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6-Administração Aplicada à Engenharia de Segurança do Trabalho

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Administração Aplicada à Engenharia de Segurança do Trabalho / Administração Aplicada à Engenharia d…
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4. Organização de Serviços de Segurança e Saúde do Trabalho
Os serviços e programas voltados para a aplicação de ações em matéria de segurança do trabalho nas
organizações são essenciais para garantir condições dignas e seguras de trabalho, protegendo os traba-
lhadores de riscos e perigos, finalidade maior da própria segurança do trabalho. Cada um deles, seja
constituído de profissionais especialistas na área, como SESMT; por profissionais eleitos para dispor so-
bre medidas de prevenção de acidentes do trabalho e doenças laborais nas dependências da empresa, a
CIPA; seja um conjunto de procedimentos formais e obrigatórios que visam monitorar o impacto da expo-
sição dos trabalhadores aos riscos ambientais da sua atividade laboral, o PCMSO; ou um documento que
sirva de norte para a gestão de riscos e perigos para toda a estrutura hierárquica da organização, o
PPRA; completa o “quebra-cabeças” da gestão de segurança e saúde do trabalho.
A prevenção e a promoção da saúde são determinantes para a garantia da qualidade de vida dos colabo-
radores e para evitar que seja necessário adotar medidas corretivas, tendo em vista a ocorrência de aci-
dentes ou o diagnóstico de doenças associadas à execução das tarefas laborais. De acordo com Mattos e
Másculo (2019), não apenas as organizações e os órgãos governamentais devem se preocupar com o
desenvolvimento da Política de Segurança e Saúde no Trabalho, mas também as autoridades de saúde,
para que sejam melhorados os números de acidente e doenças do trabalho, impactando no incremento
do nível de saúde e qualidade de vida da população.
 A seguir são detalhados os principais aspectos inerentes à cada um desses programas.
 
4.1. Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) é formado por
um grupo de profissionais com conhecimentos técnicos na área de Segurança e Saúde no Trabalho
(SST). Esse grupo tem autoridade staff dentro das organizações, pois presta aconselhamento e assesso-
ria à administração, orientando a tomada de decisões, assim como aos empregados e à CIPA em todos
os assuntos relacionados à área de segurança e saúde no trabalho (BARSANO, 2018).
A NR 4, que dispõe sobre o SESMT, determina que este seja composto pelos profissionais com as forma-
ções descritas a seguir:
 
Médico do Trabalho: indivíduo formado em medicina que conclui e detém certificado de curso de es-
pecialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-graduação, ou certificado de residência mé-
dica em área de concentração em saúde do trabalhador realizada em instituição de ensino (IE) que
Próxima
https://dex.descomplica.com.br/engenharia-de-seguranca-do-trabalho-versao-2/administracao-aplicada-a-engenharia-de-seguranca-do-trabalho/administracao-aplicada-a-engenharia-de-seguranca-do-trabalho-organizacao-de-servicos-de-seguranca-e-saude-do-trabalho
tenha o curso de medicina, e que seja reconhecido pela Comissão Nacional de Residência Médica,
do Ministério da Educação (MEC) (BARSANO, 2018);
Enfermeiro do Trabalho: indivíduo graduado em enfermagem que concluiu e detém o certificado de
curso de especialização em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-graduação, numa IE que
mantenha curso de graduação em Enfermagem (BARSANO, 2018);
Auxiliar ou técnico de Enfermagem do Trabalho: indivíduo que concluiu curso técnico de auxiliar
de enfermagem ou técnico de enfermagem que possui o certificado de conclusão de curso de qualifi-
cação de auxiliar de enfermagem do trabalho, realizado numa IE reconhecida e autorizada pelo MEC
(BARSANO, 2018);
Engenheiro de Segurança do Trabalho: indivíduo graduado em engenharia ou arquitetura que con-
cluiu e possui certificado de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, em
nível de pós-graduação, em IE reconhecida pelo MEC (BARSANO, 2018);
Técnico de Segurança do Trabalho: indivíduo que concluiu o curso de técnico em segurança do
trabalho e possui comprovação de registro profissional expedido pelo Ministério do Trabalho e
Emprego.
 
O dimensionamento do SESMT ocorre a partir do cruzamento de dados entre o grau de risco da atividade
– encontrado no Quadro I da NR-4 – e o número total de empregados – que é encontrado no Quadro II da
NR-4 (BRASIL, 2016).
O Esquema 1 descreve as competências do SESMT nas organizações na aplicação de ações para pro-
moção da segurança e saúde do trabalho.
Esquema 1 – Competências do SESMT em questões de SST.
: BARSANO, 2018 (Adaptado)
4.2. Comissão Interna de Prevenção de acidentes (CIPA)
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é formado por uma equipe de pessoas que tem
como principal objetivo atuar em prol da prevenção de acidentes e de doenças decorrentes do trabalho.
Desse modo, contribuem para a preservação da vida e a promoção da saúde de todos os envolvidos com
as atividades laborais. A CIPA é regulamentada pelos artigos 162 a 165 da CLT e pela Norma Regula-
mentadora (NR 5) e deve ser constituída e mantida em pleno funcionamento em organizações que man-Próxima
tenham funcionários, sejam elas privadas ou públicas, sociedades de economia mista, beneficentes e até
mesmo associações recreativas e cooperativas (BARSANO, 2018).
De acordo com a NR-5, a CIPA deve ser formada a partir da seleção de representantes do empregador e
dos empregados, com base no dimensionamento, que leva em consideração: o ramo de atividade da em-
presa, o seu número de acordo com a classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e a
quantidade de funcionários que compõem o seu quadro. Os representantes do empregador são indicados
por ele e os representantes dos empregados são definidos por meio de um procedimento de eleição, com
apuração de votos (BRASIL, 1999).
As atribuições da CIPA, conforme a NR-5, incluem (BRASIL, 1999):
Elaborar e analisar o mapa de riscos, representação gráfica dos riscos ambientais sobre a planta
baixa da empresa toda ou por setor de trabalho. A Figura 1 apresenta um exemplo;
Elaborar o plano de trabalho, que contempla as ações preventivas e medidas recomendadas a partir
da análise do mapa de riscos, com a finalidade de neutralizar tais riscos;
Colaborar com a divulgação e o cumprimento das Normas Regulamentadoras (NRs), tendo em vista
sua relevância no campo da segurança e saúde no trabalho;
Em caso de constatação da iminência da ocorrência de um acidente, devido à intensificação de um
risco ou perigo, solicitar imediatamente a parada da produção e de equipamentos;
Promover a Semana Interna de Prevenção de Acidentes (SIPAT), que visa a conscientização e o in-
centivo ao desenvolvimento de uma cultura de segurança na organização;
Promover campanhas de prevenção da Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), doença que
acomete o sistema imunológico, afetando a saúde global do indivíduo.
 
