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Estágio em Radiologia e Imagenologia Prof. Phelipe Oliveira de Macedo Descrição Estágio em Radiologia e na Imagenologia: atribuições do biomédico e noções sobre o estágio na área. Propósito Compreender a atuação do biomédico na Radiologia e Imagenologia, conhecendo a legislação pertinente à área, algo importante para relacionar os conhecimentos adquiridos nessas habilitações com a aplicação prática durante o estágio supervisionado. Objetivos Módulo 1 Introdução à Radiologia e Imagenologia biomédica Identificar as resoluções do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) que regulamentam a atuação do biomédico na Radiologia e Imagenologia. Módulo 2 Atuação do biomédico imagenologista Reconhecer as atribuições do biomédico imagenologista na equipe multidisciplinar de diagnóstico por imagem e terapias com radiação ionizante. Orientações sobre unidades de medida Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o A Imagenologia é uma das habilitações da Biomedicina mais antigas, que se relaciona à visualização de estruturas corporais a partir de outro ponto de vista, permitindo o diagnóstico de diferentes tipos de patologias e o tratamento de muitas delas. Partindo desse princípio, aprenderemos como o biomédico integra a equipe multidisciplinar de diagnóstico por imagem e terapia com uso de radiação ionizante, além de perceber como o conhecimento bem aplicado, pensamento crítico e assertivo pode fazer grande diferença no diagnóstico de um paciente. Além disso, apresentaremos os diferentes caminhos possíveis que podem ser trilhados dentro desta habilitação tão ampla, destacando a atuação na operação de equipamentos que é o pontapé inicial de qualquer profissional na área. Abordaremos também as habilidades que o estudante de Biomedicina pode desenvolver durante o seu estágio supervisionado para poder se destacar no mercado de trabalho, além de explorar o papel de destaque que o biomédico pode desempenhar principalmente na área de gestão. AVISO: orientações sobre unidades de medida. Introdução Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades. 1 - Introdução à Radiologia e Imagenologia biomédica Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as resoluções do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) que regulamentam a atuação do biomédico na Radiologia e Imagenologia. Biomedicina e o diagnóstico por imagem Como já sabemos, a história da Biomedicina começa na década de 1960, com a necessidade de formar profissionais para atuar como professores especialistas nas disciplinas básicas das escolas de Medicina e de Odontologia e como pesquisadores científicos na área de ciência básica e com conhecimentos suficientes para auxiliar pesquisas nas áreas de ciências aplicadas. Logo do CFBM. No entanto, para ser oficialmente uma profissão da saúde, a Biomedicina precisou ser reconhecida por meio de lei federal. A Lei nº 6.684, de 3 de setembro de 1979, regulamentou a profissão do biomédico e instituiu os órgãos reguladores da profissão, o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) e os conselhos regionais. A regulamentação da profissão somente aconteceu em 1983, por meio de decreto federal nº 88.439, que estabeleceu dentre diversas funções que o Biomédico poderia atuar na realização de serviços de radiografia, mas não poderia interpretar os resultados de exames! Com isso, a Radiologia e Imagenologia são as habilitações mais antigas do biomédico. Atualmente, a Biomedicina conta com mais de trinta habilitações que tem suas áreas de atuação e limitações bem definidas por meio de resoluções do CFBM. O CFBM determina algumas obrigações que o aluno ou profissional biomédico tem de cumprir para obter uma habilitação. Não há limites de habilitações a ser obtidas por um mesmo profissional. Atenção Durante a graduação, é preciso ter realizado estágio supervisionado na área de interesse com, no mínimo, 500 horas de carga horária. Já após formado, o profissional poderá incluir uma nova habilitação quando demonstrar ter cumprido residência ou curso de pós-graduação na área de interesse. Por isso o estágio supervisionado é muito importante para que o aluno, ainda na graduação, entre em contato com a área profissional. Se realizado dentro dos critérios para a obtenção da habilitação, o estágio permite que o aluno saia pronto para o mercado de trabalho, sem a obrigatoriedade de qualificação profissional posterior. Estágio supervisionado em Radiologia e Imagenologia. O profissional habilitado na área encontra um mercado muito competitivo, e alguns pontos podem ser determinantes para se destacar, como autonomia, autoconfiança, liderança e conhecimento técnico. Por isso, a qualificação profissional não pode ser deixada