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aula 4 Estágio 3 Serviço Social

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- -1
ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO SERVIÇO 
SOCIAL III
ANÁLISE DA CONJUNTURA
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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Reconhecer alguns elementos para contribuir na realização da análise da conjuntura.
Análise da conjuntura significa acompanhar e analisar ativamente o desenrolar dos acontecimentos políticos e
econômicos do país e do mundo, procurando compreender a ligação entre eles, ou seja, até que ponto um
influencia no outro, em um movimento dialético. Para Souza (1991), análise da conjuntura é uma mistura de
conhecimento e descoberta; é uma leitura especial da realidade e que se faz sempre em função de alguma
necessidade ou interesse. Nesse sentido, não há análise de conjuntura neutra, desinteressada: ela pode ser
objetiva, mas estará sempre relacionada a uma determinada visão do sentido e do rumo dos acontecimentos.
Vamos utilizar como leitura norteadora a publicação de Herbert José de Souza, sob o título Como se faz análise
da conjuntura, publicado em 1991.
Introdução
Esta aula é sobre um tema abordado anteriormente, mas que vamos aprofundar um pouco mais.
Análise da conjuntura significa acompanhar e analisar ativamente o desenrolar dos acontecimentos políticos e
econômicos do país e do mundo, procurando compreender a ligação entre os mesmo, ou seja, até que ponto um
influencia no outro, em um movimento dialético.
Visão de Souza
Para Herbert José de Souza (1991), análise da conjuntura é uma mistura de conhecimento e descoberta, ou seja,
é uma leitura especial da realidade e que se faz sempre em função de alguma necessidade ou interesse.
Nesse sentido não há análise de conjuntura neutra, desinteressada: ela pode ser objetiva, mas estará sempre
relacionada a uma determinada visão do sentido e do rumo dos acontecimentos.
Completa o autor:
“Mas análise da conjuntura é uma tarefa complexa, difícil e que exige não somente um conhecimento detalhado
de todos os elementos julgados importantes e disponíveis de uma situação determinada, como exige também um
tipo de capacidade de perceber, compreender, descobrir sentidos, relações, tendências a partir dos dados e das
informações.” (p. 08)
Categorias
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Vamos utilizar como leitura norteadora, a publicação de Herbert José de Souza, sob o título Como se faz análise
da conjuntura, publicado em 1991.
O autor começa falando sobre algumas categorias para análise da conjuntura e nos diz que para tanto são
necessárias ferramentas próprias, a saber:
Acontecimentos
Herbert José de Souza (1991) fala que devemos distinguir fato de acontecimento.
Na vida real, ocorrem milhares de fatos todos os dias em todas as partes, mas somente alguns desses fatos são
‘considerados’ como acontecimentos: aqueles que adquirem um sentido especial para um país, uma classe social,
um grupo social ou uma pessoa.
Prossegue o autor:
“Existem ocorrências que se constituem em ‘acontecimentos’ tais como: greves gerais, eleições
presidenciais (principalmente se são diretas...), golpes militares, catástrofes, descobertas científicas
de grande alcance. Estas ocorrências, por sua dimensão e seus efeitos, afetam o destino e a vida de
milhões de pessoas, da sociedade em seu conjunto. (...) A importância da análise, a partir dos
acontecimentos é que eles indicam sempre certos ‘sentidos’ e revelam também a percepção que uma
sociedade ou grupo social, ou classe tem da realidade e de si mesmo.” (p.11).
Cenários
Sobre esta ferramenta de análise, Herbert José de Souza (1991) diz que as ações da trama social e política se
desenvolvem em determinados espaços que podem ser considerados com cenários. E que cada cenário
apresenta particularidades que influenciam o desenvolvimento da luta e, muitas vezes, o simples fato de mudar
de cenário já é uma indicação importante de uma mudança de processo.
Assim,
“Em uma ditadura militar, os cenários do poder e da luta contra esse poder serão necessariamente diferentes
dos cenários de uma sociedade democrática. Numa, talvez o quartel; noutra, o parlamento, as ruas e as praças.”
(p.12)
Atores
Outra categoria que o autor apresenta para usar na análise da conjuntura é a de atores, vejamos:
“O ator é alguém que representa que encarna um papel dentro de um enredo, de uma trama de relações. Um
determinado indivíduo é um ator social quando ele representa algo para a sociedade (para o grupo, a classe, o
país), encarna uma ideia, uma reivindicação, um projeto, uma promessa, uma denúncia” (p.12).
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Sendo assim, uma classe social, uma categoria social, um grupo, uma instituição, um sindicato, partidos, jornais,
rádios, emissoras de televisão, igrejas etc. podem ser atores sociais.
