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Passei Direto | Brenda Alves DIREITO DO CONSUMIDOR por artigo TÍTULO I – DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR CAPÍTULO V – DAS PRÁTICAS COMERCIAIS SEÇÃO I – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 29, CDC • Já visto no artigo 2º. SEÇÃO II – DA OFERTA Introdução Oferta nada mais é do que uma espécie de convite que o fornecedor faz ao consumidor para que este venha a consumir/adquirir um determinado produto. Muitas vezes, nos deparamos com alguns problemas relacionados a essas ofertas, principalmente, quando o consumidor atraído por uma determinada oferta, vai até o fornecedor/local de consumo e que quer se valer daquela oferta. Mas, vem o fornecedor e explica que não é bem daquele jeito. Conceito doutrinário A oferta consiste em uma declaração inicial de vontade direcionada a realização de um contrato. É analisado na fase pré-contratual, na verdade, não há uma celebração de um contrato propriamente dito, mas há uma manifestação de vontade. EXTRAS: - Anúncio equivocado É aquele que está em desconformidade com o querer do anunciante. Essa falha pode ser atribuída ao próprio anunciante ou pode ser atribuída eventualmente a um terceiro. Anúncio equivocado é diferente do erro (causa de nulidade relativa do negócio jurídico - código civil). No equívoco do anuncio, o anunciante não se Passei Direto | Brenda Alves engana quanto a essência do bem, mas sim quanto a comunicação que é feita sobre ele. Não existe erro, não tem como o anunciante escapar da responsabilidade por eventuais danos. O anuncio equivocado pode gerar danos ao consumidor. Exemplo: estou vendendo uma joia e o preço verdadeiro é de 10 mil reais, mas no anuncio acabou saindo por 100 reais. Como se dá a responsabilidade do fornecedor, nesse caso? A responsabilidade segue a regra geral do CDC, responsabilidade objetiva. O equívoco do anuncio não exclui a responsabilidade do fornecedor! OBS.: Anúncio com erro grosseiro > não vincula o fornecedor. Exemplo: uma casa que custa 1 milhão de reais, e eventualmente foi anunciada por 1 real. - Responsabilidade pela oferta - A responsabilidade é objetiva. - Em primeiro momento, esta responsabilidade cai sobre o anunciante direto (aquele que paga e dirige a preparação e vinculação do anúncio). Mas também, aquele que se aproveitou do anuncio também poderá ser responsabilizado. Exemplo: um fabricante de óculos. Ele faz uma campanha e indica o preço do óculos. O comerciante utiliza essa campanha no seu estabelecimento. Nesse caso, o comerciante também será responsabilizado junto com o fabricante. Não é só o anunciante, mas todo aquele que se beneficiou da oferta. Art. 30, CDC PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO DA OFERTA Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. Passei Direto | Brenda Alves Este princípio é um desdobramento do princípio da boa-fé objetiva, porque a oferta cria uma obrigação pré-contratual, buscando preservar a legítima expectativa do consumidor. Para que a oferta vincule, precisa preencher alguns requisitos: a) Veiculação da oferta > significa que a proposta precisa chegar ao conhecimento do consumidor, ou seja, a oferta precisa ser veiculada por qualquer meio: tv, rádio, internet... b) Precisão da oferta > a oferta precisa ser precisa, mesmo que não seja absoluta. A oferta que vincula o fornecedor é aquela que tenha elementos claros. O exagero, via de regra, não vincula o fornecedor, exemplo: a bolsa mais bonita de todas. O exagero não vincula, porque é genérica, falta precisão da oferta. Em certos casos, o exagero pode vincular o fornecedor, quando na prática tiver uma concretude. O Ministro Hermam Benjamin explica que existem duas maneiras em que se dá a vinculação da oferta: 1. O fornecedor é obrigado a respeitar a oferta que ele vinculou, mesmo que se negue a contratar 2. A vinculação poderá se dá com a introdução no contrato Art. 31, CDC DEVER DE INFORMAÇÃO Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores. Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de forma indelével. • Rol exemplificativo • O fornecedor na fase pré-contratual deve ofertar ou apresentar produtos/serviços acompanhados de informações claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa. Correta > informação verdadeira Clara > informação de fácil entendimento Precisa > informação objetiva Ostensiva > informação de fácil percepção Passei Direto | Brenda Alves • Isso significa que o consumidor tem o direito de conhecer todas as características do produto/serviço que está sendo colocado a sua disposição. OBS.: as expressões em língua estrangeira podem ser utilizada, desde que seja conhecida pelo publico em geral. Exemplo: spray, fast food. OBS. 2: No caso de produtos importados comercializados no Brasil, o fornecedor tem obrigação de colocar as informações mais importantes acerca do produto em língua portuguesa. OBS. 3: produtos refrigerados. Precisa de um cuidado, pois as informações devem está gravadas no produto de forma que não se apaguem. Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de forma indelével. Preço > antigamente o STJ entendia que a colocação de etiquetas em todos os produtos era obrigatória. Com o advento da lei 10.962/04, o STJ passou a admitir que o preço dos produtos seja indicado através de código de barras. - O desrespeito ao direito de informação acarreta a responsabilidade civil e penal do fornecedor. Art. 32, CDC OFERTA DE COMPONENTES E PEÇAS DE REPOSIÇÃO Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto. • Não se aplica ao distribuidor, apenas para os fabricantes e importadores. Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei. • É uma norma que precisa de um complemento, dado pelo um decreto 2.181/97, em seu artigo 13, XXI. Diz que o período razoável de tempo não pode ser inferior a vida útil do produto/serviço Art. 33, CDC OFERTA OU VENDA POR TELEFONE Passei Direto | Brenda Alves Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial. Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origina. Art. 34, CDC PREPOSTOS E REPRESENTANTES AUTÔNOMOS Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos. - O fornecedor é solidariamente responsável pelos atos dos seus prepostos ou dos seus representantes autônomos. - Significa dizer que, se o consumidor sofrer um dano, ele pode demandar contra o fornecedor, o preposto ou o representante autônomo, ou os dois. OBS.: o essencial para caracterizar uma preposição é que o serviço seja executado sob a direção de alguém, ou seja, que a atividade seja realizada no seu interesse, ainda que em termos estritos, essa relaçãonão resultasse perfeitamente caracterizada. O que tem haver na relação de proposição é uma subordinação. A jurisprudência tem entendimento de que não é preciso haver vinculo empregatício na relação de preposição. OBS. 2: O representando autônomo pode ser uma pessoa natural ou jurídica, e ele desempenha a mediação para realização de negócios mercantis (não eventual e sem relação de emprego). Art. 35, CDC RECUSA NO CUMPRIMENTO - Quando o fornecedor não cumpre com aquilo que está sendo vinculado na oferta - Opções que o consumidor possui: Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: Passei Direto | Brenda Alves I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade; II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos SEÇÃO III – DA PUBLICIDADE Introdução A publicidade é um anúncio que é vinculado por um meio de comunicação, cujo o objetivo central é atrair o consumidor para um ato de consumo. ✓ Publicidade institucional: institucionalizar uma marca, resultado a longo prazo. ✓ Publicidade promocional: produzir vendas, resultado a curto prazo. O controle da publicidade no Brasil O controle pode ser feito pelo Poder Judiciário por meio da Ação Civil Pública ou pelo CONAR. Princípios 1. Princípio da identificação É aquela onde a publicidade deve ser feita de tal forma, que o consumidor facilmente e imediatamente identifique-a. É proibida a publicidade “subliminar”. Ou seja, ela tem que ser clara e de fácil indenização para o consumidor. OBS: “Merchandising” (quando uma atras na novela está lavando uma roupa e mostra o produto que está utilizando) é permitido, desde que o anunciante avise ao consumidor que aquelas informações serão exibidas. 2. Princípio da Vinculação Contratual da Publicidade Onde a publicidade vincula o fornecedor, mesmo diante de um anúncio equivocado. A publicidade integra o contrato, por isso, a vinculação do fornecedor. Com exceção de um erro grosseiro. Passei Direto | Brenda Alves 3. Princípio da Veracidade Onde toda e qualquer mensagem publicitaria deve conter informações verdadeiras. É proibida a chamada “publicidade enganosa”, por causa do princípio da boa-fé objetiva. 4. Princípio da Não Abusividade Onde a publicidade abusiva é proibida. 5. Princípio da Transparência da fundamentação da Publicidade Onde o fornecedor deve divulgar dados fáticos, técnicos e científicos. Que enseja responsabilidade civil, administrativa e penal do fornecedor. 6. Princípio da Correção do Desvio Publicitário Aqueles defeitos, vícios que tem na publicidade. Tendo esses problemas o fornecedor tem que corrigir esses problemas. A contrapropaganda é cominada quando o fornecedor incorrer na pratica de publicidade enganosa ou abusiva, para tentar desfazer o maleficio da publicidade enganosa ou abusiva. Porem, mesmo o fornecedor fazendo a contrapropaganda, ele ainda pode ser responsabilizado civil, administrativamente ou penalmente. 