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WORKSHOP DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL PLANEJAMENTO FINANCEIRO Educação Financeira A educação financeira pode ser definida por diversos conceitos, entretanto, no nosso cotidiano, a educação financeira é definida por ter dinheiro suficiente para pagar todos seus compromissos, investir para realização de seus sonhos e se preparar para a aposentadoria. Como está sua vida financeira? Está fácil fazer o seu salário durar o mês inteirinho? É, muitas vezes, temos que equilibrar vários pratos ao mesmo tempo para fazer o dinheiro durar o mês todo. Mas se você não está conseguindo fazer seu dinheiro sobrar para poder realizar um daqueles sonhos que não saem de sua cabeça, você deve revisar seu planejamento financeiro. Muitos se enganam imaginando que o planejamento financeiro é uma atividade de um negócio, mas não, deve ser utilizado para os negócios e pelas famílias, todas as residências devem ter seu plano financeiro, uma casa é igual a uma empresa, não é mesmo!! Hipátia, uma filósofa e matemática grega de Alexandria, dizia que “Compreender as coisas que nos rodeiam é a melhor preparação para compreender o que há mais além”. Então, vamos nos aprofundar na EDUCAÇÃO FINANCEIRA. A educação financeira tem a finalidade de formar cidadãos conscientes com conhecimentos e ações que podem levar à liberdade financeira. Morgan Housel1 escreveu em 2020 um livro a respeito da psicologia financeira. Sobre guardar dinheiro ele possui uma máxima que você já deve ter escutado, mas vale repetir: acumular fortuna tem pouco a ver com seus rendimentos ou com o retorno de seus investimentos, mas sim, com o que economiza regularmente. Quanto você economizou esse mês? Infelizmente, dinheiro não dá em árvore, como já diziam o ditado popular; assim, temos que buscar informações sobre a melhor forma de nos relacionarmos com ele. 1 HOUSEL, Morgan. A psicologia financeira: lições atemporais sobre fortuna, ganância e felicidade. Rio de Janeiro: Harper Collins Brasil, 2021 Ter educação financeira é entender que todas as suas ações relacionadas ao dinheiro precisam de PLANEJAMENTO E CONHECIMENTO, para que você possa aplicar seus recursos de maneira eficiente, fazendo com que você alcance a autonomia financeira. A educação financeira é uma prática difícil, que muitas vezes não faz parte da nossa vida. E que bom seria se ela fosse inserida em nossas vidas desde a infância, na escola! Você já reparou que algumas crianças estão antenadas e sabem que, poupando, conseguem realizar seus sonhos? O sonho do meu filho é ter um animal de estimação. Por isso, ele guarda sua mesada para comprar os assessórios que o bichinho vai precisar quando chegar lá em casa. Você já deve ter ouvido seu pai falar, faça economia para poder comprar algo que gostaria, não é mesmo! Eu mesma já economizei para comprar um brinquedo quando eu era criança. Muitos de nós não tivemos educação financeira na escola. Quem viveu a infância nos anos de 1980, em que havia hiperinflação, viu que os preços das mercadorias alteravam em um período muito curto, não era possível fazer planos com o dinheiro no curto prazo, muito menos no longo prazo. Assim foi até que, em 1994, foi instituído o Plano Real, com a finalidade de justamente estabilizar a inflação. Já se passou muito tempo desde então, mas a discussão sobre a obrigatoriedade da Educação Financeira na grade curricular da educação básica é relativamente recente. Pode ser que você conheça algumas crianças que tenham essa disciplina na escola, mas não seria fantástico se todas tivessem? Por outro lado, é possível que, desde pequenas, as crianças tenham contato com assuntos relacionados à renda, consumo, poupança, aposentadoria e filantropia DENTRO DE CASA! Aproveite conteúdos que são ensinados para seus filhos na escola para inserir a educação financeira no cotidiano familiar. Esse mês meu filho estava estudando consumo consciente, fomos ao mercado e, ao ser abordada pelo meu filho para um gasto com algo que ele queria, retomei o conteúdo da escola e refletimos se seria um consumo consciente ou não. Pare um minuto e reflita: qual o exemplo que está dando a seus filhos, sobrinhos, a quem convive com você, com relação ao uso do dinheiro? No Brasil, não se fala abertamente sobre dinheiro como em outros países. Isso se deve a nossa cultura. No entanto, quanto mais falarmos sobre o dinheiro, mais educados financeiramente nos tornaremos. Quero que você faça um exercício. Responda sinceramente para você mesmo: qual é a sua relação com o dinheiro? Qual o significado do dinheiro na sua vida? Quais são SEUS objetivos para o SEU dinheiro? Você acha que o dinheiro é responsável pela sua felicidade ou infelicidade? Se você faz planos para o seu dinheiro, tem objetivos a curto, médio e longo prazo, e comemora suas conquistas (falando aqui somente das conquistas materiais e financeiras), PARABÉNS! Agora, se você não gosta de falar sobre o assunto, suas contas estão atrasadas e não consegue fazer um plano com o seu dinheiro, CUIDADO! É preciso rever suas experiências e buscar uma mudança em sua forma de pensar e agir. Veja que não estou falando em você ganhar mais ou se o que você ganha é muito ou pouco. Estou falando em você refletir sobre seu comportamento com relação ao dinheiro. T. Harv Eker, autor do livro “Os segredos da mente milionária”, diz que, se você quer mudar os frutos, primeiro tem que trocar as raízes. Quando quer alterar o que está visível, antes deve modificar o que está invisível. Com essa reflexão, peço para refletir também sobre seu mindset financeiro, ou seja, a sua mentalidade sobre dinheiro e finanças. Você sabia que as habilidades intelectuais podem ser aprimoradas a partir do esforço? Da mesma forma, suas habilidades financeiras também devem ser aprimoradas. Outro