de lado, assim como o desenvolvimento de características não técnicas. Resolução do CFBM que regulamenta a habilitação em Imagenologia e Radiologia Quando falamos em Imagenologia ou diagnóstico por imagem, podemos pensar em diferentes formas e técnicas de obter imagens do corpo humano, como o raio X, a tomografia computadorizada (TC), a ultrassonografia, a ressonância magnética (RM) e a menos conhecida cintilografia. Realmente estamos falando de uma área de atuação muito ampla, que depende de uma equipe multidisciplinar especializada. Como em qualquer equipe multidisciplinar, a atuação do profissional biomédico é limitada aos conhecimentos e qualificações adquiridos principalmente durante a graduação e aperfeiçoados no estágio curricular, na atuação profissional ou em uma pós-graduação. O principal papel do CFBM é determinar o que o biomédico pode ou não realizar em cada habilitação. Por isso, o conselho publica, para cada habilitação do biomédico, uma resolução a fim de determinar como deve ser a atuação na área e as limitações profissionais. Em 2002, o CFBM atualizou a atuação do biomédico, prevista num decreto de 1983, publicando a Resolução nº 78. Nessa resolução, o biomédico está apto a realizar atividades em radiodiagnóstico e radioterapia, sempre sob supervisão médica. O art. 6º, parágrafo primeiro, ainda cita quais seriam as modalidades do diagnóstico por imagem em que se pode atuar: TC, RM, ultrassonografia, radiologia vascular e intervencionista, radiologia pediátrica, mamografia, densitometria óssea, neurorradiologia, medicina nuclear e outras modalidades que complementem essa área de atuação. Sala de comando de uma TC. Em 2013, foi preciso detalhar ainda mais a área de atuação do biomédico na Imagenologia devido ao rápido avanço tecnológico que a área apresentava. Desde a publicação da Resolução nº 234, de 5 de dezembro de 2013, as atribuições do biomédico habilitado em Imagenologia, Radiologia, Biofísica e Instrumentação Biomédica que compõem o diagnóstico por imagem e terapia foram descritas. Saiba mais O CFBM aglomera as habilitações em Imagenologia, Radiologia, Biofísica e Instrumentação Biomédica – ou seja, todos os biomédicos que tiverem habilitação nessas áreas podem atuar no diagnóstico de imagem. Além da mais comentada e conhecida atuação na operação de equipamentos, como tomógrafos e aparelhos de raios X, a Resolução nº 234 prevê que o profissional habilitado possa atuar em diversos setores, como aplicação de produto, responsável pela venda de equipamentos aos centros de saúde, pesquisas e desenvolvimento de novos protocolos de aquisição de exames, exercer função administrativa do setor de diagnóstico por imagem, entre outros. Como podemos ver, a atuação do biomédico é bastante ampla, ainda mais se considerarmos que cada modalidade descrita na resolução apresenta suas particularidades. No entanto, é importante ressaltar que essa atuação está restrita ao setor de diagnóstico por imagem. Desde acriação dessa habilitação, o biomédico não está apto a produzir laudos de nenhum tipo de imagem obtida por métodos de imagem, algo que sempre foi uma exclusividade do profissional médico. Por estarmos em uma equipe multidisciplinar que inclui médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, técnicos e tecnólogos em radiologia e biomédicos, é essencial compreender a atuação do biomédico e suas limitações. Cada integrante da equipe tem um papel primordial no objetivo do exame de imagem, que é proporcionar ao paciente o melhor diagnóstico possível. Equipe multidisciplinar em Radiologia. Vejamos uma situação em que mesmo com as limitações impostas o biomédico desempenha um papel de protagonismo no diagnóstico do paciente. O acidente vascular encefálico (AVE) pode ser ocasionado pela diminuição da irrigação cerebral, no caso do AVE isquêmico, ou pelo rompimento de um vaso sanguíneo cerebral, como no AVE hemorrágico. A distinção entre os dois tipos de AVE pode ser realizada pelos exames de imagem, como a TC e a RM. Essa diferenciação é fundamental para o seguimento da conduta médica e deve ser feita com a maior rapidez possível. Equipe discutindo a conduta adequada para o paciente. Acidente vascular encefálico (AVE) Agora, imagine a seguinte situação. Um paciente com suspeita de AVE chega ao pronto-socorro e é encaminhado para uma TC do encéfalo, em que um biomédico é o responsável pela operação do tomógrafo e aquisição das imagens. Assim que as primeiras imagens do paciente são adquiridas, é possível observar alterações anatômicas condizentes com AVE hemorrágico. Mesmo sem poder chegar a uma conclusão mais detalhada sobre o caso, o biomédico é capaz de se comunicar com a equipe médica do pronto-socorro e com o médico radiologista para que, em conjunto, decidam a