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1Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Elaboração de Indicadores de Desempenho Institucional Aspectos gerais sobre os indicadores de desempenho institucional 1 M ód ul o 2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Enap, 2021 Enap Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Educação Continuada SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Presidente Diogo Godinho Ramos Costa Diretor de Desenvolvimento Profissional Paulo Marques Coordenador-Geral de Produção Web Carlos Eduardo dos Santos Conteudista Carlos Eduardo Penante D' Ávila Uchoa, 2021 Curso desenvolvido no âmbito da Diretoria de Desenvolvimento Profissional – DDPRO Fonte das imagens modificadas e utilizadas no curso: freepik Curso produzido em Brasília, 2021. 3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Sumário Unidade 1 - O que são indicadores? .......................................................................4 Unidade 2 - Para que servem os indicadores de desempenho institucional? ........6 Unidade 3 - Propriedades de bons indicadores de desempenho institucional ......8 Referências ...........................................................................................................10 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 1 - O que são indicadores? Objetivo de aprendizagem Ao final da unidade, você será capaz de diferenciar os conceitos de dado, informação e indicador. Se as despesas de custeio do órgão ou entidade em que você atua foram, em um mês, de R $ 800.000,00, isso é um dado, uma informação ou um indicador? A resposta é... depende. Se sua atribuição for reduzir ao máximo as despesas de custeio, então o monitoramento mensal é fundamental. Logo, para você, para o órgão e/ou entidade em que trabalha, trata- se de um indicador. Mas, para você, o valor das despesas de custeio de um outro órgão, é simplesmente uma informação. E o número é um dado. Conclusão: DADO: É uma informação disponível, mas ainda não organizada ou manipulada; não possui foco na gestão. Pode ser um número, um texto, uma imagem, um som, um vídeo ou alguma outra mídia. Exemplo: dados constantes no Siafi sobre pagamentos realizados. INFORMAÇÃO: É um dado que já passou por um primeiro nível de organização de acordo com um interesse específico, como em um relatório. Exemplo: despesas realizadas por cada setor. INDICADOR: É uma variável crítica que precisa ser controlada, mantida em determinados patamares. Exemplo: despesa média, por servidor e por mês, em diárias e passagens. Mas precisamos tomar cuidado:Se uma variável não for crítica, então, para você, não é um indicador. Podemos concluir que um mesmo dado pode ser considerado um indicador ou uma simples informação, a depender de quem o vê. M ód ul o Módulo 1 - Aspectos gerais sobre os indicadores de desempenho institucional 1 5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Seguem algumas definições formais: Segundo Ferreira, Cassiolato e Gonzalez (2009, p.24): O indicador é uma medida, de ordem quantitativa ou qualitativa, dotada de significado particular e utilizada para organizar e captar as informações relevantes dos elementos que compõem o objeto da observação. É um recurso metodológico que informa empiricamente sobre a evolução do aspecto observado. Segundo o Guia Técnico de Gestão Estratégica, elaborado pela Secretaria de Gestão, do Ministério da Economia (2020, p. 38): Indicadores são instrumentos que permitem observar, identificar e mensurar aspectos relacionados à evolução de um determinado objeto que, no caso da gestão estratégica, pode ser um objetivo, um processo ou um projeto. Para reforçar sua aprendizagem, acesse o vídeo a seguir no qual o professor Carlos Eduardo Uchôa apresenta a diferenciação dos conceitos de dado, informação e indicador. Vídeo - O que são indicadores? https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo01_video01.mp4 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 - Para que servem os indicadores de desempenho institucional? Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer a utilidade dos indicadores. Segundo o senso comum, uma organização precisa de indicadores para verificar se as metas estabelecidas estão sendo alcançadas. Correto, mas qualquer ação no campo da gestão ajuda a organização a alcançar os resultados pretendidos. Então, qual a finalidade específica do uso de indicadores de desempenho? Para responder com precisão, é necessário modificar o foco. Em vez de pensar em indicadores institucionais, devemos pensar em um sistema de medição de desempenho. Essa pequena mudança traduz melhor o que realmente se deseja. É necessário estabelecer uma estrutura, ou melhor, um sistema capaz de medir o desempenho de uma organização. E qual a �nalidade de um sis tema de medição de desempenho ins�tucional? Há várias respostas possíveis. Se a organização estiver alcançando seus propósitos, os indicadores podem confirmar que as estratégias estão adequadas e, se a organização não estiver atingindo seus objetivos, podem demonstrar que algo precisa ser feito para alcançá-los. Mas para que essas informações são necessárias? Uma organização que mede sistematicamente seu desempenho pode realizar rapidamente intervenções à medida que ocorrem �utuaç ões de processo. Com base nas informações geradas, os usuários podem avaliar o desempenho de equipes, a�vidades, processos e gestão para tomar decisões e executar ações que irão melhorar a atuação da ins�tu ição. Portanto, podemos concluir que é com base nas informações transmi�d as por indicadores que dirigentes tomam decisões (ou deveriam tomar). Ainda, a par�r dos indicadores, organizações adquirem fundamentos para reorientar suas inicia�vas e ações. Organizações aprendem o que gera resultados desejáveis e onde os recursos são mais ou menos inves�dos. Também pelos indicadores, é possível iden��c ar e, quem sabe, até reconhecer o bom desempenho de unidades, departamentos, setores ou inicia�v as. Por �m, a alta direção pode, apoiando-se nos indicadores, comunicar suas expecta�v as. Assim, indicadores serv������ �� � Mostrar se as metas estão sendo a�ngidas. • Deixar claras as prioridades. • Gerar alinhamento. • Mo�v ar. • Indicar se são necessários ajustes. Objetivo de aprendizagem 7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • Apoiar a tomada de decisão. • Reconhecer o desempenho. Em síntese, os indicadores são úteis para ajudar a tomar decisões e não apenas aquelas tomadas pelas chefias. Por isso, a melhor forma de interpretar a finalidade do uso dos indicadores é entender que eles são úteis para orientar o que fazer. Caso alguém tenha indicadores sob sua responsabilidade, mas suas ações não são orientadas pelos indicadores, então, certamente: • Os indicadores precisam ser melhorados ou substituídos. • Não está sabendo utilizar os indicadores. Acesse o vídeo a seguir no qual o professor Carlos Eduardo Uchôa apresenta a finalidade dos indicadores e o porquê eles são necessários. Para que servem os indicadores de desempenho institucional? https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo01_video02.mp4 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 3 - Propriedades de bons indicadores de desempenho institucional Ao final desta unidade, você será capaz de listar as propriedades dos indicadores institucionais. Vamos supor que os indicadores somente possam ser coletados nos Censos do IBGE a cada dez anos, ou que os indicadores sejam coletados a partir de fontes não confiáveis, ou, ainda, que ninguém sequer saiba como os indicadores possam ser recolhidos. Imagine a hipótese de uma organização manter um sistema com indicadores de apenas metade de suas unidades, ou de não haver indicadores relacionados a boa parte das políticas públicas sob sua responsabilidade. Essas são situações comuns. Por esses motivos, todoindicador precisa apresentar as propriedades contidas no Quadro 1.3.1. Quadro 1.3.1: propriedades de bons indicadores institucionais. "O indicador comunica a intenção do objetivo? Demonstra o que a organização espera de sua força de trabalho? Orienta as ações de rotina ou estratégicas?" Utilidade O indicador representa fielmente o que se deseja medir? A representatividade é a proximidade de significado e de abrangência do indicador em relação ao objetivo. Representatividade A fonte de dados é confiável?Confiabilidade da fonte "O método de coleta do indicador é confiável? Essa propriedade difere da anterior. A fonte pode ser confiável, mas coletar a informação daquela fonte pode não ser tão simples." Confiabilidade metodológica Os dados necessários para calcular o indicador já estão disponíveis, ou precisamos aguardar a implantação de um sistema ou a realização de uma pesquisa? Disponibilidade Quanto custa obter o indicador? A relação entre os custos de obtenção e os benefícios decorrentes do uso do indicador deve ser favorável. Economicidade O público que irá ver e utilizar o indicador o entenderá facilmente?Simplicidade de comunicação "Uma série de medições do indicador permite comparações coerentes com mínima interferência de variáveis externas? O que precisa ser medido está sujeito a ser camuflado por outros fatores?" Estabilidade O indicador obtido é decorrente de informações atuais? E mais: o indicador pode ser obtido em tempo para seu uso?Tempestividade Variações no processo (decorrentes ou não de intervenções intencionais) refletem-se no resultado do indicador?Sensibilidade Fonte: Adaptado de Indicadores: orientações básicas aplicadas à gestão pública – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2012. Objetivo de aprendizagem 9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Para que você seja capaz de listar as propriedades dos indicadores institucionais, acesse o vídeo a seguir no qual o professor Carlos Eduardo Uchôa apresenta as propriedades de bons indicadores institucionais Propriedade de bons indicadores de desempenho https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo01_video03.mp4 10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Referências MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital; Secretaria de Gestão. Guia Técnico de Gestão Estratégica. Brasília: ME, 2019. v. 1. Ministério do planejamento, orçamento e gestão. