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Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Prof. Renata Saffioti Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Fisiologia do exercício Alguns conceitos relacionados à fisiologia do exercício são importantes ser compreendidos para que a suplementação seja eficaz no seu objetivo. Neste curso, iremos dar um foco maior a fisiologia da contração muscular e como a síntese proteica e as adaptações relacionadas ao exercício acontecem. Contração muscular A contração muscular é realizada pelo sistema nervoso central, por isso vamos relembrar alguns conceitos importantes: O sistema nervoso central é composto pelo encéfalo e pela medula espinal que tem como funções: • Homeostase • Movimentos • Funções corporais • Redes de células nervosas conectadas • Sistema de controle rápido do organismo Funções do encéfalo: • Recebe estimulo externo e interno • Integra • Processa a informação • Cria uma resposta Neurônios: Estruturados para transportar sinais elétricos de modo veloz ao longo de grandes distâncias. Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Figura 1: Esquema das funções de neurônios aferentes e eferentes Para que a contração muscular aconteça é necessário que ocorra um potencial de ação: • São despolarizações grandes e uniformes que se movimentam rapidamente ao longo de grandes distâncias através do neurônio sem perder sua força. Como consequência do potencial de ação temos a sinapse, que é a transmissão do impulso nervoso da célula pré-sináptica a célula pós-sináptica para que o movimento aconteça. A transmissão do impulso nervoso ocorre por sinais químicos, que são os neurotransmissores. Eles são responsáveis pela comunicação entre os neurônios. Para que exerçam sua ação são armazenados em vesículas sinápticas e liberados na fenda sináptica Os principais neurotransmissores na fisiologia do exercício são: Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Acetilcolina: Produzida a partir da colina e tem receptores no músculo esquelético; liso e cardíaco; glândulas endócrinas e sistema nervoso periférico. Aminas: Produzidas a partir da tiamina, responsáveis pela produção de dopamina, adrenalina e noradrenalina que são neuro-hormonais secretados pela glândula adrenal e tem seus receptores no músculo liso e cardíaco; glândulas endócrinas; SNC. Triptofano: Responsável pela síntese de serotonina e seu receptor encontra-se no sistema nervoso central. Polipeptídios: Encefálicas, endorfinas, responsável pela sensação de analgesia e tem seu receptor no sistema nervoso central. Gases: Oxido nítrico que tem como precursor a arginina, responsável pela vasodilatação. Não tem receptores específicos, liga-se a proteínas. No sistema nervoso periférico temos dois tipos de neurônios diferentes: Neurônios autônomos, que tem atividade involuntária, encontrados na musculatura lisa e cardíaca e nas glândulas e tecido adiposo. Neurônios motores somáticos, que tem atividade voluntária, encontrados na musculatura esquelética. O sistema nervoso motor somático tem um único neurônio que tem origem no sistema nervoso central, que tem somente vias excitatórias, onde ocorre a contração muscular. A sinapse de um neurônio motor somático sobre a fibra muscular é chamado de Junção neuromuscular, responsável pela contração muscular. A contração muscular permite o músculo a mover ou resistir a uma carga É chamada de tensão, a força criada pela contração muscular e carga peso ou força que se opõe a contração de um músculo. A criação da tensão é um processo ativo que exige gasto de energia via ATP Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Para relembrar: Músculo esquelético: • Representam 40% do peso total do corpo • Responsáveis pelo posicionamento e movimentação do esqueleto • Unidos aos ossos por tendões formados de colágeno • As articulações são responsáveis pelo movimento do esqueleto • Composto por proteínas contráteis, actina e miosina, regulatórias, tropomiosina e troponina, reticulo sarcoplasmático que armazena cálcio. A contração muscular se dá pela conexão entre a actina e a miosina. Cada molécula de actina possui um único sitio de ligação por uma cabeça de miosina. Passo a passo da contração muscular: 1 passo: Potencial de ação. Neste momento a acetilcolina é liberada na fenda sináptica e manda o sinal para fibra muscular realizar a contração. 2 passo: Despolarização da membrana. Temos a entrada de sódio e saída de potássio. 3 passo: Quando ocorre essa despolarização, o cálcio é liberado do reticulo sarcoplasmático. 4 passo: O cálcio liga-se na troponina que permite a ligação da actina na cabeça da miosina. Neste momento o ATP é usado como fonte de energia. Para que o ocorra o relaxamento, o cálcio se solta da troponina e também é usado ATP. Síntese proteica Síntese proteica é o processo pelo qual células produzem novas proteínas. Este processo demanda um gasto de energia intenso. O crescimento muscular (anabolismo) é resultado da lesão repetida das fibras musculares seguida de uma supercompensação da síntese proteica a fim de produzir um efeito anabólico global. Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Para que síntese proteica ocorra é necessário dar o estimulo, ou seja, o exercício físico. Com a atividade física ocorrem danos à fibra muscular, que basicamente são atribuídos à desorganização na estrutura das fibras musculares. A hipertrofia ou anabolismo ocorre no momento do reparo muscular, ou seja, todo dano ao tecido levara a uma necessidade de reparo, ao aumento da síntese proteica e as adaptações musculares. A adaptação ao treino ocorre da seguinte forma: • Treinamento físico = sessão de treino + recuperação • Recuperação = descanso + alimentação (disponibilidade correta de energia e nutrientes) Os diferentes tipos de estímulos levam a adaptações diferentes: • Força: Aumento do volume muscular = mTor • Endurance: Aumento do número de mitocôndrias = PGC1alfa Alterações hormonais causadas pelos diferentes tipos de exercício Quando pensamos em tratar um paciente que faz atividade física temos duas vertentes diferentes: Praticante de atividade física que tem como objetivos principais a estética, emagrecimento e o ganho de massa muscular. Atleta que seus principais objetivos são desempenho e performance. Por esta razão é necessário, durante a anamnese, o pleno entendimento dos objetivos do paciente para que a conduta relacionada à suplementação seja correta. As ações de alguns hormônios específicos são importantes para trazer o resultado esperado ao paciente. Vamos conhecer alguns deles de acordo com os diferentes objetivos e após iremos relacionar os nutracêuticos com os objetivos. Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Hormônio do crescimento (GH) O GH tem ação anabólica, ao estimular o crescimento tecidual, e metabólico, alterando o fluxo, a oxidação e o metabolismo de praticamente todos os nutrientes na circulação (Strobl, Thomas, 1994). As deficiências do GH quanto do IGF-1 estão relacionadas com a redução na massa magra, atrofia muscular com redução na força (Thomas, et al., 2003). A redução dos níveis plasmáticos tem relação com a idade, o envelhecimento normal está associado a um progressivo decréscimo da secreção de GH e níveis circulantes de IGF-1, os quais sofrem uma queda de 30 – 50 % a partir da 3a a 7a década de vida (O’ CONNOR et al., 1998).Insulina Insulina no tecido muscular 1. Estimula captação de AA para o interior da célula. 2. Aumenta da tradução do mRNA que reflete maior quantidade de proteínas intramusculares sintetizadas. 