fator importantíssimo é a emoção. Nossas emoções estão diretamente relacionadas às nossas ações perante o dinheiro. Por isso, é necessário criar hábitos saudáveis. E o que quero dizer com isso? Fazer exercícios físicos, beber água? Não, não é disso que falo aqui. Precisamos nos conhecer e evitar gatilhos que nos remetem, por exemplo, a gastar sem pensar se o benefício da compra é momentâneo. A impulsividade geralmente não é amiga do nosso bolso. E a recompensa também não. E que outros hábitos saudáveis podemos ter? O primeiro hábito que eu quero destacar é sair da zona de conforto. Não alcançamos resultados diferentes agindo da mesma forma. A zona de conforto é um local seguro, mas nela, não vai alcançar seus objetivos. E como sair da zona de conforto? Inove, liste as possibilidades de mudanças em sua forma de agir e pensar. Tente pensar diferente, encontrar novas soluções para os seus problemas. Para isso, estar munido de conhecimento é essencial! É importante se responsabilizar pelas suas ações. Ter responsabilidade é saber que os recursos são limitados. É necessário um planejamento das ações para que os objetivos sejam alcançados. Sem esquecer que as emoções, muitas vezes, podem nos trair. Você deve lembrar daquela frase: “Mas eu mereço”. Cuidado! Esse pensamento não deve nos tirar dos nossos planos maiores. Você merece realizar seus sonhos, e para isso, é preciso planejamento! Outro hábito saudável é saber a renda familiar e o seu custo de vida. Quanto de dinheiro você precisa para pagar as contas de casa? Se for preciso, reveja seus gastos e negocie! E não podemos esquecer de investir! Já pode tirar da sua mentalidade financeira que investimento é só para quem tem muito dinheiro sobrando! Com educação financeira, você consegue investir com qualquer valor. Saiba que problemas irão surgir, mas cá entre nós: problemas fácies não nos fazem alcançar grandes feitos. Então, encare os problemas como desafios a serem superados. Tenha compromisso com seus planos, lembre-se que os objetivos estão desenhados. Semcompromisso, não há resultado. Agora que sabe da importância da educação financeira, entende que precisa conhecer seus conceitos, e que o autoconhecimento é uma ferramenta-chave. Mão a obra, bora começar? A educação financeira é uma reunião de conhecimentos e ações para se alcançar a liberdade financeira. Devemos dar exemplo às crianças sobre a importância do bom relacionamento com o dinheiro. É importante desenvolver um midset financeiro e hábitos como inovar, ter responsabilidade e compromisso, mesmo sabendo que você vai enfrentar problemas. Para Aristóteles, “Não será pequena a diferença se formarmos nossos hábitos de uma maneira ou de outra desde a nossa infância; ao contrário, ela será muito grande, ou melhor, ela será decisiva”. As finanças no nosso dia-a-dia Para ter uma boa educação financeira, é preciso conhecer alguns indicadores econômicos. Por isso, eu vou te apresentar alguns indicadores importantes, e mostrar como eles interferem no seu cotidiano. Você já deve ter ouvido falar nos termos Selic, IPCA, PIB e Câmbio. Mas é preciso entender o que cada um significa para poder avaliar o cenário econômico do nosso país. Ah, eu me esqueci de outro indicador: a taxa de desemprego, outro dado importante para você acompanhar. Mas você deve estar pensando: “será que, para gastar bem meu dinheiro, eu preciso entender de economia”? Está ficando complicado, né?! Pois é, lembre-se sempre do que comentei: precisamos ter conhecimento para ter educação financeira. Então, vamos aos indicadores econômicos. Você já teve a curiosidade de acessar o site do Banco Central? Nele, semanalmente, ou melhor, toda segunda-feira, você pode saber quais são as projeções do mercado para a economia. Anote aí uma tarefa: acesse o último Boletim Focus publicado pelo Banco Central. Toda segunda-feira ele é atualizado, segue o link para você criar o hábito de verificar o relatório regularmente: https://www.bcb.gov.br/publicacoes/focus. Um dos indicadores que você vai encontrar no Focus é o IPCA. Você sabe o que significa o IPCA e como ele pode influenciar no seu orçamento familiar? IPCA é o Índice de Preço ao Consumidor Amplo. Esse indicador mede a inflação do país, mas ele não é único, existem outros. No IPCA, são levantadas as variações de preços durante o mês de lojas; prestadoras de serviços, como escolas e convênios saúde; e os serviços públicos, como água, energia e internet. Muitas vezes, temos a percepção que ele não retrata a realidade, pois associamos o IPCA apenas com os preços dos alimentos que variam muito. É https://www.bcb.gov.br/publicacoes/focus importante, então, que você saiba que o IPCA não mede apenas a variação de preço dos alimentos. Como ele engloba vários setores, ele resume o resultado final de todos, como se fosse uma média. E não reflete somente a variação que a gente mais percebe no nosso dia-a-dia, que é da alimentação. Já o PIB é a soma de todos os bens e produtos finais produzidos por um país. Ele é utilizado como termômetro que mede a economia. Você sabia que, em 2019, produzimos R$ 7,3 trilhões de reais? É muito dinheiro, não é mesmo?! Esse indicador não interfere diretamente em nosso orçamento familiar. Mas, ao analisar o PIB, você vai saber como está a evolução de nossa economia para definir ações importantes na sua vida, como financiar um imóvel ou abrir um negócio. O câmbio é nosso próximo indicador. A palavra cambio é sinônimo de troca. Utilizamos o “cambio” para expressar as relações entre moedas diferentes. É possível analisarmos o câmbio da nossa moeda, o Real, com relação a diversas moedas como, por exemplo, Euro (moeda da maioria dos países europeus), o Dólar dos Estados Unidos, a Libra do Reino Unido, o Yen do Japão e outras moedas. Você sabia que, no Brasil e na maior parte do mundo, o câmbio é