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos. Indicadores de Programas: Guia Metodológico. Brasília: MP, 2010. FERREIRA, H.; CASSIOLATO, M.; GONZALEZ, R. Uma experiência de desenvolvimento metodológico para avaliação de programas: o modelo lógico do programa segundo tempo. Brasília: Ipea, 2009. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos. Indicadores - Orientações Básicas Aplicadas à Gestão Pública. 1. ed. Brasília: MP, 2012. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Secretaria de Gestão. Produto 1: mapeamento bibliográfico e do estado da arte sobre indicadores de gestão. Brasília: MP, 2009. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. SECRETARIA DE GESTÃO. Produto 4: guia referencial para medição de desempenho e manual para construção de indicadores. Brasília: MP, 2009. Ministério do planejamento, orçamento e gestão. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos. Indicadores de Programas: Guia Metodológico. Brasília: MP, 2010. 1Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Elaboração de Indicadores de Desempenho Institucional Classificação dos indicadores de desempenho institucional 2 M ód ul o 2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Enap, 2021 Enap Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Educação Continuada SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Presidente Diogo Godinho Ramos Costa Diretor de Desenvolvimento Profissional Paulo Marques Coordenador-Geral de Produção Web Carlos Eduardo dos Santos Conteudista Carlos Eduardo Penante D' Ávila Uchoa, 2021 Curso desenvolvido no âmbito da Diretoria de Desenvolvimento Profissional – DDPRO Fonte das imagens modificadas e utilizadas no curso: freepik Curso produzido em Brasília, 2021. 3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Sumário Unidade 1 - Visão geral da classificação dos indicadores de desempenho institucional ............................................................................................................4 Unidade 2 - Indicadores de esforço e de resultado ................................................6 Referências .............................................................................................................9 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 1 - Visão geral da classificação dos indicadores de desempenho institucional Ao final desta unidade, você será capaz de diferenciar as classificações dos indicadores de desempenho institucional. Há várias formas de classificar os indicadores. Entre as classificações existentes, vamos apresentar aquelas que podem ser úteis para o uso prático na administração pública. Por nível hierárquico Os indicadores podem ser: • Operacionais • Gerenciais • Estratégicos Na administração pública, são muito utilizados os indicadores estratégicos habitualmente desdobrados para os níveis gerencial e operacional. Por tema Nas organizações que utilizam o Gerenciamento pelas Diretrizes (GPD), metodologia de abordagem estratégica, é comum a classificação dos indicadores por temas: • Qualidade • Custo • Entrega • Moral • Segurança A divisão por temas é utilizada para assegurar o equilíbrio do desempenho institucional entre os temas definidos. Foi uma classificação muito adotada em organizações privadas e públicas, mas vem caindo em desuso nos últimos tempos, principalmente com a expansão do Balanced Scorecard (BSC). M ód ul o Classificação dos indicadores de desempenho institucional 2 5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Pelo posicionamento na cadeia de valor O Ministério do Planejamento conduziu, em 2009, uma extensa pesquisa sobre indicadores de gestão. Foram estudados modelos propostos por consultorias de renome, utilizados por órgãos públicos das três esferas de governo (municipal, estadual e federal) e por órgãos de diversos países. As conclusões foram similares às obtidas nas reuniões do Comitê de Medição do Desempenho da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ): uma classificação muito útil dos indicadores da gestão se refere à sua posição na etapa da cadeia de valor. Imagem 2.2.1: classificação dos indicadores segundo o posicionamento na cadeia de valor. Quadro 2.2.: classificação de indicadores pelo posicionamento da cadeia de valor. ExemploSignificadoTipo de Indicador Quantidade de professores contratados. Mede a quantidade, gasta ou necessária, de insumos ou recursos humanos, materiais ou financeiros. Insumos Percentual do conteúdo previsto repassado aos alunos.Mede o quantitativo executado.Execução Custo por aluno. Mede a relação entre os serviços entregues e os recursos despendidos (recursos de forma geral, e não apenas relacionados a custos). Eficiência Percentagem de alunos com média acima de 7 na nota final. Mede a convergência dos resultados com os objetivos estabelecidos. Eficácia Porcentagem de alunos aprovados no vestibular. Mede o impacto de ações no contexto.Efetividade Para você fortalecer sua aprendizagem, acesse o vídeo a seguir, no qual o professor Carlos Eduardo Uchôa apresenta a visão geral da classificação dos indicadores de desempenho institucional. Visão geral da classificação dos indicadores de desempenho institucional https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo02_video01.mp4 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 - Indicadoresde esforço e de resultado Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer as características dos indicadores de esforço e resultado. Como consequência da classificação dos indicadores pelo posicionamento na cadeia de valor, os indicadores podem ainda ser classificados em: • Indicadores de esforço • Indicadores de resultado Quadro 2.2.1: indicadores de esforço e de resultado. Indicadores de esforço Indicadores de resultado Insumos Execução Eficiência Eficácia Efetividade Diversas literaturas adotam essa classificação, havendo inúmeras terminologias para designar o que, comumente no Brasil, chamamos de indicadores de esforço e de resultados. Trata-se de uma adaptação livre da denominação em língua inglesa: drivers (indicadores de esforço) e outcomes (indicadores de resultados). Ainda é importante observar que o Mapeamento do Estado da Arte sobre Indicadores de Gestão, desenvolvido pelo Ministério do Planejamento em 2009, classifica a eficiência como indicador de resultado, não como de esforço. Contudo, para fins de medição do desempenho institucional, a eficiência (relação entre os produtos/serviços entregues e os recursos empregados) recebe forte influência dos recursos despendidos, mais que a influência da qualidade dos produtos ou serviços entregues, de forma que se encaixa melhor como indicador de esforço. Com efeito, se dizemos que o custo por aluno é de R$300,00, o foco de interesse é no gasto, e não na qualidade do ensino. Mas por que essa classificação em indicadores de esforço e de resultado é interessante? Para responder a essa questão devemos compreender que o indicador de esforço serve para verificar se os planos de ação, os projetos e as iniciativas estão sendo realizados no ritmo esperado, e se os meios necessários estão sendo cumpridos para que resultados desejados sejam alcançados. 7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Além disso, o indicador de resultado mede o efeito imediato ou após um certo tempo, e serve para verificar se os objetivos estão sendo atingidos. Assim, se um objetivo ou algo crítico é mensurado com indicadores de esforço e de resultado, é possível estabelecer uma correlação, de forma a identificar se há relação de causa e consequência entre o esforço e o resultado. Trata-se de uma forma proativa de analisar e monitorar o desempenho, permitindo concluir se um resultado foi obtido por acaso ou se um esforço está ou não gerando o resultado esperado. Agora vamos refletir o que ocorre se um sistema de medição não possuir indicadores de ambos os tipos: Um sistema de medição que possui apenas indicadores de esforço reflete falta de objetividade e maior preocupação com os meios que com os resultados. Um sistema de medição que possui apenas indicadores de resultados reflete a falta de conexão entre a estratégia, os meios e os resultados. Para deixar mais claro, a alta direção ficará apenas na torcida para que os resultados aconteçam. Assim, podemos chegar a algumas conclusões iniciais sobre como construir um sistema de medição balanceado: Um sistema de medição deve ser formado por indicadores de resultado e de esforço. A cada indicador de resultado, devem ser escolhidos um ou mais indicadores de esforço. A mescla de indicadores de esforço com indicadores de resultado é a chave para a estruturação de um sistema balanceado. Quadro 2.2.2: indicadores de esforço e de resultados - conceitos Indicadores de resultadosIndicadores de esforço Mede o efeito após um certo tempoMede a causa antes de o efeito acontecer. Serve para verificar se os objetivos estão sendo atingidos. Serve para verificar se os planos ligados aos fatores críticos de sucesso estão sendo cumpridos. 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Apropriado para a medição do alcance de objetivos. Apropriado para a medição de planos de ação, projetos e iniciativas. Fonte: FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Indicadores de Desempenho – Estruturação do Sistema de Indicadores Organizacionais. 