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Ordem econômica e financeira

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Princípios gerais da atividade econômica
1. A parte inicial do caput do art. 170 estabelece os fundamentos da ordem econômica ao afirmar que se funda na valorização do trabalho humano e na livre-iniciativa. Logo em seguida, o mesmo art. 170, caput, consigna a finalidade da ordem econômica, qual seja, assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social.
2. Os incisos do art. 170 consagram os demais princípios erais da atividade econômica brasileira. 
3. Art. 179 determina que os entes federativos dispensem às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.
A intervenção do Estado na atividade econômica
1. Muito embora a Constituição tenha adotado um modelo capitalista fundado na livre-iniciativa, há uma autorização para que o Estado intervenha na atividade econômica para fiscalizar, incentivar e planejar, ou até mesmo, em algumas situações, atuar diretamente na condição de Estado-empresário.
2. O Estado-empresário pode explorar diretamente a atividade econômica. Só será permitida a exploração direta da atividade econômica quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
3. Nesse contexto, importante que se diga que as empresas públicas e as sociedades de economia mista destinadas à exploração da atividade econômica não podem gozar de privilégios fiscais não extensivos às empresas do setor privado, conforme comando expresso no § 2º do art. 173.
4. Ademais, a Constituição determina que a lei: 
a) regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade (art. 173, § 3º); 
b) reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros (art. 173, § 4º); 
c) sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular (art. 173, § 5º).
5. A Constituição admite que o Estado-empresário atue nas atividades de petróleo, gás natural e minérios em regime de monopólio da União, vale dizer, em caráter de exclusividade, somente podendo ser realizadas por empresas estatais. É o que se extrai do art. 177.
6. O Estado poderá atuar também como agente normativo e regular da atividade econômica, exercendo as funções de fiscalização, incentivo e planejamento (art. 174).
· A fiscalização decorre do poder de regulamentação, apuração de responsabilidades e punição.
· O incentivo, por seu turno, exige que o Estado atue como promotor da economia, exercendo as atividades de fomento.
· A Constituição prevê uma espécie de incentivo direcionado exclusivamente às microempresas e empresas de pequeno porte previsto no art. 179
· o art. 180 determina que a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios promovam e incentivem o turismo como fator de desenvolvimento social e econômico
· Por fim, o planejamento busca organizar a atividade econômica na busca de resultados preestabelecidos, sendo este planejamento, frise-se, determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. Nesse contexto, o § 1º do art. 174 estabelece que a lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.
7. Importante destacar que o art. 175 estabelece que o Estado poderá atuar, ainda, como prestador de serviço público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre por meio de licitação.
8. Por seu turno, o art. 176 prevê que as jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União.
Política urbana
1. A política de desenvolvimento urbano será executada pelo Poder Público municipal, conforme as diretrizes gerais fixadas em lei (art. 182).
2. Constitui-se em instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana o plano diretor, que será aprovado pela Câmara Municipal, sendo documento obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes (art. 182, § 1º).
3. o art. 5º, XXIII, a propriedade atenderá a sua função social. Nessa toada, tem-se que a propriedade urbana cumprirá sua função social quando atender as exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor (art. 182, § 2º).
4. Os imóveis urbanos poderão ser desapropriados, segundo os termos dos §§ 3º e 4º do art. 182, vejamos:
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
5. A hipótese trazida no § 4º deste art. 182 é doutrinariamente chamada de desapropriação-sanção, situação em que o Município (e também o Distrito Federal) poderá exigir do proprietário do solo urbano seu adequado aproveitamento, sob pena de adoção das medidas sucessivas narradas:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
6. Por fim, o art. 183 consagra uma hipótese de usucapião constitucional, estabelecendo que aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. Nota: os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Política agrícola, fundiária e reforma agrária
1. Nem toda propriedade rural estará sujeita à desapropriação: são insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária a pequena e média propriedade rural, desde que seu proprietário não possua outra e a propriedade produtiva (art. 185).
2. Para tanto, a Constituição estabelece os requisitos simultâneos que deverão ser atendidos para que a propriedade rural atenda sua função social, a saber: 
I – aproveitamento racional e adequado; 
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; 
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores (art. 186).
3. Vale destacar que os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos (art. 189).
4. A Constituição, na mesma linha das propriedades urbanas, prevê a usucapião constitucional de imóveis rurais, estabelecendo que aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade, vedando, mais uma vez, o usucapião de imóveis públicos (atr. 191).
5. Emenda Constitucional 81, de 2014, deu ao art. 243 a seguinte redação: “as propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.
Ordem financeira
1. A Ordem financeiraConstitucional está resumida ao caput do art. 192, segundo o qual o sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.
DUTRA, Luciano. Direito constitucional essencial. 3 ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.

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