flutuante? Isso quer dizer que ele tem liberdade em sua cotação. Os preços da moeda variam de acordo com a oferta e a demanda: se existem muitos compradores seu preço aumenta, se tivermos poucos compradores, o preço diminui. Com a afirmação acima já sabe o porque o dólar anda em suas cotações máximas ultimamente. Mas e na prática, como o câmbio pode afetar nosso orçamento? De várias maneiras. Quando você vai ao supermercado, pode ver que alguns produtos aumentam de preço porque a sua matéria-prima está relacionada ao preço do dólar. Também pode haver aumento no preço de um produto porque o produtor acha mais atrativo vender o produto ao mercado internacional. Isso acontece quando o dólar está mais alto, pois aí o produtor recebe uma quantia maior pelo mesmo produto em comparação com a venda dentro do país. Em 2021, por exemplo, tivemos no Brasil um aumento considerável no preço do combustível. Ele e definido pelo preço do barril do petróleo juntamente com o câmbio. Neste ano, tivemos aumento nos dois indicadores, por isso, nosso combustível está bem mais alto que em 2020. Na compra de um produto estrangeiro, como, computadores, celulares, peças em geral, ou seja, na importação, o preço deles também sobem, porque os importadores também compram em moeda estrangeira. E quanto mais alto o câmbio, mais caro o produto importado. E se você tem um sonho de viajar para fora do Brasil, com certeza a flutuação cambial fará toda a diferença para você. Será necessário fazer uma reserva financeira na cotação da moeda do país para o qual você vai viajar. Não esqueça de acompanhar a evolução da cotação do câmbio caso tenha vontade de viajar para outro país. E a taxa Selic? Mais um indicador se extrema importância para o nosso orçamento. Você já deve ter ouvido alguns jornais noticiarem: “Copom decide aumentar a taxa Selic para 7,75%”. E como é que a taxa Selic pode afetar nosso dia-a-dia? Te digo que ela afeta nossa vida de várias maneiras. A taxa Selic é a taxa básica de juros do nosso país. Ela é determinada por uma comissão chamada Comitê de Política Econômica, o Copom. É a Selic que influencia todas as taxas de juros praticadas em nosso país. Por exemplo, a taxa de juros de um financiamento imobiliário, os rendimentos de um investimento e até mesmo os juros de empréstimos para pessoas físicas e jurídicas. Agora que você já sabe como a Selic afeta seu orçamento, fique de olho e acompanhe a sua evolução. Outro termômetro da nossa economia é a taxa de desemprego. Ela nos informa quantas pessoas acima de 14 anos estão sem trabalho em nosso país. Em momentos de crise, como na pandemia por Covid-19, as taxas de desemprego não só no Brasil como no mundo subiram de maneira significativa. O IBGE publica a taxa de desemprego a partir de uma pesquisa chamada PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Nessa pesquisa, os universitários que se dedicam aos estudos e as donas de casa não são considerados desempregados. Para conhecer com profundidade o desemprego em nosso país, sugiro que pesquise a página do IBGE. Para nós, brasileiros, o mais importante é ter uma taxa de desemprego baixa. Nos últimos 10 anos, a menor taxa de desemprego que alcançamos foi 6,5%, em 2013. IPCA, Câmbio, SELIC, PIB e taxa de desemprego: esses foram os indicadores que estudamos. Vamos relembrar como eles afetam nosso dia a dia. O IPCA mede a inflação no Brasil e afeta diretamente nosso consumo. Fique atento à variação dos preços dos alimentos e serviços que compõem esse índice. O câmbio mede as relações entre moedas diferentes. Por exemplo, quantos reais custam um dólar. Ele também afeta diretamente nosso consumo. Como vimos, os produtos de origem estrangeira variam de preço de acordo com a variação do câmbio. E os produtos brasileiros também: se o dólar fica mais alto, se torna mais lucrativo vender para o exterior do que para o mercado interno, e os preços sobem. Já a Selic é outro indicador importante. Ele mede a taxa de juros de nosso país, e influencia diretamenteas taxas de empréstimos, financiamentos e investimentos. E o PIB é a soma do que um país produz. Não afeta nosso orçamento, mas é um termômetro para nossa economia, assim como a taxa de desemprego - quanto menor seu índice, mais aquecida está a economia. A geração de emprego é um fator determinante para o aumento do PIB. São dois indicadores que estão inversamente relacionados. Anote aí, tarefa para sempre.... Acompanhar cada um desses indicadores financeiros e identificar como eles poderão afetar nosso orçamento. Orçamento Você já parou para pensar nos seus sonhos de curto, médio e longo prazo? Vamos conversar sobre a possibilidade de realizar seus sonhos, transformando-os em objetivos e metas. É fato que temos que cuidar de nossos pensamentos em relação ao nosso dinheiro. Mas não é só o pensamento que importa, nossas ações valem ouro quando o desafio é concretizar sonhos. Além de uma organização mental, e ação é preciso adquirir conhecimento sobre as melhores práticas para o uso consciente do dinheiro. E não podemos esquecer dos indicadores financeiros, que são o termômetro da economia de nosso país, pois eles afetam o nosso orçamento. Mas que palavra linda, “Orçamento”! Você sabe o que é, já viu, já fez um? Orçamento é um plano que inclui a previsão de receitas (como salários, bonificações, alugueis, receitas financeiras e pensão) e despesas futuras (como despesas diversas, financiamento, empréstimos, reserva para aposentadoria e reserva de emergência) para a administração de determinado período de tempo. Orçamentos são muito importantes para se alcançar a liberdade financeira. A partir de um orçamento detalhado, franco e justo, é possível realizar seus sonhos. Muita gente se pergunta: “como posso realizar meus sonhos se, com o que ganho, mal consigo pagar minhas contas?” Te garanto que, com organização