Figura 1 – Modelo de mapa de riscos.
Sobreposição de imagens disponíveis em: <https://segurancadotrabalhonwn.com/o-que-e-mapa-de-risco/> e
<https://www.brasilpostos.com.br/noticias/saude-e-seguranca-do-colaborador/mapa-de-risco-saiba-como-deve-ser-
realizado/>.
A CIPA atua de forma contínua na organização por meio da realização de reuniões ordinárias e extraordi-
nárias, que têm a finalidade de acompanhar a implementação das ações de prevenção, eliminação e re-
dução de riscos e discutir demandas nesse sentido. O Esquema 2 descreve os requisitos de organização
dessas reuniões definidos na NR-5 (BRASIL, 1999).
Próxima
Esquema 2 – Como é definida a atuação da CIPA.
BRASIL, 1999 (Adaptado)
4.3. Programa de Controle Médico e de Saúde Ocupacional (PCMSO)
O Programa de Controle Médico e de Saúde Ocupacional (PCMSO) consiste no conjunto de iniciativas da
empresa para preservação da saúde de seus colaboradores, disposto na NR-7, em articulação com as
demais NRs. Ele contempla os procedimentos e condutas a serem adotadas pelas empresas em funçãodos riscos aos quais os empregados se expõem no ambiente de trabalho. Tem o objetivo de prevenir, de-
tectar precocemente, monitorar e controlar possíveis danos à saúde do funcionário (MATTOS; MÁS-
CULO, 2019).
São responsabilidades do empregador, de acordo com a NR-7 (BRASIL, 2018):
Elaborar, implantar e zelar pela eficácia do PCMSO;
Custear para o empregado todos os procedimentos do PCMSO;
Definir um coordenador responsável pela execução do PCMSO (normalmente o médico do trabalho).
Não havendo médico do trabalho, o empregador poderá contratar médico de outra especialidade
para coordenar o PCMSO. No entanto, está desobrigado a indicar um médico coordenador as em-
presas de grau de risco 1 e 2, com até 25 empregados, e as de grau de risco 3 e 4 com até 10 em-
pregados. O grau de risco da empresa é definido pelo Quadro 1 da NR-4.
 
O PCMSO inclui os seguintes exames médicos obrigatórios: admissional, que visa avaliar as condições
de saúde do trabalhador antes que ele assuma suas atividades na empresa; periódico, que permite efe-
tuar o acompanhamento dos efeitos da exposição aos riscos ambientais à saúde dos colaboradores, além
do avanço da idade; retorno ao trabalho, realizado obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao trabalho
do empregado que tenha se ausentado por mais de 30 dias, por conta de afastamento por doença ocupa-
cional ou não, acidente do trabalho ou parto; mudança de função, quando o trabalhador migrar de posto
de trabalho ou setor, de tal modo que ocorra a exposição a riscos diferentes daqueles aos quais estava
Próxima
antes da mudança; demissional, que deve ser feito até o desligamento definitivo do trabalhador, para que
seja analisada a saúde integral do indivíduo quando da sua permanência na empresa (MATTOS; MÁS-
CULO, 2019).
 
4.4. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), regulamentado pela NR-9, é parte integrante
das ações e iniciativas da empresa para a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, de-
vendo estar alinhado com o PCMSO e o que é previsto nas demais NRs. Seu desenvolvimento começa
pela antecipação e reconhecimento dos riscos; seguida do estabelecimento de prioridades e metas de
avaliação e controle destes; passando pela avaliação dos riscos e verificação do grau de exposição dos
trabalhadores; avançando para a implantação de medidas de controle dos riscos e o acompanhamento de
sua eficácia; o posterior monitoramento da exposição dos colaboradores aos riscos; e, por fim, o registro e
a divulgação dos dados coletados ao longo do processo (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
Segundo a NR-9, o PPRA será registrado em forma de documento, que deve conter, no mínimo (BRASIL,
2019):
·Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma;
·Estratégia e metodologia de ação;
·Registro, manutenção e divulgação dos dados;
·Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.
Atividade extra
Assista ao vídeo do TEDx apresentado por Amy Edmonson intitulado “Como transformar um grupo de
estranhos em uma equipe”. O vídeo é centrado na importância do trabalho e espírito de equipe, aspectos
que são fundamentais de serem trabalhados nas organizações para que as medidas de prevenção de aci-
dentes de trabalho e doenças ocupacionais sejam eficazes (Disponível em:
<https://www.ted.com/talks/amy_edmondson_how_to_turn_a_group_of_strangers_into_a_team/transcript
?language=pt-br.>).
 
Referências Bibliográficas
BARSANO, Paulo Roberto; BARBOSA, Rildo Pereira. Segurança do trabalho: guia prático e didático. 2ª
ed. São Paulo: Editora Érica, 2018.
BRASIL. NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA
DO TRABALHO. Portaria n.º 510 do Ministério do Trabalho e Previdência Social, de 29 de Abril de 2016.Próxima
Disponível em: <https://sit.trabalho.gov.br/portal/images/SST/SST_normas_regulamentadoras/NR-
04.pdf>. Acesso em: 20 de fev. de 2021.
BRASIL. NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES. Portaria n.º 08 da Secretaria
de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST), de 23 de fevereiro de 1999. Disponível em:
<https://sit.trabalho.gov.br/portal/images/SST/SST_normas_regulamentadoras/NR-05.pdf>. Acesso em:
20 fev. 2021.
BRASIL. NR 7 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL. Portaria n.º 1.031
do Ministério do Trabalho, de 06 de dezembro de 2018. Disponível em: <
https://sit.trabalho.gov.br/portal/images/SST/SST_normas_regulamentadoras/NR-07.pdf>. Acesso em: 20
fev. 2021.
BRASIL. NR 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS. Portaria nº 1.359 da Secre-
taria Especial de Previdência e Trabalho, de 09 de dezembro de 2019. Disponível em:
<https://sit.trabalho.gov.br/portal/images/SST/SST_normas_regulamentadoras/NR-09-atualizada-
2019.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2021.
MATTOS, U. A. de O. M.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: El-
sevier, 2019.
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1. Administração: conceitos e princípios
Há uma discussão entre autores da área sobre a sua concepção da Administração enquanto Ciência,
profissão ou habilidade prática. Frederick Taylor a abordou como ciência através da sua obra
“Princípios da administração científica”, que data de 1911. No ano seguinte, Harrington Emerson tam-
bém a tratou como ciência ao lançar o livro “The twelve principles of efficiency” (Os doze princípios da
eficiência). Fayol seguiu a mesma linha ao criar os 14 princípios para a administração. Ainda assim, é
consenso que “o administrador desempenha um trabalho intelectual, pautado por diversas regras
(jurídicas, mercadológicas, sociais, éticas etc.)” (MATTAR NETO, 2010).
Os tópicos seguintes se debruçam sobre aspectos conceituais relevantes para a área, habilidades e
competências de um bom administrador, assim como os princípios gerais e funções administrativas.
 