Relações de força
Quanto às relações das forças, Herbert José de Souza (1991) afirma que as classes sociais, os grupos, os
diferentes atores sociais estão em relação uns com os outros. Ou seja:
“Essas relações podem ser de confronto, de coexistência, de cooperação e estarão sempre revelando
uma relação de força, de domínio, igualdade ou de subordinação. Encontrar formas de verificar a
relação de forças, terem uma ideia mais clara dessa relação é decisivo se quer tirar consequências
práticas da análise da conjuntura. Algumas vezes, essa relação de forças se revela através de
indicadores até quantitativos, como é o caso de uma eleição: o número de votos indicará a relação de
forças entre partidos, grupos e classes sociais.” (p.13)
E o autor finaliza sinalizando que outra ideia importante é a de que a relação de forças não é um dado imutável,
colocado de uma vez por todas, sofrendo mudanças permanentes.
Análise de fatos, eventos tendo como pano de fundo as ‘estruturas’, ou articulação entre estrutura e
conjuntura
Para Herbert José de Souza (1991), a questão é que os acontecimentos, a ação desenvolvida pelos atores sociais,
gerando uma situação, definindo uma conjuntura, não se dão no vazio, prosseguindo:
“Eles têm relação com a história, com o passado, com relações sociais, econômicas e políticas
estabelecidas ao longo de um processo mais longo. Uma greve geral que marca uma conjuntura é um
acontecimento novo que pode provocar mudanças mais profundas, mas ela não cai do céu, ela é o
resultado de um processo mais longo e está situada numa determinada estrutura industrial
definindo suas características básicas, seu alcance e limites. Um quadro de seca no Nordeste pode
marcar uma conjuntura social grave, mas ela deve ser relacionada à estrutura fundiária que, de
alguma maneira, interfere na forma como a seca atinge as populações, a quem atinge e como.” (p.14)
Desfecho da primeira parte
O autor diz que a análise da conjuntura, de modo geral, está interessada em produzir um tipo de intervenção na
política; é um elemento fundamental na organização da política, na definição das estratégias e táticas das
diversas forças sócias em luta.
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E sobre as categorias ‘estratégias’ e ‘tática’ são também instrumentos úteis para análise da ação dos diferentes
atores socais, afirma o autor.
E continua suas reflexões:
“É possível buscar identificar as linhas gerais de ação, as estratégias empregadas por estes atores sociais para
conseguir realizar seus objetivos. Poderíamos definir estratégia como a articulação, a definição de um conjunto
de meios, de forças, de elementos tendo em vista realizar objetivos gerais ou ‘projetos’ mais globais que
respondem a interesses e objetivos sociais, econômicos e políticos de determinadas forças ou classes sociais” (p.
17).
Herbert José de Souza (1991) conclui que:
se na estratégia observamos os objetivos e as linhas de ação mais gerais, na tática, observamos os meios e as
formas particulares, concretas de ação, tendo em vista a realização de estratégias determinadas.
Nem sempre, porém, um acontecimento, ou um conjunto de ações aparentemente articuladas entre si
constituem uma tática, ou uma parte de uma estratégia.
E assim, finaliza a primeira parte do livro, apresentando 8 partes.
Segunda parte
A segunda parte é sobre o sistema do capital mundial: dadosgerais.
Nesta, o autor destaca que é importante relacionar a conjuntura com os elementos mais permanentes, mais
estruturais da realidade e levar em conta as dimensões locais, regionais, nacionais e internacionais da realidade.
Assim,
“O sistema do capital mundial se constitui no pano de fundo do processo econômico, social e político que se
desenvolve em nosso país. O sistema do capital mundial não determina todos os acontecimentos de nossa
realidade, mas seguramente ele é um elemento condicionante do conjunto dos acontecimentos que definem o
nosso processo histórico. Neste sentido, é fundamental ter uma ideia global de suas características e das formas
concretas através das quais a realidade está relacionada a este sistema” (p.19).
Terceira parte
Sobre a terceira parte do livro, Herbert José de Souza (1991) fala sobre o sistema do poder político
transnacionalizado.
Em relação a isto, o autor diz que é artificial separar o econômico do político. O ato de produzir é também um ato
político.
O capital é uma relação social de produção. Por isso é importante perceber o contexto econômico e político como
duas dimensões de um mesmo fenômeno global.
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Devemos falar, portanto, de um sistema do capital mundial que existe porque também é um sistema de poder
político transnacionalizado, que submete os Estados nacionais e a sua dinâmica, limites e contradições.
“No sistema de poder transnacionalizado o Estado passa por uma série de transformações políticas e de modo
geral se caracteriza por seu caráter centralizado, desnacionalizado, tecnocrático e repressivo sob diferentes
formas” (p. 25).
Terceira parte
Sobre a terceira parte do livro, Herbert José de Souza (1991) fala sobre o sistema do poder político
transnacionalizado.
Em relação a isto, o autor diz que é artificial separar o econômico do político. O ato de produzir é também um ato
político.
O capital é uma relação social de produção. Por isso é importante perceber o contexto econômico e político como
duas dimensões de um mesmo fenômeno global.
Devemos falar, portanto, de um sistema do capital mundial que existe porque também é um sistema de poder
político transnacionalizado, que submete os Estados nacionais e a sua dinâmica, limites e contradições.
