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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS - CCE DEPARTAMENTO DE QUÍMICA - UEM QUÍMICA EXPERIMENTAL - 207 - Turma 03 DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO VIDRO Acadêmicos: Gustavo Junqueira Valias Meira Filho RA: 117480 Milena Neves de Sousa RA: 119313 Pedro Henrique Viana Pichitelli RA: 118919 Docente: Prof. Dr. Marcos Roberto Mauricio Maringá - PR Novembro de 2021 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1 1.1. Propriedades do Grupo 14 1 1.1.1. Especificidades do Carbono 1 1.1.2. Especificidades dos Óxidos de Silício 2 1.2. Vidros 3 1.2.1. Vidros e o Grupo 14 3 2. OBJETIVOS 4 3. PARTE EXPERIMENTAL 4 3.1. Materiais 4 3.2. Reagentes 4 3.3. Procedimento Experimental 4 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5 5. CONCLUSÃO 6 REFERÊNCIAS 7 1. INTRODUÇÃO 1.1. Propriedades do Grupo 14 O grupo 14 da tabela periódica é extremamente conhecido, principalmente pelo seu primeiro representante, o carbono. O carbono (C) é onipresente na natureza, sendo também um elemento químico fundamental para a vida e para a ciência, com abundância relativa de 17% na crosta terrestre. O segundo representante do grupo é o silício (Si), o segundo elemento mais abundante na crosta terrestre, muito conhecido pela sílica (SiO2) e sua importância nos mais diversos ramos da tecnologia moderna e histórica. [1] Os outros três elementos são, respectivamente: germânio (Ge), estanho (Sn) e chumbo (Pb). O germânio é o menos conhecido do grupo, todavia os outros dois estão presentes como metais importantes desde os primórdios das civilizações. [1] Algumas das propriedades químicas mais relevantes do grupo estão presentes na tabela abaixo: Tabela 1 - Configurações eletrônicas e Estados de Oxidação do Grupo 14 [1] Elemento Configuração Eletrônica Estados de Oxidação Carbono (C) [He] 2𝑠22𝑝2 IV Silício (Si) [Ne] 3𝑠23𝑝2 (II) IV Germânio (Ge) [Ar] 3𝑑104𝑠24𝑝2 II IV Estanho (Sn) [Kr] 4𝑑105𝑠25𝑝2 II IV Chumbo (Pb) [Xe] 4𝑓145𝑑106𝑠26𝑝2 II IV 1.1.1. Especificidades do Carbono O carbono, como mencionado anteriormente, é o principal constituinte do grupo 14 da tabela periódica. Ele está presente sob diversas formas no mundo cotidiano e industrial. O negro de fumo e o coque são dois exemplos produzidos em grandes quantidades e altamente empregados nas indústrias. [1] É importante ressaltar também outras formas do carbono conhecidas como: o grafite – utilizado na fabricação de eletrodos, indústria de aço e fundição de metais, 1 lápis e até mesmo como moderador de nêutrons em reatores nucleares; o carvão ativado – muito aplicado em tratamento de efluentes e como absorvedor de gases venenosos; e o diamante. [1] Por causa do seu tamanho menor e grande eletronegatividade, o carbono apresenta maior energia de ionização, logo, é muito covalente e pouco metálico. O elemento forma majoritariamente quatro ligações químicas e apresenta a capacidade única no grupo de formar múltiplas ligações pπ-pπ, como C=C e C≡C. Por fim, sua acentuada capacidade de catenação (formar cadeias) é notória e ocorre devido ao fato das ligações C-C serem muito mais fortes quando comparadas às do resto do grupo (como representado abaixo). [1] Tabela 2 - Energias de Ligação [1] Ligação Energias de ligação(kJ⋅mol-1) Tendência a formar cadeias C - C 348 Grande Si - Si 297 Forma poucas cadeias Ge - Ge 260 Forma poucas cadeias Sn - Sn 240 Não forma, com exceção do Sn2H6 1.1.2. Especificidades dos Óxidos de Silício O silício apresenta relevância tecnológica incomensurável, visto