1.1. Conceito e contexto
A Administração existiu desde os primórdios, quando o ser humano precisava sobreviver e, por meio
da ação em grupo, conquistava alimento, enfrentava condições climáticas adversas e superava amea-
ças à sua segurança. Conforme destaca Guerrini (2016), já ocorria a “condução das pessoas a um ob-
jetivo em comum”. Esse foi um dos primeiros conceitos que a palavra Administração recebeu. Vale res-
saltar que a existência do administrador precede a criação da própria teoria da administração.
Mas foi apenas no final do século XIX que a Administração passou a ser estudada de forma sistemá-
tica. O motivo foi o desenvolvimento de um esquema social cuja coesão era mantida por leis e normas,
no qual as coisas funcionam por conta própria, independentemente de quem está no comando. Esse
esquema consiste na Burocracia e, embora essa palavra já tenha sido considerado um sinônimo de
organização, hoje fala-se em organização burocrática. Logo, a partir desse momento da história, a Ad-
ministração foi tida como moderna e o seu crescimento foi resultado da expansão da organização bu-
rocrática da sociedade (GUERRINI, 2016).
Antes da organização burocrática havia a organização tradicional, na qual prevalecia os trabalhos arte-
sanais, anteriores a Revolução Industrial. A teoria administrativa surgiu ao longo dos estudos da racio-
nalização do trabalho e das relações humanas nas empresas industriais. Reuniu contribuições de ilus-
tres figuras, como Frederick W. Taylor, Frank e Lilian Gilbreth, Henri Fayol e Elton Mayo (GUERRINI,
2016).
Próxima
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Um fato curioso sobre os primeiros teóricos da administração é a sua inspiração na relação dos exérci-
tos e nas guerras. Frank e Lilian Gilbreth, por exemplo, auxiliaram o exército americano durante a Pri-
meira Guerra Mundial. HenriFayol também difundiu as suas ideias no exército da França. Desse
modo, a organização militar foi o primeiro modelo no qual se espelharam os administradores de em-
presas (MATTAR NETO, 2010).
Gerald R. Griffin explica no livro intitulado “Maquiavel na administração” que as ideias políticas de Ma-
quiavel podiam ser aplicadas às organizações empresariais do século XX. Ele comparou a atividade
administrativa com a guerra, em trechos como:
 
[...] As lutas e as guerras de vida e morte que ocorriam nos campos de batalha
agora são travadas nas salas de reunião de diretoria. Os capitães de cavalaria
foram substituídos por capitães da indústria. As decisões dos generais não são
a respeito de tomar colinas e vales, mas sobre a conquista de novos merca-
dos; não são decisões sobre o tratamento a ser dispensado aos prisioneiros de
guerra, mas sobre como tratar as pessoas afetadas pela compra de uma em-
presa (GRIFFIN, 1996, p.30).
 
O administrador é o responsável pela articulação, coordenação, liderança e motivação do grupo de
pessoas pelo qual é responsável, a fim de atingir um determinado objetivo, assim como um coman-
dante. Ou seja, sua função é traçar a estratégia para atingir o objetivo. As mesmas competências ne-
cessárias para conduzir tropas até Roma eram vistas como requeridas para conduzir uma empresa
multinacional (GUERRINI, 2016; GRIFFIN, 1996).
 
1.2. Organização e Administração
As Organizações atendem a um propósito, em torno do qual se estabelecem vários objetivos compar-
tilhados entre seus membros. As atividades laborais visam alcançar esses objetivos e o propósito con-
siste na razão das Organizações existirem. Vale ressaltar que as Organizações possuem uma estru-
tura, a partir da qual distribuem-se os papéis e as responsabilidades de cada pessoa, ou seja, a divi-
são do trabalho, incluindo as relações de autoridade (SOBRAL, 2013).
Para explicar o conceito de Organização, Guerrini (2016) faz um paralelo com o funcionamento com
uma orquestra sinfônica, conforme esquema abaixo.
 
Esquema 1 – Entendendo a estrutura de uma Organização pela análise de uma orquestra sinfônica.
Próxima
Fonte: Guerrini, 2016 (Adaptado)
As empresas correspondem a um tipo específico de Organização, com foco voltado para os lucros,
que remuneram os seus acionistas e são aplicados para a sua autossustentação. Elas são direciona-
das pelas lógica das leis de mercado e sofrem influência das variáveis ambientais. Para além do as-
pecto econômico que distingue o “produto” do “cliente”, as empresas tem um papel jurídico. Logo, não
se preocupam apenas com os seus investidores, mas com uma rede formada pelos clientes, funcioná-
rios, administradores, fornecedores e o próprio Estado (SOBRAL, 2013).
Conforme previamente comentado ao estabelecer o contexto histórico de desenvolvimento da admi-
nistração, existe um tipo de Organização específico que é a burocrática. Sua principal característica é
o fato de ser uma empresa de cunho industrial (GUERRINI, 2016).
Podemos considerar que vivemos numa “sociedade de organizações”, pois a produção de bens e o
fornecimento de serviços dos vários setores são planejados, criados, dirigidos, executados e regulados
por organizações. Ou seja, os cidadãos dependem das organizações e estas, por sua vez, dependem
dos seus trabalhadores, que empenham-se para a concretização das atividades, e dos seus recursos,
sejam eles materiais, físicos, financeiros, tecnológicos (CHIAVENATO, 2020). 
 
