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HEPATITES VIRAIS As Hepatites virais geralmente são assintomáticas, e existem 5 tipos de importância epidemiológica, hepatites A, B (altamente disseminada), C (NANB), D e E (emergente-gestantes). E devido a de uma de suas vias de transmissão, é considerada como uma DST. Podem causar hepatite: CMV, EBV, HSV, Febre amarela e rubéola. (slide 4) Antivirais: Aumentam a sobrevida do indivíduo infectado, consequentemente aumentando o número de casos. Hepatites: A e B = tem vacina e seu tratamento evoluiu muito. C e E = não tem vacina e nem soro. Mas na C pode evitar pelo teste de doadores e hemoderivados; já a E, assim como a A é necessário fazer um tratamento de água para prevenção. Cronificação: evolução da hepatite para quadros mais graves como cirrose. Na HBV cerca de 90% da cronificação ocorre em recém-nascidos. A taxa diminui para cerca de 5 a 10% após os 5 anos de idade. Na HCV a chances de cronificação são de 80 a 85%. E na HDV é bem variável. ● Infecção aguda 4 fases: - Incubação (tempo de penetração do vírus, início dos sintomas e aumento das transaminases no final); - Prodrômica (sinais inespecíficos que antecedem a icterícia); HEPATITES VIRAIS - Icteria (icterícia, diminuição dos sinais prodrômicos); - Convalescente (desaparecimento da icterícia, recuperação completa, síndrome ‘’pós-hepatite’’). ● Infecção crÔnica Lesão hepática por período superior a 6 meses. - Hepatite crônica ativa/persistente - Cirrose hepática - Carcinoma hepatocelular (CHP) - Portador crônico --------------------------------------------------------------------------- 1. HEPATITE A - Picornavírus (vírus pequeno) do gênero Hepatovirus, é um dos menores vírus do mundo. - Vírus de capsídeo, icosaédrico, não envelopado, 27 nm, hélice simples de RNA. - Distribuição mundial, em declínio nos países desenvolvidos pelo saneamento básico, ou seja, associada a baixas condições de sanitarismo. - Alta incidência em populações economicamente mais pobres com exposição em idades mais precoces. ❖ Transmissão - Via fecal-oral (contato inter-humano, água e alimentos contaminados). - Tem grande quantidade de vírus presentes nas fezes. - Estabilidade do HAV no meio ambiente. - Transmissão sanguínea/parental é rara (doador de sangue em fase de viremia. ❖ Características clínicas - Período de incubação 2-5 semanas (média de 30 dias); - Início súbito, sintomas mais leves que hepatite B; - Período prodrômico duração média 7 dias; - Infecções assintomáticas comuns; especialmente em crianças (~95%); - Forma ictérica em 80-90% nos adultos; - Adultos (em particular gestantes) doença severa e sintomática; - Não existem relatos de formas crônicas; - Hepatite fulminante rara (0,2 a 0,4%). ❖ Patogenia: - Vírus penetra via TGI; - Veias mesentéricas, fígado pelo sistema porta e tem replicação viral no hepatócito; - Excretado nos sinusóides, atingindo intestino pela bile; - É eliminado nas fezes 2 semanas pré-sintomas; - Nenhum efeito citopático aparente. ❖ Diagnóstico Alteração inespecífica: - Elevação da bilirrubina. - Fosfatase alcalina. - ALT > AST. - Linfocitose. Anticorpos anti-HAV da classe IgM (indica infecção recente, fazer com ELISA). - Perfil sorológico, em resumo. OBS: o último é o único que não está imune. ❖ Tratamento - Repouso, na fase de atividade clínico- bioquímica (inflamação e necrose dos hepatócitos); - Dieta variada, menor tolerância à alimentos gordurosos; - Abstinência alcoólica (pelo menos 1 ano); - Drogas “hepatoprotetoras” destituídas de valor. ❖ Prevenção - Vacina (com vírus inativado a partir de culturas celulares). OBS: a partir dos 2 anos de idade em duas doses, IM, intervalo de seis meses. HEPATITES VIRAIS - Profilaxia pós-exposição com imunoglobulina. 2. HEPATITE E - Família caliciviridae - RNA fita simples com polaridade +. - Não envelopado. - Prodrômico. - Incubação: • Varia de 14 a 60 dias (média de 42 dias). - Prodrômico ou pré-ictérico: (média de 3 a 4 dias) • Mal-estar. • Cefaleia. • Febre baixa. • Anorexia. • Astenia. • fadiga intensa. • Artralgia. ❖ transmissão - Fecal-oral, alimentos e água contaminada. - A transmissão direta de uma pessoa para outra é rara. ❖ Diagnóstico - PCR (HEV RNA no soro e fezes). - ELISA (Detectar AC e IgM). - Imunofluorescência (AC pós 4 semanas de exposição). ❖ TOO e prevenção - A infecção confere imunidade permanente contra a doença. - Não existem vacinas disponíveis. O problema com esse tipo é nas gestantes, que possuem cerca de 25% de taxa de mortalidade, especialmente no terceiro trimestre. Em qualquer trimeste, abortos e mortes intrauterinas são comuns. 