3. ed. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2012. Acesse o vídeo a seguir no qual o professor Carlos Eduardo Uchôa apresenta os indicadores de esforço e de resultado. Indicadores de esforço e resultado https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo02_video02.mp4 9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Referências FNQ. Fundação Nacional da Qualidade. Cadernos Compromisso com a Excelência: resultados. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2008. (Série Cadernos Compromisso com a Excelência). FNQ. Fundação Nacional da Qualidade. Indicadores de Desempenho – Estruturação do Sistema de Indicadores Organizacionais. 3. ed. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2012. FNQ. Fundação Nacional da Qualidade. Transformando o Sistema de Indicadores – Avaliação do Desempenho Global sob a ótica do MEG. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2015. KIYAN, Fábio Makita. Proposta de desenvolvimento de indicadores de desempenho como suporte estratégico. 2001. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo. São Carlos, 2001. TAKASHINA, Newton Tadashi; FLORES, Mario Cesar Xavier. Indicadores da qualidade e do desempenho: como estabelecer metas e medir resultados. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. TCU. Técnica de Auditoria - Indicadores de Desempenho e Mapa de Produtos. Brasília, 2000. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Secretaria de Gestão. Produto 1: mapeamento bibliográfico e do estado da arte sobre indicadores de gestão. Brasília: MP, 2009. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos. Indicadores de Programas: Guia Metodológico. Brasília: MP, 2010. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos. Indicadores - Orientações Básicas Aplicadas à Gestão Pública. 1. ed. Brasília: MP, 2012. FNQ. Fundação Nacional da Qualidade. Cadernos Rumo à Excelência: Informações e Conhecimento. São Paulo, n.5: Fundação Nacional da Qualidade, 2008. FNQ. Fundação Nacional da Qualidade. Indicadores de Desempenho – Estruturação do Sistema de Indicadores Organizacionais. 3. ed. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2012. FNQ. Fundação Nacional da Qualidade. Transformando o Sistema de Indicadores – Avaliação do Desempenho Global sob a ótica do MEG. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2015. 1Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Elaboração de Indicadores de Desempenho Institucional Sistemas de medição de desempenho intitucional3 M ód ul o 2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Enap, 2021 Enap Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Educação Continuada SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Presidente Diogo Godinho Ramos Costa Diretor de Desenvolvimento Profissional Paulo Marques Coordenador-Geral de Produção Web Carlos Eduardo dos Santos Conteudista Carlos Eduardo Penante D' Ávila Uchoa, 2021 Curso desenvolvido no âmbito da Diretoria de Desenvolvimento Profissional – DDPRO Fonte das imagens modificadas e utilizadas no curso: freepik Curso produzido em Brasília, 2021. 3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Sumário Unidade 1 - Conceito de sistema de medição de desempenho .......... 4 Unidade 2 - Propriedades de um sistema de medição de desempenho institucional ..................................................................................... 5 Unidade 3 - O modelo BSC para a medição de desempenho institucional ..................................................................................... 6 Referências ...........................................................................................................10 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 1 - Conceito de sistema de medição de desempenho Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer o conceito de sistemade medição de desempenho. A atuação com indicadores de desempenho institucional deve ser realizada de forma sistêmica, isso implica que os indicadores das diversas unidades ou áreas de uma organização devem ser, sempre que possível, correlacionados, principalmente quando há relação hierárquica. Isso não significa que cada unidade individualmente precise ter seus próprios indicadores, é preciso evitar a proliferação de indicadores. Assim, são necessários foco e harmonia obtidos a partir do conceito de sistema de medição de desempenho. Não iremos simplesmente escolher indicadores de forma aleatória ou isolada: deve- se estabelecer uma estrutura, ou melhor, um sistema capaz de medir o desempenho de uma instituição. Segundo a Fundação Nacional da Qualidade, “um sistema de medição de desempenho organizacional é o conjunto de indicadores estruturados, apoiados por práticas, métodos e ferramentas visando à coleta, descrição e representação de dados voltados para a geração de informações de desempenho”. Essa definição reforça o conceito de que indicadores não podem ser escolhidos de forma isolada (com cada área definindo os seus) e que devem fazer diferença na: • Execução de projetos e atividades. • Capacidade de gerar resultados. • Capacidade de alcançar objetivos decorrentes das práticas de gestão. Para você fortalecer sua aprendizagem, acesse o vídeo a seguir, no qual o professor Carlos Eduardo Uchôa apresenta o conceito de sistema de medição de desempenho. M ód ul o Sistemas de medição de desempenho intitucional3 Conceito de sistema de medição de desempenho https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo03_video01.mp4 5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 - Propriedades de um sistema de medição de desempenho institucional Ao final desta unidade, você será capaz de listar os principais atributos de um sistema de medição de desempenho institucional. Para se avaliar se um indicador deve ser selecionado para uso, recomenda-se avaliá-lo quanto a cada uma das seguintes propriedades: • Utilidade • Representatividade • Confiabilidade da fonte • Confiabilidade metodológica • Disponibilidade • Economicidade • Simplicidade de comunicação • Estabilidade • Tempestividade • Sensibilidade Um sistema de medição de desempenho também precisa conter algumas propriedades e deve ser avaliado em relação a elas para que se assegure o sucesso da gestão por meio de indicadores. As propriedades são: ABRANGÊNCIA: Todas as unidades precisam ser direta ou indiretamente representadas por um ou mais indicadores. Um sistema abrangente significa que não se deixou de fora nada relevante. BALANCEAMENTO: A organização deve ser representada de forma equilibrada pelo sistema de medição. Significa que processos ou áreas importantes terão um peso maior. Se um processo relevante melhorar, o conjunto de indicadores irá demonstrar isso de forma direta e proporcional. Acesse o vídeo a seguir, no qual o professor Carlos Eduardo Uchôa apresenta a lista dos principais atributos de um sistema de medição e suas propriedades, como a abrangência e o balanceamento. Propriedade de um sistema de medição de desempenho institucional https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo03_video02.mp4 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 3 - O modelo BSC para a medição de desempenho institucional Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer as características do sistema BSC. O Balanced Scorecard (BSC) é uma metodologia de gestão estratégica muito utilizada nas administrações privada e pública no Brasil e ao redor do mundo, e a escolha abrangente e balanceada dos indicadores pode ser facilitada quando utilizamos esse modelo. O sistema BSC foi desenvolvido em 1992 por dois professores da Harvard Business School, Robert Kaplan e David Norton, com fundamento no conceito de estratégia, que é “o caminho escolhido para concentrar esforços no sentido de alcançar os objetivos da organização e realizar sua visão de futuro”. O BSC utiliza uma ferramenta denominada Mapa Estratégico para traduzir a estratégia de uma organização em termos simples de modo que todas as pessoas possam entender. O mapa é formado por perspectivas encadeadas, normalmente posicionadas de baixo para cima, com uma perspectiva de sustentação na base e uma perspectiva de resultados no topo. Entre as duas há outras perspectivas, sendo a mais comum a relacionada aos processos internos. 7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública No exemplo anterior de uma hipotética Secretaria Estadual de Saúde, o Mapa Estratégico é formado por 3 perspectivas: 1. Inferior: denominada Aprendizado e Crescimento. 2. Meio: chamada de Processos Internos. 3. Superior: classificada como Resultados para a Sociedade. Cada perspectiva é formada por objetivos apresentados nos retângulos, de tal forma que o conjunto deles sempre impulsione as metas da perspectiva imediatamente acima. O modelo BSC é útil porque se o mapa estiver bem construído, todos os setores, processos e políticas estarão representados, direta ou indiretamente. Além disso, deixa claro as áreas de prioridade e assegura o equilíbrio entre elas, facilitando o atendimento às características fundamentais de um bom sistema de medição de desempenho: abrangência e equilíbrio. Seguem exemplos de Mapas Estratégicos. A seguir, um modelo de Mapa Estratégico criado pela Secretaria de Gestão do Ministério da Economia. Ele tem quatro perspectivas, sendo as duas superiores relacionadas a resultados. No Mapa Estratégico do Tribunal de Contas da União (TCU), a perspectiva inferior é denominada Gestão e Aprendizado e contempla toda a área-meio. A perspectiva intermediária contém todos os processos necessários às atividades finalísticas e a parte superior mostra os resultados a serem alcançados. 