1.3. Habilidades e competências do administrador
Diante de uma gama de novas possibilidades proporcionadas pelos avanços em tecnologia, na veloci-
dade do fluxo de informações e no conhecimento da atualidade; a modernização da Administração in-
Próxima
tensificou-se, visando atender às demandas de um mundo mais dinâmico. As organizações crescem
em ritmo exponencial e não linear, como antigamente. Com isso, as mudanças tem ocorrido de forma
rápida, exigindo do administrador novas competências e habilidades (CHIAVENATO, 2020). 
Nesse sentido, Chiavenato (2020) estabelece que o sucesso do administrador é definido pela combi-
nação de habilidades em três vertentes: técnicas, humanas e conceituais. As habilidades técnicas es-
tão associadas com o “fazer” durante a execução do método de trabalho, com auxílio de ferramentas
materiais ou tecnológicas. As habilidades humanas, por sua vez, contemplam as relações de trabalho
e as capacidades de comunicação, motivação, liderança, assim como a resolução de conflitos durante
o relacionamento interpessoal. As habilidades conceituais englobam as habilidades cognitivas que
conduzem à análise, ao raciocínio e ao diagnóstico das situações, a partir dos conceitos e modelos ad-
ministrativos. Além disso, conduzem ao desenvolvimento de solução para os problemas e ao uso de
estratégias para atingir objetivos e usufruir de oportunidades.
Essas habilidades, por si só, não são suficientes para que a ação do administrador seja assertiva. São
requeridas também competências, as quais advém do fato de deter as habilidades e utilizá-las para re-
solver problemas e encontrar soluções inovadoras. Adicionalmente, essas competências devem ser
duráveis, permanecendo mesmo em tempos de mudanças rápidas, como os atuais (CHIAVENATO,
2020). 
A primeira competência importante é o conhecimento, que corresponde ao saber adquirido e comparti-
lhado. O conhecimento nunca cessa, visto que precisa ser continuamente renovado e aperfeiçoado,
agregando experiência ao administrador. A segunda é a habilidade, no sentido de pôr o conhecimento
em prática, traduzindo teorias e ideias abstratas em ações e decisões. A terceira é o julgamento, que
consiste em avaliar as situações com olhar crítico, ponderando e julgando os fatos com base nas prio-
ridades. A quarta competência é a atitude, o “saber fazer acontecer”, ou seja, é ter uma postura empre-
endedora e que não se conforma com pouco, assumindo riscos, lidando com os desafios e levando os
liderados a alcançar resultados (CHIAVENATO, 2020).
Como cada administrador precisa atender aos aspectos únicos da sua Organização, realiza diagnósti-
cos continuamente, que o permitirão definir estratégias para alcançar os objetivos, planejar a execução
das mesmas, e controlar os resultados. O intuito do administrador é elevar a competitividade da Orga-
nização e agregar valor ao negócio (CHIAVENATO, 2020).
 
1.4. Princípios gerais da Administração
Fayol definiu um conjunto de princípios nos quais a Administração se alicerça, fazendo um compilado
sistematizado dos princípios discutidos por diferentes autores da área. Assim, surgiram os 14 princí-
pios gerais da Administração, que são universais e flexíveis, visto que na Administração dinamicidade
e adaptabilidade temporal são aspectos importantes. A seguir são listados tais princípios, em conformi-
dade com Chiavenato (2020).
Próxima
Divisão do trabalho: Especialização das tarefas através da diferenciação entre os papéis das
pessoas. Na Teoria Clássica essa divisão abarca os departamentos, as divisões e as seções que
formam a Organização. Ocorre de forma vertical, com a delimitação dos níveis hierárquicos de
autoridade e responsabilidade; e horizontal, através da distribuição de funções e atividades
específicas dentro de um mesmo nível hierárquico.
Autoridade e responsabilidade: Na prática a autoridade é o poder de tomar decisões e repassar
ordens esperando ser atendido. Há dois tipos de autoridade, a de linha, exercida pelos gerentes
sobre os seus subordinados diretos; e a staff, atribuída a especialistas ao atuarem dando
conselhos, orientações e recomendações aos gerentes na sua área de expertise. A
responsabilidade é uma consequência da autoridade, visto que o que é decidido tem um efeito
futuro, gerando uma necessidade de prestação de contas.
Disciplina: Esforços direcionados, energia aplicada, comportamento dedicado ao cumprimento
das ordens e dos acordos estabelecidos.
Unidade de comando: Cada funcionário recebe ordens e solicitações de um único superior.
Unidade de direção: Todasas atividades de uma empresa tem o mesmo objetivo, de modo que
os colaboradores atuam alinhados, em busca do mesmo.
Subordinação dos interesses individuais aos gerais: os interesses gerais da empresa são
mais importantes e precisam prevalecer sob os interesses individuais, tendo em vista um objetivo
maior.
Remuneração do pessoal: os funcionários devem receber uma retribuição financeira justa, que
satisfaça ao mesmo tempo a sua necessidade e a condição da empresa.
Centralização: o líder concentra a autoridade no topo da hierarquia da Organização, embora
possa delegar e dividir com grupos, a fim de que possam executar papéis de forma adequada.
Cadeia escalar: Linha de autoridade que parte de um escalão mais alto e vai sendo distribuída
pelos que estão abaixo, tendo em vista a o princípio da unidade de comando.
Ordem: implica em ter “um lugar para cada coisa, e cada coisa em seu lugar” (CHIAVENATO,
2020, p. 52). Ou seja, as pessoas têm o seu espaço dentro da Organização, a fim de garantir que
as atividades tenham o andamento desejado.
Equidade: Inspiração gerada pela devoção dos líderes a empresa, incentivando a lealdade dos
demais funcionários.
Estabilidade do pessoal: manutenção dos colaboradores, evitando ao máximo a rotatividade de
pessoal.
Iniciativa: Estabelecimento e execução de planos por cada colaborador, visando o sucesso da
empresa.
Espírito de equipe: “a harmonia e a união entre as pessoas são grandes forças para a
organização” (CHIAVENATO, 2020, p. 52).
 
 
Atividade extra
Assista ao filme “O Discurso do Rei”, que conta a história de um príncipe George VI que deve ascen-
der ao trono e tornar-se rei da Inglaterra, mas que sofre de um problema de gagueira que o impede de
Próxima
realizar seus discursos corretamente. Esse filme demonstra que um líder pode enfrentar desafios que
o tirem da sua zona de conforto, daí a importância de empenhar habilidades e competências para bus-
car a solução.
 
Referências Bibliográficas
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna
administração das organizações. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2020.
GUERRINI, F. M.; ESCRIVÃO FILHO, E.; ROSSIM, D. Administração para engenheiros. 1. ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2016.
GRIFFIN, Gerald R. Maquiavel na administração: como jogar e ganhar o jogo do poder na empresa.
São Paulo: Atlas, 1996.
MATTAR NETO, J. A. Filosofia e ética na administração. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
SOBRAL, F.; PECI, A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. 2 ed. São Paulo: Pear-
son Education do Brasil, 2013.
 