financeira, é mais fácil. Para começar a elaborar um orçamento, é preciso criar um hábito. E para criar um hábito, devemos repetir diversas vezes a mesma ação, até que ela se torne voluntária, orgânica e cultural em nossa vida, como um padrão de comportamento. Vamos fazer uma rápida relação com nossa saúde. Todo mundo sabe da importância de se tomar água regularmente. Um adulto deveria tomar pelo menos 2 litros de água por dia. Mas aqueles que não estão acostumados no início sabem da dificuldade de se criar esse hábito. O mesmo acontece com o hábito de se registrar tudo que a gente gasta. Sim, para um orçamento eficaz, é importante registrar tudo que se gasta. Atualmente, a tecnologia nos apresenta ferramentas interessantes para o controle de gastos. O que importa é registar tudo que gasta! Bora começar hoje mesmo! Ao mesmo tempo em que cria um novo hábito de registro, é preciso planilhar o orçamento. Para aqueles que vivem em uma casa com mais de uma pessoa, é importante que todos participem e contribuam com o orçamento da casa. Mas até as crianças devem participar desse diálogo? A resposta é sim! Todos que moram na mesma casa. Cássia D’aquino, educadora financeira, escreveu o livro “Educação Financeira – Como educar seu filho”. Ela diz que, para educar as crianças a lidar com o dinheiro, devemos seguir os seguintes pilares: como ganhar, como gastar, como poupar e como doar. Ou seja, apresentar o orçamento familiar às crianças é uma forma de iniciar a educação financeira delas. Como todos devem participar do orçamento, o diálogo deve ser aberto. É comum não se falar de dinheiro aqui no Brasil, e muitas vezes, nem os casais têm esse diálogo aberto e um acaba nem sabendo o salário do outro, por exemplo. Muitos casais têm sua própria renda e fazem uso dela de forma individual. É comum também a gente escutar comentários como “eu pago as minhas contas”, afirmando que cada um é responsável por suas obrigações. Não há nenhum problema nisso, mas tudo que for consumo da família precisa ser conversado e organizado. O casal deve construir seus sonhos familiares, mesmo que tenham suas vidas independentes financeiramente. Então, vamos ao que interessa: como elaborar um orçamento familiar. Existem poucas diferenças entre criar um orçamento familiar e um orçamento para uma empresa. O que você precisa ter em mente é que devemos conhecer todas as suas receitas, despesas e sonhos para a elaboração da planilha. Uma dica, pesquise na internet diversas sugestões de orçamento ou planejamento financeiro pessoal. Tenho certeza que encontrará algum que cairá como uma luva para a sua família. Força, você irá conseguir. Geralmente, usamos uma planilha no Excel para elaborar o orçamento. Essa planilha pode ser criada por você, ou você pode utilizar as diversas planilhas gratuitas disponibilizadas na internet por especialistas que falam de finanças. Uma dica é baixar a planilha de orçamento doméstico disponível no site do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor: https://idec.org.br/planilha/download. Ela é bem completa e vai te ajudar a planejar o futuro! Agora, vamos focar na elaboração do orçamento, que deve ser um documento anual construído antes do início do próximo ano. Eu vou utilizar a planilha de Orçamento Doméstico do Instituto de Defesa do Consumidor para fins educativos. Esse arquivo está disponível para você baixar. O próprio documento traz algumas orientações sobre o funcionamento da planilha. Lembre-se: seu orçamento deve conter a renda de todos os integrantes da família. Não esqueça de incluir as férias, 13° salário, aluguel, pensão, receita financeira e restituição do imposto de renda, ou seja, TUDO o que entra na conta de https://idec.org.br/planilha/download cada membro da família. Aqui, estamos falando das previsões ANUAIS! Isso é muito importante. Depois, mais para frente, vamos falar do orçamento realizado mês a mês. Após listar as rendas de toda família, é hora de listar as despesas. É claro que nem todas as despesas são iguais todos os meses. Algumas variam de acordo com o consumo, como, por exemplo, despesas com água e luz. Neste caso, você não tem como saber o valor exato que irá gastar, mas poderá fazer uma média de gasto dos últimos 12 meses e considerar o valor médio mais a projeção de inflação para o próximo ano. Em nossa planilha, lá na guia Plano de Contas, as despesas são divididas em grandes grupos, como: alimentação, moradia, educação, animal de estimação, saúde, transporte, gastos pessoais, lazer e serviços financeiros. Pode criar sua própria divisão, use a criatividade! Com relação às despesas, a maior dificuldade que as famílias enfrentam é com aqueles gastos que não aparecem mensalmente: são os gastos esporádicos. Isso inclui gastos com presentes, viagens, gastos com consertos, gastos com saúde, com refeições fora de casa e imprevistos. Quem nunca elaborou uma planilha anual e não tem os registros dos gastos dos últimos meses, o que está esperando, bora começar? Comece com seus boletos, eles irão te ajudar muito. Calma, não fique nervoso é difícil saber realmente quanto gastamos. Depois de listar todos os boletos, talvez você tenha um cartão de crédito ou até mais de um. Só um pequeno parênteses e dica: é mais fácil controlar o consumo de apenas um cartão. E se você paga anuidade por eles, já corta também esse custo duplicado. Falando em cartão de crédito, que tal verificar suas faturas e analisar seus gastos, entender qual é maior consumo? Será que você gasta mais com alimentação, saúde, utensílios para casa, presentes diversos ou pagamento de contas? Anote TUDO na planilha. Antes de terminar, veja com que frequência você gasta com o cartão de débito, em quais estabelecimentos. Para os controles financeiros, ajuda muito quando concentramos os gastos em um ou dois tipos de pagamentos. Ajuda