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AULA 4 DESENVOLVIMENTO DE EQUIPES DE ALTO DESEMPENHO Profª Fernanda Alves Chaves 2 INTRODUÇÃO O diferencial das equipes de alta performance são seus próprios membros e a maneira como podemos estimular o engajamento deles no ambiente de trabalho é o mote desse capítulo. Discorreremos sobre os estímulos que levam as pessoas a terem necessidades, o que fazemos para supri-las e o que estimula as pessoas a alcançarem a produtividade. Serão apresentadas algumas teorias motivacionais que auxiliarão no entendimento de como as pessoas suprimem as suas necessidades ao alavancarem seus próprios comportamentos nas organizações. O entendimento do processo de comunicação dos membros é forte aliado no engajamento, ao analisarmos que as mudanças comportamentais podem ser dificultadas pelas resistências pessoais e grupais que acontecem naturalmente diante das mudanças. Como o engajamento está intrinsicamente relacionado à motivação do profissional, também serão discutidos os fatores que potencializam e energizam os ambientes e os membros de equipe. A seguir, falaremos sobre o engajamento de equipes de alta performance, trazendo: • Tema 1 – Necessidades humanas e ciclo motivacional; • Tema 2 – Teoria motivacional; • Tema 3 – Resistência às mudanças; • Tema 4 – Comunicação grupal; • Tema 5 – Ambientes motivadores e energização. Para que tenhamos uma equipe de alta performance que melhore os produtos e serviços, no intuito de projetar as organizações em cenários mais competitivos e diferenciais é preciso investir nos membros desta equipe. Não existem fórmulas prontas que, ao serem aplicadas, levam as pessoas a se tornarem engajadas e produtivas. O que existe é a certeza de que, quanto mais os colaboradores estiverem envolvidos nos objetivos da organização, mais e melhor eles demonstrarão sua performance. Devemos nos perguntar: o que faz com que uma pessoa se dedique ao trabalho, ligando-se a projetos que, a priori, não são seus e sim da organização para a qual trabalha? 3 Muitos acreditam que seja pelos salários ou benefícios, mas isso é apenas senso comum. Mas, afinal, o que faz uma pessoa ser feliz e produtiva? TEMA 1 – NECESSIDADES HUMANAS E CICLO MOTIVACIONAL Desde a mais tenra idade recebemos e respondemos a estímulos. Com base em estímulos criamos necessidades que precisam ser supridas e, para tanto, empenhamos diversos tipos e níveis de energia que nos levem a suprir tais necessidades. A capacidade que temos de receber e identificar estímulos é impressionante. A absorção desses estímulos se dá principalmente pelos cinco sentidos básicos que o ser humano possui: visão, audição, tato, olfato e paladar. Na visão, os olhos nos possibilitam enxergar as coisas e pessoas à nossa volta. A audição possui a função de transmitir as vibrações de som até que eles cheguem ao nosso sistema nervoso e possam ser absorvidos e reconhecidos pelo cérebro. O tato, por meio da pele (que é o maior órgão do corpo humano), recebe estímulos e sente vibrações, toques, temperatura etc. Pelo olfato recebemos odores e interpretamos cada um dos cheiros que nos chegam. Por fim, o paladar diferencia gostos e os permite reconhecer sabores, além de temperaturas e texturas. Os cinco sentidos nos permitem nos relacionar com as pessoas e também com os ambientes. Por eles, nossos corpos têm sensações e percepções que nos auxiliam viver, sobreviver, integrar e interagir no mundo. A sensação é a estimulação dos órgãos do sentido, ou seja, cada vez que um ou vários dos nossos sentidos são acessados, temos uma sensação. Acapacidade do homem para identificar estímulos é impressionante. O que realmente importa não é a sensação, mas sim a percepção. A sensação é a recepção do estímulo e a percepção é a maneira pela qual interpretamos ou damos sentido à sensação. Não devemos ignorar que as interpretações que damos a uma sensação dependem de dois cenários: o cenário interno, que pertence ao indivíduo, e o 4 cenário externo, que é aquele em que o indivíduo está inserido. É isto que faz com que as pessoas ajam e pensem diferentemente, apesar de receberem os mesmos estímulos. O comportamento é baseado na interpretação concebida