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Administração Aplicada à Engenharia de Segurança do Trabalho / Administração Aplicada à Engenharia d…
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2. Diretrizes organizacionais da Segurança do Trabalho
 
A Segurança do Trabalho propicia às Organizações a visão da importância de preocupar-se com a
qualidade de vida de seus membros. Um ambiente laboral inseguro, que coloca em risco a saúde
física e psicológica do trabalhador prejudicará não só a execução de suas tarefas, mas também a
sua vida pessoal, trazendo consequências negativas aos membros que mantém uma relação inter-
pessoal com o mesmo e, em última instância, ao desempenho da Organização (CAMPOS; BAR-
SANO, 2020).
Sabe-se que a vida pessoal e profissional do trabalhador interceptam-se em vários aspectos. Para
além de contribuir com a manutenção da produtividade da Organização, conforme preconiza a Ad-
ministração Científica de Frederick Taylor, zelar pelo bem estar humano é um dever da empresa em
termos de legislação, normatização e responsabilidade social.
A Segurança do Trabalho é uma área ampla e que mantém relação direta com a Ergonomia, ciência
de igual relevância para o contexto empresarial. Mas, antes de abordar suas diretrizes, os órgãos
responsáveis por estabelece-las e fiscalizar o seu cumprimento, bem como a Política de Segurança
e Saúde do Trabalho nas Organização é preciso adotar uma definição oficial:
 
A segurança do trabalho é a ciência que estuda as possíveis causas dos acidentes e in-
cidentes originados durante a atividade laboral do trabalhador, tendo como principal ob-
jetivo a prevenção de acidentes, doenças ocupacionais e outras formas de agravos à
saúde ocupacional, incluindo até mesmo questões relacionadas à qualidade de vida. [...]
Em outras palavras, a segurança do trabalho cumpre sua finalidade quando consegue
proporcionar a ambos – empregado e empregador – um ambiente agradável, rico em
qualidade de vida para todos (CAMPOS; BARSANO, 2020, p. 94).
 
Nos tópicos que se seguem serão abordados alguns dos aspectos mais relevantes da aplicação da
Segurança e saúde do Trabalho nas Organizações. Eles agregam à Administração a valorização do
fator humano, ganhos financeiros e a obtenção de competitividade e diferenciação no mercado.
  Próxima
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2.1 Legislação de segurança do trabalho
A legislação brasileira em matéria de Segurança e Saúde do Trabalho apresenta uma hierarquia es-
trutural, de modo que no topo está a Constituição Federal (1988), no centro a Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT - Decreto-lei 5.452, de 1 de maio de 1943), e na base as normas regulamentado-
ras (NRs).
No que tange à Constituição da República Federativa do Brasil, podemos destacar o “Título II: Dos
Direitos e Garantias Fundamentais”, no “Capítulo II: Dos Direitos Sociais”, artigos 6 e 7 que deter-
mina os direitos básicos e fundamentais dos trabalhadores urbanos e rurais quanto à Segurança e
Saúde do trabalho. Estes são reproduzidos a seguir (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
 
Art. 6º – São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desampara-
dos, na forma desta Constituição.
Art. 7º – São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
(...) XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higi-
ene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas,
na forma da lei;
(...) XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
(...) XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de de-
zoito e de qualquer trabalho a menores de quatorze anos, salvo na condição de apren-
diz. (BRASIL, 1988, texto extraído do art. 6º e 7º).
 
Portanto, deve ser assegurado pelos empregadores aos trabalhadores urbanos e rurais o acesso a
ambientes de trabalho seguros, que preencham os critérios de segurança, higiene e medicina do tra-
balho definidos na legislação complementar. Detectada a existência de riscos ambientais, a priori-
dade do empregador deve ser sempre eliminá-los. Quando isso não for possível, tendo em vista a
autossutentação da empresa no mercado, os recursos disponíveis e/ou a natureza das suas ativida-
des; o empregador deve adotar medidas de neutralização da exposição do trabalhador aos riscos.
Próxima
A CLT é o dispositivo legal que regulamenta as relações trabalhistas no âmbito urbano e rural, cujas
diretrizes de saúde, higiene e segurança do trabalho estão dispostas no “Título II – Das Normas Ge-
rais de Tutela do Trabalho”, capítulo “V – Da Segurança e da Medicina do Trabalho”, conforme art.
157 mostrado abaixo (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
 
Art. 157 - Cabe às empresas:
I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;
 II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a to-
mar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadaspelo órgão regional competente;
IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente (BRASIL, 1943, texto
extraído do art. 157).
 
As Normas Regulamentadoras visam consolidar os preceitos da CLT para situações e setores de
atividades laborais específicos. Em ordem de numeração, totalizam 37 normas, sendo que a de nº2
foi revogada. Assim, seguem em vigor 36 NRs. No quesito abrangência, são destacadas a seguir
algumas normas que se aplicam a empresas de diferentes ramos:
 
NR-04 – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT
NR-05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA
NR-06 – Equipamentos de Proteção Individual – EPI
NR-07 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO
NR-09 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA
 
2.2 Entidades e Associações dedicadas a Segurança do Trabalho
  Próxima
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma agência da Organização das Nações Unidas
(ONU) responsável pela formulação e aplicação das Convenções e Recomendações, que consistem
em normas internacionais para o trabalho. O intuito dessas normas é “garantir que homens e mulhe-
res possam ter acesso a um trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, se-
gurança e dignidade” (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016, p. 6).
 A criação da OIT foi o marco da consolidação do Direito Internacional do Trabalho. Se deu em 1919,
com o advento do Tratado de Versalhes, que encerrou a Primeira Guerra Mundial. O papel da OIT é
promover a melhoria das condições de segurança e saúde do trabalho (BARSANO; BARBOSA,
2014; CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016).
Outras Entidades e Associações de cunho internacional que se dedicam a Segurança e Saúde do
Trabalho são listadas no Quadro 1.
 
Quadro 1 – Organizações dedicadas a Segurança do Trabalho no cenário mundial.
CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016 (Adaptado)
No Brasil a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (FUNDACEN-
TRO) é uma autarquia ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de papel semelhante a
OSHA. Fundada em 1966, a FUNDACENTRO tem o objetivo de conduzir pesquisas em Segurança
e Saúde no Trabalho, organizando publicações técnicas, como a as Normas de Higiene Ocupacional
(NHO). Estas últimas definem os limites de tolerância e as metodologias de avaliação de agentes
causadores de riscos ocupacionais e visam reduzir ao máximo a ocorrência de acidentes e doenças
do trabalho no país (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016).
 