que o registro para consultas futuras fique mais unificado: no crédito, cartão de débito ou débito automático em conta. Quando fazemos saquespara pagar contas, podemos perder o controle. E tem mais um detalhe “Dinheiro na Mão é vendaval”, lembra do ditado? Falamos de todos os elementos importantes do orçamento. Agora, é colocar a mão na massa! Como eu já disse, se preferir, você pode montar a sua própria planilha ou escolher outra pronta, e começar a olhar para o seu retrato financeiro. Não desanime, comece já! Depois que tiver a planilha preenchida, é hora da análise. Eu sempre lembro da importância de reunir todos os membros da família. É importante incluir na rotina familiar uma reunião mensal de orçamento familiar. Mas nessa hora, não pode televisão, celular ou qualquer coisa que distraia a atenção da família. O foco é no orçamento! O objetivo dessa reunião familiar é avaliar os excessos. Sempre tem, não é mesmo? E, se possível, reduzir alguns consumos. Não é preciso eliminar gastos, caso ele seja importante para a família, mas pesquisar com outros fornecedores ou diminuir a frequência mensal para que sobre mais dinheiro no orçamento é outra dica que deixo aqui registrado. Por exemplo: se a sua família pede pizza todo final de semana, a ideia é reduzir para duas vezes no mês. Porque uma economia não pode ser associada a um sofrimento, mas sim, a conquistas. Ao juntar as pequenas economias, você pode iniciar a reserva de emergência da família, ou realizar sonhos como a compra de uma casa, de um carro, viajar ou investir. Falando em reserva de emergência, você já tem a sua? Se nunca ouviu falar ou se não tem uma, vou te explicar o que é e porque ela é tão importante. A reserva de emergência nada mais é do que um dinheiro “esquecido”, que deve ser utilizado em momentos de perda de renda, como, por exemplo, uma mudança de emprego, desligamentos, problemas de saúde e outros imprevistos. Acredito que hoje todos já sabem como algo inesperado, como uma pandemia, pode afetar nossa renda, não é mesmo? Então, se você não tem a reserva de emergência familiar, coloque mais um tópico na sua planilha e reserve dinheiro todo mês para ela. Esse tópico seria como se fosse uma “despesa” mensal, até completar o montante total da reserva de emergência. Preste muita atenção para mais uma dica que vou te dar: Como saber quanto você precisa ter na sua reserva de emergência. Com todos os gastos mensais planilhados, é possível saber qual o seu custo de vida familiar. Ou seja, quanto você precisa ter para pagar as suas contas. Veja o que eu disse: PARA PAGAR AS CONTAS; não é o que você ganha ou gostaria de ganhar de salário. Geralmente, fazemos o cálculo da reserva de emergência para 6 meses, pois de acordo com pesquisas, é o tempo médio que a gente leva para se recolocar no mercado de trabalho no caso do desligamento de um emprego. Sabendo qual o custo familiar mensal, você deve multiplicar esse valor por 6 para saber o tamanho todo da sua reserva de emergência. Estabeleça um prazo para que você e sua família tenham ela completa, e economize o montante total necessário para a reserva de emergência pelos meses que faltam até esse prazo. Assim, você vai saber quanto por mês precisa destinar para a reserva de emergência até que ela esteja feita. Bora lá, mais uma super dica para você colocar em prática. Para saber mais sobre a reserva de emergência e em que tipo de aplicação manter esse dinheiro, estude, busque informações e lembre-se esse dinheiro não deve ser investido em renda variável nem ficar preso em investimento de médio prazo, pois você pode precisar dela a qualquer momento. Vale frisar que a reserva de emergência deve ser usada só nos casos de EMERGÊNCIA, de perda de renda, combinado? Quero agora que você faça uma reflexão importante: você já está pensando ou está preocupado com sua renda na aposentadoria? Hoje, sabemos que teremos que trabalhar mais tempo para nos aposentarmos pelo INSS. Também sabemos que nossa renda será menor do que a renda que temos trabalhando hoje. Então, vale uma análise em seu orçamento para a construção de uma reserva para a aposentadoria. Ela pode ser feita por meio de investimentos a longo prazo, como fundos de investimentos, CDBs ou previdência privada. Lembre-se: quanto antes começar, menos por mês você precisa guardar. Você, jovem, que está se formando já deveria ter começado. Investimentos Economias, Reserva de emergência, Poupança e Investimentos. Essas são palavras que com certeza você já conhece. Agora, vamos nos aprofundar no assunto. A primeira informação que eu quero esclarecer é que poupar é muito diferente de investir. Poupar é sinônimo de deixar de gastar. Lembra quando comentei que devemos cuidar de nossas emoções, pois elas afetam diretamente nosso consumo? Pois é! Você, quando olha aquela roupa linda ou aquele relógio e pensa “eu mereço!”, mas consegue evitar na hora esse pensamento e passa direto, essa sua ação pode lhe proporcionar uma sobra de dinheiro no final do mês. Isso é poupar. E investir é permitir que o dinheiro que sobra na sua conta depois de pagar todas as suas obrigações obtenha rendimento. Em finanças, dizemos renda passiva. Já sabemos da importância da reserva de emergência, das sobras do orçamento para realização de sonho e da reserva para aposentadoria. Você sabia que todas essas reservas devem ser investidas de maneiras diferentes? É verdade! Não podemos colocar todos os ovos em uma mesma cesta. Esse ditado é válido quando falamos de investimentos. Mas antes de fazermos uma relação do tipo de investimento ideal para suas reservas, vou te apresentar as modalidades de investimentos mais comuns no Brasil. As opções de produtos financeiros para investimento de suas reservas são diversas: títulos públicos, mercado de ações, caderneta de poupança, previdência privada, fundos de