“No sistema de poder transnacionalizado o Estado passa por uma série de transformações políticas e de modo
geral se caracteriza por seu caráter centralizado, desnacionalizado, tecnocrático e repressivo sob diferentes
formas” (p. 25).
Nesta parte, o autor fala sobre ‘coerção econômica’, mecanismos de controle sobre a organização social’,
mecanismos ideológicos de resignação/medo’; e ‘controle da informação’.
Quinta parte
A quinta parte é sobre estratégias em jogo.
O que isso quer dizer?
Para Herbert José de Souza (1991),
“As ideias que apresentamos a seguir constituem apenas um pequeno exercício de análise das estratégias em
jogo e que podemos considerar como uma das formas mais interessantes de se fazer uma análise de conjuntura,
Fique ligado
O conhecimento dessas formas é um elemento importante na análise da conjuntura porque
elas atuam de forma permanente e nem sempre são visíveis à nossa percepção.
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porque a ideia de estratégia serve para se identificar as intenções dos grupos e classes sociais e tentar descobrir
os sentidos mais globais dos acontecimentos e da ação de diferentes autores” (p. 39).
Sexta parte
A sexta parte do livro é sobre o quadro atual.
Aqui, o autor sublinha que o aspecto importante na análise da conjuntura é a de caracterizar as questões centrais
que estão colocadas em evidência na luta social e política em um período determinado.
Estas questões fazem parte do debate dos partidos políticos, dos sindicatos, dos movimentos sociais em geral e
estão refletidas na grande imprensa.
As notas que seguem constituem apenas um exemplo concreto de composição de um quadro da situação. De
acordo com o autor, são elas:
preocupações centrais do governo (inflação, dívida externa, gastos públicos etc.);
grandes projetos (projetos governamentais etc.);
questão operária (política salarial, modificações na CLT, legislação oficial relacionada ao trabalho e trabalhadores
etc.);
questão agrária (a situação das populações rurais, a reforma agrária etc.);
questão política (reforma constitucional, eleições diretas, reforma partidária);
novas relações entre Igreja e Estado (a relação entre estas duas esferas).
Assim, finalizando esta parte do livro, Herbert José de Souza (1991) descreve que:
“A caracterização das questões centrais constituem, às vezes, um ponto de partida para se aprofundar a
análise da conjuntura. Seria necessário verificar quais as questões mais importantes, como elas se
relacionam e quais os desenvolvimentos possíveis de cada uma delas e suas repercussões mais gerais”.
(p. 47)
Sétima parte
A sétima parte do livro, está sob o título campos de confronto.
Nesta, o autor discrimina que, outro aspecto a ser considerado em uma análise da conjuntura, é a identificação
dos campos de confronto existentes em um determinado momento e que caracterizam os tipos de oposição e os
conflitos entre os diferentes atores sociais.
A identificação dos campos de confronto é importante também para a análise da correlação de forças porque o
enfoque é basicamente o do conflito.
A título de exemplo poderíamos identificar, na realidade brasileira atual, os seguintes campos de confronto:
• Estado e Sociedade,
• Estado e Partidos Políticos,
•
•
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• Estado e Partidos Políticos,
• Estado e Igreja,
• Estado e Empresários,
• Estado e Militares,
• Estado e Forças Políticas Internacionais,
• Estado e Movimentos Populares.
Oitava parte
A oitava e última parte do livro é sobre um método prático de fazer análise de conjuntura com os movimentos
populares .(representação da conjuntura)
Para Herbert José de Souza (1991), uma forma de se fazer uma análise de conjuntura, em reuniões organizadas
com os movimentos populares é a de representar a situação através de um exercício de ‘teatro’ realizado
pelos próprios participantes.
Este método já foi aplicado em várias situações com êxito porque possibilitou uma reflexão coletiva
sobre a realidade.
Assim:
“As experiências realizadas com este método foram muito interessantes tanto pelo que foi produzido
com análise coletiva da conjuntura, como pela tomada de consciência dos participantes sobre o seu
nível de informação e conhecimento da realidade. A representação é reveladora também das atitudes
básicas que temos sobre as diferentes forças sociais que atuam na luta política e o quanto estamos ou
somos influenciados pela informação e ideologia dominantes.” (Souza, 1991, P. 54).
Concluindo...
Finalizamos esta aula, sinalizando que a proposta do livro é:
identificar alguns ingredientes que podem ser importantes para a realização da análise da conjuntura,
mas entendendo como uma proposta para contribuir na análise da conjuntura e não como uma receita
pré-estabelecida.
E compreendendo a análise da conjuntura como uma leitura aprofundada da realidade e que se faz sempre em
função de alguma ou .necessidade interesse
O que vem na próxima aula
•Na próxima aula, enfatizaremos a leitura sobre estratégias em Serviço Social.
•
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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• a realização da análise da conjuntura, considerando como uma das ferramentas para compreender a 
realidade atual.
•
	Olá!
	
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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