2.3. Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST)
Próxima
A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) foi disposta no decreto nº 7.602,
publicado em 2011, e tem como alvos: a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do
trabalhador, bem como a prevenção de acidentes e danos à sua saúde em resultado da atividade
laboral, por meio da eliminação ou redução dos riscos nos ambientes de trabalho (BRASIL, 2011).
Nesse contexto, orienta a eliminação ou a redução dos riscos ambientais, a partir de 5 princípios:
universalidade; prevenção; precedência das ações de promoção, proteção e prevenção sobre as de
assistência, reabilitação e reparação; diálogo social; e integralidade (BRASIL, 2011).
Os Ministérios do Trabalho e Emprego, da Saúde e da Previdência Social são os órgãos responsá-
veis pela implementação da PNSST, sendo prevista também a participação de outros órgãos e insti-
tuições dedicadas a Segurança do Trabalho (BRASIL, 2011).
A aplicação da PNSST prevê a articulação de ações de governo no que tange às relações de traba-
lho, produção, consumo, ambiente e saúde. Entidades representativas dos trabalhadores e empre-
gadores também podem participar dessas ações, se assim desejarem. Além de estarem alinhadas
com o Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho, tais ações devem ser conduzidas se-
guindo algumas diretrizes, dentre elas as listadas no Esquema 1.
Esquema 1 – Diretrizes das ações do PNSST.
BRASIL, 2011 (Adaptado)
A gestão da PNSST tem caráter participativo e é organizada por uma Comissão Tripartite de Saúde
e Segurança no Trabalho (CTSST), formada por representantes do governo, trabalhadores e empre-
gadores (BRASIL, 2011).
 
2.4. Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PLANSAT)
A CTSST, iniciada em 2008, deu um pontapé para que a Nacional de Segurança e Saúde no Traba-
lho promovesse uma atuação coerente e sistemática do Estado em prol do trabalho seguro e saudá-
vel, da prevenção dos acidentes e das doenças laborais. Isso impulsionou o lançamento do Plano
Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PLANSAT), o qual articula ações de vários atores so-
ciais, a fim de proporcionar a concretização da PNSST (BRASIL, 2012).
Próxima
O PLANSAT visa garantir que, independentemente de governos, sejam colocadas em prática ações
para promoção de saúde e qualidade de vida no trabalho, prevenindo doenças e acidentes de traba-
lho. Para cada um das diretrizes das ações do PNSST é traçada uma estratégia em particular na
cartilha do PLANSAT. São listadas no Quadro 2 algumas das estratégias que atendem às quatro di-
retrizes previamente apresentadas no Esquema 1 (PEGATIN, 2020).
Quadro 2 – Algumas estratégias para 4 das diretrizes de ação do PNSST.
BRASIL, 2012 (Adaptado)
Algumas estratégias de ação da PLANSAT e as próprias diretrizes da PNSST propõem a melhoria
das condições de trabalho e o incentivo à gestão da SST. Entretanto, muitas das ações foram imple-
mentadas de forma superficial ou ainda não tiveram andamento (PEGATIN, 2020).
 
 
Atividade extra
Assista ao vídeo de uma entrevista com o coordenador geral de Saúde do Trabalhador do Ministério
da Saúde, no ano de 2012, destacando a importância da PNSST para proteção da saúde e integri-
dade física de trabalhadores de vários nichos empresariais (Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=dcR5JmwZ-Po.>).
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https://www.youtube.com/watch?v=dcR5JmwZ-Po
Referência Bibliográfica
BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Higiene e segurança do trabalho. 1. ed. São Paulo: Érica,
2014.
BRASIL. Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST). 2012. Decreto nº 7.602,
de 7 de novembro de 2011. Disponível em: <https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---ed_protect/-
--protrav/---safework/documents/policy/wcms_212109.pdf>. Acesso em: 15 de fevereiro de 2021.
BRASIL. Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho – Plansat. Disponível em:
<https://www.gov.br/previdencia/pt-br/images/2014/08/Cartilha-Plano-Nacional-de-SST.pdf>. Acesso
em: 15 de fevereiro de 2021.
CAMPOS, A. de; BARSANO, P. R. Administração: guia prático. 3. ed. São Paulo: Érica, 2020.
CHIRMICI, A.; OLIVEIRA, E. A. R. de. Introdução à segurança e saúde no trabalho. 1. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
MATTOS, U. A. de O. M.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2019.
PEGATIN, T. O. Segurança no Trabalho e Ergonomia. Curitiba: InterSaberes, 2020.
 
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https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---ed_protect/---protrav/---safework/documents/policy/wcms_212109.pdf
Administração Aplicada à Engenharia de Segurança do Trabalho / Administração Aplicada à Engenharia d…
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3. Sistemas de gestão de segurança e saúde no trabalho
O Sistema de Gestão em Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST) tem objetivos que vão além do sim-
ples cumprimento da legislação e normas de segurança e saúde do trabalho (SST), pois consiste num
conjunto de ações em prol da prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, redução de
perdas e promoção de uma cultura de segurança em conformidade com valores da organização (ROUS-
SETE, 2014).
Nesse contexto, a Política de Segurança do Trabalho, comumente referida como Diretrizes de Segurança
do Trabalho é parte importante do SGSST e orienta os programas, as rotinas e os procedimentos de tra-
balho destinados à prevenção de acidentes e doenças ocupacionais (ZOCCHIO, 2002).
Além disso, os Sistemas Integrados deGestão (SIG) integra numa linha de ação comum três eixos funda-
mentais para a Administração das Organizações: Sistema de Gestão de qualidade (ISSO 9000), Sistema
de gestão ambiental (ISSO 14000) e o Sistema de Gestão de Responsabilidade Social (ISO 26000 e AS
8000) (ROUSSETE, 2014).
Nos tópicos seguintes essas temáticas serão abordadas com mais detalhes.
 