investimentos e moedas estrangeiras. É hora, então, de você conhecer cada um deles. Vamos separar os produtos financeiros por categoria. Existem produtos que têm rendimentos com taxas previamente acordadas, que chamamos de renda fixa. Outros têm rendimento variável, em que não é possível acordar a porcentagem de rendimento. Você vai encontrar produtos destinados a aposentadoria e, também, outras formas de investimentos que não estão relacionadas aos produtos financeiros. Vamos nos aprofundar para que você saiba qual a melhor opção para multiplicar as suas reservas: a renda fixa ou a variável. Na renda fixa, como diz o nome, existe um rendimento fixo acordado entre investidor e tomador sobre o percentual de retorno do investimento. A renda fixa é indicada para investidores conservadores, que são aqueles que não querem assumir riscos de perder rentabilidade. Quando investimos títulos públicos, por exemplo, estamos emprestando dinheiro para o governo. Quando investimos em debêntures, emprestamos dinheiro para empresas. E quando investimos em CDB, emprestamos dinheiro para instituições financeiras, ou seja, para os bancos. Mesmo que os rendimentos sejam fixos, existem produtos que são pré-fixados, que você só vai saber o percentual de retorno do seu investimento no momento da aplicação. Existem também os pós- fixados, que geralmente estão atrelados a algum índice, como, por exemplo, CDI ou IPCA. Esses rendimentos pós-fixados são chamados assim porque o percentual de rentabilidade varia de acordo com o índice. Outra modalidade de renda fixa são os títulos da dívida pública, que são emitidos pelo governo federal, estadual ou municipal para captação de recursos. Você pode investir em títulos públicos pelo Tesouro Direto. Suas vantagens são: não precisa de muito recurso para iniciar o investimento e baixos custos de taxa de administração. Fique atento, porque existem vários títulos negociados pelo governo federal, com prazos diferentes. São eles: Tesouro prefixado, Tesouro Selic, Tesouro IPCA + com juros Semestrais, Tesouro IPCA+ ou Tesouro Prefixado com Juros Semestrais.Visite o site do tesouro direto e estude as possibilidades antes de iniciar seus investimentos. Agora, vamos falar dos CDBs. Como eu já falei anteriormente, o Certificado de Depósito Bancário é um tipo de investimento em que um banco te paga uma espécie de aluguel para que você mantenha seu dinheiro depositado na instituição bancária. É um investimento muito popular entre os investimentos de renda fixa. Suas taxas de retorno são definidas conforme a necessidade de captação de recursos das instituições financeiras. Às vezes, o retorno é mais alto que seus concorrentes. Isso porque a instituição financeira pode estar precisando de dinheiro para manter suas operações. Quando for negociar com o banco, o ideal é que você chegue a um percentual de rentabilidade igual ou superior a 100% do CDI. Outra caraterística dos CDBs é que incide imposto de renda na rentabilidade. Isso que quer dizer que, por mais que você negocie um retorno de 100% da CDI, o que de fato você vai receber é essa rentabilidade MENOS o percentual de imposto de renda, que é regressivo: quanto maior o tempo da aplicação, menor é a alíquota do imposto. Você já tinha ouvido falar em DEBÊNTURES? Nome difícil, né? Mas Debêntures nada mais são que uma modalidade de renda fixa entre investidor e empresas. Suas características são semelhantes ao CDB, com taxas pré ou pós fixadas em um determinado prazo. Mas aqui preciso te alertar: as debêntures NÃO têm garantia, cuidado, pesquise muito sobre a empresa antes de investir. Seguindo com a renda fixa, existem também letras hipotecárias, conhecidas pela sigla LH. Elas são destinadas a financiamentos de imóveis, assim como as letras de crédito imobiliário, conhecidas por LCI. Temos ainda, na renda fixa, as Letras de crédito do Agronegócio, as LCAs, destinadas ao investimento em agronegócio. São investimentos parecidos com os CDB, mas com uma grande vantagem: são isentos de imposto de renda. Para terminar os produtos financeiros de renda fixa, eu não poderia deixar de falar dos fundos de renda fixa. Quando você está investindo em um fundo de renda fixa, está alugando seu dinheiro para um gestor profissional que vai te cobrar uma taxa de administração pelo desempenho e pelo seu conhecimento. Em troca, você tem a rentabilidade. Caso opte por esse produto financeiro, pesquise o histórico dos últimos 12 meses do fundo. Mas atenção, rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. Antes de definir em qual fundo você vai investir, pesquise quais são as estratégias de investimento do fundo e solicite seu prospecto, que é o documento que detalha suas estratégias, regras, históricos e tributação. Você viu que, aparentemente, não é simples multiplicar o seu dinheiro, são muitas opções! Temos, então, que entender qual o nosso perfil de investidor, conforme nossos objetivos e necessidades, e investir tempo estudando todas as possibilidades. E que tal colocarmos agora um pouco de adrenalina aqui? Eu imagino que você deve estar pensando: será que eu não deveria investir em um produto mais arriscado? É disso que vamos falar: renda variável! Como o próprio termo define, sua rentabilidade varia. E pode variar muito! Por isso, é uma pequena quantidade de investidores que arrisca seu suado dinheiro em renda variável. Porquê da mesma forma que existe a possibilidade do ganho ser bem superior ao da renda fixa, existe a possibilidade de perdas grandes. E aqui não estou falando de perder a rentabilidade, apenas. Estou falando do que você colocou em renda variável diminuir. O sinônimo de renda variável é a incerteza de ganhos. Você tem sangue frio, por exemplo, para num curto prazo estar perdendo 50% do seu dinheiro investido por uma POSSIBILIDADE de ganho de 50% dele a longo prazo? Caso