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Por fim, o Mapa Estratégico da Controladoria-Geral da União (CGU) apresenta a mesma estrutura do mapa do TCU: áreas-meio na parte inferior, processos finalísticos na perspectiva intermediária e resultados a serem alcançados na perspectiva superior. Essa é a configuração padrão dos Mapas Estratégicos. Acesse o vídeo a seguir no qual o professor Carlos Eduardo Uchôa apresenta as características do modelo BSC. O Modelo BSC para a medição de desempenho institucional https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo03_video03.mp4 10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Referências FNQ. Fundação Nacional da Qualidade. Indicadores de Dese mpenho – Estruturação do Sistema de Indicadores Organizacionais. 3. ed. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2012. FNQ. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Transformando o Sistema de Indicadores – Avaliação do Desempenho Global sob a Ótica do MEG. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2015. Ministério do planejamento, orçamento e gestão. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos. Indicadores de Programas: Guia Metodológico. Brasília: MP, 2010. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Secretaria de Gestão. Produto 1: mapeamento bibliográfico e do estado da arte sobre indicadores de gestão. Brasília: MP, 2009. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos. Indicadores - Orientações Básicas Aplicadas à Gestão Pública. 1. ed. Brasília: MP, 2012. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Secretaria de Gestão. Produto 4: guia referencial para medição de desempenho e manual para construção de indicadores. Brasília: MP, 2009. Brasil. Controladoria-Geral da União. Planejamento Estratégico da Controladoria-Geral da União - 2020/2023. Brasília: CGU, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/cgu/pt-br/ acesso-a-informacao/governanca/planejamento-estrategico/arquivos/mapa-estrategico- cgu.pdf. Acesso em: 11 ago. 2021. Brasil. Tribunal de Contasda União. Plano Estratégico do Tribunal de Contas da União - 2015/2021. Brasília: TCU, 2015. Kaplan, R. S.; Norton, D. P. A Estratégia em Ação: Balanced Scorecard. Rio de Janeiro: Campus-Elsevier, 1997. Kaplan, R. S.; Norton, D. P. Mapas Estratégicos – Balanced Scorecard: convertendo ativos intangíveis em resultados tangíveis. Rio de Janeiro: Campus-Elsevier, 2004. Kaplan, R. S.; Norton, D. P. The Balanced Scorecard: measures that drive performance. Harvard Business Review, 1992. Elaboração de Indicadores de Desempenho Institucional Construção de um sistema de medição de desempenho - estudo de caso 4 M ód ul o 2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Enap, 2021 Enap Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Educação Continuada SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Presidente Diogo Godinho Ramos Costa Diretor de Desenvolvimento Profissional Paulo Marques Coordenador-Geral de Produção Web Carlos Eduardo dos Santos Conteudista Carlos Eduardo Penante D' Ávila Uchoa, 2021 Curso desenvolvido no âmbito da Diretoria de Desenvolvimento Profissional – DDPRO Fonte das imagens modificadas e utilizadas no curso: freepik Curso produzido em Brasília, 2021. 3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 1: Passos para o estabelecimento de indicadores de desempenho institucional .....................................................................................................5 Unidade 2: Limitando a quantidade de indicadores .......................................11 Unidade 3: Avaliando a qualidade do indicador ..............................................13 Unidade 4: Dicas para a definição de indicadores de resultado e de esforço....16 Unidade 5: Desdobramento do sistema de medição .......................................19 Unidade 6: Como descrever os indicadores .....................................................21 Unidade 7: Como interpretar os resultados dos indicadores ...........................23 Sumário 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 1: Passos para o estabelecimento de indicadores de desempenho institucional 🎯 Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de listar o passo a passo para o estabelecimento de indicadores de desempenho institucional. Para estabelecer indicadores de desempenho adequados, é possível utilizar o próprio conhecimento ou seguir um roteiro simples. Mesmo os mais experientes podem segui-lo, de forma a obterem bons indicadores. Para facilitar a compreensão, será utilizado o exemplo hipotético de uma Secretaria Estadual de Saúde e uma ferramenta denominada Painel de Bordo. M ód ul o Construção de um sistema de medição de desempenho - estudo de caso4 Figura 4.1.1 – Mapa Estratégico Secretaria Estadual de Saúde. 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Você pode acessar a ferramenta “Painel de Bordo” para realizar o exemplo anterior. Painel de bordo.docx Nº Passo Detalhamento 1 Selecionar um objetivo O objetivo pode estar contido em um Mapa Estratégico baseado no BSC. A vantagem do uso do modelo do BSC é que, ao final, você terá um conjunto abrangente e balanceado de indicadores. Recomenda-se começar pelos objetivos relacionados aos resultados finalísticos da instituição (parte superior do mapa). Caso não haja nenhum objetivo formalmente definido, busque identificá-lo. Consulte o decreto de estruturação ou o regimento interno para isso. Algumas perguntas podem ser úteis, como: para que serve o órgão, entidade ou unidade organizacional? O que é esperado de sua atuação? No exemplo da Secretaria de Saúde, cada um dos retângulos contém um objetivo: reduzir a mortalidade infantil, elevar a expectativa de vida, melhorar a percepção sobre a qualidade do atendimento em saúde, apoiar com excelência as redes de atenção, e os demais. 2 Identificar Fatores Críticos de Sucesso (FCS) Um Fator Crítico de Sucesso é um desafio, obstáculo ou restrição que, se não for superado, impedirá o alcance do objetivo. Quando se usa a metodologia BSC, normalmente já se definem os Fatores Críticos de Sucesso. Caso não esteja disponível nenhum FCS, então será necessário identificá-lo. Identifique ao menos um Fator Crítico de Sucesso para cada objetivo Quadro 4.1.1 – Painel de Bordo https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/scorms/modulo04_scorm01/scormcontent/assets/fjUCC5kvT7FmltNr_YyJcBf2p050qbdOX-Painel%20de%20Bordo.docx 7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Nº Passo Detalhamento 3 Identificar o indicador de esforço Para cada Fator Crítico de Sucesso, escreva um indicador relacionado ao sucesso na superação do fator crítico. Por exemplo, se o FCS é ampliar a quantidade de vagas em UTIs neonatais, então o indicador de esforço deve ser a medida da ampliação da quantidade de vagas e, assim, é possível sugerir que o indicador seja o percentual de ampliação de vagas em UTIs neonatais. Agora, considerando a tabela de objetivos e os Fatores Críticos de Sucesso mostrados na tela, acesse o arquivo do Painel de Bordo e escreva sugestões de indicadores de esforço para cada um dos objetivos 4 Estabelecer o indicador de resultado Para estabelecer bons indicadores de resultados, é necessário analisar o objetivo e escolher indicadores que representem o atingimento do objetivo ou o resultado desejado. Um indicador de resultado refere-se à eficácia ou ao impacto do alcance do objetivo. Por exemplo: se a meta é reduzir a mortalidade infantil, o que pode representar o atingimento dela? Qual o resultado desejado para a mortalidade infantil? Acho que nesse caso não é difícil: o resultado desejado é a redução da mortalidade infantil. Esse é o indicador. Vamos agora ao próximo objetivo: elevar a expectativa de vida. O que pode representar o atingimento desse objetivo? Qual o resultado desejado para a elevação da expectativa de vida. Nesse caso dá vontade até de já especificar uma meta. O indicador, com a meta, pode ser elevar a expectativa de vida em 5% ou elevar a expectativa de vida em 3 anos. Quadro 4.1.2: passos para a construção de um sistema de medição. 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Nº Passo Detalhamento 1 Selecionar um objetivo Reduzir a mortalidade infantil Elevar a expectativa de vida Melhorar a percepção sobre a qualidade do atendimento em saúde 2 Identificar Fatores Críticos de Sucesso (FCS) Reduzir a mortalidade infantil O que impede o alcance do objetivo de reduzir a mortalidade infantil? O que deve ser superado para que possamos reduzir a mortalidade infantil? Para reduzir a mortalidade infantil, é necessário ampliar a quantidade de vagas em UTIs neonatais. Elevar a expectativa de vida Para elevar a expectativa de vida, é necessário inicialmente conhecer os maiores fatores de óbitos de adultos. Melhorar a percepção sobre a qualidade do atendimento em saúde É preciso capacitar o corpo clínico e de atendimento para melhorar a percepção sobre a qualidade do atendimento em saúde. 3 Identificar o indicador de esforço Reduzir a mortalidade infantil Como o fator crítico de sucesso é ampliar a quantidade de vagas em UTIs neonatais, então o indicador de esforço deve ser a medida da ampliação da quantidade de vagas. Assim, pode-se sugerir que o indicador seja o percentual de ampliação de vagas em UTIs neonatais. Elevar a expectativa de vida Como o fator crítico de sucesso para elevar a expectativa de vida é o conhecimento de quais são os maiores fatores de óbitos de adultos, então o indicador de esforço deve conter alguma medida de esforço na obtenção desse conhecimento. Assim, pode-se sugerir que o indicador de esforço seja o percentual de conclusão da pesquisa sobre fatores de óbito de adultos. Melhorar a percepção sobre a qualidade do atendimentoem saúde Como o fator crítico de sucesso para melhorar a percepção sobre a qualidade do atendimento em saúde é capacitar o corpo clínico e de atendimento, então o indicador de esforço deve conter alguma medida dessa capacitação. Pode-se sugerir que o indicador de esforço seja o índice de eficácia da capacitação do corpo clínico e de atendimento. 