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MARIA EDUARDA ALMEIDA ºTERMO 1 Estudo do movimento da droga no organismo em função do tempo Farmacocinética – o que o organismo faz com a droga Etapas: ◦ Absorção ◦ Redistribuição ◦ Metabolização ◦ Excreção ABSORCAO - Passagem da droga do local de administração até a corrente sanguínea, tendo que atravessar membranas biológicas - Diferenças na velocidade de absorção dependendo da via - Na via endovenosa não ocorre absorção pois é administrado direto na corrente sanguínea, possuindo efeito imediato - Na maior parte atravessa as membranas por difusão passiva (através de lipídeos ou poros aquosos) FATORES QUE ALTERAM A ABSORÇÃO Lipossolubilidade ◦ Determinada pelo coeficiente de partição óleo/água ◦ Quanto maior o coeficiente, mais lipossolúvel e mais rápida a absorção Tamanho da molécula ◦ Quanto menor o peso molecular mais rápido a absorção Formas farmacêuticas ◦ solução oral – 1º ◦ cápsulas (pó) – 2º ◦ granulado – 3º ◦ comprimido – 4º ◦ drágea – 5º (fármacos revestidos para não sofrerem a ação do suco gástrico) Caráter iônico e pH do meio ◦ As drogas geralmente são ácidos ou bases fracas ◦ Em contato com água se dissociam formando uma parte ionizada e uma parte molecular – porcentagem determinada pelo pH do meio ◦ Quem atravessa a membrana facilmente é a parte molecular, ou seja, quando mais molecular livre mais rápido ocorre a absorção ◦ Drogas de caráter ácido tem maior absorção em pH ácido, pois nessa situação a parte molecular é maior que a ionizada ◦ Drogas de caráter básico tem maior absorção em pH alcalino ◦ Em ácidos, quando o pH for menor que o pKa – sempre mais molecular e menos ionizado ◦ Em bases, quando o pH for maior que o pKa → Via oral Área de superfície de absorção ◦ Intestino – mais vascularizado, presença de vilosidades, área muito ampla – onde se dá a absorção da maior parte das drogas (todas as básicas e parte das ácidas - duodeno) ◦ Estômago – presença de muco e enzimas digestivas, menos vascularizado e com área restrita (absorção de alguns fármacos ácidos) Biodisponibilidade – quantidade da droga disponível no local de ação para exercer o efeito farmacológico Interação com alimentos Patologias – exemplo úlcera gástrica ou duodenal (mais rápido) → Via parenteral Intramuscular ou subcutânea (endovenosa não tem absorção – é administrada diretamente na corrente sanguínea) MARIA EDUARDA ALMEIDA ºTERMO 2 ◦ Solução aquosa – mais rápido (maior difusão) ◦ Solução oleosa – mais lenta (denso) Depende da irrigação sanguínea Via IM – mais vascularizado, mais rápido DISTRIBUICAO ◦ Passagem da droga da corrente circulatória para os tecidos ◦ Primeiro o maior aporte de droga vai para os tecidos mais vascularizados e depois para os menos Dependem de fatores como: ◦ Propriedades físico químicas da droga ◦ Ligação às proteínas plasmáticas → As drogas possuem afinidade pelas proteínas plasmáticas (principalmente albumina) → Fração ligada - parte da droga que circula ligada à proteína plasmática (depósito) → Fração livre - parte da droga que não se combina com a proteína, circula livre. Essa é a fração farmacologicamente ativa → À medida que o organismo consome (metaboliza e excreta) a fração livre da droga, parte da droga ligada se desliga da proteína, ficando livre para sair e fazer seu efeito → Isso ocorre até o organismo consumir toda a droga Competição com as proteínas plasmáticas ◦ Exemplo: fenilbutazona (anti-inflamatório) x varfarina (anticoagulante) A fenilbutazona tem mais afinidade pelas proteínas, assim ela ocupa as proteínas e a concentração de varfarina livre aumenta muito, levando uma dose terapêutica a provocar toxicidade → o efeito da varfarina foi exacerbado pelo uso do anti-inflamatório O correto seria diminuir a dose do anticoagulante, ou usar uma droga que tenha propriedade analgésica e não se envolva com coagulação ◦ Tomar cuidado com paciente poli medicado ◦ A quantidade de proteínas plasmáticas também tem influência - Há situações de pacientes que possuem patologias que alteram o nível de proteínas plasmáticas Desidratado – menos água mais proteína, diminui o efeito Desnutrido – menos proteína, mais droga livre, maior o efeito METABOLIZACAO