não tenha esse sangue frio, não queira arriscar. E caso esse capital seja para reserva de emergência, deve optar pela renda fixa. A primeira modalidade de investimento em renda variável são as ações. Quando você compra uma ação, ou um papel, como chamamos, você está assumindo um risco de participar do sucesso ou insucesso de uma empresa. No Brasil, as ações são negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, que viu, nesses últimos anos, os investidores pessoa física aumentarem significativamente. Para você ter uma ideia, até o final de 2019 tínhamos quase um milhão e setecentos mil CPFs cadastrados na bolsa de valores. Em outubro de 2021, esse número fechou em quase 4 milhões de CPFs. Esse aumento expressivo tem como principal motivo uma rentabilidade baixa nos investimentos de renda fixa. Em busca de oportunidade de ganhos superiores às taxas que regem à renda fixa, os investidores analisam, então, opções na renda variável. Mas cuidado, estude muito antes de entrar na renda variável. Para que você possa iniciar seus investimentos na bolsa de valores, precisa conhecer os dados financeiros e acompanhar as notícias da empresa em que pretende investir. É bom ter um conhecimento básico em contabilidade para poder avaliar se, no futuro, essa empresa irá crescer em faturamento, endividamento e lucro. Esses indicadores são fundamentais para o desempenho da empresa. Algumas dicas e termos importantes para quem quiser investir na bolsa: já ouviu falar na briga do bull versus bear? É um termo em inglês que significa, literalmente, “briga do touro contra o urso”. No caso, o touro representa a tendência de alta nos preços das empresas negociadas na bolsa. Já o urso, tendência de baixa. Esses termos, e também bull Market ou bear Market, são bem comuns quando se fala em mercado de ações. Outra dica de ouro: não coloque toda sua reserva em renda variável, porque, geralmente, o retorno é em longo prazo; ou seja, acima de 10 anos. Coloque aquela reserva que você não vai utilizar nos próximos anos. Por fim, e talvez as duas dicas mais importantes: não invista em apenas uma empresa, diversifique as empresas. Tenha na sua carteira um portfólio de empresas de segmentos variados. E não siga orientações ou dicas de youtubers. Uma opção é seguir alguma casa de análise reconhecida, que sugira recomendações de compra. Mas lembre-se: apenas um analista com certificado CNPI pode sugerir as recomendações. Com relação aos fundos de renda variável, vou listar todos os tipos, cada qual com sua estratégia: Fundos Multimercados: investimento em diversos ativos, é um fundo variável, que oferece proteção em momentos que o mercado está com variações negativa; Fundos balanceados: semelhantes ao multimercado, mas precisam explicar, em seu regulamento, quais são os ativos da carteira; Fundos de Índices de Ações ou ETFs: fundos que espelham a composição de um índice; Fundo de Ações Ativos: essa modalidade investe ao menos 67% em ações; Fundos Setoriais: investem em empresas do mesmo setor; Fundos long/short: operam comprando e vendendo ações ao mesmo tempo; Fundos Cambiais: investem pelo mesmo 80% em ativos relacionados à variação do Dólar e Euro; Fundos alavancados: fundos que utilizam mais dinheiro do que possuem para realizar suas operações. Diante da cesta de fundos que apresentei a você, ainda existem diversas gestoras de investimentos que têm suas opções de fundos. Lembre-se: o conhecimento é o melhor diferencial na hora de investir. Outra forma de investir é através da previdência privada. Geralmente, fazemos uso desse recurso para complementar nossa aposentadoria. Existem dois produtos de previdência privada. Um é o PGBL, que tem o benefício de abater do imposto de renda do ano seguinte os recursos nela investidos. A desvantagem do PGBL é que você vai pagar imposto quando for resgatar. E o imposto não é sobre a rentabilidade, e sim sobre o total resgatado. Então, tem que se analisar muito bem se é essa a previdência recomendada para você. Um contador pode te ajudar, conforme sua profissão e objetivos. O outro produtode previdência que existe é o VGBL. Esse produto não oferece vantagem de abater os recursos investidos na declaração do imposto de renda do ano seguinte ao investimento. Mas ao resgatar, você vai pagar imposto apenas sobre a rentabilidade, sobre seu lucro obtido, e não pelo montante total resgatado, como acontece no PGBL. Ainda, além dos produtos financeiros, você pode investir em moedas virtuais, imóveis e empreender! Você viu que as possibilidades de investimento são diversas, para todos os tipos de investidor e risco? Planejamento Financeiro nas empresas e pequenos negócios Lucro, Investimento, Rentabilidade, Inadimplência, Tributos, Faturamento, Despesas fixas e Despesas variáveis, Endividamento. Pois é, Educação financeira também deve ser aplicada aos negócios, independentemente do seu tamanho: mesmo para uma pequena confeitaria residencial, e até para outros tipos de estabelecimento, como por exemplo, uma distribuidora, uma floricultura ou um mercado de bairro. Falamos da importância da emoção na hora de consumir. Em um negócio, em uma empresa, temos que tomar um cuidado maior, pois alguns empreendedores utilizam a conta corrente da empresa para pagar suas despesas pessoais e vice- versa. Atenção! Tome nota! As contas da empresa devem ser pagas pela conta corrente da empresa. E as contas pessoais devem ser pagas pela conta corrente do empreendedor. Empreendimento e Empreendedor, Pessoa Física e Pessoa Jurídica... em finanças, é preciso haver uma barreira para que um não ultrapasse o outro. Isso pode prejudicar o negócio ou o empreendedor. Existe um ditado que diz assim: Pessoa Física rica, Pessoa Jurídica pobre. Cuidado! Já conversamos sobre indicadores econômicos, que têm a finalidade de nos informar sobre as expectativas