3. Em paralelo, inibe o catabolismo de proteínas (preservação de massa muscular). 4. Todo armazenamento proteico é interrompido sem a presença de insulina. No DM é comum encontramos condições de catabolismo proteico, isso ocorre, pois, uma grande quantidade de AA é jogada no plasma em função do aumento da atividade catabólica do músculo e é conduzida até o fígado, que será utilizado como substrato na gliconeogênese. Importante hormônio para sinalização da síntese proteica, pois estimula a translocação do GLUT 4, o transporte de glicose, a síntese de glicogênio e a síntese proteica no músculo esquelético. Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância ViAKT/mTOR Insulina ativa AKT (proteina cinase) mTOR ( proteina cinas-alvo da rapamicina) Ativação Cascata de vários reguladores da síntese proteica Via mais importante para a promoção da hipertrofia Fosforila Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Quadro 2. Fatores que estimulam ou inibem a secreção de insulina Fatores estimuladores Fatores inibitórios Aumento da glicemia plasmática Estimulação alfa-adrenérgica Frutose Jejum Manose Somatostina Aminoácidos (arginina, lisina) Diazoxida Glucagon Secretina Colecistocinina (CCK) Ions GH Hormônios da tireoide Sulfonilureias Atividade parassimpatica Adaptado de Guyton e Hall e Paschoal, 2014) Cortisol O cortisol é um hormônio catabólico, quando se trata de síntese proteica e anabolismo apresenta efeitos negativos quando em excesso. Este hormônio induz a proteólise e lipólise, com aumento da gliconeogênese hepática e elevação da glicemia. Pensando no metabolismo, a ação mais importante é facilitar a conversão das proteínas em glicogênio. O cortisol acentua a degradação e inibe a síntese proteica, mobiliza proteínas Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância musculares, disponibilizando aminoácidos para a gliconeogênese, ou seja, aumenta os níveis plasmáticos de aminoácidos. Quando em níveis normais a resposta do cortisol trás benefícios fisiológicos, porém quando em excesso diminui as reservas proteicas corporais, particularmente no músculo, osso e conjuntivo. O efeito negativo do cortisol é independente do nível de ingestão alimentar, porque os processos de síntese estão inibidos. Além de ser hiperglicemiante e aumenta a resistência à ação da insulina que só aparecem quando a sua secreção está aumentada, por situações de estresse marcado e prolongado. A secreção crônica de cortisol causa perda muscular e hiperglicemia, além de suprimir as respostas inflamatórias e imunes (Bueno, Gouveia, 2011). Testosterona A testosterona, principal andrógeno da circulação, é responsável pelo desenvolvimento e manutenção das características sexuais masculinas e do estado anabólico de tecidos. A testosterona é sintetizada a partir do colesterol por uma sequência de cadeias enzimáticas dentro das células de Leydig, localizadas no interstício do testículo maduro. Após os 50 anos, a concentração sérica de testosterona apresenta queda de 1% ao ano. Outros fatores como o genético, o tabagismo, a obesidade e o alcoolismo explicam também essa queda. Sinais e sintomas relacionados à deficiência de testosterona: Diminuição do tecido muscular, aumento do tecido fibroso muscular e diminuição de alguns aspectos da força muscular. Aumento de gordura abdominal principalmente visceral com resistência à insulina e perfil lipídico aterogênico, Diminuição da libido e disfunção erétil: ereções noturnas são dependentes de nível de andrógenos. Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Osteopenia e osteoporose: diminuição da densidade mineral óssea resultando em osteopenia e osteoporose Depressão: níveis de testosterona biodisponível foram 17% mais baixos em homens entre 50 a 89 anos com depressão categoricamente definida. Insônia, Sudorese e Diminuição da sensação de bem estar geral. Diminuição do volume testicular. Tipos de exercício e alterações hormonais Diversos fatores podem afetar a resposta hormonal no exercício, como idade, gênero, temperatura, umidade, altitude, nutricionais e do próprio exercício. As alterações hormonais causadas pelo exercício ocorrem pelos seguintes fatores: Intensidade: Hormônios elevados após a prática Duração: Mudanças relacionadas ao tempo durante o exercício Volume Modalidade: diferentes modalidades apresentam em alterações distintas Nível de treinamento Frequência de treinamento e overtraining Exercícios de força O exercício de força também conhecido como treinamento resistido, consiste em um tipo de estimulo que exige a musculatura corporal se movimento contra uma força oposta, geralmente realizada com equipamentos, elásticos, pesos ou corridas em ladeiras (Steven, William, Kraemer., 2017) Os benefícios esperados com esse tipo de treinamento são: Melhora da aptidão física Aumento da massa muscular Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Redução da gordura corporal Melhor desempenho em outras modalidades esportivas Os seguintes hormônios são aumentados no treino de força: GH, testosterona, IGF-1, e insulina São reduzidos: Citocinas e cortisol. GH O exercício físico é um importante estimulador fisiológico da secreção de GH. Mecanismo: Fatores que podem interferir na liberação do GH durante o exercício: Nível de treinamento: Indivíduos destreinados tem maior liberação, pois os indivíduos treinados necessitam de menor taxa de síntese tecidual. Exercício físico Opiácios endógenos Somatostatina Estimula produção Inibe a produção Reduz liberação de GH Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Lactato: O acúmulo de lactato no músculo aumenta a concentração de GH. Dieta: Refeições ricas em gorduras podem inibir a resposta do GH ao exercício, pois as gorduras são um importante estimulador de somatostatina. Especula-se que o exercício predominante anaeróbio tem maior liberação de GH, pois a adaptação depende de maior síntese de tecidos em comparação ao predominante aeróbio. A modulação da secreção do GH na adenohipófise ocorre por influências estimuladoras e inibitórias. Como já visto a somatostatina inibe a secreção de GH, e o hormônio liberador de GH (GHRH, growth hormone releasing hormone) são influenciadores importantes (Tirapegui, Fukushima, Grimaldi, 1993; De Palo et al., 2001). Além de que a síntese de GHRH é influenciada por diversos neurotransmissores, tais como a serotonina, a dopamina, a acetilcolina e a noradrenalina (Weltman et al., 2000; Wideman et al., 2002). A insulina também tem influencia na síntese de GHRH (Silva, Lengyel, 2003). A síntese deste hormônio também é regulada por feedback negativo. (Strobl, Thomas, 1994; Silva, Lengyel, 2003). A liberação do GH ocorre após a sessão do exercício resistido. O treinamento com pesos é importante opção no processo de envelhecimento, com o intuito de atenuar ou mesmo de reverter a redução da força e da massa muscular, bem como a síntese de GH. (Craig, Brown,Everheart,1989) A qualidade do sono do paciente é um importante fator a ser observado, pois o GH apresenta picos de liberação no ciclo circadiano. Então o descanso e o sono adequado se tornam essenciais para a recuperação corporal entre as sessões de treinamento.São notadas relações entre os níveis de GH e IGF-1 com os índices de aptidão física. O GH e o IGF-1 representam papel critico na manutenção, formação e regeneração de músculos esqueléticos. O GH estimula o fígado a secretar o IGF-I que atuam em conjunto, acentuando mutuamente seus efeitos (Guyton & Hall, 1997) Benefícios do GH