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Síndrome nefrítica · · GNPE · LES · Nefropatia por IgA · GN rapidamente progressiva Ritmo de filtração glomerular (RFG) = Taxa de filtração glomerular (TFG) = Clearence. quanto o rim filtra. Classificação: Forma de Apresentação: Sd Nefrítica Classificação por complemento: Algumas glomerulopatias ativam o sistema complemento, aumentando ainda mais a lesão renal. · Glomerulopatias que cursam com complemento normal: · PAN; · Wegener; · Púrpuras HS; · Goospasture; · Doença de BERGER ou Nefropatia por IgA; · GNRP Pauci-imune; · GNRP Anti-GBM. · Glomerulopatias que cursam com complemento baixo: · LES; · Crioglobulinemia; · Nefrite do Shunt; · GNDA; · GNMP; · Endocardites bacteriana. VIAS DO COMPLEMENTO: 1. Via clássica (imunidade adquirida): A imunoglobulina se liga ao patógeno ou indiretamente por anticorpos e, a partir disso, ativa a cascata (C1q); 2. Via alternativa: Amplificação de todas C3q. Começa a criar a clivagem, desencadeia todas as viass 3. Via da lectina: Proteínas da família das lecitinas se ligam a imunoglobulinas. 3 vias que atuam ao mesmo tempo, mas em algumas doenças, uma via é mais ativada do que a outra. · Contrário do que ocorre na síndrome nefrótica (aumento da permeabilidade da parede capilar à proteína) · Na síndrome nefrítica: evidências de inflamação glomerular, que resultam, em diminuição do RFG (ritmo de filtração glomerular) por ruptura dos vasos, proteinúria não nefrótica com edema e hipertensão de início recente (secundária à retenção de sódio), bem como hematúria e cilindros hemáticos. · Tríade: hematúria, hipertensão e edema Glomerulopatias onde há Sd Nefrítica: 1- GLOMERULONEFRITE DIFUSA AGUDA (GNDA) PÓS-ESTREPTOCÓCICA: Processo de origem imunológica que acomete todos os glomérulos devido à estreptococcia da pele ou de vias aéreas, causada pelo estreptococo B-hemolítico do grupo A. · Ocorre mais em crianças · Pico entre 5 e 12 anos · Adultos <10% dos casos História Natural da Doença: O tempo entre a infecção e o início dos sintomas é de 7-21 dias (1 a 3 semanas tempo dos antígenos se ligarem ao anticorpo e se depositarem na membrana do glomérulo). Agente etiológico: pós-estreptococcica, S aureus, vírus e parasitas. SINTOMAS: · O paciente apresenta história de infecção anterior sendo que, normalmente, a criança tem história de IVAS ou infecção cutânea dias antes; · Início abrupto de oligúria; · Ganho de peso; · Edema generalizado; · Hipertensão Arterial Fisiopato Antígeno estreptococo + anticorpos = imunocomplexos circulantes depósito na região subendotelial do capilar · Alteração na membrana basal; · Perda da barreira física: gera proteinúria, hematúria e piúria (em casos de infecção); · Redução da luz do capilar com aumento da creatinina (graus variáveis de insuficiência renal); · Os túbulos permanecem normais e continuam absorvendo água: edema, HAS e congestão pulmonar. DIAGNÓSTICO: Anamnese + Exame Físico. · Oligúria; · Edema; · Hipertensão. LABORATORIAL Urina: · Hematúria dismórfica; · Cilindros hemáticos; · Leucocitúria; · Proteinúria variável; · Creatinina elevada se IR Complemento: · C3 e CH50 diminuídos com retorno ao normal em 4 a 8 semanas; · C4 pode estar normal (não se altera na maioria das vezes). Infecção: · Anti-Strptolysin (ASLO): evidência sorológica de infecção por estreptococo = deve ser pedido entre o 7º e 21º dia para detectar a infecção. pode ser falso negativo Laboratorial/Imunológico: · Aumento de IgG e IgM em 70% dos casos - a ativação da via clássica do complemento; · Crioglobulinemia em 60% dos casos; · Anemia e plaquetopenia as vezes. PROGNÓSTICO · Na maioria dos casos há remissão completa dos sintomas de 2 a 4 semanas, com recuperação total; · A micro-hematúria e a