da sua realidade e não da realidade em si. Somos regidos pelos nossos modelos mentais, ou seja, as formas pelas quais aprendemos e entendemos que o mundo funciona, perfazendo nossas crenças. Sempre tem um pouco de nós mesmos no mundo que vemos. Peter Senge (1999) diz que “são os modelos mentais de cada indivíduo que definem sua maneira de perceber o mundo e o que está ocorrendo ao seu redor, ou seja, definem como ele pensa e age”. Os modelos mentais são o caminho a seguir, o norte, como o próprio indivíduo define seu caminho, sendo de suma importância. Quando os modelos mentais não são atualizados, as pessoas sofrem na convivência. Um dos melhores meios de mudanças e atualização do modelo mental é o autoconhecimento, a reflexão e a investigação pessoal. De maneira geral, todo homem tem uma inquietação, que é a busca incessante pela supressão das suas necessidades. A compreensão de como os estímulos se transformam em necessidades e, posteriormente, em comportamentos, pode nos facilitar o entendimento da dinâmica motivacional. A motivação funciona de maneira cíclica e o ciclo motivacional é um composto de fases alternantes e repetitivas que demonstra biologicamente como as pessoas tendem a buscar seu estado de equilíbrio. O ciclo motivacional humano entende que todo corpo está em equilíbrio ou em busca desse equilíbrio, começando a partir do momento que este é ameaçado ou interrompido por um estímulo. O estímulo advém dos sentidos e, na maioria, se transforma em uma necessidade. Entre a pessoa ter uma necessidade e efetivamente se motivar a fazer uma ação, ter um comportamento que leve à supressão desta necessidade, existe um estado de tensão. Essa tensão pode ser por incapacidade técnica, humana, de tempo, financeira ou até mesmo a reflexão (se vale a pena suprir a necessidade, ou não), se ela é urgente, importante etc. A tensão causa sofrimento, pois toma o lugar do equilíbrio e costuma se manter até o momento que a necessidade se supre e se transforma em 5 satisfação. Quando alcançamos a satisfação, o corpo volta ao estado de equilíbrio até que este seja novamente interrompido por um estímulo. Figura 1 – Ciclo motivacional Vale ressaltar que existe quebra neste ciclo motivacional e nem todas as necessidades são satisfeitas. Em alguns momentos pode existira frustração e a compensação. A frustração acontece quando algum problema impede a satisfação, fazendo com que esta necessidade continue pendente, resultando a perpetuação da tensão e sentimento de frustação e da não conclusão do objetivo. Já compensação acontece quando, mesmo que esta não possa ser satisfeita, é encontrada uma outra maneira de compensar a necessidade por outra. O entendimento do ciclo motivacional é deveras importante nas equipes de alta performance, pois facilita a satisfação das necessidades com o intuito de motivar os iniciantes a serem mais produtivos. TEMA 2 – TEORIA MOTIVACIONAL Motivação é um tema que é sempre atual, em virtude da sua importância. É um processo contínuo de satisfação de necessidades individuais e leva as pessoas a comportarem-se para atingir os objetivos organizacionais. Traremos aqui a mais conhecida das teorias, a Teoria da Hierarquia das Necessidades, desenvolvida em 1954 pelo professor e psicólogo Abraham Maslow. Nós a adaptaremos à necessidade de motivação de membros de equipes de alta performance. Equilíbrio Estímulo ou Incentivo Necessidade Tensão Comportamento ou ação Satisfação Frustração Compensação 6 O modelo sugerido por Abraham Maslow é organizado em cinco níveis de necessidades humanas, sendoelas, em ordem decrescente: Figura 2 – Pirâmide de Maslow • Necessidades fisiológicas – relacionam-se com o lado biológico do ser humano. São importantes, pois garantem a vida e sobrevivência do homem. Dentre as que mais se destacam estão: a necessidade de respirar, beber, comer, dormir, descansar, relacionar-se sexualmente, manter-se vivo etc. o No trabalho, dentro das equipes, essas necessidades podem ser entendidas como: ter horários de atividade flexíveis, conforto físico e mental para a execução das atividades, intervalos de descanso no trabalho etc. • Necessidades de segurança – Vinculadas à grande necessidade