com o exercício físico: Aumento da capacidade de captar aminoácidos (síntese proteica) Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Redução do catabolismo Aumento da utilização de lipídios para gerar energia Diminuição da utilização de glicose como fonte de energia Estímulo ao crescimento tecidual Aumento da liberação de IGF-1 O GH pode promover aumento na concentração sérica de glicerol e AGL, sugerindo aumento da lipólise no tecido adiposo (Pritzlaff et al., 2000; Lange et al., 2002). É observado em indivíduos deficientes em GH o acúmulo de gordura pelo tecido adiposo (Rudman et al., 1990). Nesses casos a reposição do GH pode favorecer a lipólise, reduzindo especialmente a quantidade de gordura (Lange, 2004). O uso do GH como anabolizante é comum principalmente em atletas de modalidades que requerem mais força, como lutadores, velocistas e também por bodybilders. Os riscos do uso incluem: Acromegalia, que acontece em adultos com hipersecreção (ou administração exagerada do exógeno), e que é caracterizada por um crescimento demasiado dos ossos em espessura. Casos de morte súbita por parada cardíaca em atletas Efeito diabetogênico: antagonista aos efeitos provocados pela insulina (Ghanaat, Tayek, 2005). Aumenta a concentração de glicose circulante e, consequentemente, estimula a liberação de mais insulina para manter a glicemia adequada, desta forma promove diminuição da oxidação da glicose e de sua captação em vários tecidos, aumento da lipólise e da oxidação de ácidos graxos no tecido adiposo e na musculatura esquelética e cardíaca e estímulo para a produção hepática de glicose, principalmente pela ativação da glicogenólise (Pell, 1990; Ghanaat, Tayek, 2005). Em estudo realizado com o objetivo de avaliar os efeitos do treinamento de força sobre os níveis basais de IGF-1 e de força muscular nas fases em idosas sedentárias teve como conclusão que o treinamento de força aumentou de forma significativa os níveis basais de IGF-1 (Silva, et al., 2008) Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Insulina Durante a atividade física a liberação de glucagon é estimulada, este hormônio age de forma antagônica a insulina, ou seja, a liberação de insulina é diminuída durante a atividade física, a fim de tornar a glicose mais disponível para a execução da atividade. Outro fator que impede a liberação de insulina durante a atividade física são as catecolaminas, que são liberadas durante a prática e tem como função a redução da insulina. (Deuschle et alii, 1998; Fernández- Pastor et alii, 1992; McArdle, Katch & Katch, 1988). A liberação de insulina é estimulada sempre que os níveis plasmáticos de glicose estão altos ou quando os níveis de aminoácidos estão altos, tendo efeito de glicogênese e lipogênese. A liberação da insulina após o exercício de força tem como função o aumento: Da síntese proteica Transcrição de genes Crescimento celular Favorece a hipertrofia muscular Cortisol O hormônio cortisol tem importante papel no controle da glicemia durante a realização do esforço físico por elevar as concentrações plasmáticas dos substratos aminoácidos, ácidos graxos livres (AGL) e glicerol, que permitem ao hepatócito incrementar a gliconeogênese hepática. Somado a estes efeitos, o cortisol diminui a entrada de glicose para os tecidos, principalmente os músculos esqueléticos. A relação entre testosterona-cortisol pode atuar em favor ao anabolismo, ou seja, quanto maior o nível de testosterona comparada ao cortisol maior síntese proteica. O treinamento de forca aumentaria as concentrações plasmáticas de testosterona durante o treinamento. Em estudo realizado foi verificado que após oito semanas de treinamento de força, os participantes apresentaram redução da concentração de cortisol. A queda do cortisol pode representar maior anabolismo e favorecimento. Esta queda pode ser da agregação de proteínas pela redução da sua degradação. As fibras do tipo I, são mais favorecidas nesta redução da Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância degradação proteica como mecanismo primário responsável pela sua hipertrofia (Goldspink, 1992). A síntese elevada de cortisol, esta relacionada com o aumento da degradação proteica, aumento da atrofia muscular e redução da força, o que pode prejudicar o desempenho esportivo e até uma hipertrofia muscular estética. Testosterona No treino de força ocorre um aumento da liberação sérica. Ela aumenta a hipertrofia, pois seus efeitos estão associados ao acúmulo de proteína nos músculos. Sua ação é modulada pela interação da testosterona com seu receptor, então o tamanho da fibra muscular e o ganho de força, secundários do aumento dos níveis séricos de testosterona, são dependentes do número de receptores e isso faz dela um potente estimulante da síntese de proteínas. A resposta aguda da liberação de testosterona ao treinamento de força depende de fatores como: volume, intensidade, método, tipo de contração muscular, idade e nível de treinamento. A testosterona exógena é também muito usada como recurso ergogênico como forma de promover hipertrofia e redução do percentual de gordura. Riscos: Danos e tumores no fígado, decorrentes de hepatite química; Cardiomiopatia (músculo cardíaco doente); Alterações de personalidade. Alterações hormonais no exercício de endurance O treinamento de endurance ou aeróbio é caracterizado pela realização de exercícios que predominantemente necessitam do oxigênio para a produção de energia. São exemplos: Corrida, remo, natação. Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Tem como objetivo principal melhorar as capacidades pulmonar e cardiovascular (Wilmore, 2001). Cortisol e testosterona O cortisol é liberado em algumas situações especificas: Estimulo estressante Atividade física Lesão Situações de perigo O cortisol apresenta função catabólica e tem papel importante no equilíbrio eletrolítico e no metabolismo dos nutrientes e demonstra efeito anti-inflamatório. Porém tem sido demonstrado que este hormônio estimula a quebra de proteínas em aminoácidos em todas as células do corpo, que vão para o fígado participar da gliconeogênese para formação de glicose (França, et al, 2006). A relação testosterona-cortisol é bom indicativo de estresse provocado pelo exercício para monitorar sua eficácia. Quando aumentada, ou seja, quanto mais testosterona e menos cortisol, mais positivo é o efeito do exercício. Mas caso contrário, a técnica realizada deve ser reavaliada. (Araújo, 2008) A quantidade desses hormônios é modificada de acordo com a intensidade e tipo de treino, como por exemplo, exercícios de alta intensidade ou de força, os níveis de testosterona estão aumentados. (Foshini, et al, 2008) Em estudo realizado em 2004, mostrou que quanto maior o valor de testosterona melhor a recuperação do atleta. (Simões, et al, 2004). Já em exercícios de longa duração, a produção de testosterona reduz e o cortisol aumenta, o que podemos concluir que um exercício desta modalidade pode aumentar a degradação proteica. (Nindl, et al, 2001) Os resultados dos estudos sobre a resposta hormonal crônica ao exercício aeróbio de testosterona e cortisol ainda são controversas, porém podemos verificar que a testosterona não Apostila do Curso Nutracêuticos na ModulaçãoHormonal no Esporte Ensino a Distância apresenta mudanças em seus níveis basais e o cortisol pode apresentar seus valores maiores ou iguais. (Araújo, 2008) Beta-endorfinas É um hormônio peptídico produzido e secretado pela glândula hipófise anterior. (Paschoal, 2014) Efeitos no treinamento