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UNIDADE I
Estágio Supervisionado III
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ESTÁGIO 
SUPERVISIONADO III
UNIDADE I
 PARA INÍCIO DE CONVERSA
Prezado (a) estudante! Tudo bem?
É uma enorme satisfação recebê-lo (a) em mais uma disciplina do Estágio Supervisionado. Estamos 
no Estágio Supervisionado III que corresponde ao contexto da Gestão Escolar. Assim, pensaremos em 
ações que contemplem as atividades da gestão escolar, incluindo também as questões pertinentes à 
coordenação pedagógica. Desenvolveremos, portanto atividades de observação e prática, de processos 
de investigação e problematização nas funções do trabalho pedagógico e dos processos educativos.
Logo, querido (a) aluno (a), essa é uma disciplina que tem como objetivo lhe ajudar a compreender os marcos 
legais que legitimam o trabalho do gestor educacional e do coordenador pedagógico lhe estimulando a 
refletir sobre a atuação desses sujeitos no âmbito escolar, bem como, favorecerá a aproximação com a 
dinâmica de trabalho desses atores.
Essa é uma disciplina que também lhe ajudará a pensar sobre o fato de que embora vivamos num país 
democrático, reconhecemos que há muito que se fazer para alcançarmos plenamente a democracia no 
contexto escolar. Nesse sentido, faz-se, necessário nos posicionarmos diante do mundo, assumindo qual 
o projeto de sociedade que defendemos, a partir da defesa de que a educação se constitui como prática 
na qual os envolvidos buscam a apreensão da realidade pela consciência crítica, visando à transformação 
social, assumindo-a como possibilidade e não como determinação. 
Destacamos que o Estágio em Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica poderá ser realizado 
individualmente ou em duplas em um estabelecimento legalizado pelos órgãos competentes, podendo ser 
realizado tanto em escolas públicas, quanto privadas. Entretanto, destacamos que sempre que possível 
ela possa ser desenvolvida numa escola pública, pois a mesma se organiza a partir dos preceitos legais 
que legitimam a gestão democrática. Para melhor lhe orientar, detalhamos as informações da organização 
dessa disciplina que tem a carga horária de 100h/a, assim distribuídas:
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Tabela 1 – Organização da Disciplina
Atividade a serem 
desenvolvidas
Distribuição da Carga 
horária
Ações a serem 
desenvolvidas
Aulas no ambiente virtual 30horas Leitura dos guias, postagem 
no ambiente dos relatórios e 
documentos solicitados.
Observação do cotidiano 
das ações do gestor e do 
coordenador pedagógico
30horas A observação da escola refere-
se aos momentos em que você 
o estagiário se familiariza 
com a organização do trabalho 
do gestor e do coordenador 
pedagógico. Atenta para como 
esses atores estabelecem 
vínculos com a comunidade 
interna e externa e faz 
registros dessas impressões.
Atividades 
extraclasse
20 horas
Esse item se refere às 
atividades que darão suporte 
para a composição dos 
seus relatórios. Assim, será 
considerada atividades 
extraclasse: a leitura e análise 
do Projeto Político Pedagógico 
da escola, a leitura de textos 
para análise do cotidiano do 
gestor e/ou coordenador, entre 
outras atividades que serão 
propostas.
Participação 
em atividades
10 horas
A participação nas atividades 
que fazem parte do cotidiano 
do gestor ou coordenador 
pedagógico, tais como: 
reunião com os professores, 
funcionários responsáveis ou 
com os órgãos colegiados, 
atendimento aos responsáveis 
e/ou comunidade. O 
cumprimento dessa carga 
horária será registrado na 
ficha de frequência individual 
de estágio supervisionado.
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Relatório 10 horas
Durante o desenvolvimento 
da disciplina você produzirá 
dois relatórios reflexivos: um 
parcial e um final de acordo 
com os roteiros propostos. 
Eles corresponderão ao 
relatório da observação e do 
relatório final. Esses relatórios 
compõem as suas notas na 
disciplina. 