que a pessoa tem de se sentir segura, de estar em segurança. Além de estar fora de perigo, a pessoa se sente segura quando tem normas, regras e processos claros que o dão a sensação do controle mínimo, estando com suas coisas em ordem, tendo um espaço para se apropriar. o No trabalho, dentro das equipes, essas necessidades são as relacionadas a: segurança do emprego, da estabilidade, de um plano de saúde, seguro de vida, boa remuneração e condições seguras de trabalho etc. • Necessidades sociais – São voltadas à manutenção das relações humanas e sociais em harmonia, sentir-se parte de um grupo. São também 7 relacionadas a necessidades de carinho, amor, afeto, amizade e de ser aceito. o No trabalho, nas equipes, essa necessidade está relacionada à conquista de confiança e amizades, ter boas relações com as pessoas em todos os níveis hierárquicos. • Necessidades de estima – Existem dois tipos de reconhecimento: um é o que recebemos de nós mesmos e o outro é o que recebemos das pessoas que convivemos. De maneira simplista, a primeira é a necessidade de nos sentirmos dignos e a segunda é o reconhecimento que o outro dá a nós mesmos. É o se sentir digno, respeitado, prestigiado, reconhecido, orgulhoso, é o sentimento de autoestima. o No trabalho, nas equipes, esta necessidade é muito importante, pois relaciona-se com a responsabilidade pelos resultados alcançados, reconhecimento dos pares e de outros colaboradores, são as conquistas ao longo da carreira, feedback etc. • Necessidades de realização pessoal – Conhecidas também como as necessidades de crescimento. Incluem a autorrealização e a percepção de que a pessoa está usufruindo seu potencial; são as capacidades de ser aquilo que a pessoa quer e pode ser, de fazer as coisas que gosta, de tentar e de conseguir. Estamos falando de autonomia, de independência e controle de si. o No trabalho, nas equipes, é a necessidade de ter desafios, de influenciar nas decisões da empresa e de ter autonomia para desenvolver atividades. Além dos cinco níveis de necessidades, Maslow também subdividiu toda a pirâmide em necessidades primárias e secundárias. As primárias envolvem as necessidades fisiológicas e de segurança. A segunda envolve as necessidades sociais, de estima e de realização pessoal. Maslow acreditava que somos animais insatisfeitos por natureza e que nossas necessidades dependem diretamente do que já temos, sendo assim, nosso comportamento é influenciado pelas necessidades que ainda não possuímos e que, estas sim, são motivadoras. Ele traz que as necessidades são estruturadas de maneira hierárquica e por ordem de importância, fazendo com que ao satisfazer uma necessidade já tenhamos outra em mente a ser suprida. 8 Para alcançar um novo nível, o anterior precisa estar parcialmente satisfeito, pois quando satisfeito, deixa de ser motivador, fazendo com que o próximo nível tenha destaque motivacional. Os primeiros quatro níveis da pirâmide (fisiológico, segurança, social e estima) podem ser satisfeitos por aspectos extrínsecos ao ser humano e não exclusivamente por sua vontade. Já a necessidade de realização pessoal nunca acaba, ou seja, quanto mais a saciamos, mais ela aumenta. Outra particularidade é que as necessidades fisiológicas já nascem com a pessoa e ela precisa saciá-las para garantir sobrevivência, as demais são adquiridas no meio. As necessidades primárias se satisfazem mais rápido que as secundárias. A Teoria da Hierarquia das Necessidades afirma que as necessidades mais elevadas na pirâmide influenciam o comportamento dos membros de uma equipe de alta performance, enquanto as necessidades mais baixas estão satisfeitas de alguma maneira. É importante identificar em que nível hierárquico a pessoa está, a fim de satisfazer esta necessidade específica prioritariamente. TEMA 3 – RESISTÊNCIA ÀS MUDANÇAS Embora possamos fazer diversos tipos de prognósticos, o fato é que nunca sabemos o que irá acontecer no futuro e esta é uma das principais angústias humanas. Por esse motivo a expressão “a resistência é parte da mudança” faz tanto sentido. Nossa única certeza é a mudança. O mundo no qual vivemos passa por mudanças e transformações constantes e precisamos nos