Locais de metabolização de fármacos: ◦ Plasma ◦ Rins ◦ Pulmões ◦ Paredes intestinais ◦ Fígado (enzimas que fazem a metabolização de xenobióticos) Objetivos gerais da metabolização: ◦ Término da ação – inativar compostos ativos ◦ Facilitar a excreção (formar produtos mais polares e menos lipossolúveis) ◦ Ativar drogas e substâncias originalmente inativas Fase 1 Principais enzimas metabolizadoras As drogas passam por oxidação, redução e hidrólise Fase 2 Fase de conjugação das drogas Nem todas as drogas precisam necessariamente passar pelas 2 fases FASE 1 ◦ CYP450 ◦ Principal mecanismo para metabolização das drogas ◦ Representa uma importante fonte de variabilidade interindividual no metabolismo de drogas (alguns indivíduos são metabolizadores rápidos de determinados fármacos e outros são lentos – gera uma variabilidade de efeitos) MARIA EDUARDA ALMEIDA ºTERMO 3 ◦ Explica os efeitos tóxicos de fármacos (por conta do polimorfismo) EFEITO DE PRIMEIRA PASSAGEM – acontece quando se administra um medicamento por via oral, a passagem da droga após a absorção intestinal atinge a veia porta e o fígado, onde passa pela metabolização da fase 1 antes de alcançar a circulação sistêmica (antes de chegar na circulação sistêmica já se perdeu grande quantidade da droga devido a metabolização no fígado) Desvantagem da via oral Sítios de metabolismo de drogas – Citocromo P450 ◦ 15 tipos de CYPs em humanos ◦ Expressão das enzimas variam com a exposição ambiental, hábitos alimentares e variabilidade genética CYPs mais ativas para metabolismo de fármacos 2C = 2C9, 2C19 2D = 2B6, 2D6 3A = 3A4, 3A5 1A = 1A2 Metabolismo de pró-toxinas, pró- carcinógenos FASE 2 Processos de conjugação Glucoronidação - ácido glucorônico – forma um conjugado polar hidrossolúvel, mais fácil de ser excretado Outras reações – sulfatação, acetilação, metilação, conjugação com aminoácidos Muitas enzimas apresentam polimorfismos – processos variáveis EXEMPLOS DE METABOLIZAÇÃO ◦ Metabólitos inativos – maioria dos fármacos ◦ Metabólitos ativos – tem que passar várias vezes pelo fígado, ex fluoxetina, diazepan, codeína (morfina) ◦ Metabólitos tóxicos – paracetamol (NAPQI) e nitroprussiato (cianeto) ◦ Pró-fármacos – substâncias que ainda não são farmacologicamente ativas, precisam passar por uma metabolização para se transformarem na forma ativa FATORES QUE ALTERAM O METABOLISMO DAS DROGAS (idade, doenças, genética, ambiente) Fatores que influenciam a atividade e a quantidade de enzimas CYP – nutrição, fumo, álcool, drogas, ambiente, polimorfismo genético Indução enzimática - Diminui a meia vida sérica do fármaco - Diminui a concentração do fármaco - Diminui os efeitos farmacológicos em metabólicos inativos - Aumenta a toxicidade se os metabólitos forem tóxicos Inibição enzimática - Aumenta a meia vida da droga - Aumenta a concentração - Aumenta os efeitos farmacológicos se os metabólitos forem inativos - Perda do efeito farmacológico se o metabólito for ativo (pró-fármaco) Resposta do caso: O cigarro era um indutor Tipo de metabólito Indução Inibição Ativo ↓ do efeito ↑ do efeito Inativo ↑ do efeito ↓ do efeito Pró-fármaco ↑ do efeito ↓ do efeito Tóxico ↑da toxicidade MARIA EDUARDA ALMEIDA ºTERMO 4 EXCRECAO Pode ocorrer: ◦ Urina – excreção renal ◦ Bile ◦ Suor ◦ Saliva ◦ Pulmonar ◦ Lágrimas ◦ Leite EXCREÇÃO RENAL filtração + secreção – reabsorção Dependede uma função renal adequada: ◦ Fluxo sanguíneo que chega ao rim (normal 1500mL/min) ◦ Ligação da droga com proteínas plasmáticas (se estiver ligada não é filtrada) ◦ Taxa de Filtração Glomerular (normal 120mL/min) Secreção ativa de fármacos: ◦ É um mecanismo ativo (dependente de ATP) ◦ Independe da ligação à proteínas plasmáticas ◦ Processo saturável ◦ Pode haver inibição competitiva Reabsorção de fármacos: Algumas drogas que ainda estão lipossolúveis e acabam sendo reabsorvidas de volta para a circulação Depende: ◦ Da disponibilidade de transportadores nos túbulos ◦ Do pH da urina e pKa da droga (acidificação ou alcalinização da urina) – se a droga possui um pKa básico, para acelerar sua excreção renal deve-se diminuir o pH da urina (fica menos lipossolúvel)
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