Total 100 horas
Tabela 1 - Organização da Disciplina
Fonte: Elaborado pela professora 
ORIENTAÇÕES DA DISCIPLINA
Para lhe ajudar nesse seu Estágio III, Estágio em Gestão, este guia lhe apresenta as orientações necessárias 
para que você realize com êxito a sua inserção e atividades de observação e pesquisa na escola. Diferente 
dos outros momentos do estágio, agora não haverá regência como você deve ter observado, entretanto, 
também será uma experiência extremamente proveitosa para a sua formação. Assim, este guia está 
dividido em três seções.
Vamos conhecer um a um!
1. REFLETINDO SOBRE A GESTÃO DEMOCRÁTICA – apontamos os fundamentos legais que legitimam 
a gestão democrática no contexto da escola pública e as principais atribuições e desafios do gestor na 
contemporaneidade.
2. O PAPEL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO – nesse item destacamos o papel do coordenador 
pedagógico, salientando a importância desse agente para uma gestão de sucesso. Reconhecemos a 
complexidade da função e ressaltamos as suas funções.
3. ESTAGIÁRIO E A ESCOLA: COMPORTAMENTOS, ATITUDES E CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS 
À INSERÇÃO NA ESCOLA – apresentamos um roteiro de aspectos para os quais você precisa atentar-se 
durante o estágio III.
Dessa forma, eu almejo que você desenvolva com muito empenho e afinco as atividades propostas pelo 
Estágio Supervisionado III que lhe desafia a conhecer outro lado da escola que é o contexto da gestão. 
Espero, caro/a aluno/a que a experiência adquirida seja um elemento fortalecedor para ampliar a sua 
formação e para a compreensão dos inúmeros papéis que o/a pedagogo/a podem assumir no contexto 
escolar. 
Muito sucesso!
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REFLETINDO SOBRE A GESTÃO DEMOCRÁTICA 
A partir da nossa Constituição de 1988, o Brasil começou a vivenciar um importante momento de transição 
que também alcançou o espaço escolar. Essas mudanças se relacionam com a premência de reorganizar 
a relação entre o espaço escolar e o seu público buscando o reestabelecimento de novos parâmetros que 
considerem o compromisso pela redução das desigualdades e valorização das diferenças.
Nesse contexto, o espaço escolar passa a ser influenciado por inúmeros acordos internacionais assinados 
pelos governos brasileiros e que provocaram profundas mudanças na organização da escola. 
Entre eles destacamos:
ü	A DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM – 1948 – é um compromisso mundial com respeito 
aos Direitos Humanos. Nele, a Educação é vista como um dos instrumentos para a transformação 
social. A educação é apresentada como um Direito Humano.
ü	A DECLARAÇÃO DE JOMTIEN – 1990 – com ele o Brasil assumiu o compromisso de erradicar 
o analfabetismo e universalizar o ensino fundamental no país. Para isso, o Brasil tem criado 
instrumentos norteadores para a ação educacional e documentos legais para apoiar a construção 
de sistemas educacionais inclusivos, nas diferentes esferas públicas: municipal, estadual e 
federal. A educação é um direito fundamental de todos.
ü	A DECLARAÇÃO DE SALAMANCA – 1994 – estabelece uma Linha de Ação para as Necessidades 
na Educação Especial em nível mundial. Esta Linha de Ação tem sido a base para a implementação 
de políticas de educação inclusiva e de promoção de escolas integradas, com vistas a assegurar o 
direito à educação das pessoas com deficiência, em todos os países signatários.
ü	A EDUCAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – 1992 – com base no capítulo 36 da 
Agenda 21, “a educação é um ‘fator crítico’ para promover o desenvolvimento sustentável e 
para promover a capacidade das pessoas no que se refere às questões do meio ambiente e do 
desenvolvimento”. 