7. Princípio da Lealdade Publicitaria Visa prevenir e punir eventuais abusos praticados no âmbito do mercado de consumo. Publicidade comparativa é permitida, mas tem que seguir todos os princípios mencionados a cima. 8. Princípio da Inversão do Ônus da prova Essa inversão é camada de “opis legi”, ou seja, uma inversão automática por força de Lei. Essa inversão é “ex officio”, de oficio o Juiz aplica essa inversão. Exemplo: Em uma ação, o consumidor alega enganosidade ou abusividade de uma publicidade. Automaticamente haverá a transferência para o fornecedor do Ônus de provar que a publicidade não é enganosa e nem abusiva. Passei Direto | Brenda Alves Art. 36, CDC Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal. • Princípio da identificação, conforme anterior Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem • Princípio da Transparência da fundamentação da Publicidade, conforme anterior Art. 37, CDC Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. • Princípio da Não Abusividade, conforme anterior PUBLICIDADE ENGANOSA § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. • É aquela publicidade mentirosa, que induz o consumidor ao erro. E veincula informações falsas sobre um determinado produto/serviço. • Para que uma publicidade seja enganosa, ela tem que ser capaz de levar o consumidor a erro, mesmo que esse erro não se verifique no caso concreto. • A análise da enganosidade se dá em abstrato. E ela leva em consideração dois critérios: o critério objetivo (conteúdo da publicidade) e critério subjetivo (a vulnerabilidade do púbico alvo daquela publicidade). - Responsabilidade do fornecedor O fornecedor anunciante responde de forma objetiva pelos eventuais danos causados. A responsabilidade pode recair também sobre aquele que tirou proveito da publicidade enganosa. - A doutrina aponta das formas de publicidade enganosa Passei Direto | Brenda Alves • Comissiva: onde o fornecedor tem conhecimento das informações sobre o produto, mas mesmo assim ele induz o consumidor em erro. • Omissiva: o fornecedor deixa de prestar uma informação essencial que poderia influenciar na compra do produto ou serviço. (+§3) Art. 27, § 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço. - As agências de veículos e respectivas marcas Existe 3 correntes doutrinas diferentes para explicar qual é o regime de responsabilidade que vai ser aplicado caso a agência esteja envolvida na publicidade enganosa juntamente com a marca. 1- Ambos respondem objetivamente. (Art.7°, parágrafo único, CDC) 2- Ambos respondem subjetivamente. (Art. 186, CC) 3- Ambos não respondem em conjunto. (Corrente adotada pelo STJ RESP.604.172/SP, onde quem foi responsabilizado foi o fornecedor). PUBLICIDADE ABUSIVA § 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. • Publicidade abusiva é um conceito jurídico indeterminado, esse artigo trouxe de forma genérica do que se considera a publicidade abusiva • Doutrinariamente, é considerada publicidade abusiva quando ela violar a CF ou o ordenamento jurídico. • A análise da abusividade também se dá em abstrato. • É um rol de exemplos que configura a publicidade abusiva 1. Publicidade discriminatória: aquela que discrimina, de qualquer forma, o ser humano. Exemplo: publicidade menosprezando o publico LGBTQI+, fazendo referência a um produto apenas para o público heterossexual. 2. Publicidade exploradora do medo ou da superstição: é aquela que usa o medo do consumidor para forçá-lo a consumir um produto ou serviço. Passei Direto | Brenda Alves Exemplo: empresa de segurança que desejavender seus serviços para moradores de um bairro violento da cidade e afirmam que quem não aderir ao serviço será assaltado. 3. Publicidade que incita a violência: é aquela que utiliza para promoção do produto/serviço a violência entre seres humanos, animais ou até coisas. Exemplo: publicidade de suplemento alimentar que veicula a luta sangrenta de dois homens. 4. Publicidade antiambiental: é aquela que incita o ser humano a destruir o meio ambiente. Exemplo: publicidade de uma serra elétrica destruindo árvores de uma área de preservação permanente. 5. Publicidade que induz insegurança: é aquela que induz o consumidor a se comportar de forma insegura, perigosa. Exemplo: publicidade de um carro que incita o consumidor a dirigir em altas velocidades. 6. Publicidade dirigida a crianças: é aquela que se aproveita da inexperiencia e imaturidade das crianças. Exemplo: publicidade em que a apresentadora de televisão incita as crianças a destruir seus tênis para que seus pais comprem novos. § 4° (Vetado). - Responsabilidade pela publicidade abusiva Será responsabilizado o anunciante e aquele também que tirar o proveito da publicidade abusiva, de forma objetiva. Art. 38, CDC Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina. • Princípio da inversão do ônus da prova, conforme anterior Passei Direto | Brenda Alves Art. 50, CDC GARANTIA CONTRATUAL Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito. • é aquela dada pelo fornecedor de livre e espontânea vontade, sendo assim, o consumidor tem a garantia legal mais a garantia contratual dada pelo fornecedor. • Tem que se dá de forma escrita • Primeiro corre o prazo da garantia contratual para depois correr o prazo da garanta legal. Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.
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