observados”. Assim, a pesquisa explicativa se torna útil quando se quer aprofundar o conhecimento a respeito de um fenômeno e identificar a relevância das variáveis que o formam, aprofundando o estudo em relação às mais importantes.
5 ETAPAS DA PESQUISA CIENTÍFICA
Para se fazer pesquisa e, portanto, definir os tipos de pesquisa a serem utilizados, é necessário seguir um conjunto de etapas que possibilitam a organização e execução da mesma.
Prodanov e Freitas (2013, p. 73) estabelecem que “para que um estudo seja considerado científico, devem ser observados critérios de coerência, consistência, originalidade e objetivação. É desejável que uma pesquisa científica preencha os seguintes requisitos: a existência de uma pergunta a que desejamos responder; a elaboração de um conjunto de passos que permitam chegar à resposta; a indicação do grau de confiabilidade na resposta obtida”.
Assim sendo, em síntese, as etapas da pesquisa são:
5.1. ESCOLHA DO ASSUNTO E DELIMITAÇÃO DO TEMA
É nesta etapa em que se realiza a escolha do tema da pesquisa, levando-se em consideração o conhecimento e afetividade do autor em relação ao tema, levantamento bibliográfico necessário e também o levantamento dos recursos necessários, sejam eles materiais ou humanos. Delimitar o tema é essencial para que não haja desperdício de recursos e de tempo e também para dar objetividade à pesquisa. 
Em síntese esta etapa pode ser definida da seguinte maneira:
5.2. REVISÃO DE LITERATURA
Nesta etapa deve-se verificar o que já foi escrito sobre o assunto escolhido para que se saiba quais enfoques já foram dados ao mesmo.
De acordo com Prodanov e Freitas (2013, p. 78) “a revisão de literatura tem papel fundamental no trabalho acadêmico, pois é através dela que você situa seu trabalho dentro da grande área de pesquisa da qual faz parte, contextualizando-o”.
É nesta etapa que o pesquisador dá sustentação teórica ao trabalho e demonstra até onde vai seu conhecimento a respeito do assunto. 
5.3. JUSTIFICATIVA
É nesta etapa que o pesquisador explicita a relevância do tema, o porquê da abordagem que propõe e os possíveis benefícios da pesquisa.
Conforme Prodanov e Freitas (2013, p82) “a Justificativa, num projeto de pesquisa, como o próprio nome indica, é o convencimento de que o trabalho de pesquisa é fundamental de ser efetivado”.
5.4. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Tendo em vista que pesquisa tem por objetivo a solução do problema estabelecido, esta fase ganha extrema importância ao passo em que “definir o problema da pesquisa é explicitar, em uma frase objetiva, compreensível e operacional, a dúvida com a qual nos deparamos e que planejamos resolver” (PRODANOV e FREITAS, 2013, p. 83)
5.5. DETERMINAÇÃO DOS OBJETIVOS
Este é o momento de determinar o porquê da pesquisa, indicando o propósito da mesma. A importância de ter um objetivo claro é delimitar limitar a pesquisa fazendo com que o pesquisador e o leitor possam identificar que a pesquisa atingiu seu propósito. Aqui também percebe-se uma relação direta com a elaboração do problema da pesquisa e sua justificativa.
Na prática o objetivo deve sempre ser descrito no infinitivo. Sendo a síntese do que se pretende alcançar.
5.6. METODOLOGIA
A definição da metodologia usada na pesquisa é o momento de estabelecer os caminhos a serem seguidos para se atingir o propósito da mesma. Este momento é de suma importância pois a utilização da correta metodologia, procedimento técnico, instrumentos, formas de tabulação e todas as demais técnicas relacionadas à produção da pesquisa são essenciais para que o trabalho possa ser chamado de científico. 
Basicamente todos os processos são estabelecidos aqui para que o restante da pesquisa tenha um caminho a ser seguido e ganhe legitimidade. 
Por exemplo, se em uma pesquisa eleitoral o instrumento de pesquisa, no caso um questionário, for escolhido de maneira errada, todo o resultado da mesma é posto em cheque. 
5.7. COLETA DE DADOS
Na coleta de dados se cumpre uma das etapas mais importantes da pesquisa, visto que os dados coletados durante a pesquisa, quando coletados com a técnica correta, é o que podem torna-la factível.