ü	RELATÓRIO PARA A UNESCO DA COMISSÃO INTERNACIONAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA O 
SÉCULO XXI – 1999 – destaca os quatros pilares da Educação: Aprender a Conhecer, Aprender 
a Fazer, Aprender a Viver Com os Outros e Aprender a Ser. Esses são conceitos baseados no 
Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. Apresenta 
também o conceito de Educação ao longo da vida.
ü	ACORDO OBJETIVOS DO MILÊNIO – 2000 – Tem como finalidade promover a melhoria das 
condições de vida das populações das regiões menos desenvolvidas do planeta. São oito osobjetivos de desenvolvimento do milênio. Entre eles está Educação básica de qualidade para 
todos.
A junção de todas essas demandas mundiais estabelece novas formas de pensar e gerir a escola provocando 
a formação de um novo perfil do gestor e coordenador pedagógico. Nesse sentido, a escola é convocada 
a se reinventar e organizar-se de maneira mais plural e democrática. Dessa maneira, reestabelecer novas 
formas de pensar e viver o cotidiano escolar são necessárias.
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VOCÊ SABIA?
Caro (a) estudante, você sabia que a palavra Gestão origina-se do latim gestio, cujo 
significado representa “ato de administrar, de gerenciar”, de gerere, “levar, realizar”?
Pois bem, cabe inicialmente destacar que estamos tratando de gestão no contexto da escola pública. 
Assim, compartilhamos com Freire a concepção de que precisamos convocar todos os agentes da escola e 
do seu entorno para se engajarem na construção de uma escola para todos (as). Logo, “tudo o que a gente 
puder fazer nesse sentido é pouco ainda, considerando o trabalho imenso que se põe diante de nós, que 
é o de assumir esse país democraticamente” (FREIRE, 2004, p. 7).
Compete-nos também elucidar que compreendemos que o conceito de gestão educacional supera a visão 
de administração educacional, entretanto não a exclui. De acordo com Heloísa Lück, (2008) pesquisadora 
da questão em debate a enquanto a administração pode ser entendida como um processo racional, linear 
e fragmentado, em geral organizado de forma hierárquica, a gestão demanda o desenvolvimento de ações 
compartilhadas e integradas. 
A gestão da escola é a parte encarregada de nortear as atividades e organizá-las para um bem comum. O 
ato de gerir pode ser definido como “colocar em ordem” ou “administrar”, ou seja, estar à frente da escola 
para torná-la um ambiente propício para atividades educacionais de qualidade. O pesquisador José Carlos 
Libâneo (2004, p. 101) a define como “a atividade pela qual são mobilizados meios e procedimentos 
para se atingir os objetivos da organização, envolvendo, basicamente, os aspectos gerenciais e técnico-
administrativos”. Nesse contexto, pode ser compreendida como mero sinônimo de administração. Do 
mesmo modo, a pesquisadora Heloísa Lück (2011) entende gestão como “um processo de mobilização 
da competência e da energia de pessoas coletivamente organizadas para que, por sua participação ativa 
e competente, promovam a realização, o mais plenamente possível, dos objetivos de sua unidade de 
trabalho” (p.21). 
Cabe também compreender que estamos falando de gestão democrática, não é verdade? 
Aliás, você já se perguntou o que caracteriza uma gestão democrática?
Para lhe ajudar a pensar sobre essa questão assista ao vídeo do professor Vitor Henrique Paro.
VEJA O VÍDEO!
O vídeo “O que caracteriza uma escola democrática” possui 
quatro minutos e cinquenta e nove segundos.