adaptar para sobreviver. As mudanças são das mais diversas ordens e todas demandam que façamos ajustes. A forma que lidamos com isso nos categoriza em maturidade, resiliência, flexibilidade e adaptabilidade. Nas organizações, as mudanças costumam ser de ordem estratégica: modelo de gestão, políticas, tecnológicas, hierárquicas, de processos, pessoas, competências para o alcance dos objetivos etc. As angústias advindas dessas mudanças costumam significar perda do domínio ou entendimento das suas atividades, do poder sobre os resultados, o desconhecimento sobre seus pares e superiores no trabalho e até a possível perda emprego. Em verdade, a resistência é um comportamento natural frente as mudanças, que visa proteger dos efeitos que podem ser nocivos. Os resistentes 9 costumam ser vistos como empecilhos que devem ser eliminados em favor do atingimento dos objetivos. Quando isto acontece um outro fenômeno grupal também surge, que é a dissonância entre fala e comportamento. As pessoas podem até se mostrar aptas à mudança, mas seus comportamentos são resistentes. Isto faz com que a empresa tenha um problema a ser resolvido - que é o desconhecimento claro das fontes de resistência - fazendo com que a administração se torne mais difícil, alterando toda a cultura organizacional. Temos dois tipos de resistência às mudanças entre membros de equipes de alta performance: resistências objetivas e subjetivas. As objetivas são facilmente explicitadas na equipe e podem ser discutidas entre os membros de grupo, facilitando sua resolução. As resistências subjetivas, que têm cunho mais emocional, exigem tratamento delicado e costumam acontecer por: • Interesses pessoais; • Incertezas na equipe; • Falta de entendimento e confiança; • Percepções diferentes; • Falta de tolerância à mudança; • Rejeição da fonte da mudança; • Hábitos instalados. O papel dos líderes é imprescindível quando há resistência e os agentes de mudança informal contribuem sobremaneira. Reconhecer pessoas que mudam facilmente ou fazer grupos de apoio aos mais resistentes costumam ser estratégias eficazes. A autoconfiança é uma das principais ferramentas para enfrentar a resistência e a clarificação dos benefícios da mudança costuma ser útil. TEMA 4 – COMUNICAÇÃO GRUPAL A comunicação deficiente é a forma mais citada de conflito interpessoal, já que aproximadamente 70% do nosso tempo é nos comunicando. A premissa que faz com que a comunicação seja boa é a de que ela deve incluir tanto a transferência da informação quanto o significado do que é comunicado. No âmbito organizacional, a comunicação tem diversas funções, sendo elas: ● Controle – quando utilizada por meio da hierarquia. 10 ● Motivação – quando estimula colaboradores a realizar suas atividades. ● Expressão emocional – quando libera sentimentos e necessidades sociais. ● Informação – quando subsidia ou facilita a tomada de decisões. Sabemos que grande parte do sucesso da comunicaçãovem das habilidades das pessoas que o fazem (vem do saber escrever, do saber falar, ler, mas principalmente, do saber ouvir). As grandes dificuldades comunicativas estão mais relacionadas a forma do que ao conteúdo. A má comunicação costuma vir da má escolha das palavras, do canal comunicativo, dos exemplos, dos símbolos e até do momento. Tensão e a ansiedade dificultam a comunicação, pois 5% a 20% das pessoas não se sente segura, o que gera as principais falhas de comunicação cometidas pelas pessoas: ● Filtragem – Manipulação para deixar a informação mais favorável. ● Percepção seletiva – Interpretação da informação para chamá-la de realidade. ● Defensiva – Quando a mensagem é ameaçadora, as pessoas tendem a se defender, aumentando as barreiras. ● Linguagem – Palavras, gestos etc. que podem significar coisas diferentes. A comunicação é complexa, mas quando se fala em boa comunicação nas equipes de alta performance, espera-se que este seja um ambiente que permita aos membros a manifestação dos pontos de vistas e sentimentos de forma clara e adequada, onde as pessoas exercitam escuta ativa, aceitam posições contrárias e se sentem à vontade para questionamentos e feedbacks. O compartilhamento de opiniões e informações úteis ao desenvolvimento das atividades e ao relacionamento entre eles corrobora para elevar e manter um alto nível de performance e consequentemente, o desenvolvimento pessoal e profissional. A Janela de Johari é uma ferramenta criada por Joseph Luft e Harrington Ingham em 1955 e objetiva auxiliar no entendimento da comunicação interpessoal e nos relacionamentos. Esse conceito pode se aplicar a interações entre indivíduos, grupos ou organizações. É difícil entender a complexidade da personalidade humana, especialmente em suas relações com os outros. 