9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Nº Passo Detalhamento 4 Estabelecer o indicador de resultado Reduzir a mortalidade infantil Se o objetivo é reduzir a mortalidade infantil, o que pode representar o alcance desse objetivo? Ou qual o resultado desejado para a mortalidade infantil? Como o resultado desejado é a redução da mortalidade infantil, esse pode ser o indicador. Elevar a expectativa de vida O que pode representar o alcance desse objetivo? Qual o resultado desejado para a elevação da expectativa de vida. Nesse caso específico, o indicador é reconhecido internacionalmente: expectativa de vida ao nascer, representando o resultado desejado para o objetivo. Melhorar a percepção sobre a qualidade do atendimento em saúde O que pode representar o alcance desse objetivo? Qual o resultado desejado para a melhoria da percepção sobre a qualidade do atendimento? Como o resultado desejado é a melhoria da percepção sobre a qualidade do atendimento, então o indicador deverá representar uma medida de melhoria dessa percepção. Assim, sugere-se que o indicador de resultado seja a satisfação com o atendimento. Ainda poderia ser a melhoria da percepção sobre a qualidade do atendimento. Ambas as propostas são válidas e implicariam leve diferença de cálculo. Para o indicador de satisfação com o atendimento, sugere-se a realização de pesquisas. Para o outro indicador, a realização dessas pesquisas seria a fonte de dados, mas o indicador seria calculado com base na melhoria em relação à pesquisa anterior. Quadro 4.1.3 – Exemplo de aplicação do roteiro de elaboração de indicadores 10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Para que se possa exercitar o estabelecimento de indicadores, dois Painéis de Bordo completos são disponibilizados como material de apoio. Sugere-se preencher primeiro o relacionado à Secretaria de Saúde iniciado aqui seguindo a sequência proposta: 1. Fatores Críticos de Sucesso. 2. Indicadores de esforço. 3. Indicadores de resultado. Concluído o Painel de Bordo, recomenda-se iniciar o outro painel disponibilizado, de uma hipotética agência reguladora. Não deixe de acessar o vídeo no qual o professor Carlos Eduardo Uchôa demonstra os passos para o estabelecimento de indicadores de desempenho institucional. Video - Passos para o estabelecimento de indicadores de desempenho institucional Referências MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Secretaria de Gestão. Produto 1: mapeamento bibliográfico e do estado da arte sobre indicadores de gestão. Brasília: MP, 2009. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos. Indicadores - Orientações Básicas Aplicadas à Gestão Pública. 1. ed. Brasília: MP, 2012. FNQ. Fundação Nacional da Qualidade. Indicadores de Desempenho – Estruturação do Sistema de Indicadores Organizacionais. 3. ed. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2012. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Transformando o Sistema de Indicadores – Avaliação do Desempenho Global sob a ótica do MEG. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2015. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Guia Prático: aprenda como definir e utilizar os indicadores de desempenho. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2018. TAKASHINA, Newton Tadashi; FLORES, Mario Cesar Xavier. Indicadores da qualidade e do desempenho: como estabelecer metas e medir resultados. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo04_video01.mp4 11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2: Limitando a quantidade de indicadores 🎯 Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de recordar os procedimentos para o uso da ferramenta Painel de Bordo. Uma dúvida surge quando se seleciona pelo menos um indicador de esforço e um de resultado: haverá excesso de indicadores? Sim, se todos os objetivos tiverem dois indicadores. Assim, deve-se selecionar apenas os melhores indicadores, aqueles imprescindíveis para monitoramento da gestão, de forma que alguns objetivos sejam representados apenas por um indicador de resultado e, outros, por um indicador de esforço. Em um modelo de planejamento baseado no BSC, as perspectivas localizadas na parte inferior do Mapa Estratégico (sustentação/aprendizado/crescimento) devem concentrar maior quantidade de indicadores de esforço. Já as perspectivas localizadas na parte superior (sociedade/resultados) devem concentrar mais indicadores de resultados. Além disso, para limitar a quantidade de indicadores a serem monitorados, podemos separá-los em níveis, sendo eles: estratégico, tático e operacional. Com isso, cada nível hierárquico deverá monitorar um conjunto diferente e limitado de indicadores. Os indicadores dos diferentes níveis devem integrar-se. Não se trata de tarefa fácil, pois há uma tendência natural de se considerarem todos os objetivos e planos da organização como sendo críticos para a estratégia e para análise pela alta direção. Na verdade, todos são importantes, mas o grau de importância estratégica certamente é variável. Em um modelo de planejamento baseado no BSC, recomenda-se que a estratégia seja traduzida em até 30 indicadores, sendo um número ideal uma média de 1,5 indicador por objetivo. O mesmo raciocínio deve ser utilizado para os demais níveis hierárquicos e cada ator deverá monitorar uma quantidade limitada de indicadores. Então, na prática, recomenda-se reposicionar alguns indicadores não tão estratégicos para que a análise seja feita apenas no nível setorial, os indicadores a serem analisados pelos níveis estratégicos da organização devem ser, de preferência, de resultado. Já nas unidades organizacionais, pode haver um melhor balanceamento, mas a preferência sempre será por sistemas de medição com maior quantidade de indicadores de resultados que indicadores de esforço. Para fortalecer sua aprendizagem, acesse o vídeo no qual o professor Carlos Eduardo Uchôa demonstra como utilizar a quantidade de indicadores na ferramenta Painel de Bordo. Video - Limitando a quantidade de indicadores https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo04_video02.mp4 12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Referências FNQ. Fundação Nacional da Qualidade. Indicadores de Desempenho – Estruturação do Sistema de Indicadores Organizacionais. 3. ed. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2012. FNQ. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Transformando o Sistema de Indicadores – Avaliação do Desempenho Global sob a ótica do MEG. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2015. TAKASHINA, Newton Tadashi; FLORES, Mario Cesar Xavier. Indicadores da qualidade e do desempenho: como estabelecer metas e medir resultados. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005 13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 3: Avaliando a qualidade do indicador 🎯 Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de recordar os procedimentos para a definição de indicadores de resultado e de esforço. Alguns fatores podem ser úteis para o estabelecimento de bons indicadores, como a experiência, a capacidade de percepção, a objetividade e o conhecimento da realidade da organização. Mas algumas orientações sistematizadas podem ser identificadas. A definição de indicadores de esforço é normalmente mais simples. Como eles podem ser classificados em indicadores de insumos, execução e eficiência, uma orientação útil é analisar essas três possibilidades e decidir pela que melhor se ajuste ao objetivo. O importante é medir e monitorar as variáveismais críticas. Portanto, entre as possibilidades, deve ser escolhida a mais adequada ao contexto. Dicas para indicadores de esforço Exemplos Tipo de indicador de esforço Orientação Objetivo Exemplos de indicadores Insumos Referência a aspectos quantitativos ou percentuais de pessoal, de materiais ou de equipamentos Promover a melhoria da governança de TI Quantidade de analistas de TI na instituição. Percentual de técnicos de suporte entre os servidores. Percentual de desktops avaliados com o status ok e atualizados. Quadro 4.4.1: orientações para indicadores de esforço – insumos. 