3.1. Política interna de segurança do trabalho: objetivos e aplicação
Os objetivos da Política de Segurança do Trabalho consistem em preservar a saúde e a integridade física
dos colaboradores, bem como promover a cooperação e participação coletiva para a sua concretização.
Para que isso seja viável, ela distribui as obrigações a respeito do cumprimento das normas e instruções
em matéria de SST por todas as pessoas e equipes (ZOCCHIO, 2002).
Logo, um dos primeiros requisitos de sua implementação é a definição das responsabilidades e das
atribuições individuais, que levarão em conta aspectos institucionais, sociais e econômicos fundamentais
para a empresa. Essa distribuição se dará também de acordo com a função, o cargo e a especialidade de
cada funcionário, assim como o nível hierárquico que ocupa (ZOCCHIO, 2002).
Outros pontos que devem ser contemplados na Política de Segurança do Trabalho incluem a comunica-
ção dos acidentes de trabalho às autoridades públicas, o registro conforme regulamentado na legislação
de SST e, adicionalmente, a realização de uma investigação, para que sejam adotadas medidas de neu-
tralização dos riscos que provocaram os acidentes, prevenindo novas ocorrências (ZOCCHIO, 2002).
Em termos de análise e controle de riscos, deve ser implantado o acompanhamento preventivo de riscos
e perigos por meio de projetos e processo de trabalho, em conformidade com os planos e programas emPróxima
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SST (ZOCCHIO, 2002).
No quesito treinamento, a Política de Segurança do Trabalho deve propor um cronograma de formação
dos trabalhadores, a fim de que desenvolvam métodos seguros de execução de suas atividades laborais.
Para funcionários novatos, a política deverá prever um plano de integração voltado para a segurança e
saúde no trabalho. Além disso, para funcionários antigos e/ou que migrem de função, deve prever cursos
de reciclagem, de periodicidade a ser definida de acordo com a necessidade (ZOCCHIO, 2002).
Acima de tudo é indispensável que a política estabeleça um plano permanente e contínuo, que tenha
sequência independentemente de mudanças internas, rotatividade de pessoas e de alterações na estru-
tura e posição de mercado da empresa. Isso garantirá que a prevenção de acidentes e doenças ocupacio-
nais na Organização seja uma prioridade. A depender da conveniência e do planejamento das ações no
programa, é recomendável que contemple Campanhas para conscientização focadas no desenvolvimento
e na manutenção de uma cultura de segurança (ZOCCHIO, 2002).
É recomendável também que as Diretrizes de Segurança do Trabalho estabeleça: um plano de divulga-
ção de informes preventivos; um plano de emergência, para orientar acerca dos procedimentos para situ-
ações de anormalidade, iminências ou ocorrências de acidentes de trabalho; reuniões periódicas de segu-
rança, para delimitar as metas, prioridades e ações de prevenção em prol da SST no cotidiano administra-
tivo (ROUSSETE, 2014).
 
3.2. Requisitos do sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho
O Sistema de Gestão em Segurança e Saúde do Trabalho (SGSST) foi desenvolvido na década de 1990,
com a publicação de um guia para estruturar sistemas, a British Standard 8800 (BS 8800), em 1996. Tal
norma foi importante para unificar a linguagem para os sistemas de gestão de segurança e saúde ocupa-
cional, conduzindo as empresas a criar uma plataforma universal para tratar e administrar questões de
risco, higiene no trabalho, comportamento e atitudes para o ambiente laboral (MATTOS; MÁSCULO,
2019).
A aplicação da BS 8800 se difundiu pelas empresas do Brasil, só sendo substituída em 1999 pela edição
de uma norma pela Occupational Health and Safety Assessment Services (OHSAS), a OHSAS
18001:1999 e sua norma de apoio OHSAS 18002:2000 (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
De acordo com Lima et al. (2018) a OHSAS é a “organização britânica que estabeleceu um padrão de
normas e procedimentos para a área de saúde ocupacional”, fazendo com que emergisse uma certifica-
ção para o estabelecimento de um sistema de gestão em segurança e saúde do trabalho. Essa certifica-
ção é a OHSAS 18001:1999, cuja sigla pode ser melhor compreendida como “Série de Avaliação da Se-
gurança e Saúde no Trabalho”. Ela fornece às empresas detentoras da mesma uma vantagem competi-
tiva, além de prover o avanço em gestão da SST (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
Desse modo, na prática a BS 8800 contém “o que fazer”, pois fornece direcionamento de para integrar a
gestão de SST ao gerenciamento do negócio, reduzindo a exposição dos trabalhadores aos riscos e mol-
dando a imagem de organização responsável no nicho de sua atuação (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
Próxima
Já as OHSAS 18001:1999 e OHSAS 18002:2000 especificam o “como fazer” o SGSST. Sua elaboração
foi inspirada na ISO 14001:1996, que dispõe sobre o Sistema de Gestão Ambiental – SGA. Esta última já
seguia a trilha da ISSO 9000, que trata dos Sistemas de Gestão da Qualidade – SGQ, publicada original-
mente em 1987. Tais semelhanças tornaram o entendimento dessas normas mais simples (MATTOS;
MÁSCULO, 2019; ROUSSETE, 2014).
No Esquema 1 são descritos os componentes de um SGSST de acordo com a OHSAS 18000.
 
Esquema 1 – Principais componentes de um SGSST conforme a OSAS 18000.
 
BRASIL, 2011 (Adaptado)
Para colocar em prática o SGSST, as organizações costumam aplicar o ciclo PDCA, que implica no de-
sempenho de quatro atividades básicas: planejamento (plan) dos objetivos e processos necessários para
alcançar os resultados previstos na política de SST; implementação e operação (do) desses processos;
verificação (check) e monitoramento do andamentos dos processos em comparação com a política de
SST e os requisitos legais; ações corretivas (act), visando o desempenho da SST (MATTOS; MÁSCULO,
2019; ROUSSETE, 2014).
Como no Brasil não havia entidade responsável pela avaliação e certificação da OHSAS 18001, num pro-
cesso de evolução natural das normas emergiu a ISO 45001:2018, norma substituta, que trata do SGSST,
propiciando ambientes de trabalho seguros e saudáveis (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
A ISO 19011:2002, que traz as diretrizes para auditoria de sistemas de gestão, acabou por favorecer a im-
plantação dos sistemas de gestão de modo unificado nas Organizações, conforme explicado no tópico a
seguir.
 
3.3. Sistemas integrados de gestão (SIG)
O Sistema Integrado de Gestão (SGI) engloba a gestão ambiental, da qualidade, da saúde e segurança e
a responsabilidade social. Mattos e Másculo (2019, p. 75) destacam que: Próxima
O SGI é focalizado na satisfação de um conjunto de interessados pois procura, simultanea-
mente: a satisfação dos clientes, a proteção do meio ambiente, a segurança e saúde das pes-
soas em seus postos de trabalho e o controle dos impactos sociais das organizações.
 