melhor conduta clínica para o paciente, entendendo que se trata de um AVE hemorrágico. Essa agilidade na diferenciação da patologia pode ser decisiva na ocorrência ou não de sequelas nesse paciente e, para isso, o biomédico não precisou confirmar o diagnóstico do paciente a partir do laudo – o simples alerta à equipe médica já foi crucial. Ao escolher a Imagenologia e Radiologia como área para estágio, você auxiliará no diagnóstico médico, mesmo sem poder interpretar nem assinar laudos de diagnóstico, mas poderá exercer diferentes funções importantes, como operar os equipamentos e desenvolver protocolos de estudo e técnicas novas. Dica Conhecer a anatomia humana e entender bem de Patologia e Fisiologia são importantes elementos para identificar e compreender as alterações que podem ser demonstradas pelas imagens. Por se tratar de uma área com bastante tecnologia envolvida, os alunos que têm mais facilidade e afinidade com novas tecnologias conseguem maior destaque na área. Atribuições do biomédico no diagnóstico por imagem Como já falamos, o biomédico pode atuar em diferentes metodologias de diagnóstico por imagem, mas você sabe qual é a indicação de cada uma delas e o que o biomédico pode fazer? Radiologia O setor de Radiologia inclui os exames de raios X convencionais e digitais bastante conhecidos pela população em geral. Eles são indicados para a visualização de estruturas ósseas e partes moles do corpo, como o sistema respiratório. Apresentam menor resolução de imagem que os outros métodos, porém são rápidos e bem presentes em clínicas e hospitais, até mesmo os de pequeno porte. Tomogra�a computadorizada (TC) No setor de TC são realizados exames mais complexos que permitem a melhor visualização de estruturas internas e possibilitam um diagnóstico mais acurado de doenças nos mais diferentes órgãos do corpo humano e perturbações do sistema nervoso, bem como em doenças vasculares cerebrais. Tem uma modalidade de uso muito importante no setor cirúrgico, auxiliando na realização de biópsias e punções. Radiação ionizante Também existem metodologias específicas que utilizam a Também existem metodologias específicas que utilizam a radiação ionizante para diagnósticos de sistemas e órgãos em particular. A densitometria óssea é utilizada para diagnosticar doenças degenerativas ósseas, como a osteoporose. E a mamografia é utilizada para diagnóstico e acompanhamento de neoplasias de mama. Ressonância magnética (RM) Os exames de RM não utilizam a radiação ionizante para a formação de imagens e, por isso, são mais complexos. Contudo, permitem melhor visualização de grande parte das estruturas do corpo humano, até daquelas que os exames de tomografia mostram com dificuldade. São indicados também para lesões musculares e em articulações. Medicina nuclear Na medicina nuclear, o foco da realização do exame é a avaliação do funcionamento de determinados órgãos pelos exames de cintilografia e para o acompanhamento de tumores limitados e disseminados pelo organismo por exames de PET-Scan. Este último pode ser realizado em conjunto com um exame de tomografia (PET-CT) ou de ressonância magnética (PET-RM). A imagenologia não se resume ao diagnóstico. Existem metodologias que auxiliam na terapêutica de um paciente, como é o caso da radioterapia, que faz uso das radiações ionizantes direcionadas à determinada região para reduzir um tumor. Ligada à radioterapia existe a atuação em dosimetria, que auxilia a equipe médica no cálculo da dose de radiação utilizada e na demarcação dos órgãos do paciente que serão irradiados. De modo geral, a Resolução nº 234 do CFBM determina a atuação do biomédico em todas essas áreas. Destacamos aqui os pontos mais importantes: operação de equipamentos; criação e definição de protocolos de exame; administração de meios de contraste e radiofármacos; realização da anamnese do paciente; exercer função administrativa no departamento de diagnóstico por imagem; atuação no segmento de aplicação nas empresas vendedoras de equipamentos e insumos voltados às metodologias; atuação no pós-processamento de imagens, documentação de exames e gerenciamento de sistemas de armazenamento de informações; atuação na área de pesquisa e desenvolvimento de novas metodologias. Atuação pro�ssional, desa�os e perspectivas em diagnóstico por imagem Neste vídeo, o especialista Phelipe Macedo entrevista a Biomédica Imagenologista Regina da Silva Rodrigues e conversam sobre a atuação profissional, desafios e perspectivas na área. Resistências à atuação do biomédico na área Mesmo que estabelecida desde 1983, a atuação do biomédico no diagnóstico por imagem ainda é ponto de discussão por algumas categorias profissionais. As recentes atualizações das normativas do CFBM em relação às áreas de Imagenologia