proteinúria (<1g) pode persistir por alguns meses. · Complemento se normaliza após 6/8 semanas · Cura espontânea em 90% dos casos · 10% evoluem para glomerunefrite rapidamente progressiva TRATAMENTO 1- Controle do edema 2- Controle da PA 3- ATB: se a infecção ainda for presente 4- Corticoides: em situações de GNRP Mau prognóstico: Hipocomplementenemia persistente, HAS persistente ou/e Proteinúria maior que 12 meses. biópsia, pensar em outras doenças, tratar com corticoide 2- OUTRAS DOENÇAS ONDE HÁ DE SÍNDROME NEFRÍTICA: NEFRITE LÚPICA: - O lúpus consiste em uma doença autoimune inflamatória, multissistêmica, crônica e de causa desconhecida. - Nem todos os pacientes lúpicos têm nefrite lúpica, contudo, de 16 a 39% dos pacientes com lúpus tem nefropatia. MECANISMO: · Perda de tolerância ao Self-IgG (deixa de reconhecer as próprias células como sendo suas); · Fatores ambientais (raios UVB e doenças infecciosas); · Imunocomplementos patogênicos; · Fatores genéticos HLA I e II; · Fatores hormonais (estrógeno). Todos esses mecanismos levam a hiper-reatividade de linfócitos B, além de disfunções de linfócitos T, o que gera anticorpos contra o DNA e gera inflamação. MANIFESTAÇÕES DA NEFRITE LÚPICA NO RIM: · Pode se apresenta como síndrome nefrítica ou nefrótica ou nefrítica-nefrótica (dependerá do grau de acometimento renal); · Edema, hematúria, proteinúria, hipertensão arterial, oligúria, perda de função renal; · Associam-se à presença de anti-ds-DNA; · Formas mesangiais: mais brandas; · Formas proliferativas: mais agressivas (pior prognóstico em termos de IRC dialítica) CLASSIFICAÇÃO I. Mesangial mínima (mais branda); II. Mesangial proliferativa (mais branda); III. Focal (mais branda); IV. Difusa: São os quadros mais grave; Há proliferação endotelial e mesangial em mais de 50% dos glomérulos; Responsável pelo padrão “FULL HOUSE” à Imunofluorescência. V. Membranosa; VI. Esclerosante (rim crônico). FISIOPATOLOGIA: Os casos de glomerulonefrite por LES podem ocorrer por: · Acúmulo de imunocomplexos e deposição desses compostos na membrana de filtração (membrana basal); · Presença de autoanticorpos AntiDNAds (auto anticorpos): quando o paciente perde a capacidade de identificar as partículas do corpo como dele mesmo, passa a produzir anticorpos contra essas estruturas; · Ag Sm e C1q; · Ligação direta dos Acs à membrana basal: ativação da via alternativa do complemento. · Quando presente, a hipertensão glomerular faz ativação da cascata de coagulação devido aos anticorpos antifosfolípides. O paciente apresentará problemas de coagulação caso apresente anticorpos antifosfolípides DIAGNÓSTICO: · Urina: avaliação de sedimento urinário de forma seriada, creatinina (variações geralmente subestimam a gravidade das lesões); · Dosagem de autoanticorpo: FAN, antiDNAds; · Dosagem de complementos: CH50, C3; · Verificar se há comprometimento renal: hematúria, proteinúria, etc. Deve-se realizar biopsia na presença de: · Elevação da creatinina sérica ou; Proteinúria > 1g isolada ou > 0,5g associada a hematúria ou; · Anti-DNA negativo e Hipocomplementenemia (C3 e C4); · Condições: rim maior que 9cm (não é possível de se realizar biopsias em rins pequenos). · Para classificar o tipo de nefrite, avaliar o grau de atividade, cronicidade e o compartimento vascular TRATAMENTO: Varia de acordo com a classe da nefrite lúpica a evolução do paciente é composta por recidivas e remissão. NEFROPATIA POR IgA: · Glomerulonefrite proliferativa mesangial que se caracteriza por deposição mesangial difusa da IgA (a IgA é a primeira a se elevar em uma infecção aguda); · Padrão idêntico ao encontrado na Púrpura de Henoch-Schonlein; · Adultos jovens (idade média); · Em até 50% dos casos, a nefropatia foi precipitada por episódios infecciosos (geralmente uma amigdalite) e exercícios. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: · Hematúria macroscópica (2-3 dias) em 30 a 50%; · Hematúria microscópica e proteinúria assintomática: 30 a 40% dos casos; · IRA Mau prognóstico: homens, >35 anos, Sd nefrótica persistente, presença de esclerose glomerular a biópsia e quadros que se apresentam com hematúria microscópica e proteinúria assintomática Causas Secundárias do aparecimento de IgA: cirrose alcoolica, D. de Crohn e Hanseníase TRATAMENTO · IECA ou BRA (para preservara função glomerular); · Corticoide ou imunossupressores (em casos de síndrome nefrótica ou IR por 6 meses, se TFG maior que 50%); · Alvo pressórico de 130/80mmHg. 3. GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA (GNRP): Síndrome nefrítica que evolui rapidamente dentro de semanas ou meses, com perda de mais de 50% da função renal dentro de 3 meses; · Proliferação extra-capilar – faz a diminuição da pulsão renal rapidamente · Dispensa biopsia inicialmente – tratamento imediato: pulsoterapia com corticoide · Na maioria dos casos associado a quadro sistêmico CLASSIFICAÇÃO Tipo 1: anticorpo anti membrana basal glomerular há acometimento pulmonar grave - São geradas síndromes pulmão-rim. Tipo 2: depósitos por imunocomplexos (LES, PHS e doenças que cursam com crioglobulenemia); Tipo 3: ANCA relacionados (vasculitesgranulomatose com poliangeíte e a poliangeíte microscópica). formação de granulomas (história de sinusite de repetição, mau-cheiro) tomo mostra nódulos TRATAMENTO: A GNRP é uma urgência médica. · Imunossupressão de urgência com doses de indução, pulsoterapi (ex.: metilpredinisona 1g EV e ciclosfofamida até mesmo antes da biópsia renal); · Cuidado: verificar se o paciente não está em infecção – se estiver, é perigoso piorar o quando clínico = disseminação da infecção; · No tipo 1, associar plasmaferese de acordo com a dosagem do anticorpo AMB (muito limitado no Brasil); · Hemodiálise de urgência se grave IR (normalmente é preciso); · Pacientes com creatinina superior a 4 no diagnóstico tem pior prognóstico CASOS CLÍNICOS: Uma garota, 21 anos, estudante, reclama que vem edemaciando muito nos últimos 3 a 4 meses (edema facial matutino e de MMII vespertino) e que sua urina anda muito espumosa. Além disto, na semana passada foi visto na Unidade Básica de Saúde (UBS) que a sua PA, que sempre fora baixa, estava em 160/100 mmHg. Naquela ocasião foi feito exame de urina que documentou 95.000 hemácia/mL, +++/+++ de proteína, e creatinina 1,70 mg/dL. Na consulta com nefrologista, a paciente referiu que neste mesmo período vinha tendo febre baixa quase todos os dias, estava se alimentando muito mal por falta de apetite e por aftas na boca (caiu de 67 para 61 Kg). Além disto, seus cabelos estavam caindo muito e as juntas das mãos e seus cotovelos viviam inchando, doendo e ficando vermelhas. Qual o provável diagnóstico? R.: A paciente apresenta um quadro de Lúpus Eritematosos Sistêmico (síndrome nefrítica associado a sintomas sistêmicos), pois a paciente apresentava hematúria importante, proteinúria não nefrótica em 24h, anemia e creatinina de 1,7mg/dL, além disso apresentava edema e pressão alta, aftas recorrentes, inapetência, emagrecimento, queda de cabelo, artralgia e febre baixa vespertina. OBS: a paciente apresenta uma síndrome nefrítica/nefrótica. OBS: para o caso, deve-se também levar em consideração os fatores epidemiológicos da doença. Quais os exames a serem solicitados? R.: FAN, anti-DNAds, complemento, pesquisa de hemácias dismórfica, sorologia para hepatite B, C HIV e sífilis. Qual a conduta após os exames corroborarem ainda mais com a suspeita? R.: Biópsia renal.
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