A perspectiva de gestão democrática está legitimada pela Constituição Federal (1988), pela Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) e pelo Plano Nacional de Educação (2014-2024). A 
Constituição Federal, no Cap. III, Art. 206, inciso VI, apresenta como um dos seus princípios a “gestão 
democrática do ensino público, na forma da lei”. A LDB (1996) reforça esse princípio, acrescentando “e 
a legislação do sistema de ensino” (Art. 3º, Inc. VIII). A gestão democrática é um processo que de acordo 
com a LDB (1996) se inicia na elaboração do projeto pedagógico da instituição escolar, uma vez que, 
deve ter a participação de todos os profissionais da educação. No ser artigo 15, a LDB (1996) conceitua a 
Gestão Democrática como uma prática que deve orientar a convivência nas redes escolares. O atual Plano 
Nacional de Educação (PNE), Lei Nº 13.005, de 25 de junho de 2014, também ressalta a importância da 
???
https://www.youtube.com/watch?v=pGG3Or2WhQ8
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gestão democrática, destacando no Art. 2º a “promoção do princípio da gestão democrática da educação 
pública”. 
Assim, ao estabelecer a gestão democrática como o ponto de partida na organização da escola, 
observamos um rompimento com o modelo de gestão burocrata e centralizador e trazemos à tona a 
possibilidade da colaboração de todos os envolvidos no processo educativo nos rumos da escola o que 
fomenta a possibilidade de obter bons resultados e mudanças significativas na escola. É ainda Lück (2011) 
que elucida que “essa participação dá às pessoas a oportunidade de controlarem o próprio trabalho, 
assumirem autoria sobre o mesmo e sentirem-se responsáveis por seus resultados” [...]” (LÜCK, 2011, 
p.23), contexto que conduz a autonomia. 
Podemos entender como Gestão Democrática na escola, a participação e o envolvimento de alunos, 
família, comunidade, professores e demais profissionais da escola nas decisões em prol de melhorias 
na qualidade educacional, como esclarece Lück (2009) “dessa participação conjunta e organizada é que 
resulta a qualidade do ensino para todos, princípio da democratização da educação [...]” (p.70). 
A gestão participativa é uma forma significativa de relacionamento dos funcionários de uma organização 
no seu processo de tomada de decisão. No que diz respeito às instituições escolares, a compreensão 
acerca do conceito de gestão participativa vai além da relação entre professores, funcionários, pais e 
estudantes, pois envolve também qualquer outro representante da comunidade com a instituição e com o 
aperfeiçoamento do processo pedagógico. 
Neste contexto, Lück (2009, p. 18) defende que a participação se caracteriza pela atuação consciente 
pela qual os integrantes de um grupo social empoderam-se e utilizam o seu poder de influenciar a 
dinâmica deve grupo. Para tal, ela destaca que são necessárias (2009, p. 42) a criação de uma equipe com 
responsabilidade compartilhada; o desenvolvimento contínuo das habilidades individuais e pessoais; e a 
construção e a determinação de uma visão de conjunto do trabalho de todos na escola. 
Dessa forma, verificamos que os gestores eficazes utilizam o modelo de gestão compartilhada para 
envolver a equipe escolar no trabalho educacional. Por sua vez, Lück (2009, p. 52) afirma que esses 
gestores, em geral: definem objetivos claros; exibem confiança e receptividade com relação aos outros; 
discutem fatos abertamente; solicitam e ouvem ativamente o ponto de vista dos outros; convivem com 
situações ambíguas e com circunstancias que mudam constantemente, aceitando-as; utilizam a gestão 
participativa para conseguir a ajuda dos outros.
No entanto, paradoxalmente, nem sempre acontece no ambiente escolar essa liderança eficaz desenvolvida 
favorecendo a melhoria da educação, pois ainda vivemos sob a égide de um regime autoritário. Assim, 
ainda estamos aprendendo a sermos democráticos. Aprendendo a criar espaços de fala, a ouvir, a decidir 
coletivamente, a construir uma escola efetivamente democrática. 
 Destacamos ainda que também é possível perceber em escolas públicas, gestores desempenhando 
funções burocráticas e limitadas, ou ainda o desenvolvimento de funções sem as responsabilidades que 
lhes são propostas. Por comodismo, por medo de enfrentar problemas, ou porque essa é a única alternativa. 