11 Os quatro retângulos abaixo poderão nos ajudar a conceituar o processo da percepção de um indivíduo em relação a si mesmo e aos outros. Esta representação é chamada Janela de Johari e ilustra as relações interpessoais e os processos de comunicação em grupos. Figura 3 – Janela de Johari • Área aberta – Constitui o nosso comportamento em muitas atividades, conhecido por nós e por qualquer um que nos observe. Varia conforme nossa estimativa do que é correto em um ambiente específico e com diferentes grupos de pessoas. Esta área limita-se àquilo de que nossos parentes e amigos estão cientes e ao que nós consideramos óbvio, como nossas características, nossa maneira de falar, nossa atitude geral, algumas de nossas habilidades etc. • Área cega – Representa características de comportamento que são facilmente percebidas pelos outros, mas das quais geralmente não estamos cientes, por exemplo, alguma manifestação nervosa, nosso comportamento sob tensão, nossas reações agressivas em relação a subordinados, nosso desprezo por aqueles que discordam. Esses padrões de comportamento permanecem desconhecidos para nós e costumam ser óbvios aos outros. Há evidências de que é nessa área que somos mais críticos com o comportamento dos outros, sem percebemos que estamos nos comportando da mesma forma. • Área secreta – Representa coisas sobre nós mesmos, que conhecemos, mas que escondemos dos outros, podendo variar dentre assuntos inconsequentes até os de grande importância. Numa situação fechada, é provável que haja muito mais deste aspecto do que numa situação aberta. 12 A pessoa que conta tudo sobre si mesma a alguém totalmente estranho ou a um vizinho, por exemplo, pode estar agindo assim por incapacidade de comunicação satisfatória com pessoas que significam muito para ela. • Área desconhecida – Inclui coisas das quais não estamos conscientes e das quais nem os outros o estão. Constitui-se de memórias de infância, potencialidades latentes e aspectos desconhecidos da dinâmica intrapessoal. Algumas coisas estão muito escondidas e talvez nunca se tornem conscientes; outras mais superficiais e, com o aumento da abertura e feedback, poderão se tornar conscientes. Baseadas na Janela de Johari, existem estratégias que auxiliam as pessoas a aumentar sua competência comunicativa e sua competência interpessoal. Para a diminuição da área cega, recomenda-se o recebimento do feedback. Para a diminuição da área secreta, é necessário que a pessoa esteja mais aberta e dar feedbacks e, por fim, para diminuição da área desconhecida, é necessário que a pessoa esteja aberta ao autoconhecimento. A abertura é o ato de compartilhar com outras pessoas as informações que temos, mas que, até o presente momento, os outros não sabem. Feedback é um processo de ajuda para mudança de comportamento. É a comunicação a uma pessoa ou grupo, no sentido de fornecer informações sobre como a sua atuação e/ou comportamento está afetando as outras pessoas. TEMA 5 – AMBIENTES MOTIVADORES E ENERGIZAÇÃO Estabelecer um ambiente organizacional que estimule as pessoas a desenvolverem suas melhoras habilidades, energizando-as, não é tarefa fácil. Um colaborador se vincula a um ambiente organizacional por vários motivos e não apenas para prestar obediência ou cumprir sua jornada de trabalho. Ele deseja identificação com a empresa, deseja se sentir pertencente e quer cooperar, participar das tomadas de decisão, ser reconhecido e valorizado ao mesmo tempo que se integra, cresce e se desenvolve. O colaborador se energiza desta maneira e busca este tipo de ambiente, pois é o que traz estímulo e motivação. Ambientes motivadores costumam: • Ter reuniões