A ISO 9000 foi importante para os SIG porque teve como objetivo garantir a qualidade nos processos pro-
dutivos por meio do uso de procedimentos padronizados, que, consequentemente, impactam no aumento
da confiabilidade dos produtos e serviços (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
A principal vantagem de ter um SIG é gerenciar, ao mesmo tempo, os resultados desejáveis, seja um pro-
duto ou serviço fornecido; e os resultados indesejáveis, como a geração de resíduos e efluentes, passí-
veis de comprometer a saúde dos trabalhadores, da comunidade vizinha, da sociedade e do meio ambi-
ente (MATTOS; MÁSCULO, 2019).
A dimensão da qualidade no SIG tem múltiplasfunções, uma vez que busca confrontar os processos e o
produto final com os padrões pré-estabelecidos, socioambientais e as normas relacionadas; visa atender
às demandas do consumidor de tal modo que suas expectativas de funcionalidades do produto sejam
atendidas e ele fique satisfeito (MOURA; PANDOLFI, 2020).
A dimensão ambiental do SGI direciona: a adoção de medidas de racionalização do uso de matéria-prima,
de energia e da água; o descarte apropriado de resíduos; a realização de tratamento de efluentes para
adequá-los aos limites toleráveis dispostos na legislação antes do seu lançamento no sistema de esgoto.
Todos estes são fatores que reduzem os impactos ambientais provenientes das atividades, produtos ou
serviços da empresa (MOURA; PANDOLFI, 2020).
No tocante à Segurança e Saúde do Trabalho, vale destacar o papel e o comprometimento não apenas
da administração, dos membros do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho (SESMT), da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA); mas de todos os envolvi-
dos na execução das atividades inerentes ao processo. Assim, conscientiza-se e capacita-se todas as
pessoas para que reconheçam os riscos e que contribuam com o gerenciamento dos mesmos (MOURA;
PANDOLFI, 2020).
A ISO 2600, que estabelece as Diretrizes sobre Responsabilidade Social, em conjunto com a AS 8000,
que determina os Requisitos de responsabilidade social nas empresas; direcionam a dimensão da res-
ponsabilidade social do SIG. Esta última norteia a execução de práticas responsáveis de produção, utiliza-
ção de recursos, descarte de materiais; o não envolvimento e não utilização de mão de obra escrava e in-
fantil; o combate a toda e qualquer forma de discriminação; a manutenção de carga horária e remunera-
ção de seus empregados em conformidade com o que assevera a Constituição Federal; dentre outras
premissas.
 
3.4. Gestão de riscos
Próxima
Independentemente do seu tamanho, do que produzem e da posição no mercado, as Organizações são
atingidas por fatores internos e externos que, que podem causar alguns desvios em relação ao alcance de
objetivos. Esses fatores geram incertezas e, por isso, caracterizam-se como riscos. Nesse contexto, as
organizações gerenciam os riscos de acordo com as seguintes etapas: identificação, análise, avaliação,
tratamento e controle (ABNT, 2009).
A norma ISO 31000 estabelece os princípios que, se cumpridos, tornam a gestão de riscos eficaz e for-
nece aporte para que as organizações implementem e melhorem continuamente a sua gestão de riscos
na governança, assim como aspectos como estratégia, planejamento, políticas, valores e cultura (ABNT,
2009).
De acordo com a ISO 31000, a identificação de riscos compreende a detecção das fontes de risco, suas
causas, consequências e danos potenciais. A análise dos riscos visa esmiuçar a natureza e o nível ou
magnitude do risco, bem como verificar as probabilidades de elevação dos níveis de risco. A avaliação de
riscos é a etapa subsequente, consistindo no procedimento de comparação dos resultados da análise de
riscos com os critérios de referência (legislação, normas, políticas internas e externas à organização). Vale
a busca pelo equilíbrio entre os benefícios possíveis de serem obtidos e os resultados adversos passíveis
de ocorrerem. Com base na avaliação ocorre a tomada de decisões a respeito de como os riscos serão
“atacados”, na etapa de tratamento de riscos (ABNT, 2009).
O tratamento de riscos visa modificá-los e pode se dar pela definição de uma ação para evitar o risco, por
exemplo a eliminação do equipamento que lhe dá origem ou a substituição de um método de trabalho por
outro que neutralize o risco, manipulação das consequências (mitigação de riscos). O foco é aumentar os
benefícios potenciais e reduzir os custos prováveis. Porém, é preciso ter cautela, uma vez que o trata-
mento de riscos pode acabar inserindo fontes de novos riscos ou modificar os já existentes de forma ines-
perada (ABNT, 2009).
Por fim, o controle de riscos é conduzido por meio de processos, práticas e ações intencionalmente esta-
belecidas para modificar o risco ao longo do tempo, a fim de reduzir as suas consequências. Corresponde
ao monitoramento do cumprimento das medidas de tratamento de riscos adotadas e sua efetividade, a fim
de promover a melhoria contínua (ABNT, 2009).
 
 
 
Atividade extra
Assista ao vídeo do TEDx intitulado “O que é essa tal de sustentabilidade?”, apresentado por Saulo Chi-
elle. Essa é uma abordagem do tema Sustentabilidade para além da visão de promoção da consciência
ambiental. Ele discute a sustentabilidade no que tange à sobrevivência, foco da administração das organi-
zações e da própria vida das pessoas em sociedade. (Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=tBr6GvbeJvo>).
Próxima
https://www.youtube.com/watch?v=tBr6GvbeJvo%3E
 
Referência Bibliográfica
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR ISO 31000. 2009. Disponí-
vel em: <https://gestravp.files.wordpress.com/2013/06/iso31000-gestc3a3o-de-riscos.pdf>. Acesso em: 23
de fev. de 2021.
CHIRMICI, A.; OLIVEIRA, E. A. R. de. Introdução à segurança e saúde no trabalho. 1. ed. Rio de Ja-
neiro: Guanabara Koogan, 2016.
LIMA, E. R. et al. Sistema de segurança do trabalho. São Paulo: Érica, 2018.
MATTOS, U. A. de O. M.; MÁSCULO, F. S. Higiene e segurança do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: El-
sevier, 2019.
MOURA, A. B. de; PANDOLFI, A. C. Sistema integrado de gestão: qualidade, meio ambiente, segurança
esaúdeno agronegócio. Interface Tecnológica, v. 17, n. 1, p. 456-466, 2020.
ROUSSETE, Celso Augusto. Segurança e Higiene do Trabalho. São Paulo: Pearson Education do Bra-
sil, 2014.
ZOCCHIO, A. Prática da prevenção de acidentes: ABC da segurança do trabalho. 7. ed. São Paulo:
Atlas, 2002.
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	Exercícios - Administração Aplicada à Engenharia de Segurança do Trabalho - Sistemas de gestão de segurança e saúde no trabalho

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