14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Dicas para indicadores de esforço Exemplos Tipo de indicador de esforço Orientação Objetivo Exemplos de indicadores Execução Percentual de projetos ou ações em andamento e no prazo Promover a melhoria da governança de TI Percentual das ações de melhoria da governança de TI que estão sendo realizadas no prazo. Percentual executado do projeto de melhoria da governança de TI. Dicas para indicadores de esforço Exemplos Tipo de indicador de esforço Orientação Objetivo Exemplos de indicadores Eficiência Inserir os recursos utilizados (tempo, dinheiro, pessoas, equipamentos) por unidade realizada ou entregue Promover a melhoria da governança de TI Total de pessoas que atuam na área de suporte de TI por servidores em exercício no órgão Total de despesas com subcontratações por ponto de função desenvolvido. Nota: ponto de função é uma medida de tamanho e complexidade de um programa ou sistema Tempo médio de conserto de hardware É relevante diferenciar eficiência de eficácia. Eficiência é fazer de acordo com um padrão ou conforme foi pedido, enquanto eficácia refere-se a fazer o que precisa ser feito. No exemplo: para o tempo médio de conserto de hardware, não importa o gasto (que pode ter sido exorbitante), só importa se o conserto foi feito rapidamente. A sistematização de dicas para o estabelecimento de indicadores de resultados não é tão simples, mas é possível. Quadro 4.4.2: orientações para indicadores de esforço - execução Quadro 4.4.3: orientações para indicadores de esforço - eficiência 15Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Dicas para indicadores de resultado Exemplos Se o objetivo... Orientação Objetivo Exemplos de indicador Contiver termos como reduzir ou ampliar Selecionar uma taxa Reduzir a mortalidade infantil Taxa de mortalidade infantil Contiver menção à qualidade, inclusive a qualidade do atendimento Considerar pesquisas de satisfação, prazo de atendimento, ou percentual de falhas Qualidade do atendimento da unidade de suporte ao usuário Nota 7 na pesquisa de satisfação. Atendimento em até dois dias úteis. Atendimento considerado insatisfatório em, no máximo, 5% dos casos. Contiver menção a promover ou fomentar algo Considerar o aumento percentual Fomentar pesquisas Aumento percentual da quantidade de pesquisas realizadas Envolver várias áreas ou unidades, cada uma com suas particularidades Considerar o desempenho de consolidado de outros indicadores Melhorar os processos Percentual de metas alcançadas pela unidade Selecionar apenas a parte mais crítica para compor o indicador Melhorar os processos Tempo médio de tramitação de processos considerados críticos (processos A, B, C) Para fortalecer sua aprendizagem, acesse o vídeo no qual o professor Carlos Eduardo Uchôa apresenta dicas para a definição de indicadores de resultado e de esforço. Video - Avaliando a qualidade do indicador Referências MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Secretaria de Gestão. Produto 1: mapeamento bibliográfico e do estado da arte sobre indicadores de gestão. Brasília: MP, 2009. FNQ. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Guia Prático: aprenda como definir e utilizar os indicadores de desempenho. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2018. Quadro 4.4.4: orientações para indicadores de resultado. https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo04_video03.mp4 16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 4: Dicas para a definição de indicadores de resultado e de esforço 🎯 Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de recordar os procedimentos de avaliação da qualidade do indicador. Para avaliar se um indicador é adequado para atender a uma necessidade, deve-se avaliá- lo em relação às suas propriedades, conforme os quadros a seguir. Nos exemplos, serão avaliados os indicadores de esforço e de resultado do objetivo “reduzir a mortalidade infantil”. Utilidade O indicador comunica a intenção do objetivo e é útil aos tomadores de decisão? Sim, caso haja mortes em razão da falta de vagas em UTIs neonatais. Representatividade O indicador representa fielmente o que se deseja medir? Sim, se mortes estiverem ocorrendo em razão da falta de vagas em UTIs neonatais. Confiabilidade da fonte A fonte de dados é confiável? Fonte: Sistema Integrado Hospitalar (Integra Saúde). Sim, pois todas as vagas em UTI são cadastradas no sistema. Confiabilidade metodológica Os métodos de coleta do indicador são confiáveis? Sim, basta uma simples consulta ao Sistema Integra Saúde. Disponibilidade É possível e fácil coletar os dados necessários para calcular o indicador? Sim, todas as vagas são cadastradas no Sistema Integra Saúde. Economicidade Quanto custa obter o indicador? A relação entre os custos de obtenção e os benefícios decorrentes do uso do indicador deve ser favorável. O custo de obtenção do indicador é muito baixo, pois basta uma simples consulta ao sistema. Simplicidade de comunicação O público que irá ter acesso e utilizar o indicador o entenderá facilmente? Sim, é fácil a compreensão do termo percentual de ampliação de vagas em UTIs neonatais. Estabilidade Uma série de medições do indicador permite monitoramentos e comparações coerentes? Sim, a quantidade de leitos nas UTIs não depende de fatores externos à governança. Tempestividade O indicador obtido é decorrente de informações atuais? E mais: o indicador pode ser obtido em tempo para seu uso? Uma simples pesquisa ou um fluxo mensal de informações pode tornar o indicador tempestivo, evitando-se atrasos. 17Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Sensibilidade Variações no processo (decorrentes ou não de intervenções intencionais) impactam rapidamente o resultado do indicador? Sim, pois se houver indisponibilidade na quantidade de leitos, rapidamente o número de mortes irá aumentar. Utilidade O indicador comunica a intenção do objetivo e é útil aos tomadores de decisão? Sim, saber a taxa de mortalidade é importante e comunica a intenção de reduzi-la. Representatividade O indicador representa fielmente o que se deseja medir? Sim, a taxa de mortalidade infantil representa muito bem o objetivo de reduzir a mortalidade infantil. Confiabilidade da fonte A fonte de dados é confiável? Fontes: cartórios de registro civil e Sistema Integra Saúde. Sim, dada a obrigatoriedade de registro dos óbitos e nascimentos. Confiabilidade metodológica Os métodos de coleta do indicador são confiáveis? Sim, basta uma simples consulta aos cartórios de registro civil. Disponibilidade É possível e fácil coletar os dados necessários para calcular o indicador? Sim, pois os cartórios mantêm uma base de dados centralizada no estado. Economicidade Quanto custa obter o indicador? A relação entre os custos de obtenção e os benefícios decorrentes do uso do indicador deve ser favorável. O custo de obtenção do indicador é muito baixo, pois basta uma simples consulta ao cartório centralizador. Simplicidade de comunicação O público que irá ter acesso e utilizar o indicador o entenderá facilmente? Sim, é fácil compreender o que significa a taxa de mortalidade infantil até dois anos de idade. Estabilidade Uma série de mediçõesdo indicador permite monitoramentos e comparações coerentes? Sim, em uma série de consultas ao cartório centralizador não haverá variação no indicador. Tempestividade O indicador obtido é decorrente de informações atuais? E mais: o indicador pode ser obtido em tempo para seu uso? Considerando que a fonte de informação é formada por cartórios, é habitual haver algum atraso na atualização, mas como o atraso é constante, podemos considerar que há tempestividade. Sensibilidade Variações no processo (decorrentes ou não de intervenções intencionais) impactam rapidamente o resultado do indicador? Essa deve ser a pior característica do indicador. As ações implementadas dificilmente se refletem de imediato na taxa de mortalidade. Quadro 4.3.1: avaliação da qualidade do indicador de esforço “percentual de ampliação de vagas em UTIs neonatais.” Quadro 4.3.2: avaliação da qualidade do indicador de resultado “taxa de mortalidade infantil.” 18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Resultado: em uma análise global, o indicador passou no teste de propriedades necessárias a bons indicadores. Nos exemplos analisados, praticamente todas as características sinalizaram a adequação do indicador. Isso, porém, não é obrigatório. A depender do contexto, algumas propriedades podem ou não ser eliminatórias. Uma análise global deverá ser feita em cada caso é importante, não há uma propriedade que, se não atendida, irá sempre reprovar o indicador selecionado. A depender do grau de não adequação ao caso específico, uma propriedade poderá ou não implicar na reprovação do indicador. Acesse o vídeo no qual o professor Carlos Eduardo Uchôa recorda os procedimentos de avaliação da qualidade do indicador. Video - Dicas para a definição de indicadores de resultados e de esforço Referências Ministério do planejamento, orçamento e gestão. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos. Indicadores de Programas: Guia Metodológico. Brasília: MP, 2010. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Secretaria de Gestão. Produto 1: mapeamento bibliográfico e do estado da arte sobre indicadores de gestão. Brasília: MP, 2009. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos. Indicadores - Orientações Básicas Aplicadas à Gestão Pública. 1. ed. Brasília: MP, 2012. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Secretaria de Gestão. Produto 4: guia referencial para medição de desempenho e manual para construção de indicadores. Brasília: MP, 2009. https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo04_video04.mp4 19Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 5: Desdobramento do sistema de medição 🎯 Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer os principais aspectos do desdobramento do sistema de medição de desempenho nas instituições. Em organizações que adotam o Balanced Socorecard como metodologia de abordagem estratégica, é comum a elaboração de Mapas Estratégicos de unidades organizacionais, como secretarias ou departamentos. Assim, o órgão ou a entidade dispõem de um mapa e várias entre suas unidades organizacionais possuem mapas derivados. Essa é uma realidade cada vez mais frequente, conforme cresce a maturidade dos sistemas de gestão das organizações públicas. Surge assim uma questão frequente relacionada aos indicadores. Recomenda-se estabelecer indicadores para cada secretaria, departamento, coordenação-geral ou gerência? Caso o caminho da gestão estratégica tenha sido top-down, ou seja, iniciado no órgão ou entidade e, somente na sequência, foi criada a estrutura setorial de gestão, então os primeiros indicadores foram concebidos a partir da estratégia. Assim, em primeiro lugar, deve-se analisar se há algum indicador que, embora estratégico, não necessite de monitoramento prioritário pela alta administração. Uma vez definidos esses indicadores, que irão aparecer no sistema de medição setorial, os demais podem ser selecionados. E sempre cabe um lembrete: indicadores de resultados devem ser priorizados à medida que se sobe na hierarquia, o que não significa que indicadores de esforço devem ser priorizados nos níveis mais operacionais. Em todos os patamares hierárquicos os indicadores de resultado são prioritários, mas, para a alta administração, os indicadores de resultado devem ser a regra e, assim, apenas em casos de exceção devem ser utilizados indicadores de esforço no nível estratégico de uma organização. Por fim, deve-se considerar que quem decide o que entra ou sai do mapa de indicadores é a autoridade responsável pela aprovação desses indicadores. Argumentos técnicos ajudam, mas a autoridade precisa se sentir confortável, e o que ela decidir terá que ser feito, mesmo que a recomendação aponte para uma configuração diferente do sistema de indicadores. Acesse o vídeo no qual o professor Carlos Eduardo Uchôa apresenta os principais aspectos do desdobramento do sistema de medição de desempenho nas instituições. 