3. HEPATITE B É altamente disseminada, com cerca de 350 milhões de casos no mundo e com 1 milhão de mortes anualmente (geralmente por cirrose ou carcinoma). Cerca de 1/3 da população mundial tem evidência sorológica de infecção atual ou passada de infecção pelo HBV. A HBV é responsável por cerca de 5 a 10% dos transplantes de fígado. OBS: As crianças, por exemplo, têm maior chance de desenvolver a forma crônica. Naquelas com menos de um ano, esse risco chega a 90%; entre um e cinco anos, varia entre 20% e 50%. Por essa razão, é extremamente importante realizar a testagem de gestantes durante o pré-natal e, caso necessário, realizar a profilaxia para a prevenção da transmissão vertical. Em adultos, cerca de 20% a 30% das pessoas adultas infectadas cronicamente pelo vírus B da hepatite desenvolvem cirrose e/ou câncer de fígado. - A mortalidade em crianças é muito maior que em adultos, ou seja, quanto menor a idade, maiores as chances de cronificação e menores as chances de infecção sintomática. - Prevalente na região amazônica. - Maior taxa de transmissibilidade nas regiões Nordeste, Norte oriental, Sudeste e Centro-oeste. - Pode ficar viável em até 2 meses em matéria orgânica. ❖ Transmissibilidade - Sexual; - Exposições parentais; - Transplantes de órgãos (por isso a triagem é de extrema importância); - Transferência de sangue e hemoderivados. ❖ Resposta imune ao HBV - Geralmente o que causa o problema é a própria resposta que gera inflamação e causa dano. Hepadnaviridae: Partícula Dane. DNA de fita dupla e circular. ❖ Estrutura do HBV HEPATITES VIRAIS - Gene S - proteínas de superfícies do envelope viral (AgHBs). - Gene P- DNA polimerase – função de transcriptase reversa (Produz RNA temporário). - Gene X- proteína X – processos de carcinogênese. - Gene C - core: HBcAg • - pré-core: HBeAg. A HBeAg indica intensa replicação, ou seja, se for detectada o indivíduo está em fase crônica e reagudização. HBcAg é o primeiro marcador de superfície a ser detectado, indica infecção por mais de 6 meses. ❖ Ciclo de replicação do HBV - O ciclo de vida do HBV é caracterizado pela síntese do DNA de fita dupla parcial, através da transcrição reversa do RNA intermediário. - A replicação começa com a ligação do vírion com o hepatócito. - Dentro do núcleo do hepatócito, a síntese da fita positiva de DNA do HBV é completada e o genoma viral é convertido para a forma de DNA circular. - O DNA circular serve como modelo para a transcrição de diversas espécies RNAs genômicas e sub genômicas, sendo o componente estável do ciclo de replicação que é relativamente resistente à ação de antivirais e ao clareamento. ❖ PADRÃO SOROLÓGICO DE INFECÇÃO AGUDA PELO VHB COM RECUPERAÇÃO HEPATITES VIRAIS ❖ HEPATITE B CRÔNICA HBeAg NEGATIVO: Mutações no promotor core (A1762T/A1764G): - redução na transcrição do RNAm pre core. Mutações na região precore (G1896A/G1899A): - Bloqueio da tradução da proteína pré-core. AMBAS causam redução da síntese do HBeAg. ❖ Avaliação Diagnóstica: FASE AGUDA: - Avaliação clínica. - ALT/ AST. - Função hepática. - HBsAg. - IgM anti-HBc. - HBeAg/anti HBe. FASE CRÔNICA: - Avaliação clínica. - ALT/ AST. - Avaliação da função hepática (Albumina, BT, INR). - HbsAg; IgG anti-HBc. - HBeAg; anti-HBe. - HBVDNA (carga viral). - Biópsia hepática. - US abdômen. - Fase avançada: endoscopia digestiva alta. Todos os casos devem ser notificados!!! ❖ TRIAGEM SOROLÓGICA- HBsAg (incubação ou fase crônica) / IgG anti HBc (se é recente ou não) - História de hemotransfusão; - Comunicantes sexuais; - Comunicantes domésticos; - Filhos de mães portadoras do vírus; - Pacientes HIV positivo; - Pacientes renais crônicos/tratamento hemodialítico; - Grávidas. ❖ Tratamento da Hepatite B: - Interferon; - Vantagens: - Tempo finito de tratamento. - Sem risco de resistência viral. - Desvantagens - Efeitos colaterais. - Via subcutânea. - Nucleosídeos/nucleotídeo análogos; - Vantagens: - Via oral. - Poucos efeitos colaterais. - Desvantagens - Uso por tempo indeterminado. - Risco de resistência viral. ❖ Antígenos do HBV: - HBsAg – antígeno de superfície, esférica, 22nm, grande quantidade