são (Cunha et al, 2008): Analgesia Diminuição da percepção de esforço, desconforto muscular e respiratório Maior tolerância ao lactato Euforia do exercício Memória Temos um aumento exponencial da beta-endorfina após 1h de exercício aeróbico com intensidade moderada. O mecanismo de elevação da beta-endorfina durante a atividade física ainda não está totalmente elucidado. Temos como hipótese o equilíbrio acidobásico tanto pelo pH quanto pelo lactato elevar este hormônio. (Cunha et al, 2008). A secreção de beta-endorfina pode estar relacionada à maior tolerância à dor (MCARDLE et al., 2003). Após a sessão do exercício a concentração de beta-endorfina reduz no repouso em indivíduos regularmente treinados. Desta forma, a sensibilidade a esse hormônio aumenta quando a pratica é crônica, levando a redução na quantidade de hormônio secretado para induzir os mesmos efeitos. A prática regular de exercício faz com que a beta-endorfina liberada seja degradada mais lentamente (MCARDLE et al., 2003, MEYER et al., 2000). Atividade aeróbica e humor Muito se fala da melhora da ansiedade, raiva, tensão, confusão mental com a prática de exercícios físicos e sua relação com a beta-endorfina, porém os resultados dos estudos ainda são contraditórios. Podemos dizer que a interação simultânea de mecanismos psicológicos e fisiológicos contribui para a melhoria da saúde mental (Werneck et al., 2005). Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Catecolaminas: Noradrenalina e adrenalina São os hormônios plasmáticos que regulam a lipólise por meio da estimulação de receptores alfa e beta-adrenérgicos. Desta forma, tanto a quantidade desses hormônios quanto sua afinidade com os receptores podem estimular ou não a lipólise (Paravidino, Portella e Soares, 2007). Então no momento do exercício pela ativação do receptor beta-adrenérgico pelas catecolaminas, ocorre o estimulo a lipólise. A atuação das catecolaminas se dá de maneira conjunta, e seus efeitos incluem: Aumento da taxa de metabolismo; Aumento da glicogenólise tanto no fígado quanto no músculo que está em exercício; Aumento da força de contração do coração; Aumento da liberação de glicose e ácidos graxos livres para a corrente sangüínea; Vasodilatação em vasos nos músculos em exercício e vasoconstrição em vísceras e na pele (especificamente a norepinefrina); Aumento de pressão arterial; Aumento da respiração (Guyton & Hall, 1997). Os efeitos desses aumentos são evidentes, incluindo principalmente a adequada redistribuição do fluxo sanguíneo para suprir as necessidades dos músculos em atividade, o aumento na força de contração cardíaca e a mobilização do substrato como fonte de energia. (KRAEMER e RATAMESS, 2005). O aumento nas concentrações séricas de adrenalina e noradrenalina ativam a glicogenólise no músculo durante o exercício, com vistas a fornecer substrato para a contração muscular. Adicionalmente, através da estimulação simpática ocorre o aumento na força de contração do miocárdio aumentando o fornecimento de sangue para os músculos em contração. (KRAEMER e RATAMESS, 2005). Hormônio do crescimento - GH No caso do exercício aeróbio, a intensidade e a duração são fatores importantes na liberação do GH. (Wideman et al., 2002; Weltman et al., 2006) Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância A elevação na concentração do GH na circulação sanguínea ocorre nos primeiros 10 a 15 min de exercício físico aeróbico, realizado na intensidade moderada. (Wideman et al., 2002). A prática de atividade física crônica promove adaptações no organismo capazes de influencias a liberação aguda de GH, por esta razão o nível de treinamento se torna um importante regulador. Por exemplo, um indivíduo destreinado apresenta maior liberação de GH, uma das hipóteses levantadas é que a concentração de lactato é fator para liberação do GH, já que no individuo não treinado os danos musculares são mais evidentes, ocorre maior liberação de GH com o objetivo de restaurar a homeostasia e preparar o corpo para um novo estresse. (Weltman et al., 2000). Conforme a prática de atividade física se torna constante, o organismo aumenta sua capacidade adaptativa e, para uma mesma intensidade relativa não é necessária elevada liberação do GH (Felsing, Brasel, Cooper, 1992). Nesta forma, a prescrição de atividades físicas próximas ou até acima do limiar anaeróbio pode ser muito eficiente em promover maior liberação do GH (Kraemer, Ratamess, 2005). Nutracêuticos e ganho de massa muscular Um dos principais objetivos em exercícios de força ou intermitentes é a hipertrofia muscular. Sabemos que o desempenho do músculo durante a atividade e na recuperação depende da ingestão alimentar de seus substratos. As reservas de glicogênio muscular são consideradas as principais fontes de energia no treinamento e quanto menor for sua reserva, maior será a participação dos aminoácidos como fonte de energia. O valor calórico total da dieta deve ser considerado para garantir um balanço positivo. Aminoácidos e insulina: Sua importância na síntese proteica Em estudo realizado em 2008, os autores tiveram como conclusão que a suplementação de aminoácidos, principalmente a leucina com carboidrato teve um melhor aumento na síntese proteica do que comparado ao grupo somente com exercício. Os autores explicam que essa melhora pode ser explicada pelo incremento na sinalização de mTOR ( Dreyer, et al., 2008). Não é necessário entrar em estado de hiperinsulinemia para que a síntese proteica induzida pela leucina seja máxima. Somente concentrações plasmáticas próximas ao basal de jejum podem ser necessárias (Staples, et al., 2011). Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Whey Protein Foi a partir da década de 70, que a proteína do soro do leite, mais popularmente conhecida como Whey Protein, passou a ser estudada pelos cientistas, assim como suas propriedades e benefícios. Foi em 1971, o Dr. Paavo Airola, descreveu-as como parte importante no tratamento e prevenção de flatulências, prisão de ventre e putrefação intestinal (Salzano, 2002). Quando se trata de atividade física, a suplementação com Whey Protein tem se mostrado eficaz para a manutenção, reparação e síntese proteica em resposta ao treinamento, porém, em alguns casos, apenas o consumo de proteína através da dieta, pode também ser eficaz. Por esta razão a individualização na prescrição é essencial para o bom resultado (COZZOLINO, S.M.F., COMINETTI, 2013) O leite é composto por duas fontes primárias de proteína, a caseína e o soro. Após o processamento, a caseína pode se transformar em coalhadas e o soro do leite permanece em solução aquosa. É no soro do leite que são encontrados diferentes componentes. Quadro 2: Componentes e frações da proteína do soro do leite Componente Propriedades consideradas benéficas Betalactoglobulina Peptídeo que apresenta grande concentração de ACR (aminoácidos de cadeia ramificada) e é carreador de retinol (pro vitamina A) Alfalactoglobulina Proteína de fácil e rápida absorção, grande teor de triptofano, tem atividade antimicrobiana, melhora na absorção de zinco e cálcio Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Imunoglobulinas Resposta imunitária Glicomacropeptideos Favorece a absorção de minerais e fontes de ACR. Albumina de soro bovino Fonte deaminoácidos essenciais e outras proteínas Lactoferrina Antioxidante, bactericida, antiviral e anti-fungal. Promove o crescimento de bactérias benéficas do intestino. Lactoperoxidase Inibe o crescimento de bactérias patogênicos. Fonte: Adaptado de HA e