Como Prodanov e Freitas (2013, p. 102) afirmam “Pesquisar não é apenas coletar dados, mas não podemos falar em pesquisa sem falar em coletá-los. Os “dados”, em uma pesquisa, referem-se a todas as informações das quais o pesquisador pode se servir nas diferentes etapas do trabalho”.
5.8. TABULAÇÃO DOS DADOS
Aqui se decide a forma de organizar os dados de maneira a facilitar sua leitura e compreensão. É nesta etapa que a utilização dos recursos computacionais se destaca graças às ferramentas de produtividade evoluídas que permitem elaboração de planilhas, gráficos e índices de maneira mais simples e veloz.
5.9. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Esta etapa caracteriza-se por ser o momento onde o pesquisador interpreta os dados já tabulados e estabelece uma relação entre estes e as questões levantadas na pesquisa. Aqui se obtém as respostas para estas questões. Dando o primeiro passo para se chegar a conclusões a respeito de todo o trabalho feito. 
As técnicas para análise dos dados podem ser qualitativas, ou quantitativas, sendo a primeira focada no conteúdo dos dados e a segunda focada em métodos estatísticos como frequência,correlação, associação. 
5.10. CONCLUSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste momento o pesquisador deve apresentar a relação entre tudo o que foi verificado durante a pesquisa e a teoria. Nesta etapa o pesquisador deve retomar o problema estabelecido no começo da pesquisa e responde-lo de forma coerente. 
Há de se esclarecer que há a possibilidade do não atingimento do objetivo da pesquisa, contudo, isto deve estar exposto de forma clara e objetiva na conclusão. 
5.11. REDAÇÃO E APRESENTAÇÃO
Esta é a etapa da materialização do trabalho científico, o momento em que, seguindo regras pré-estabelecidas, o trabalho é redigido. O texto precisa ser claro, objetivo, sóbrio e seguir a norma culta padrão da língua portuguesa.
Prodanov e Freitas (2013, p. 118) dizem também que “é muito importante observar alguns outros atributos que conferem qualidade ao texto, tais como: possuir autonomia autoral com criticidade e posicionamento, ter precisão na utilização de termos e expressões, utilizar linguagem fluída, informativa sem redundâncias e repetições viciosas, primar pela adequação linguística, evitar rebuscamentos que obscurecem o sentido e que podem causar ambiguidades e incompreensões de sentidos”.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao passo em que o estudo a respeito da pesquisa científica é realizado, pode-se perceber o cuidado, a atenção e o pragmatismo exibido pelos autores. 
Todo este zelo pelos processos e etapas da pesquisa científica existem para que a geração de conhecimento ocorra de maneira consistente, de maneira a facilitar a verificação dos processos que levaram os pesquisadores a uma afirmação ou a uma nova pergunta.
Tudo isto não nos entrega apenas processos a serem vividos durante a graduação, mas conhecimento básico para que um bom profissional possa resolver questões práticas de forma concreta e alicerçada em seu trabalho. Mas muito além disso, o conhecimento absorvido e exposto nesse trabalho pode servir, em um mundo cada vez mais suscetível a notícias e afirmações falsas, para que se acompanhe a formação de tais afirmações e se possa confrontá-las de maneira lógica e científica, poupando assim não somente os leitores deste trabalho, mas toda a população dos impactos nefastos que o charlatanismo possui sobre a sociedade.
Atentar para o processo de produção científica não somente traz as bases para a busca da verdade científica, mas também abre portas para dúvidas mais específica, ou seja, mais oportunidades para estudo, mais oportunidades para novas pesquisas que envolvam a defrontação de notícias falsas sob o olhar da pesquisa científica, apontando em qual passo do processo de geração de conhecimento as falsas afirmações falham. Isto possibilitaria a criação de novas ferramentas automáticas de verificação de veracidade ou até mesmo tornaria o conhecimento destes processos mais acessível para que não se sofra, a exemplo das notícias a respeito de eleições em países até então considerados mais educados, com os impactos da manipulação por meio de falsas afirmações.
REFERÊNCIAS
BARROS, A. J. P. de; LEHFELD, N. A. de. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000. 
KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa. 24. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. 5. reimp. São Paulo: Atlas, 2007.
MINAYO, M. C. de S. (Org.). et al. Pesquisa social: Teoria, método e criatividade. 30.
ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. 
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar, Metodologia do trabalho científico [recurso eletrônico] : métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. – Novo Hamburgo, RS: Feevale, 2013.