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Falência e Recuperação

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Matriz de resposta
	São Paulo, 03 de dezembro de 2021
Relatório 
Trata-se de parecer emitido para a sociedade “VFC Comércio e Indústria de Material Esportivo LTDA”, com o fim de analisar a viabilidade de recuperação da empresa, com fito a responder questões solicitadas pelo Cliente. 
A sociedade empresária VFC Comércio e Indústria de Material Esportivo LTDA. Está passando por uma severa crise econômico-financeira. Ela se mantém no mercado com grande risco de encerramento definitivo das suas atividades.
As dívidas da empresa não param de crescer, e, atualmente, ela possui os seguintes débitos:
· R$ 1.000.000,00 de débitos trabalhistas;
· R$ 3.500.000,00 de débitos para fornecedores – não garantidos;
· R$ 6.500.000,00 de débitos bancários, garantidos por hipoteca;
· R$ 1.500.000,00 de débitos para fornecedores ME ou EPP – não garantidos – e
· R$ 100.000,00 de débitos perante a operadora de prestação de serviço de energia elétrica.
Parecer 
Incialmente cabe destacar a diferença entre falência e recuperação, em que aquela é traduzida na incapacidade do empresário, mesmo levando em conta todo o seu patrimônio, de saldar suas dívidas, já a recuperação judicial é o instituto que tem por finalidade evitar a falência, assim a partir do momento que for decretado o instituto da recuperação a empresa deverá aprender em juízo a forma de melhor organizar sua vida financeira e saldar suas dívidas com seus credores, sendo que ambos os institutos são regulados pela Lei nº11.101/2005. 
Da autofalência 
Poderá o próprio empresário decretar sua falência a partir do momento que verificar que não poderá saldar suas dívidas, conforme previsão do artigo 105 da Lei de falência e recuperação. Podendo assim, reduzir a sua dívida em até vinte e cinco por cento se saldar a sua dívida com seus credores, conforme previsão do artigo 158 e 159 da lei de falência. 
 Assim, nota-se que a autofalência é, em verdade, a declaração do próprio empresário que não consegue arcar com suas próprias dívidas, sendo considerado, o encerramento de suas atividades por requerimento próprio. Desta forma, fica claro que dentro as opções da empresa a autorrecuperarão não seria a melhor hipótese, pois a continuidade da empresa deverá ser o foco da empresa. 
Da recuperação extrajudicial 
A recuperação extrajudicial tem por finalidade de realizar a recuperação da empresa sem acionar o judiciário, facilitando assim, negociação direta com os devedores, mas conforme a previsão do artigo 161 da Lei de Recuperação, não é permitido a recuperação de créditos trabalhistas e créditos trabalhistas, salvo se este for devidamente autorizado pelo sindicato da categoria.
Assim, conforme apresentado no relatório não teve a autorização do respectivo sindicato da categoria, sendo assim, não é possível, a recuperação extrajudicial. 
Da recuperação judicial 
Conforme o princípio da preservação da empresa, previsto no artigo 47 da Lei de Recuperação, a melhor opção da empresa será requerer a recuperação judicial, para que judicialmente consiga se recuperar financeiramente e saldar sua dívida com seus credores. 
1. Há necessidade de ingressar com uma demanda judicial como solução ao endividamento apresentado? Considere os eventuais impactos negativos da medida a ser adotada.
Conforme apresentado até o presente momento, sim, necessidade de ingressar com demanda judicial com o fito de requerer a recuperação judicial. Sendo considerado como impacto como impactos positivos 
· Suspensão da execução, bem como da constrição do patrimônio da empresa, este prazo pelo cinto e oitenta dias; 
· Será possível a realização de acordos trabalhistas; 
· As certidões para o exercício de sua atividade serão dispensadas; 
· Negociação melhor com os credores, com relação a forma de pagamento e prazo 
· Possibilidade de venda dos bens da empresa, sem que seja necessário sucessão empresarial ou civil;
· As dívidas da empresa, mesmo tributária e trabalhista, poderá ser renegociada; 
· Manutenção da empresa e possível recuperação desta
Já no que diz respeito aos pontos negativos podemos citar a imagem da empresa, a submissão à diversos procedimentos burocráticos, bem como a empresa deverá ser acompanhada por empresa judicial, ademais o custo do processo de recuperação ficará a cargo da empresa e o advogado e, por fim, a dificuldade de obter crédito, ademais, caso a empresa não siga exatamente o plano de recuperação ocorrerá a decretação da falência e sua consequente extinção da empresa. 