atuais e futuras da economia do Brasil. Eles são muito importantes para qualquer empreendimento. Analisando a Selic e sua expectativa para os próximos anos, você poderá verificar se é hora de fazer um financiamento de longo prazo para adquirir um imóvel para seu negócio, ou comprar uma máquina para aumentar sua produção. Mas não é apenas a Selic que o empreendedor deve acompanhar. Todos os indicadores que mencionamos, como IPCA, Câmbio, Taxa de Desemprego e o PIB, cada um deles pode interferir direta do indiretamente em seu negócio, dependendo do seu ramo de atuação. Já o orçamento é um dos processos mais importantes do financeiro de qualquer empresa. Mesmo que o departamento de Finanças, em geral, seja o que dá suporte às atividades do negócio, ele deve ser levado a sério. O orçamento é uma expectativa do próximo ano. Podemos dizer que será a bússola do seu negócio. Por isso, antes de falar das informações importantes para elaborar um orçamento, quero falar do profissional que vai desenvolver essa atividade. Você pode estar pensando: “mas eu trabalho sozinho, não tenho ninguém para me dar suporte”. Ok! Então, você precisa desenvolver a habilidade de controle. TUDO, exatamente tudo que receber ou pagar em seu negócio, precisa ser anotado. Outra habilidade importante é gostar de fazer conta. Não é preciso ser especialista em matemática, mas você precisa conhecer operações simples como somar, subtrair, multiplicar, dividir e trabalhar com cálculos percentuais. Sempre digo que uma pessoa que não gosta de matemática não deve trabalhar na área financeira. Caso você não goste de matemática e tenha outra pessoa para te ajudar no seu negócio, é hora de pedir ajuda. Se possível, esse profissional deve ser analítico. O que isso quer dizer? É aquela pessoa que consegue fazer uma análise dos dados financeiros do negócio. Muitas vezes, temos todas as informações sobre o negócio, mas não conseguimos tirar conclusões diante dos dados para a melhoria financeira do empreendimento. Agora que conhece as habilidades necessárias para trabalhar com o financeiro em seu próprio negócio, vamos falar sobre orçamento. O orçamento prevê os futuros recebimentos de seu negócio, juntamente com os tributos que você irá pagar diante do faturamento e as despesas do negócio. Outra informação importante levantada no orçamento é a lucratividade da sua empresa. E você não pode esquecer de colocar em seu orçamento uma previsão de devedores, que chamamos de inadimplentes. Sim, a inadimplência existe em qualquer área. Analise a inadimplência atual do seu negócio e faça uma previsão para o próximo ano desse indicador. Nas despesas, não deixe de colocar todas as obrigações do negócio. Algumas despesas não são mensais; por isso, no momento da construção do orçamento, é importante que visite todos os seus controles. Esses controles podem ser planilhas, cadernos, balanço ou até mesmo o extrato da conta concorrente da empresa. Diante do orçamento pronto, é hora de analisar o que pode ser melhorado. É possível aumentar o faturamento, ou seja, vender mais. Outra possibilidade é mudar o enquadramento tributário para reduzir o valor pago de impostos; ou realizar uma análise detalhada das suas despesas para verificar se é possível fazer alguma redução. Lembra que eu comentei que a análise é uma habilidade importante para quem cuida da área financeira? Agora que já está com o orçamento pronto e analisado, é só esperar o próximo ano e fazer uma comparação mês a mês entre o que foi planejado e o que acontece em seu negócio. Eu quero deixar uma dica aqui: anote! Ao lançar as entradas e saídas mensalmente, no final do mês é preciso fazer uma conciliação bancária, que nada mais é do que verificar se o dinheiro que está na conta corrente no último dia do mês apresenta o mesmo saldo de sua planilha. Caso não tenha batido a informação, volte aos lançamentos e faça uma revisão. A conciliação bancária é fundamental para saber se está tudo certo. Os controles são fundamentais para lidar com finanças. Agora, além de fazer um orçamento prévio, lançar todas as movimentações do fluxo de caixa e comparar se está tudo conciliado, outra atividade importante para finanças é a elaboração do preço de venda de uma mercadoria. Para elaborar o preço de venda, partimos dos custos da matéria-prima do que vamos produzir, ou das horas gastas no serviço que vamos ofertar. Infelizmente, existem algumas mercadorias ou serviços que já têm seu preço de venda definido pelo mercado. Nesse caso, você terá que trabalhar com seus custos, para que ele caiba no preço de venda estipulado pelo mercado. Caso contrário, você deve elaborar seu preço de venda. Para finalizar, não posso deixar de destacar a importância do contador para o seu negócio. As empresas enquadradas como MEI - Microempreendedor Individual – não têm a obrigação de ter esse profissional. Mas para aquelas empresas que têm a necessidade de contratar esse serviço, os conhecimentos e habilidades desses profissionais podem potencializar, e muito, o seu negócio. Falei sobre a importância das finanças para qualquer negócio. Você viu que não é todo profissional que tem perfil para trabalhar com o financeiro: é preciso ter capacidade analítica. Um documento importante para a parte financeira é o Orçamento, que contém todas as projeções futuras do negócio. Além do orçamento, falei do fluxo de caixa e da conciliação bancária, que são fundamentais para os controles do seu negócio. Ah, não esqueça que Pessoa Jurídica e Pessoa física não se misturam em finanças. É como água e óleo. E por fim, e muito importante, peça ajuda sempre que precisa a seu contador, ele é o profissional mais indicado para te orientar. Sucesso em sua vida financeira! Poupar é necessário e investir é fundamental. Profª Vanize Allessi
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