Dessa maneira, deixam de serem líderes e passam esse papel para outras pessoas que podem realizar 
algumas ações, sem um olhar mais amplo do ensino, dentre outros preceitos fundamentais à gestão.
Segundo os autores Michael Fullan e Andy Hargreaves no texto “Orientações para os Diretores” (2000, p. 
105) os gestores precisam seguir um conjunto de sugestões para o desenvolvimento do seu trabalho na 
escola: compreender a cultura da escola; valorizar seus professores e promover o crescimento profissional 
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deles; ampliar o que você valoriza; expressar o que você valoriza; promover a colaboração, e não a 
cooptação; elaborar listas de opções e não de obrigações; utilizar os recursos burocráticos para facilitar e 
não para limitar; e conectar-se com o ambiente mais amplo.
Querido (a) aluno (a), ainda de acordo com Heloísa Lück (2009) podemosorganizar a gestão, em duas 
áreas, conforme sua natureza: organização e implementação. As dimensões de organização se referem 
aquelas que tenham por meta assegurar uma organização fundamental para a implementação dos 
objetivos educativos e da gestão. Elas não promovem de forma direta os resultados propostos, mas são de 
grande importância para aquelas dimensões que são capazes de realização este trabalho. Neste sentido, 
as dimensões de organização, Lück (2009, p. 26) englobam os aspectos legais da educação e da gestão, 
bem como, questões referentes ao planejamento, monitoramento e também avaliação, ações que visam 
a garantia da aprendizagem dos estudantes. Logo, são de grande relevância, pois contribuem de maneira 
positiva para a implementação dos objetivos educacionais e para o trabalho da gestão escolar.
As dimensões de implementação são aquelas desenvolvidas com o propósito de contribuir para mudanças 
no ambiente escolar. Elas objetivam transformações das atuações educacionais, de forma a aprofundar 
o seu alcance. Diante do exposto, Lück (2009, p. 26) enfatiza que essa é uma dimensão que perpassa a 
gestão democrática e participativa, a gestão de pessoas, pedagógica, administrativa, da cultura escolar 
e do cotidiano escolar. Neste contexto, é relevante enfatizar que essas áreas da gestão por sua vez, 
estabelecem relação entre si. A sua realização deve ser compreendida como um processo prático e 
cooperativo, tendo em vista que a sua realização de forma separada pode causar o enfraquecimento das 
atuações de gestão educacional. Cada área tem a sua relevância no trabalho global de gestão escolar.
As informações aqui destacadas buscaram evidenciar o desafio do/a gestor no cotidiano da escola pública. 
Esse trabalho de extrema relevância, bem como, complexidade vem se constituindo cotidianamente no 
contexto das escolas públicas brasileiras almejando a qualidade da educação. Nesse contexto, caberá a 
você nessa disciplina observar a dinâmica de como a atuação do gestor vem se consolidando.
Agora, não menos importante, você conhecerá o papel do coordenador pedagógico. 
Vamos lá!
O PAPEL DO COORDENADOR PEDAGÓGICO 
A escola é o espaço educacional voltado para práticas intencionais que formam o ser de maneira integral, 
abrangendo diversos aspectos sociais e culturais. Neste contexto, é imprescindível que a organização 
interna desta instituição esteja preparada para atender as novas demandas sociais que exigem que a 
escola saiba lidar e acolher as diferenças. 
Sabe-se que para acontecer efetivamente o trabalho escolar existe uma equipe que articulada almeja 
chegar a objetivos propostos, buscando enriquecer o ensino de suas escolas e desenvolver aprendizagens 
significativas na vida de seus alunos. É neste contexto que falamos do papel do coordenador pedagógico, 
pois este é um profissional cuja função deve subsidiar as práticas educacionais vivenciadas no cotidiano 
escolar, na intenção de estruturar e organizar a dinâmica da escola em suas múltiplas facetas. 