e Radiologia indicam a necessidade de firmar a atuação do profissional na área. Em alguns locais do Brasil, como no estado do Rio de Janeiro e alguns estados do Nordeste, a inserção do biomédico na área de Imagenologia enfrenta resistência de outras categorias profissionais que compõem a equipe multidisciplinar do setor de diagnóstico por imagem. Mas por que isso ocorre? Resposta O ponto a ser levantado contra a atuação do biomédico na imagenologia é a possibilidade de exercer carga horária maior que as demais categorias. Essa abrangência se dá pela falta de sindicatos de biomédicos atuantes contra sindicatos de outras categorias bem fortes e mais bem estruturados. Além disso, ainda existem muitas empresas que não conhecem as habilidades e competências dos biomédicos habilitados, bem como pela falta de força do conselho local e, principalmente, pela competitividade que existe no mercado de trabalho nessa área. As relações de conflito existentes nesse debate podem ser percebidas, inclusive, no Judiciário, em ações a respeito da ausência de previsão da participação do biomédico em concursos públicos e as ações movidas contra os biomédicos radiologistas, por exemplo. Como ainda não temos muita força no diagnóstico por imagem, a resistência é um pouco parecida com a que sofremos no início da profissão para atuarna área de análises clínicas. Fato é que todas as categorias atuantes na Imagenologia podem coexistir em harmonia desde que a disputa pelo mercado de trabalho se fundamente na qualificação do profissional para tal função. Em grande parte do país, o que podemos ver é uma coexistência pacífica entre as diferentes categorias. Por isso, não desanime! Se você se interessa pela área, estude e corra atrás, você conseguirá entrar no mercado de trabalho e ajudará a divulgar a nossa profissão e competências. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. MÓDULO 1 Vem que eu te explico! Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 A Resolução nº 234 do CFBM determina a área de atuação do biomédico habilitado em Imagenologia, indicando em quais métodos de diagnóstico por imagem é permitida sua atuação. Assinale a alternativa a seguir que indique apenas métodos de diagnóstico que o biomédico pode operar, de acordo com a resolução. A Medicina nuclear, ecodoppler e radiografia. B Radioterapia, eletrocardiograma e tomografia computadorizada. C Ultrassonografia, mamografia e radioterapia. D Endoscopia, densitometria óssea e medicina nuclear. E Ressonância magnética, radioterapia e endoscopia. Parabéns! A alternativa C está correta. Segundo o descrito na Resolução nº 234 do CFBM, o profissional habilitado na área poderá atuar em tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassonografia, radiologia vascular e intervencionista, radiologia pediátrica, mamografia, densitometria óssea, neurorradiologia, medicina nuclear e radioterapia. Questão 2 A atuação do biomédico na Imagenologia é bastante ampla e não se restringe apenas à operação de equipamentos. Sobre as atribuições do profissional biomédico na imagenologia, analise as alternativas a seguir. I. Exercer função administrativa no departamento de Imagenologia. II. Emitir laudos de exames de imagem. III. Atuar no pós-processamento de imagens. IV. Atuar em empresas especializadas no treinamento de equipamentos. É correto o que se afirma em: A I, III e IV. B I, II e III. C I e II. D I e III. E I e IV. 2 - Atuação do biomédico imagenologista Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as atribuições do biomédico Imagenologista na equipe multidisciplinar de diagnóstico por imagem e terapias com radiação ionizante. Atuação do estagiário na área de Radiologia e Imagenologia É comum que ao começar no serviço o estagiário esteja ansioso para aprender o mais rápido possível tudo sobre a área escolhida. No entanto, na Imagenologia e Radiologia, é preciso um pouco de paciência para que o aprendizado seja mais eficiente. Um exame de imagem muitas vezes requer diversas etapas e o estagiário deve ser capaz de realizar todas elas de forma satisfatória. As etapas são interligadas e não podem ser “puladas” no processo de Parabéns! A alternativa A está correta. Os biomédicos habilitados para atuar no diagnóstico por imagem (Radiologia e Imagenologia) estão aptos a exercer função administrativa no departamento de diagnóstico por imagem, a atuar no pós-processamento de imagens, documentação de exames e gerenciamento de sistemas de armazenamento de informações, bem como no segmento de aplicação nas empresas vendedoras de equipamentos e insumos voltados às metodologias, oferecendo treinamentos. No entanto, a emissão de laudos de exame de imagem é uma exclusividade do profissional médico. A Resolução nº 234 do CFBM não determina que o