que são produzidas anualmente mais de um milhão de toneladas do mesmo. A maior parte é adicionada ao aço para remover o oxigênio presente. [1] O dióxido de silício (SiO2) é chamado de sílica e está muito presente na areia e no quartzo. A sílica é uma estrutura tridimensional infinita que pode assumir diversas formas diferentes (existem pelo menos 12 delas) sendo as principais o quartzo, a tridimita e a cristobalita. É, sob qualquer forma, muito pouco reativa e não reage com ácidos, já que é um óxido ácido. [1] 2 1.2. Vidros Há muito tempo se discute na ciência qual a melhor definição de vidro, já que é um tipo de composto que vem intrigando estudiosos em anos de análises e hipóteses. Zachariasen, em 1932, publicou seu artigo The Atomic Arrangement in Glass (O Arranjo Atômico em Vidros) e nele chegou a seguinte afirmação: [2] Vidro é um produto inorgânico fundido, baseado princi- palmente em sílica, o qual foi resfriado para uma condição rígida sem cristali- zação, formando uma rede tridimensional estendida aleatória, isto é, com ausência de simetria e periodicidade. Contudo, com estudos foi possível perceber que: I) a sílica não é necessária para formação de vidros; II) vidros não são obtidos somente a partir de compostos inorgânicos; e III) a fusão dos componentes não é necessária para a formação de um vidro. [2] Nas definições modernas, portanto, chega-se à conclusão de que um vidro é um sólido não-cristalino (que, por definição, não apresenta simetria nem periodicidade translacional) que apresenta o fenômeno de transição vítrea. Ademais, pode ser obtido a partir de qualquer material inorgânico, orgânico ou metálico formado a partir de qualquer método de preparação. [2] 1.2.1. Vidros e o Grupo 14 Os vidros se apresentam sob diversas formas e propriedades como óptica, condutoras ou não, resistência mecânica, dilatação, entre outras. Borosilicatos, aluminosilicatos, alta sílica, laminados e temperados são algumas das possibilidades de vidros na atualidade. [2] Os elementos do grupo 14 são marcantes na preparação de vidros. A sílica é o principal deles, sendo, muitas vezes, indispensável para sua produção. Mas não só o silício como também o germânio, que produz lentes para equipamentos científicos e o estanho que fabrica vidros resistentes ao risco e, no caso de aviões, opera como resistor para aquecer o vidro e evitar a sobreposição de gelo na superfície. [1] 3 2. OBJETIVOS ● Estudar os elementos do Grupo IV-A. ● Determinar a resistência do vidro pela ação da água. 3. PARTE EXPERIMENTAL 3.1. Materiais Os materiais utilizados no experimento foram: - Balão de fundo redondo; - Béquer; - Bureta; - Condensador; - Garra com dupla fixação para buretas; - Suporte universal. 3.2. Reagentes Os reagentes utilizados no experimento foram: - Ácido clorídrico; - Água destilada; - Fenolftaleína; - Vidro em pó. 3.3. Procedimento Experimental Para dar início ao experimento, primeiro foi transferida 1 g de uma amostra de vidro em pó para um balão de fundo redondo e, ao mesmo, foram adicionados 25 mL de água destilada. Após isso, o balão foi adaptado ao condensador, e em seguida foram fixados no suporte universal. A mistura foi aquecida sob refluxo por cerca de 40 minutos. Depois do aquecimento, foi esperado até que o sistema esfriasse, para que a titulação pudesse ser feita, e então, o conteúdo do balão foi transferido para um béquer de 100 mL e o volume foi reduzido à metade do inicial por evaporação. 