Entendemos que a ação do coordenador pedagógico estará ligada as atividades que visam estabelecer 
relações de colaboração, parceria, regulação entre os pares. Sabe-se que a frente do grupo de pessoas no 
contexto escolar existe o gestor, qual tem uma abrangente função em seu cargo, lidando com dimensões 
de trabalho de ordens burocráticas, financeiras, administrativas e pedagógicas. Tendo a escola como 
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função específica a aprendizagem, é atribuída ao coordenador pedagógico a incumbência de participar de 
todo o processo de ensino-aprendizagem. É importante salientar que o coordenador pedagógico estará 
trabalhando de maneira aliada aos objetivos do gestor da escola, assim contribuindo para que o mesmo 
esteja ciente das situações ocorridas na instituição, sendo o elo entre as diversas dimensões atribuídas 
ao gestor escolar. 
Para você entender mais o papel do coordenador pedagógico, assista ao vídeo Programa TVE Escola 
Viva - Coordenação Pedagógica. 
VEJA O VÍDEO!
O vídeo tem cinco minutos e trinta e nove segundos e aborda o 
papel do coordenador pedagógico. Ele está disponível neste link.
De acordo com a pesquisadora Circe Ferreira Lomonico (2005, p. 21) “o coordenador pedagógico é o 
elemento do quadro do magistério que pertence a um sistema de supervisão de ensino” desempenhando 
funções de apoio ao gestor da escola. Reforçando o papel do coordenador pedagógico a pesquisadora 
Vera Lucia Trevisan de Souza (2010), aponta que o coordenador pedagógico é o profissional o qual tem 
como competência organizar, orientar e harmonizar o trabalho em grupo, por meio de metodologias que se 
adequem com o sistema ou contexto em que está inserido. Ainda sobre o papel do coordenador pedagógico 
Clovis Rosa (2004), o descreve como o responsável pela a harmonização dos recursos escolares, a 
orientação, auxilio, apoio, correção, acompanhamento e avaliação das atividades pedagógicas, zelando 
pela política e filosofia que forma a base cultural da escola.
Dessa forma, entendemos que o coordenador pedagógico é um dos atores da escola que tem a 
responsabilidade de proporcionar mudanças e aperfeiçoamentos que são necessários para o bom 
funcionamento do cotidiano escolar e da qualidade de ensino, sendo imprescindível que sua prática seja 
dialógica e democrática.
Entretanto, salientamos que o trabalho do coordenador não é tarefa fácil de cumprir, pois é necessário 
que possua saberes inerente a sua função, devendo lidar com variados grupos, sendo eles os alunos, 
pais, corpo docente, secretarias de educação e funcionários, ou seja, grupos complexos e heterogêneos, 
cabendo-lhe a ação-reflexão-ação na perspectiva de administrar conflitos, a democratização de decisões, 
orientação do trabalho pedagógico, atendimento a esses grupos, entre outras tantas funções que buscam 
beneficiar a escola. Como enfatiza a pesquisadora Vera Lucia Trevisan de Souza, (2010, p. 102) esse é um 
trabalho que articula o individual e o coletivo, o singular e o social, exigindo do coordenador pedagógico 
o papel de articulador “entre ações de reflexão, de planejamento, de ensino com todos os demais grupos 
da escola, para que se promova a educação”. 
Saiba que é ainda Clovis Rosa (2004) que nos ajuda a compreender o trabalho do coordenador pedagógico 
destacando que para que o coordenador atinja os seus objetivos na instituição ele cuidará especificamente 
do: 
1) Projeto Pedagógico; 
2) Formação continuada; 
3) Avaliação do projeto pedagógico;
4) Competências pessoais da coordenação; 
https://www.youtube.com/watch?v=tk5YAENPAbA
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5) A escola enquanto entidade coletiva;
6) A coordenação e o corpo docente. 
Logo, dentro destas atribuições será vivenciado pelo coordenador atividades que deverão contemplar os 
professores, os alunos, família, a equipe gestora, enfim, todos os atores escolares. 