biomédico possa laudar qualquer exame de imagem. aprendizado. A teoria e a prática estão conectadas e, durante o estágio, você terá a oportunidade de aplicar os conhecimentos teóricos na prática. Você saberia dizer quais são os conhecimentos de teoria importantes para a área de Imagenologia e Radiologia? A resposta é depende! Isso mesmo! Depende de qual método de imagem você terá a oportunidade de aprender em seu estágio. A área é bastante ampla e cada método apresenta bases teóricas diferentes, mas algumas são comuns. Ressonância magnética da região cervical. O primeiro conhecimento teórico a ser colocado em prática é o de anatomia. Exatamente, sem anatomia não se faz um bom biomédico imagenologista. Será preciso reconhecer as estruturas retratadas nos exames, pois, em grande parte dos métodos de exames, é a partir delas que você irá programar as imagens finais que serão enviadas ao médico radiologista. Esse procedimento é bastante comum em exames de tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM). Além disso, não basta apenas conhecer a anatomia que estudamos nos livros; é preciso conhecer a anatomia em radiologia. Cada método permite a visualização de determinadas estruturas. Exemplo A TC não é um bom método para avaliar cartilagens; para visualizar e avaliar essas estruturas utilizamos a RM. Outro assunto de extrema importância para o biomédico imagenologista é a fisiologia. Conhecer o correto funcionamento dos diferentes sistemas que compõem o organismo humano é imprescindível para a realização dos exames de imagem, principalmente os de medicina nuclear, as cintilografias e PET-Scan. A base da medicina nuclear é a fisiologia desses sistemas. As imagens são bem pouco anatômicas e geradas a partir da mobilização de moléculas radioativas, chamadas radiofármacos, por um sistema biológico conhecido. É a partir da análise dessa distribuição que será possível avaliar as patologias presentes. Imagens obtidas por exame de PET-Scan. A patologia é outra disciplina essencial para diagnósticos. Entender a fisiologia é a base, mas entender como determinado sistema se comporta de forma patológica, ou seja, quando está doente, também é importante. Em muitos casos, há uma hipótese diagnóstica a ser esclarecida com o exame solicitado. Cabe ao biomédico imagenologista confirmar uma hipótese ou descaracterizá-la. Exemplo Um paciente realiza um exame de densitometria óssea (utilizado para avaliar a composição óssea), com indicação de suspeita de osteoporose no quadril. Cabe ao profissional realizar o melhor exame para que essa patologia seja confirmada ou negada. Para tal, é preciso que ele entenda como a osteoporose irá se manifestar no exame. A aplicação desses conhecimentos no campo prático é bastante significativa para o profissional no momento de realizar qualquer exame de imagem. Torna-se um diferencial para o profissional que quer atuar na área. Mas ainda existe o componente prático a se aprender no estágio. Portanto, o primeiro passo é ambientar-se com o setor, conhecer o fluxo dos pacientes, as pessoas com quem terá contato, conhecer os exames realizados e quais os procedimentos adotados no setor. Ter em mente os procedimentos de segurança é bastante importante. A observação também é importantíssima, então não se sinta deixado de lado. Entenda esse momento como essencial para que você possa atuar de forma segura e confiante. Após a ambientação, você poderá começar pela anamnese dos pacientes. Essa etapa nada mais é que um questionário que o paciente responde no agendamento do exame, na recepção ou quando está prestes a entrar na sala de exames. Ele contém perguntas gerais, como nome, idade, peso e altura, histórico de alergias, uso de medicamentos e perguntas específicas do exame, como localização da dor, motivo do exame, entre outros. Aplicação da anamnese. É importante que o profissional identifique o paciente, conferindo a sua identidade e apresente-se como o profissional responsável pela realização do exame, verifique o pedido médico e confirme o exame complementar a ser realizado. Também é preciso utilizar uma comunicação cordial, respeitosa e atenciosa com pacientes, familiares, responsáveis ou acompanhantes. Dica A aplicação de uma boa anamnese é de fundamental importância para o operador do equipamento entender o exame solicitado e como poderá chegar ao melhordiagnóstico para cada paciente. Nesse momento, você irá realizar o questionário com o paciente ou confirmar as informações previamente colhidas, além de passar algumas informações específicas do exame a ser realizado. É crucial confirmar as informações que interferem diretamente no procedimento, mesmo que tenham sido negativas no questionário. Saber se uma paciente está grávida, se um paciente tem alergia ao contraste