4 Na sequência, para realizar a titulação, foram adicionadas duas gotas de fenolftaleína ao balão, o que acabou por garantir uma coloração rosa ao conteúdo do frasco. Em seguida, a mistura foi titulada, liberando gotas da solução de HCl 0,010 M lentamente dentro do balão, parando somente quando o aspecto rosa tivesse desaparecido. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES A primeira etapa do experimento consiste em garantir que o vidro seja diluído. Primeiro, 1 g de vidro é triturado para uma maior superfície de contato com a água, depois a mistura foi aquecida, o que garante uma maior e mais rápida solubilização do pó de vidro. O objetivo do experimento é determinar a quantidade de vidro (Na2SiO3) que foi diluído e sofreu hidrólise, assim formando H2SiO3 e NaOH de acordo com a equação abaixo: Na2SiO3 + 2 H2O → H2SiO3 + 2 NaOH Para descobrir a quantidade de vidro em mol (retículo de vidro) que foram solubilizados, primeiro encontrasse o número de mols de Hidróxido de Sódio presentena solução. Para isso realizou-se a titulação da mistura. Primeiro foi adicionado o indicador, em seguida foi titulado 15 mL de solução de ácido clorídrico 0,01 molar. No entanto apenas 6,75 mL foram gastos na neutralização com o hidróxido de sódio, para encontrar o número de mols de HCl que reagiram multiplica-se a molaridade pelo volume utilizado em litros: 0, 01 · 0, 00675 = 0, 0000675 𝑚𝑜𝑙𝑠 Como cada mol de HCl reage com um mol de NaOH, tem-se que o número encontrado também corresponde a o número em mol de NaOH presentes na solução antes da titulação. Com o número de mols de hidróxido de sódio, o próximo passo foi encontrar o número Na2SiO3 que foram solubilizados e hidrolisados, para tal bastou checar a proporção entre este composto e o hidróxido de sódio na relação estequiométrica já citada, tal relação é um Na2SiO3 para cada dois NaOH: 0,0000672 2 = 0, 00003375 5 Encontrado o valor de 3,375⋅10-5 para o vidro hidrolisado. O próximo passo foi descobrir o quanto isso representa em relação ao total de vidro adicionado no início, ou seja 1 grama. Considerando cada retículo de vidro como Na2SiO3 pode-se calcular o número total de mols destes ao dividir sua massa molar pela massa total presente. Tendo o sódio uma MM de 22,9, o silício 28 e o oxigênio de 16 pode-se concluir: (2 · 22, 9) + 28 + (3 · 16) = 121, 8 A cada mol do composto são 121,8 gramas, como foi utilizado 1 grama de vidro no experimento tem-se 1 121,8 = 0, 00821018 𝑚𝑜𝑙 O próximo passo, foi dividir o total de mols pela quantidade de mols hidrolisado encontrado anteriormente: 0,00003375 0,00821018 = 0, 00411047 𝑜𝑢 0, 41% 𝑎𝑝𝑟𝑜𝑥 Com isso, chega-se à conclusão que aproximadamente 0,41% do vidro triturado foi hidrolisado. 5. CONCLUSÃO Observou-se que cerca de 0,41% do vidro total foi hidrolisado ao final da prática. A porcentagem baixa, somando ao fato da mistura ter sido aquecida por um longo período, mostram que o vidro tem uma alta resistência química à água. Tal resistência pode ser atribuída à força das ligações e à geometria da molécula. Por fim, considerando tudo, é possível dizer que a prática foi bem executada. Isso porque a quantidade de hidróxido de sódio produzida durante o experimento foi significativa e considerável, sendo que a cada dois mols de vidro, tinha-se dois mols de hidróxido de sódio, o que pode ter sido suficiente para elevar o pH da solução. 6 REFERÊNCIAS [1] LEE, J. D. Química Inorgânica Não Tão Concisa. 5. ed. São Paulo: Blucher, 1999. [2] ALVES, O. L.; GIMENEZ, L. F.; MAZALI, I, O. Vidros. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola. Edição Especial, maio 2001. 7
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