De acordo com Vera Maria Nigro de Souza Placco (2010, p. 57) o papel do coordenador está atrelado a 
formação em serviço de seus professores: “Tenho dito – e quero reafirmá-lo – que uma função fundamental 
do coordenador pedagógico é cuidar da formação e do desenvolvimento profissional dos professores”. 
Neste sentido, o coordenador ao acompanhar cotidianamente o trabalho do corpo docente estará atento às 
necessidades que se tem e as que poderão aparecer, procurando atualizar as metodologias desenvolvidas 
em sala de aula, fazendo com o que a escola avance em seu contexto pedagógico. “A coordenação deve, 
então, refletir sempre sobre o currículo e práticas de ensino e aprendizagem, passando para o corpo 
docente novas práticas (ROSA, 2004, p.143)”. 
Para finalizar, é chegado o momento de você conhecer a seu respeito, ou seja, sobre o estagiário! 
ESTAGIÁRIO E A ESCOLA: COMPORTAMENTOS, ATITUDES E CONHECIMENTOS 
NECESSÁRIOS À INSERÇÃO NA ESCOLA 
Espera-se que ao desenvolver as atividades do Estágio Supervisionado III, você, caro (a) aluno (a), 
apresente uma postura proativa no ambiente escolar. 
DICA 
Assim, seguem algumas dicas para você:
§Seja respeitoso/a com a equipe gestora da escola, considerando que precisa de 
autorização para ter acesso aos documentos, bem como, precisa ter descrição 
para participar dos momentos que envolvem o cotidiano do gestor;
§	 Estabeleça uma relação colaborativa com a equipe gestora, a coordenação 
escolar, o (s) professore (s) regente (s) e com os estudantes;
§	Atenda às solicitações da equipe gestora nas funções que estejam associadas 
às atribuições do gestor e do coordenador;
§	Atenda às solicitações do público em geral, em conformidade com as orientações 
definidas pela equipe gestora e a coordenação escolar;
§	 Cumpra as datas e horários acordados com a escola-campo.
Hora de começar!
Vamos lhe orientar no passo a passo para que você possa iniciar seu Estágio Supervisionado III, de gestão 
e coordenação pedagógica
Ø	1º Escolha da instituição onde o estágio será realizado
A primeira atitude que você deverá fazer é a escolha da escola-campo para o desenvolvimento do estágio. 
O estágio poderá ser vivenciado em escolas da rede pública ou privada, preferencialmente nas escolas 
públicas porque você encontrará todas as dimensões da gestão democrática. Entretanto, fique atento, a 
escola privada precisa ser devidamente regularizada pelos órgãos competentes. Não basta que ela tenha 
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apenas CNPJ, ela tem que ter portaria de autorização de funcionamento. Esse é o carimbo que deverá 
constar em todas as suas fichas do estágio. Caso, a escola não a tenha, ela não está habilitada para ser 
um campo de estágio. Todas as escolas da rede pública já têm essa autorização. Assim, basta o carimbo 
da direção nas suas fichas de acompanhamento do estágio. Atente também para o fato que o gestor 
deve ser um professor já habilitado, ou seja, um professor licenciado, não pode ser de jeito nenhum um 
professor estagiário.
Ø	2º Entrega da Carta de Encaminhamento de Estagiário
Depois que você escolher a escola-campo, seu segundo passo será entregar a Carta de Encaminhamento 
de Estagiário a alguém da equipe gestora ou a coordenação pedagógica. Ela se encontra no Ambiente 
Virtual e no Guia 4. Basta que você a preencha informando os dados solicitados. O número do seguro e da 
seguradora você obterá com o tutor da disciplina. Essa carta ficará na escola campo. Ela informa que você 
é um (a) aluno (a) regularmente matriculado (a) na instituição, e que deverá fazer o Estágio Supervisionado 
na gestão e na coordenação pedagógica.