20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Video - Desdobramento do sistema de medição Referências FNQ. Fundação Nacional da Qualidade. Indicadores de Desempenho – Estruturação do Sistema de Indicadores Organizacionais. 3. ed. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2012. FNQ. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Transformando o Sistema de Indicadores – Avaliação do Desempenho Global sob a ótica do MEG. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2015. https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo04_video05.mp4 https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo04_video05.mp4 21Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 6: Como descrever os indicadores 🎯 Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de recordar os procedimentos para a descrição dos indicadores. Uma vez definido o indicador, deve-se deixá-lo claro, a fim de se evitar que pessoas diferentes cheguem a resultados diferentes, uma vez que cada um pensou em uma forma distinta de apuração e cálculo. Assim, por escrito, alguns elementos precisam ser definidos. Chamamos esse processo de descrição completa do indicador. Segue exemplo: Elemento Exemplo Indicador Taxa de mortalidade Meta 12 por 1000 (12 óbitos de crianças de até um ano em cada 1000 nascidos vivos). Polaridade Quanto menor, melhor Periodicidade de apuração Mensal Prazo máximo para apuração Dia 10 de cada mês. Responsabilidade pela apuração João da Silva. Fontes de dados Cartório de Registros Civis. Forma de coleta dos dados Informação de óbito de crianças nascidas vivas, de até um ano de idade, fornecida mensalmente pelo cartório centralizador de registros civis estadual. Necessário entrar em contato mensalmente com o cartório para apurar a informação do mês anterior. Coleta manual de quantidade de crianças nascidas vivas a partir do Sistema Integra Saúde – tela nascimentos/detalhes – campo “nascidos vivos”. Como apurar o indicador Apurar a quantidade de óbitos de crianças de até um ano de idade no mês (entre moradores do município) => numerador. Apurar a quantidade de crianças nascidas vivas no estado no mês => denominador. Dividir o numerador pelo denominador e multiplicar por 1000. O que o indicador mostra Qualidade das condições de nutrição e higiene da população e do sistema estadual de saúde. 22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Quadro 4.6.1: descrição completo do indicador. Elemento Exemplo O que pode causar um resultado aquém da meta Deficiências no acompanhamento da gestante, nas condições de nutrição e higiene das moradias, no sistema de atendimento de saúde (hospitais e postos de saúde), no programa de saúde da família ou na condução dos programas de combate à fome e à miséria Qual o impacto de um resultado aquém da meta Comoção negativa dos cidadãos e insatisfação com o governo do estado. Video - Como descrever os indicadoresReferências Ministério do planejamento, orçamento e gestão. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos. Indicadores de Programas: Guia Metodológico. Brasília: MP, 2010. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos. Indicadores - Orientações Básicas Aplicadas à Gestão Pública. 1. ed. Brasília: MP, 2012. https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo04_video06.mp4 https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo04_video06.mp4 23Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 7: Como interpretar os resultados dos indicadores 🎯 Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de diferenciar os métodos de interpretação dos resultados de indicadores. A análise e a interpretação podem ser responsáveis pelo sucesso ou fracasso de toda a iniciativa relacionada ao planejamento, definição, preparação, coleta e apresentação de indicadores. A seleção de bons indicadores é importante, mas a análise e a interpretação podem oferecer subsídios para a gestão e, além disso, transformar a rotina em oportunidades de obtenção de foco e até recursos. Esse é o momento no qual se pode demonstrar que um plano gerou resultado, ou que agora se sabe como irá gerar resultado. Pode-se comprovar quais ações surtiram mais efeito, ou quais devem ser descartadas. Mas, para isso, é necessário reforçar que interpretar os resultados não deve servir para explicar o passado, mas para aprender sobre o futuro. É preciso dedicar mais tempo com o futuro do que com o passado. Há várias formas pelas quais se pode iniciar a interpretação de resultados. A primeira delas é denominada de análise interna, ou seja, é a análise dos indicadores de um objetivo. Sempre que um objetivo possuir indicadores de ambos os tipos (de esforço e de resultado), deve-se criteriosamente analisar a relação de causa e efeito: • Resultados dos indicadores de esforço em patamares muito superiores aos alcançados pelos indicadores de resultado podem denotar esforço mal direcionado. • Resultados dos indicadores de esforço em patamares muito inferiores aos alcançados pelos indicadores de resultados podem ser explicados por algum dos seguintes motivos: interferências de outras variáveis, falhas no estabelecimento das metas, falhas na definição dos indicadores ou em sua apuração. É importante também considerar que, na maioria dos casos, os indicadores sofrem múltiplas influências, de forma que nem sempre é obrigatória a existência de uma lógica entre os indicadores de esforço e de resultado de um mesmo objetivo. Um segundo tipo de análise é a análise vertical. Nela o foco não é mais um objetivo, mas o conjunto de objetivos. A análise é facilitada quando há disponível um Mapa Estratégico com perspectivas encadeadas como no BSC. Nesse caso basta analisar o alcance das metas, começando na parte inferior do mapa e terminando na sua parte superior: Nas figuras a seguir, são apresentados Mapas Estratégicos com bolinhas coloridas. 24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • A cor verde significa que as metas foram alcançadas com alguma folga. • A cor vermelha significa que as metas ficaram longe de serem alcançadas. • A cor amarela, o meio termo. Nessa figura, a perspectiva superior apresenta níveis significativamente melhores de alcance de metas que a base. Isso pode representar interferências de outras variáveis, falhas no estabelecimento das metas, na definição dos indicadores ou em sua apuração. Figura 4.7.1: Mapa Estratégico Exemplo – análise vertical com metas alcançadas apenas no topo. 25Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Nessa figura, a base apresenta níveis significativamente melhores de alcance de metas que o topo. Isso pode significar início de maturidade; mas também pode sugerir um baixo impacto das ações (as ações não estão proporcionando a melhoria dos resultados). A interpretação irá depender de cada contexto, mas algumas ações devem ser sempre consideradas, caso as situações apresentadas apareçam em outras situações. • Excluir um objetivo estratégico (o objetivo pode não ser mais relevante para os resultados institucionais). • Incluir ou alterar um objetivo estratégico (em razão de mudança do contexto externo ou interno). • Alterar planos de ação (incluir ou alterar projetos e ações). • Alterar indicadores. • Alterar metas. Por fim, uma terceira forma de análise denomina-se análise cruzada. Figura 4.7.2 – Mapa Estratégico Exemplo – análise vertical com metas alcançadas apenas na base 26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Trata-se de analisar possíveis relacionamentos de causa e efeito entre diferentes objetivos estratégicos e indicadores. Não há regras específicas para a realização desse tipo de análise, mas reforça-se que ela deve ser feita sempre que houver uma relação lógica de causa e consequência entre objetivos estratégicos posicionados em diferentes perspectivas do mapa. No exemplo das Figuras 4.7.1 e 4.7.2, observa-se que essa relação é presente, por exemplo, nos objetivos “elevar o volume de recursos aplicados na saúde” e “melhorar a qualidade dos hospitais”. Assim, os indicadores de ambos os objetivos devem ser analisados para identificar possíveis relações de causa e efeito. Para fortalecer sua aprendizagem, acesse ao vídeo no qual o professor Carlos Eduardo Uchôa diferencia os métodos de interpretação dos resultados de indicadores. Video - Como interpretar os resultados dos indicadores Referências FNQ. Fundação Nacional da Qualidade. Indicadores de Desempenho – Estruturação do Sistema de Indicadores Organizacionais. 3. ed. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2012. FNQ. FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. Transformando o Sistema de Indicadores – Avaliação do Desempenho Global sob a ótica do MEG. São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2015. https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo04_video07.mp4 https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo04_video07.mp4 1Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Elaboração de Indicadores de Desempenho Institucional Reflexões finais sobre indicadores de desempenho institucional5 M ód ul o 2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Enap, 2021 Enap Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Educação Continuada SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Presidente Diogo Godinho Ramos Costa Diretor de Desenvolvimento Profissional Paulo Marques Coordenador-Geral de Produção Web Carlos Eduardo dos Santos Conteudista Carlos Eduardo Penante D' Ávila Uchoa, 2021 Curso desenvolvido no âmbito da Diretoria de Desenvolvimento Profissional – DDPRO Fonte das imagens modificadas e utilizadas no curso: freepik Curso produzido em Brasília, 2021. 3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Sumário Unidade 1 - Fatores não técnicos que influenciam a escolha de indicadores ........4 Unidade 2 - A definição das metas dos indicadores ...............................................6 Unidade 3 - O que o indicador deve mostrar: taxa de acertos ou taxa de falhas? .7 Unidade 4 - O indicador pode ser alterado com frequência?.................................8 Unidade 5 - A importância da comunicação ...........................................................9 Unidade 6 - Os benefícios da informatização .......................................................10 Referências ...........................................................................................................11 Glossário ...............................................................................................................12 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública M ód ul o Reflexões finais sobre indicadores de desempenho institucional 5 Unidade 1 - Fatores não técnicos que influenciam a escolha de indicadores Ao final destaunidade, você será capaz de reconhecer a influência de fatores não técnicos na escolha de indicadores. Por definição, indicador é uma variável crítica que precisa ser controlada e mantida em determinados patamares. Sendo assim, o indicador deve mostrar a situação de um gargalo central que seja foco de atenção. No entanto, no processo de seleção de indicadores, é bastante frequente gestores organizacionais recusarem indicadores que não atendam aos seguintes critérios: • Total governabilidade sobre as ações que irão impactá-los. • Elevada sensibilidade (quando ações tomadas imediatamente se refletem nos resultados do indicador). Ocorre, porém, que essas são características quase que exclusivas de indicadores de esforço. São poucos os indicadores de resultado que atendem a esses critérios; exemplificando: o percentual de execução de um projeto os atende perfeitamente. Como consequência, gestores com esse perfil preferem monitorar o esforço, apresentando os seguintes argumentos para não monitorar resultados: • É mais difícil estabelecer e coletar indicadores. • Os resultados somente serão sentidos em longo prazo. • Os indicadores sofrem influências significativas de vários outros órgãos. • Não podemos mostrar resultados que nos sejam desfavoráveis e que não dependam só do nosso esforço. 5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Os argumentos podem ser verdadeiros, mas mostram apenas uma parte da realidade. Deixam de mostrar os resultados e os impactos das ações, tornando o sistema de medição um acessório, ou melhor, um fardo pesado da rotina e da gestão. Nesse sentido, é necessário manter o foco nos objetivos do órgão ou entidade. Um bom exemplo pode ser visto no Ministério da Educação (MEC) que, muito embora não administre as escolas do ensino fundamental, é responsável pelo indicador de analfabetismo. Ele tem o papel de erradicar o analfabetismo e suas ações somente são sentidas em longo prazo. No entanto isso não retira e nem reduz a responsabilidade do ministério em relação ao indicador. O MEC é responsável pela educação no Brasil e jamais poderá dizer que não tem governança sobre esse indicador, mesmo sabendo que a responsabilidade direta pela alfabetização é dos municípios, que administram as escolas municipais. E o que fazer se o gestor insistir em selecionar para o uso apenas indicadores de esforço ou indicadores que, sob a sua ótica, sejam pouco relevantes? Uma orientação útil pode ser a adesão de outros técnicos, de forma a ampliar a discussão e facilitar o consenso. Mas é a autoridade que decide, sendo ela também responsável por patrocinar o programa de gestão e analisar periodicamente os indicadores e, se ela não considerar relevantes os indicadores, certamente irá ignorar o sistema de medição. Portanto, é necessário ter indicadores relevantes para a gestão, mas também importantes para a autoridade. Para fortalecer sua aprendizagem, acesse o vídeo no qual o professor Carlos Eduardo Uchôa apresenta os fatores não técnicos que influenciam a escolha de indicadores. Fatores não técnicos que influenciam a escolha de indicadores https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo05_video01.mp4 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 - A definição das metas dos indicadores Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer aspectos do processo de definição das metas dos indicadores de desempenho institucional. As metas dos indicadores devem ser desafiadoras e interdependentes. Desafiadoras a fim de impulsionar à ação, e interdependentes para contribuir com a lógica das inter-relações entre os diversos objetivos. Elas devem motivar as equipes e as pessoas, impulsionando-as à ação. Assim, as metas devem aliar o desafio, para que as pessoas não fiquem inertes, à realidade, a fim de mostrá-las alcançáveis mediante esforço. Metas fora da realidade não motivam; ao contrário, podem ser motivo para distanciamento do do sistema de gestão, em sua pior forma, o desprezo. Sabemos, ainda, que é muito comum a influência de questões políticas na escolha de indicadores e metas, para que fragilidades não sejam expostas. E, assim, acabam sendo escolhidos indicadores de mais fácil coleta, e metas cujo alcance é totalmente esperado, mesmo sem qualquer esforço, e independente de intervenção. Por esses motivos, para definir as metas, devemos nos lembrar que elas fazem parte da gestão. Um resultado esperado para um objetivo somente será considerado alcançado se as metas dos seus indicadores, principalmente os de resultado, forem também alcançadas. Para complementar, o alcance de um objetivo das bases de sustentação estratégica deve sempre impulsionar o alcance de outros objetivos estratégicos e alavancar os resultados da instituição. Importante também evitar vincular o alcance de metas de gestão com aspectos que impactem a remuneração, como na avaliação de desempenho individual. Essa vinculação quase sempre implica na redução dos patamares exigidos às metas, a fim de se evitar o impacto negativo na remuneração. Sabe-se, no entanto, que muitas vezes a legislação determina essa vinculação, sobrando poucas alternativas à gestão. Uma boa prática, nesse sentido, é definir critérios para o estabelecimento de metas, de forma a dificultar a manipulação caso a caso. Acesse o vídeo no qual o professor Carlos Eduardo Uchôa define as metas dos indicadores. A definição das metas dos indicadores https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo05_video02.mp4 7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 3 - O que o indicador deve mostrar: taxa de acertos ou taxa de falhas? Ao final desta unidade, você será capaz de refletir sobre o que os indicadores de desempenho institucional devem mostrar. No ambiente da administração pública e até em algumas organizações privadas, é comum o uso político de indicadores. Modifica-se, assim, a forma de apresentação de um indicador, conforme seu resultado. Entre os itens descritivos do indicador, a polaridade talvez seja mais suscetível à intervenção de quem pretende ressaltar ou dispersar o foco de uma situação. Nesse sentido, há quem defenda o uso do padrão “mostrar sempre a taxa de acertos”, a fim de transmitir uma imagem positiva. No entanto, o Comitê de Medição de Desempenho da Fundação Nacional da Qualidade concluiu o contrário: se o propósito de um indicador é mostrar uma realidade e induzir alguém a uma ação, então o indicador deve “indicar a dor” e, portanto, caso uma organização desejar aprender com as informações provenientes de indicadores e atuar sobre a causa raiz de uma anomalia, deverá preferir mostrar o tamanho da anomalia. Nada impede que, para públicos externos, inverta-se a polaridade. Afinal, não se trata de esconder a realidade, mas mostrá-la sob outro ângulo. Outra questão surge: a padronização dos indicadores de um sistema de medição. A fim de evitar confusões, é necessário verificar a polaridade de cada um dos indicadores e analisar se a compreensão e a análise da gestão são facilitadas caso todas as polaridades dos indicadores passarem a apontar para o mesmo sentido (quanto maior, melhor, ou quanto menor, melhor). Trata-se de uma boa prática, recomendada para realização durante e após o primeiro ciclo de análise dos indicadores. De qualquer forma, a fim de reduzir a intervenção política, outra boa prática é a definição, em documento ou sistema, da forma de coleta, cálculo e apresentação de cada indicador, também conhecida como descrição completa do indicador. Acesse o vídeo no qual o professor Carlos Eduardo Uchôa reflete sobre o que os indicadores de desempenho institucional devem mostrar. O indicador deve mostrar a taxa de acerto ou taxas de falhas Erley Carimbo https://cdn.evg.gov.br/cursos/604_EVG/videos/modulo05_video03.mp4 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 4 - O indicador pode ser alterado com frequência? Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer
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