Zemel e Marshal A composição média de aminoácidos por grama de proteína é de: 4,9mg de alanina, 2,4mg de arginina, 3,8mg de asparagina, 10,7mg de ácido aspártico, 1,7mg de cisteína, 3,4mg de glutamina, 15,4mg de ácido glutâmico, 1,7mg de glicina, 1,7mg de histidina, 4,7mg de isoleucina, 11,8mg de leucina, 9,5mg de lisina, 3,1mg de metionina, 3,0mg de fenilalanina, 4,2mg de prolina, 3,9mg de serina, Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância 4,6mg de treonina, 1,3mg de triptofano, 3,4mg de tirosina e 4,7mg de valina. Os aminoácidos de cadeia ramificada (ACR) perfazem 21,2% e todos os aminoácidos essenciais constituem 42,7%. Quando comparamos outras fontes de proteína, esses valores de aminoácidos encontram-se acima da media. Em relação aos micronutrientes, possui, em media, 1,2mg de ferro, 170mg de sódio e 600mg de cálcio por 100g de concentrado proteico (Salzano, 2002). Devido à tecnologia do processamento de alimentos, diferentes tipos de Whey Protein são encontrados no mercado. Quadro 3: Tipos de Whey Protein de acordo com o processamento Descrição do produto Concentração proteica Gordura, lactose e minerais Whey Protein Concentrado (WPC) De 25 a 89% + comum com 80% Alguma gordura, lactose e minerais. Quanto mais proteínas, menor teor de lactose, gordura e minerais Whey Protein Hidrolisado (WPh) Varia. O processo de hidrolise torna as proteínas grandes em frações menores. Pode reduzir alergias com comparação aos não Varia de acordo com a concentração proteica Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância hidrolisados Whey Protein Isolado (WPI) 90 a 95% Pouco ou quase inexistentes. Intolerantes à lactose podem usar. Fonte: Adaptado Cozzolino, Comitnetti A suplementação com as proteínas do soro do leite são bem aceitas, pois possuem grande quantidade de proteínas de alto valor biológico e também alta concentração de ACR. São populares não só para os atletas, quando se trata de aumento de massa muscular, síntese proteica, aumento de força muscular, modulação imunológica, mas também para outros públicos, como redução de gordura corporal, prevenção e tratamento de osteoporose e redução do risco cardiovascular (COZZOLINO, S.M.F., COMINETTI, 2013). Como usar As quantidades podem variar de 10 a 30g imediatamente após o exercício (até 1h) para estimular o pico máximo de síntese proteica e as adaptações ao treinamento (BIESEK, ALVES, GUERRA, 2015). A dosagem deve ser individual, deve fazer parte todo o valor de proteína total do paciente. Importante salientar que a ingestão de proteína de um atleta de força deve ocorrer de forma fracionada durante o dia. Em estudo realizado por Areta, et al, (2013) com o objetivo de avaliar a resposta do organismo a ingestão de proteína, foi oferecido proteína foi em alimentação de 10, 20 ou 40 g utilizando um regime de ingestão pulsado, intermediário ou em bolus, respectivamente. Os resultados indicam que a ingestão repetida de 20 g de proteína foi superior para estimular a síntese proteica durante o período experimental de 12 h. Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Creatina Aumenta a produção aeróbia (força e potência) em eventos de duração de 6 segundos a quatro minutos. É sintetizada a partir dos aminoácidos arginina, glicina e metionina distribuída de forma que 95% estão nos músculos esqueléticos e o restante esta localizado no encéfalo, testículos e rins. Cerca de 1 a 2g de creatina são produzidos a cada 24 horas, sendo liberados para o sistema muscular de forma predominante (COZZOLINO, S.M.F., COMINETTI, 2013). A ingestão através da alimentação é de 1 a 2g /dia, sendo as maiores fontes alimentares peixes e carnes. Em 1992, foi publicado um dos primeiros estudos que constataram os potenciais efeitos da creatina no aumento de cerca de 20% na quantidade de massa muscular (Harris et al, 1992) Tem sido muito usada no meio esportivo por ser um elemento natural e por não ter entrado na lista de substancias proibidas do doping. Pode ser classificada tanto como um ergogênico fisiológico como nutricional, por ser um constituinte natural nos alimentos. A suplementação se faz necessária, pois a quantidade para se obter o efeito ergogênico (5g/dia) não poderia ser alcançada pelo consumo de alimentos fonte. (ROSSI, 2011) Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância No ganho de massa muscular pode trazer os seguintes efeitos: • Efeito agudo: aumento de água intramuscular e, consequentemente, a massa corporal total. • Efeito crônico: 6 a 8 semanas, o ganho de massa magra pode ser explicado pelo acréscimo de tecido seco acompanhado do volume normal de água e não somente pela retenção de líquidos. • Essa retenção de líquidos intracelular e o aumento da pressão osmótica celular podem, portanto, constituir o estímulo para a síntese proteica. Fator ergogênese A creatina-fosfato (CP) participa do sistema anaeróbio alático (ATP-CP) fundamental para atividades de curta duração e alta intensidade e importante fator de ergogênese nas atividades de força e explosão características dos exercícios intermitentes (artes marciais, vôlei, basquete, handbol, musculação, entre outros). Esta via é caracterizada pelo rápido fornecimento de energia durante os primeiros 5 a 8 segundos de exercício físico, é proveniente da quebra de compostos ricos em energia, como o ATP que a forma universal de energia e cujo organismo apresenta apenas 85g. (ROSSI, 2011). Pela razão de termos pouca quantidade de ATP armazenada é preciso que esse seja constantemente ressintetizado. A CP ressintetiza da seguinte maneira: por ser um composto similar ao ATP, quantidade significativa de energia é liberada quando a CP é rompida formando a creatina e fosfato. Portanto a mobilização de energia proveniente do pool de fosfatos. De ATP e de CP é importante na determinação da habilidade de um indivíduo em gerar e sustentar o exercício de máxima intensidade em intervalo de tempo relativamente curto (ROSSI, 2011) Em outras palavras, a creatina parece ser ergogênica tanto em atividades anaeróbias como em aeróbias, ou seja, qualquer que seja a atividade física em que a disponibilidade energética seja um fator limitante (BRANNON et al., 1997; BRANCH, 2003; ALIEV et al, 2011). Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Figura 3: Esquema do sistema ATP-CP Efeitos benéficos da creatina Ganho de força e massa magra; Maior resistência à fadiga em exercícios de 30 segundos ou menos combinados com exercícios de carga progressiva; Recuperação entre esforços repetidos de alta intensidade; Hidratação intracelular com o aumento de síntese proteica; Ação anticatabólica; Ação antioxidante. Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Como usar? 1 fase: Sobrecarga • 20g a 30g/dia fracionadas por 5 a 7 dias seguidos • Baseada no peso: 0,3g /peso/dia 2 fase: Manutenção • 2 a 5g/dia ou 0,03g/peso/dia por ate 3 meses • Fazer wash out – Parar por um mês (necessário para retomar a concentração basal de creatina muscular aos níveis de pré-suplementação (biossíntese normal)) Combinar a creatina com um carboidrato de alto índice glicêmico, entre 90 e 100g, aumenta em60% a captação da creatina muscular mediada pela insulina (ROSSI,2011) IMPORTANTE: Prescrever a creatina mono-hidratada com grau de pureza de mínima de 99,95% Contra- indicações Indivíduos que apresentem doenças renais de qualquer etiologia ou outras doenças como diabetes e hipertensão a suplementação de creatina não é recomendada uma vez que se pode potencializar o risco do aumento da disfunção preexistente. Esportes com restrição de peso como corrida, artes marciais, natação, saltos a suplementação deve ser bem avaliada, pois ocorre um aumento de peso devido a retenção hídrica. Aminoácidos de Cadeia ramificada (BCAA) Os três aminoácidos de cadeia ramificada, fazem parte dos nove considerados essenciais, são eles: valina, leucina e isoleucina. As fontes alimentares são: carnes, peixes, ovos, queijos, leite e aves com media de 15 a 20g de ACR por 100g de proteína (COZZOLINO, S.M.F., COMINETTI, 2013). São popularmente conhecidos como BCAA, sigla derivada do inglês: Branched Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Chain Amino Acids. Metabolismo São metabolizados na musculatura esquelética, ou seja, não passam pelo metabolismo hepático, o que faz com que tenha um rápido aumento plasmático após sua ingestão. Os ACR tem papel importante no metabolismo intermediário corporal, tanto como fonte de energia, quanto para a síntese de outros aminoácidos, como por exemplo, a Glutamina. (COZZOLINO, S.M.F., COMINETTI, 2013) Efeitos ergogênicos (BIESEK, ALVES, GUERRA, 2015). Auxilio na hipertrofia muscular Ação anticatabólica Retardo da fadiga central Melhora do desempenho Poupança de estoques de glicogênio muscular Dentre os ACR a leucina tem maior efeito sobre a síntese proteica pois possui propriedades capazes de ativar enzimas regulatórias na síntese proteica, tanto de forma direta por meio da estimulação da insulina (COZZOLINO, S.M.F., COMINETTI, 2013). A leucina também estimula a atividade da mTOR no músculo para iniciação da síntese proteica e pode ser considerada como substrato bioativo desta modulação. A ingestão de leucina em conjunto a outros aminoácidos essenciais é recomendada com o intuito de aumentar a capacidade de síntese proteica muscular. Como usar? Para otimizar síntese proteica utilizar logo após o treino de força Sendo 1,5 a 2,5g de Leucina Doses acima de 30g são bem toleradas, porem podem trazer efeitos prejudiciais por elevar a síntese se amônia (COZZOLINO, S.M.F., COMINETTI, 2013) ou transtornos gastrointestinais Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância como diarreia ou comprometer absorção de outros aminoácidos (BIESEK, ALVES, GUERRA, 2015). Contraindicações Em indivíduos sedentários o consumo de leucina pode aumentar adiposidade, sendo que possui capacidade anabólica também para adipócitos. Cuidado com a suplementação em pacientes com sintomas de depressão e ansiedade. Vitaminas e minerais de interesse na hipertrofia Vitamina D Em estudo realizado por Verlann, et al., 2017, com o objetivo de testar a concentração de Vitamina D sérica e o consumo proteico e o ganho de massa muscular em 380 adultos com sarcopenia. Como conclusão os autores citam que os participantes sarcopenicos podem necessitar de concentrações séricas de 25 (OH) D superiores a 50 nmol / L e uma ingestão de proteínas dietéticas bastante elevada (> 1 g/kg de peso corporal/dia) para obter um ganho significativo de massa muscular em intervenções de longo prazo. Isto sugere que os cortes nas recomendações atuais para o status de vitamina D e ingestão de proteína dietética poderiam ser considerados o "mínimo" para adultos com sarcopenia para responder adequadamente às estratégias nutricionais destinadas a atenuar a perda muscular. Como prescrever? Vitamina D: DRI: 15 mcg ou 600 UI UL adulto: 100 mcg ou 4000 UI Anvisa: 20 mcg ou 800 UI 1000 UI de vitamina D3 aumenta em 10 ng os níveis séricos de 25(OH)D a cada 3 meses aproximadamente Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Magnésio Responsável por ativar enzimas envolvidas na síntese proteica, e os níveis séricos são reduzidos com o exercício, podendo levar a fadiga. A deficiência de magnésio é a principal causa de câimbras no atleta. Dosagem: Praticante de atividade física: 200 mg Aumento da densidade óssea: 500 mg Vanádio O vanádio pode estar envolvido no corpo em reações do corpo que produzem efeitos insulina- simile sobre o metabolismo da proteína e glicose. Devido ao efeito anabólico natural da insulina o vanádio tem ganhado atenção como suplemento para ganho de força e massa muscular. Dosagens: 1,8 mg (UL) Zinco A suplementação de zinco minimiza as alterações na função imune induzidas pelo exercício. Dosagem: 30 mg (ANVISA) Sempre com cobre: 15 a 20:1 (para não ocorrer queda na atividade da SOD) Fumantes: Maior necessidade, pois o Zn interage com Cádmio. Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Cálcio Envolvido na transmissão nervosa Como prescrever? Dosagem: 1500mg (ANVISA) Vitamina B12 Atua como coenzima na síntese de DNA e serotonina. Pode aumentar massa muscular e capacidade respiratória. Como prescrever? Até 1000 mcg (ANVISA) É possível aumentar os níveis de testosterona naturalmente? Como observado o treinamento de força pode aumentar de forma aguda os níveis de testosterona. Através da alimentação completa rica em vitaminas e minerais importantes para a síntese do hormônio como o zinco, folato e vitamina D, influencia na saúde e no funcionamento adequado do sistema reprodutivo, como um mecanismo de melhora no perfil hormonal androgênico (WEHR, 2010). Tribulus (Tribulus terrestris) Seu extrato é obtido das frutas dessa planta e tem como principal princípio ativo a saponina. É rico também em esteroides, flavonoides, alcaloides, cálcio, fósforo, ferro e proteína. Sua ação é a de um fito-hormônio não esteroidal que aumenta a testosterona e eleva os níveis do hormônio luteinizante (LH). Os estudos com o Tribullus são inconclusivos de sua eficácia. Alguns estudos comprovam que, quando administrado em homens saudáveis de 28 a 45 anos, em três doses de 250 mg/dia, ocorre um aumento de 41% dos níveis de testosterona no decorrer de cinco dias. Também há um Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância aumento da libido, da frequência e da força das ereções, além de recuperação da atividade sexual. Reduz os níveis de colesterol e melhora o humor. Em mulheres, diminui os sintomas da frigidez sexual, aumenta a libido e reduz os sintomas da menopausa. Por outro lado, temos pesquisas em humanos saudáveis que concluem que o Tribulus não funciona. A suplementação com ele não melhorou a composição corporal e o desempenho do exercício em homens treinados em resistência (ANTONIO et al., 2000, ROGERSONS et al., 2007). Dosagem não estabelecida. Long Jack (Eurycoma Longifolia) Pode ajudar a favorecer o bem-estar, melhorar a saúde, aumentar a força e a melhorar libido. Seus fitoquímicos reforçam os níveis de testosteronas importantes para força e rendimento na atividade física. A suplementação de Long Jack pode ajudar no tratamento de osteoporose em homens idosos com hipoandrogenismo, como sugere um estudo realizado em 2012 que teve como conclusão que seus efeitos benéficos esta no aumento da testosterona e suas propriedades antioxidantes. Mas os autores também concluem que novos estudos devem ser feitos a fim de identificar melhor os possíveis mecanismos. (Mohd, et al., 2012) Dosagem: 200 a 400 mg/dia Maca Peruana Alguns estudos sugerem que metabólitos secundários encontrados em extratosdesta planta são responsáveis por seus efeitos fisiológicos. Ações terapêuticas associadas: ação antioxidante, ação hipolipemiante, aumento da fertilidade, aumento do desempenho sexual, ação espermatogênica e efeito antihiperplásico na próstata. Tem sido utilizada na medicina tradicional no aumento da vitalidade, no estresse, na promoção da libido, no aumento da fertilidade e da performance sexual em homens e mulheres (Oliveira, 2011). Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Dosagem: 1,5 g/dia a 3 g/dia. Nutracêuticos em esportes de endurance BCAA O aumento da concentração plasmática de ACR durante o exercício pode reduzir o transporte de triptofano ao encéfalo, região em que o 5-hidroxitriptofano (5-HTP) é sintetizado. O 5-HTP pode causar fadiga central, ocorrida durante o exercício físico, o qual tem efeito na fadiga muscular e consequentemente na redução do desempenho muscular (COZZOLINO, S.M.F., COMINETTI, 2013). Essa hipótese foi levantada por Blomstrand et, al. 1991, que fizeram uma pesquisa com 25 homens que receberam 7,5g de BCAA durante uma corrida de cross-country de 30km ou 16g de BCAA durante uma maratona de 42,2 km. Eles observaram que a suplementação com BCAA melhorou o desempenho mental e físico. A suplementação com os ACR pode trazer efeitos favoráveis ao desempenho cognitivo e na percepção de esforço. Como usar? • 2 a 4g ingeridos de forma repetida durante o exercício ou na fase de recuperação • Sendo 1,5 a 2,5g de Leucina Glutamina É o aminoácido mais abundante no plasma e nos tecidos. Não é considerado um aminoácido essencial, pois pode ser sintetizada pelo organismo no tecido muscular, a partir de outros aminoácidos, como acido glutâmico, valina e isoleucina. Porém em situações de trauma, sepse, esforço físico extenuante e câncer a demanda é maior que a produção, ocasionando uma deficiência de glutamina. Por esta razão, ela é classificada como um aminoácido “condicionalmente essencial” e pode ser suplementado. (BIESEK, ALVES, GUERRA, 2015) Os efeitos ergogênicos relatados são: Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância • Ação anticatabólica • Fonte de energia em situações de elevada demanda energética • Auxilia na redução dos metabolitos da atividade física (ex: Amônia) • Fortalece sistema imunológico Durante exercício aeróbio prolongado ocorre um aumento da necessidade de glutamina pelos seguintes mecanismos: O aumento da concentração de cortisol estimula a saída de glutamina muscular e a captação de glutamina pelo fígado. Concomitante com a diminuição de estoques de glicogênio hepático e aumento da concentração de cortisol promove maior estímulo da gliconeogênese hepática a partir do aminoácido glutamina (Paschoal 2015). Como usar? 5 a 20g/ dia Na década de 90 diversos estudos com suplementação de glutamina em atletas surgiram correlacionando seus efeitos com o sistema imunológico e sobre a recuperação pós-treino de atletas. Alguns estudos mostram redução significativa nas infecções no trato respiratório em atletas após uma maratona, porém sua eficácia em suplementação para atletas ainda é baixa. (COZZOLINO, S.M.F., COMINETTI, 2013) A suplementação de 5g de glutamina em jejum tem gerado efeitos benéficos na imunidade de triatletas. É usada em período de treino intenso com alto volume. Pessoas com habito intestinal irregular e constipação quando a intervenção dietética com o uso de fibras e ingestão hídrica não for suficiente. (BIESEK, ALVES, GUERRA, 2015). Beta-alanina Para entender melhor os efeitos da Beta-alanina é necessário entender a carnosina (beta- alanil-L-histidina. A carnosina é abundantemente distribuída no músculo esquelético. Sua concentração é maior nas fibras musculares do tipo II. (COZZOLINO, S.M.F., COMINETTI, 2013; BIESEK, ALVES, GUERRA, 2015). Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Carnosina é um dipéptido composto de β-alanina e L-histidina. A suplementação oral crônica de β-alanina pode induzir o carregamento de carnosina muscular e é, portanto, vista como o fator limitante da taxa de síntese de carnosina. No entanto, o efeito da suplementação de L-histidina sobre os níveis de carnosina nos seres humanos nunca é estabelecido (Blancquaert, et al. 2017). A síntese de carnosina no músculo é limitada pela disponibilidade de beta-alanina, que é produzida a partir da degradação hepática de uracila e aumentada pela ingestão de dipeptídeos de beta-alanina presente nas carnes ou fontes proteicas (COZZOLINO, S.M.F., COMINETTI, 2013) Quando se trata de vegetarianos ou veganos o valor de carnosina no músculo esquelético é menor, neste sentido, foi demonstrado no estudo de Harris, et al., 2006 que a suplementação de beta-alanina durante 4 semanas aumentou a concentração de carnosina. Efeitos ergogênicos A carnosina funciona como um tampão, por isso, o aumento da concentração muscular de carnosina poderia favorecer a execução de exercícios intensos, uma vez que o declínio do pH (acidez) contribui para redução da fadiga. O aumento da carnosina no músculo esquelético é possível através da beta-alanina. Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Figura 2: Esquema do efeito ergogênico da carnitina Como usar? A dosagem entre 1,2 g e 6,4g/dia promoveu aumento na performance em indivíduos treinados (CARUSO et al., 2012; STELLINGWERFF et al., 2012). Apesar de a suplementação de beta-alanina ainda não apresentar um valor preestabelecido referente à dose ideal que leve em consideração o peso corporal, sabe-se que doses acima de 1,2 g/dia, por 30 dias podem aumentar os níveis de carnosina de forma a melhorar a performance. É sugerido que a ingestão fracionada (quatro doses/dia), seguida da ingestão de uma pequena refeição (para estimular a liberação de insulina, assim aumentando e acelerando a entrada de beta-alanina na célula muscular), parece ser a melhor estratégia para aumentar os estoques intramusculares de carnosina e evitar a parestesia (STEGEN et al., 2014). Em 2016, Saunders et al, realizaram um estudo com o objetivo de investigar os efeitos de 24 semanas de suplementação de β-alanina sobre o conteúdo de carnosina muscular, expressão gênica e capacidade de ciclismo em alta intensidade. Após as semanas de suplementação de β- alanina foi constatado o aumento do conteúdo de carnosina muscular e a melhora da capacidade de ciclismo de alta intensidade. Os resultados sugerem que a suplementação de beta-alanina desempenha um papel importante na acumulação de carnosina muscular. Coenzima Q10: Seu papel no metabolismo é o transporte de elétrons e produção de energia (ATP). Possui ação antioxidante nas membranas celulares e mitocôndrias. Dosagem: 5 a 200mg/dia para atingir as concentrações séricas máximas, sempre com uma refeição. Não existe consenso na literatura da eficácia da coenzima Q10 na performance, fadiga ou recuperação pós exercício. A American Dietetic Association e American College of Medicine incluem a CoQ10 na classe de suplementos sem comprovação cientifica dos seus efeitos benéficos. Porém algumas evidencias mostram benefícios na produção de energia. Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância A suplementação pode ser interessante para pacientes que façam uso de hipolipemiantes, pois são capazes de diminuir uma substancia intermediaria na síntese de CoQ10 (Paschoal, 2015) Cuidados: Se houver consumo excessivo, pode aumentar dano muscular. Vitaminas e minerais de interesse em exercícios de endurance Cálcio: Devido a muitos fatores atrapalharem a sua absorção e ao fato de ser eliminado na sudorese, atletas de endurance têm um sériorisco de sofrer deficiência desse mineral (FRESE et al., 2014). Vitamina C: Potente antioxidante, importante para o sistema imune pela sua capacidade antioxidante em leucócitos, prevenção do estresse oxidativo. Dosagem: 500 a 1500 mg/dia em treinamento intenso (SBME), concomitante com a Vitamina E Vitamina E: Protege as células contra peroxidação lipídica e antioxidante Dosagem: 5mg/dia para homens e mulheres pela RDI Vitamina B2 (riboflavina): Constituinte das flavinas presentes nos nucleotídeos das coenzimas envolvidas no metabolismo energético. Aumenta a disponibilidade energética durante o metabolismo oxidativo (Paschoal, 2015). Vitamina B3 (Niacina): Constituinte de coenzimas envolvidas no metabolismo energético. Vitamina B5 (acido pantatênico): Age como acetil-coenzima A. Pode beneficiar o sistema aeróbio. Colina: Aumenta performance física e melhora memória de atletas. A redução dos níveis de colina no plasma estão associadas ao exercício extenuante e pode inibir a liberação de acetilcolina, afetando a performance física. Ferro: Melhora da performance aeróbia em esportes que usam o sistema de oxigênio, por ser componente da hemoglobina. Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Sódio: Auxilia o balanço de fluidos, transmissão nervosa e o equilíbrio ácido-base. A redução dos níveis de sódio pode predispor atletas a câimbras e a hiponatremia. Zinco: Associado a imunidade. Cafeína: A cafeína é uma substância monitorada pelo doping Tem como objetivos: aumentar o estado de vigília, aliviar a fadiga, elevar a frequência respiratória, aumentar a liberação de catecolaminas e acelerar o metabolismo e diurese em repouso (ROSSI, 2011) Cuidados: Se usado em excesso ou em combinação com o álcool pode ser perigoso. Dosagem: 3 a 6mg/peso/dia, 1h antes da competição, treino ou prova (ROSSI, 2011) Dose crônica: o uso crônico parece não trazer benéficos. Um estudo mostrou que a suplementação de três dias seguidos de 5 mg/kg-1/dia-1 resultaram em diminuição da performance atlética (HESPEL; OP’T EIJINDE; VAN LEEMPUTTE, 2002). Teacrine® A TeaCrine® é o mais recente lançamento no mercado do esporte e performance que promete fornecer energia e melhorar performance durante a pratica da atividade física sem os efeitos colaterais da cafeína. É um ativo padronizado em alta concentração de teacrina (>98%) e a natureza bioidêntica deste composto melhora os processos metabólicos naturais do corpo para fornecer energia, aumentar performance por reduzir a fadiga, além de melhorar a motivação, humor e cognição. O mecanismo de ação proposto é dopaminérgico e adenosinérgico, pois ele estimula essas vias principais a modular outros neurotransmissores, aumentam a energia sem causar irritabilidade e permite que atletas de competição e indivíduos ativos melhorem o seu desempenho físico e mental (Wang, 2010 e Literatura do Fabricante). A dosagem usual de TeaCrine® é de 50mg a 200mg antes do treino. Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Nutracêuticos e modulação do cortisol no esporte Modular o cortisol através da suplementação pode ser essencial para alguns atletas e praticantes em períodos específicos do treinamento. Atletas principalmente estão expostos a grandes períodos de estresse e ansiedade. Plantas que ajudam a reduzir a ansiedade podem ser importantes no tratamento de atletas Quadro 3. Fitoterápicos e mecanismo de ação na ansiedade Planta/extrato Mecanismo de ação proposto Centelha Asiática Estimula a conversão de acido glutâmico em GABA L-Theanina (camellia Sinenis) Aumenta dopamina, serotonina e glicina Melissa Officinalis Inibe a degradação de GABA Passiflora Interage com receptores de GABA Adaptado de Head, Gregory,Kely, 2009 Nutracêuticos antioxidantes no esporte O uso de antioxidantes no esporte deve ser feito com cautela, pois o exercício de intensidade leve e moderada, praticados com regularidade produzem radicais livres que funcionam como moléculas sinalizadoras intracelulares para iniciar o processo adaptativo ao exercício que inclui a biogênese mitocondrial, aumento do fluxo sanguíneo nos músculos e alterações no padrão de consumo de energia, ou seja, são importantes e ainda ajudam a melhorar a capacidade antioxidante endógena. Já no exercício extenuante e endurance praticados com frequência, devido ao maior consumo de oxigênio há um aumento na formação de espécies reativas de oxigênio (ERO) e alteração do equilíbrio oxidante/antioxidante, o que irá se resultar em aumento do estresse oxidativo causando reações inflamatórias e danos nas células musculares nas membranas lipídicas, DNA, nos receptores de proteínas e nas enzimas. Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Cúrcuma A curcumina tem função hepatoprotetora, pois aumenta os níveis de glutationa e inibe os efeitos da TNF-alfa e ainda tem ação antioxidante e anti-inflamatória pois reduz níveis de IL-1, IL- 6 (Gonzales e Orlando, 2008). Cúrcuma Longa 300 a 600 mg/dia qualquer horário do dia Cardo-mariano A suplementação favorece o aumento da glutationa peroxidase, catalase, superoxido desmutase e glutationa redutase, no fígado, reduzindo dano hepático (Ferreira, 2011). Usado principalmente em pacientes que fazem ciclos hormonais. Cardo Mariano: Silimarina 140 a 800 mg /dia Camellia Sinensis As catequinas presentes no chá verde, principalmente a epigalocatequina galato tem função antioxidante, pois já foi demonstrado que reduz os níveis de IL-6, NFK-beta e ainda aumenta a atividade da glutationa peroxidase, superoxido desmutase (Sahin, Orhan, Tuzco, 2010; Cavet, et al., 2011). Camellia Sinenses: Até 1000 mg/dia Gengibre Possui atividade anti-inflamatória e antioxidante, pois pode inibir a produção de mediadores inflamatórios (Lee, et al., 2011). Gengibre: Extrato seco padronizado 200mg a 400 mg Cacau Os polifenóis do cacau têm propriedades antioxidante, redução da função plaquetaria e da inflamação e da redução da pressão arterial e reduz risco de DCV. Na atividade física o cacau pode não apresentar efeitos na performance, porem, apresenta maior mobilização de AGL, reduz estresse oxidativo (Allgrove, et al., 2011). Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Em estudo com 30 pessoas suplementadas com 40g de chocolate 74% cacau por duas semanas indicou redução da excreção urinária de cortisol e catecolaminas em indivíduos altamente estressados. (Martin et al. ,2009). Pimenta vermelha (capsaicina) Possui propriedades anti-inflamatórias, pois reduz a expressão gênica de proteínas inflamatórias de macrófagos e a atividade de citocinas inflamatórias. Ajuda também na redução da glicemia e da resistência a insulina (Kang, et al., 2011) Capsiate: 6mg/dia pela manha Conclusão: O uso de nutracêuticos no esporte pode servir como recurso ergogênico na melhora da composição corporal e performance de atletas e praticantes de atividade física. Seu uso deve ser feito com cautela, pois o excesso de alguns componentes pode prejudicar o desempenho. Os nutracêuticos devem fazer parte de uma dieta bem calculada e equilibrada, por esta razão a anamnese deve ser bem detalhada para verificar tanto deficiências quanto excessos de nutrientes. Apostila do Curso Nutracêuticos na Modulação Hormonal no Esporte Ensino a Distância Referencias: MORITZ, B.; MONOSSO, L. M. Nutrição Clínica Funcional: Neurologia. Reimpressão. São Paulo: ValériaPaschoalEditora Ltda., 2015. HEAD, K. A.; KELLY, G. S. Nutrients and Botanicals for Treatment of Stress: Adrenal Fatigue, Neurotransmitter Imbalance, Anxiety, and Restless Sleep. Alternative Medicine Review, Napa, v.14, n.2, p.114-140,2009. MARTIN, F. J. et al. Metabolic Effects of Dark Chocolate Consumption on Energy, Gut Microbiota, and Stress-Related Metabolism in Free-Living Subjects. J. Proteome Res., Washington, v.8, n.12, p.5568–5579, 2009. Kang JH, Tsuyoshi G, Le Ngoc H, Kim HM, Tu TH, Noh HJ, Kim CS, Choe SY, Kawada T, Yoo H, Yu R. 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