durante infecção viral. - HBcAg – região nuclear densa da partícula de Dane, não secretado. - HBeAg – parte central do vírus, secretado, indica replicação e infectividade. O HBeAg pode ter mutações, que em exames pode testar negativo e o vírus continuar sua replicação, só vai ser perceptível quando o dano está feito. ❖ Anticorpos do HBV: - Anti-HBs: imunidade ao HBV. Surge após 32 semanas. --- Vacinas. - Anti-HBc (core) IgG: contato prévio com o vírus. - Anti-HBc IgM: infecção recente. - Anti-HBe: fim da fase replicativa, o indivíduo não está mais transmitindo. HBsAg e Anti-HBc contínuo = crônica (não surge Anti-HBc). HEPATITES VIRAIS ❖ Interpretação dos testes sorológicos na hepatite B: ❖ RESULTADOS OBTIDOS COM ANÁLOGOS NUCLEOSÍDEOS/NUCLEOTÍDEOS: ● Hepatite C - Possui cerca de 170 milhões de infectados no mundo (1,5 - 3,0 % da população mundial). - Brasil – inquérito capitais: 1,38-1,56%, com 2,6 a 3,0 milhões de infectados. - A HCV é a principal causa de doença hepática crônica, provocando: • 70% dos casos de hepatite crônica; • 40% dos casos de cirrose hepática. - Principal indicação de transplante hepático, cerca de 1 a cada 3 transplantes de fígado decorrem de complicações da HCV. - É a que mais mata, causando cerca de 70% dos óbitos. - Apesar das complicações, 90% dos casos são curáveis. - Não existe nem a vacina e nem o soro hiperimune. ❖ Transmissão: - Sexual; - Parenteral; - Transfusões* de hemoderivados; - Compartilhamento de seringas, agulhas e outros objetos cortantes; - Tatuagens, “piercings”; - Acidentes ocupacionais. Obs: cerca de 60% da transmissão acontece pela adm de drogas intravenosas. ❖ Características do vírus: - Envelopado; - RNA fita simples de polaridade positiva; - Possui um core; - Pertence à família Flaviviridae (mesma da dengue e da febre amarela). - Possui 6 genótipos: saber qual genótipo está em ação é fundamental para o tratamento. - O genótipo tipo 1 é o mais disseminado. - Possui proteínas estruturais e não estruturais, que formam uma única poliproteína. - E2: principal proteína que interage com o receptor (LDL (hepatócitos) e CD81 HEPATITES VIRAIS (hepatócitos e linfócitos) ). Libera citocinas inflamatórias e IL-8. - Entram na célula por fusão (endocitose). ❖ Diagnóstico: 1) Anti HCV (AC indica que teve a doença). - Teste sorológico de triagem. 2) RNA HCV - Pacientes anti HCV positive -Confirmação da infecção. 3) Genotipagem do VHC - Planejamento da dose e duração do tratamento. Estimativa de resposta ao tratamento. O paciente tem que atingir a RVS (resposta virológica sustentada). ❖ Fatores preditivos favoráveis ao tratamento da HCV: - Genótipo 2 ou 3 (RVS – resposta virológica sustentada em cerca de 80% casos); - Caucasianos (pele clara/branca); - Carga viral baixa; - Ausência de cirrose ou fibrose; - Sexo feminino; - Idade < 40 anos; - Adesão ao tratamento (avaliar resistência do vírus efeito colateral); - Cinética viral durante o tratamento. ❖ Fatores preditivos desfavoráveis ao tratamento da HCV: - Genótipo 1* (em alguns experimentos vem tendo sucesso) ou 4; - Carga viral elevada (>600000-800000 UI/ml, independente do genotipo); - Cirrose ou fibrose; - Sexo masculino; - Idade > 40 anos; - Co-infecção HIV-HCV; - Resistência à insulina, IMC elevado; - Alcoolismo, uso de drogas. ❖ Triagem sorológica: - Usuários de drogas ilícitas injetáveis (passado recente ou remoto). - Portadores de condições associadas a alta prevalência da infecção pelo HCV. • Portadores de HIV; • Hemofílicos com história de transfusão por fator de coagulação antes de 1987; • Pacientes submetidos à hemodiálise; • Pacientes com aumento inexplicável das aminotransferases; • Portadores de tatuagens; • Uso intranasal de cocaína; • Receptores de transfusões ou doações de órgãos; • Pessoas que receberam hemotransfusões antes de julho de 1992; • Receptores de transplantes antes de julho de 1992; • Crianças (pós-nascimento, não há relatos de casos na vida uterina) de mães infectadas pelo HCV; • Profissionais da área da saúde; • Parceiros sexuais de pessoas portadoras de HCV. ❖ Alvos para ação Antiviral: - Inibidores de protease: -Inibem a replicação viral. - Inibidores de proteases: - Possui ação mais direta. HEPATITES VIRAIS ------------------------------------------------------------------------- Por Dávylla Pinheiro.
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