dedicadas a motivação; • Compartilhar informações; • Enaltecer a importância do trabalho das pessoas; 13 • Compartilhar missão, visão e objetivos; • Possuir ambiente limpo, organizado e alegre; • Padronização de tarefas e atividades; • Garantia de todas as ferramentas e equipamentos; • Dedicação de tempo a cada uma das pessoas; • Comemoração de metas alcançadas; • Elogios a trabalhos bem feitos. Os membros de equipes de alto desempenho se ligam às empresas e as suas próprias equipes segundo seus interesses e necessidades. Estes vínculos pressupõem relações de confiança e cumplicidade com os objetivos das organizações e com os demais indivíduos. Os vínculos formados pelos indivíduos costumam ser estabelecidos em um ambiente de trabalho que proporcione isso. É uma disposição despertada pelo interesse interno de alcançar objetivos que proporcionarão um ambiente mais produtivo. O engajamento de um funcionário está intrinsecamente atrelado aos estímulos dados no ambiente de trabalho, proporcionando o impulso que leva as pessoas a sentirem vontade de realização. Há uma justificativa que faz um colaborador estar energizado para trabalhar, mas o que o faz que se dedique às suas atividades está associado a um ambiente motivador. Energia é dedicação e existem fatores que podem auxiliar a energizar colaboradores para que estes possam se dedicar ao cumprimento de suas atividades. Alguns fatores energizadores que fazem vínculo a ambientes motivadores são: • Transparência – Informações que envolvem a empresa precisam ser compartilhadas, isso faz com que as pessoas se sintam parte de um todo. • Participação – As pessoas precisam participar dos problemas para poder ajudar a solucioná-los. • Feedback – Análises sobre o trabalho do funcionário devem ser periódicas, compreendendo pontos positivos, negativos e de melhoria. Isso proporciona a percepção de que seu trabalho é importante. 14 • Relação de confiança – Estímulo à criação de vínculos e engajamento entre empresa e funcionário podem ser feitos desde o reconhecimento por um trabalho até a celebração de uma meta. Todos esses são posicionamentos que estimulam proximidade com os colaboradores e consequentemente, a energização deste para fazer parte de ambientes de trabalho mais motivadores. O colaborador, ao perceber suaimportância para a empresa, devolve o esforço depositado, criando uma relação de confiança que fomenta a motivação e resulta em um desenvolvimento sustentável das equipes de alta performance. FINALIZANDO Iniciamos a aula falando sobre a forma pela qual os seres humanos se sentem estimulados, como e os motivos que levam as pessoas a empenhar altos níveis de energia para terem comportamentos que supram suas necessidades. O ciclo motivacional do ser humano pode ser utilizado em favor do aumento da performance das equipes de alta performance, desde que tenhamos ciência de como ele funciona. A motivação nada mais é do que o motivo que leva uma pessoa a uma ação, a um comportamento. Discorremos sobre a Teoria da Hierarquia das Necessidades, a fim de entender mais sobre as resistências às mudanças por parte das pessoas nas empresas. O processo comunicativo é fator de sucesso ou de fracasso de uma equipe de alta performance, já que a sinergia e coesão entre seus membros é sua conexão. A Janela de Johari é uma ferramenta que possibilita nos comunicarmos melhor, fortalecendo a energização dos membros da equipe – proporcionando ambientes de trabalho mais motivadores. 15 REFERÊNCIAS BERGAMINI, C. Motivação nas organizações - Nem todos fazem as mesmas coisas pelas mesmas razões. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018. BRUCE, A. Como motivar sua equipe. Rio de janeiro: Sextante, 2006. FERNANDES, W. J.; SVARTMAN, B.; FERNANDES, W. J. (Orgs.). Grupos e configurações vinculares. Porto Alegre: Artmed, 2003. KATZENBACH, J R SMITH, D. K. Equipes de alta performance: conceitos, princípios e técnicas para potencializar o desempenho das equipes. Rio de Janeiro: Campus, 2001. _____. A força e o poder das equipes: Como formar, liderar e manter equipes com alta performance e com força para assumir riscos e desafios. 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