Ø	3º Declaração de Aceite 
Após a escola ter lhe aceito, você deverá solicitar uma Declaração de aceite produzida num papel timbrado 
da escola de acordo com o modelo proposto no ambiente virtual e no Guia 4. Nela constam seus dados e 
também os dados da escola. Essa carta deve ser postada no ambiente virtual. Essa declaração dará origem 
ao Termo de Compromisso de Estágio-TCE que você encontrará no ambiente virtual de aprendizagem ou 
receberá no polo do seu tutor. 
O TCE - Termo de Compromisso de Estágio é um documento obrigatório que celebra as condições do 
estágio entre o estudante, a parte concedente do estágio (a escola em que você fará o estágio) e a 
instituição de ensino. O documento apresenta, entre outras questões, o local de lotação do estagiário, as 
atividades que serão desenvolvidas, a jornada do estágio, o plano de atividades e o número da apólice do 
seguro contratado pela parte concedente, ou seja, pela instituição de ensino. Você deverá após recebê-
lo providenciar as assinaturas (a sua, a da escola em que você irá realizar o estágio, e do gestor da 
universidade) os carimbos e depositar uma das vias no ambiente virtual ou entregar no polo ao tutor 
presencial, conforme orientação do tutor. Uma segunda via ficará na escola e outra com você.
Ø	Carta de Agradecimento e orientação das atividades do estagiário
Entregue ao gestor e/ou coordenador pedagógico da escola em que você fará o estágio, a Carta de 
Agradecimento por seu recebimento na escola e as Orientações das Atividades (material disponível no 
ambiente e no Guia 4) que você realizará durante o período do estágio curricular supervisionado. Esses 
documentos ficarão na escola campo de estágio. Combine com a equipe gestora seus dias, horários.
PARA RESUMIR
Prezado (a) estudante, para concluir este primeiro guia da disciplina de Estágio 
Supervisionado III, estágio em gestão escolar. Assim, algumas questões importantes 
que foram propostas ao longo do guia. 
Vamos revê-las!
§	 O estágio deverá ser realizado no acompanhamento das atividades do gestor e do 
coordenador pedagógico;
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§	 A escola escolhida como escola-campo poderá ser pública ou privada. Mas, as privadas 
devem ter portaria que autorize o seu funcionamento. Ressaltamos também que sempre que 
possível ele seja realizado numa escola pública, pois há elementos que caracterizam a gestão 
democrática que muitas vezes não serão encontradas na escola privada;
§	 O estágio pode ser desenvolvido individualmente ou em duplas;
§	 Todas as fichas que serão preenchidas ao longo do estágio precisam apresentar o carimbo 
e a assinatura da equipe gestora. No caso, das instituições privadas além desse carimbo, deverá 
constar o carimbo da portaria de autorização de funcionamento;
§	 As fichas sem carimbo tornam o estágio inválido;
§	 Todas as fichas encontram-se no ambiente virtual de aprendizagem e no Guia 4;
§	 Atente para o fato de que haverá atividade relacionada ao Projeto Político Pedagógico da 
escola. Então, se certifique de que a escola tem esse documento;
§	 O Termo de Compromisso do Estágio é um documento individual.
 ACESSE O AMBIENTE VIRTUAL
Não se esqueça de acessar no Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA e expor, se 
houver, no fórum permanente as suas dúvidas. 
Até a próxima unidade!
PALAVRAS FINAIS
Agora é só você escolher a escola e entregar a Carta de Apresentação. Após a 
autorização da escola você deverá preencher a carta de aceite, enviá-la no ambiente e 
aguardar o Termo de Compromisso do Estágio. 
Você também deverá entregar na escola a Carta de Agradecimento e a orientação 
das atividades do estagiário. Combine seus dias e horários. No próximo guia iremos 
orientar as próximas atividades. 
Sucesso! Boas práticas! 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Constituição da república federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 01 maio. 2017.
______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) N. 9.394, de 20 de Dezembro de 1996. 
Disponível em:<portal.mec.gov.br>Acesso em 01 de Abril de 2017.
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