2. Qual seria o procedimento de soerguimento mais adequado: medida pré-insolvencial prevista no art. 20A da Lei nº 11.101/2005, recuperação judicial comum, recuperação judicial com base em plano especial, recuperação extrajudicial ou autofalência?
Com vista a responder os questionamentos cabe destacar os seguintes conceitos: 
· Medida pré-insolvencial: visa evitar a recuperação judicial, assim terá uma margem maior para negociação, conforme prevê no artigo 20-B não serão admitidos os créditos sujeitos a recuperação judicial, caso previsto na empresa cliente, no caso dos créditos com grandes bancos. 
· Recuperação comum poderá ser realizada por empresas que sejam enquadradas como sociedade empresária. 
· Recuperação com base no plano especial poderá ser realizada por empresas ME Microempresas ou EPP – Empresas de pequeno porte. 
· Recuperação extrajudicial não poderá ter créditos tributários ou trabalhistas que não sejam devidamente homologados pelo sindicato da categoria. 
· Autofalência: não trata-se de recuperação e sim o ato pelo qual o empresário decreta/declara que o seu passivo – divida com credores, é maior que seus ativos, não tendo possibilidade de recuperação ou mesmo de solver sua dívida, mas na autofalência tem-se a redução de até 25% de sua dívida 
Diante do exposto, o procedimento de soerguimento mais adequado será a recuperação judicial comum, uma vez que esta enquadrada como sociedade empresária. 
3. Considerando a resposta apresentada na questão 2, como será o pagamento dos credores?
Inicialmente destaca-se a diferença entre os chamados créditos concursais e extraconcursais. Os créditos extraconcursais são aqueles derivados no curso do processo, e conforme a previsão do artigo 84 serão pagos de forma preferencial aos créditos concursais. 
Os créditos concursais são aqueles que tem a ordem de pagamento definido pela Lei de Recuperação em seu artigo 11, quais sejam: 
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
I - os créditos derivados da legislação trabalhista, limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos por credor, e aqueles decorrentes de acidentes de trabalho; 
II - os créditos gravados com direito real de garantia até o limite do valor do bem gravado;
III - os créditos tributários, independentemente da sua natureza e do tempo de constituição, exceto os créditos extraconcursais e as multas tributárias; 
VI - os créditos quirografários, a saber:
a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento; e
c) os saldos dos créditos derivados da legislação trabalhista que excederem o limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo;
VII - as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, incluídas as multas tributárias;
VIII - os créditos subordinados, a saber: 
a) os previstos em lei ou em contrato; e
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício cuja contratação não tenha observado as condições estritamente comutativas e as práticas de mercado;
IX - os juros vencidos após a decretação da falência, conforme previsto no art. 124 desta Lei.   
Assim, podemos observar que no que diz respeito aos créditos concursais serão pagos primeiramente os créditos trabalhistas, sendo possível o parcelamento em 24 vezes, seguido dos créditos bancários, podendo ser parcelado em 48 vezes. Os demais créditos não têm benefício de ordem, como os trabalhistas e bancários, sendo assim, pago oscréditos referente a operadora de prestação de serviço de energia elétrica e, por fim, dos fornecedores. 
Referência
BRASIL. Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm> Acesso em 02 de dezembro de 2021. 
MARQUES, Leonardo. Falência e recuperação de empresa – FGV. 
	
	
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