utilizado no exame ou até mesmo se possui alguma prótese metálica no corpo pode ser decisivo na realização ou não do exame. Atenção Contraindicações ao exame devem ser reportadas ao médico responsável que discutirá alternativas para cada paciente. Dúvidas quanto ao tempo de duração, as características, implicações e consequências do exame e ao uso de substâncias, como medicamentos ou contraste, devem ser respondidas demonstrando disponibilidade e abertura quanto às inseguranças e aos receios do paciente. Depois de estar confiante na anamnese e já com pensamento crítico afiado, é hora do próximo passo: o posicionamento. Você deve orientar o paciente e verificar as condições para a realização adequada do exame, assim como o uso de vestimenta, equipamentos de proteção individual, contrastes ou radiofármacos, quando necessário. Tendo em mente o conforto do paciente, disponibilize recursos que garantam sua segurança e comunicação durante a realização do exame, sempre mostrando postura aberta e tolerante para negociar pequenos ajustes que viabilizem a adesão do paciente à realização do exame. Biomédico realizando o posicionamento de um paciente para o exame de ressonância magnética. Posicionar o paciente para o exame é uma arte. Um bom posicionamento permite que o exame seja realizado de forma adequada, além de evitar repetições de protocolo e reconvocações (quando o exame não é aceito pelo médico radiologista e o paciente é chamado novamente para realizar o exame). Dica Cada exame e método de imagem tem um posicionamento específico determinado em protocolo que deve ser estudado pelo estagiário para que não haja confusões. Caso seja necessário proporcionar mais conforto ao paciente, o procedimento pode ser adaptado, desde que não fuja muito do previsto no protocolo. Uma vez que você tenha desenvolvido todas as habilidades exigidas fora da sala de operação, chegou a hora de realizar os exames propriamente ditos. Acompanhar e realizar a obtenção de imagens do corpo do paciente – identificar inconformidades que comprometam a qualidade da análise ou interpretação; monitorar a realização do exame de modo a garantir eficiência, eficácia e efetividade ou minimização de danos à saúde do paciente; orientar pacientes e familiares ou responsáveis, informando os cuidados e desdobramentos após a realização de exames, bem como local e data de entrega dos resultados – são algumas das funções a ser desempenhadas nessa etapa. Inicialmente você irá realizar exames mais simples para depois evoluir em mais uma etapa e passar a realizar sozinho exames complexos. Estagiário acompanhando uma TC. Em paralelo à realização dos exames, você também poderá se aventurar no pós-processamento das imagens. Assim que são produzidas, as imagens precisam ser processadas antes de serem enviadas ao médico radiologista para análise e confecção do laudo. Essa etapa segue o padrão de qualidade definido pela equipe; cada clínica ou médico específico tem uma forma que lhe agrada mais. Por isso, é importante não somente identificar os exames e suas especificidades, mas também conhecer bem a equipe multidisciplinar com quem se está trabalhando. Biomédico trabalhando no pós-processamento da imagem. Habilidades gerais e especí�cas adquiridas pelo estagiário A passagem por todas as etapas descritas anteriormente permitirá que o estagiário desenvolva diferentes habilidades. Neste tópico, comentaremos as principais delas e como você pode aproveitar as situações do estágio para se aprimorar. O contato com o paciente nessa habilitação é bem presente. O biomédico é responsável por essa interação antes e durante a realização do exame de imagem, momentos importantes para que possamos garantir o melhor diagnóstico possível a partir do método de imagem utilizado. Comentário Garantir a confiança do paciente pode parecer uma tarefa fácil, mas requer muito “jogo de cintura”. O paciente passa a confiar no profissional quando observa firmeza nas atitudes tomadas. Biomédica dando suporte a uma paciente no preparo para a realização do exame. Um exame de imagem complexo como a ressonância magnética (RM) pode gerar muitas dúvidas ao paciente, ainda mais quando requer preparos e condições específicos. No caso da RM ainda temos o agravante da claustrofobia, o que pode ser decisivo na realização ou não do procedimento. O profissional deve estar preparado para encontrar todo tipo de paciente e saber lidar com cada situação. Ganhar a confiança do paciente respondendo firmemente seus questionamentos ou acalmando-o quando necessário é essencial para que, no momento da aquisição de exames, não haja surpresas. Como vimos, não é só o bom relacionamento com o paciente que é imprescindível para a atuação no setor de Imagenologia; o relacionamento com a equipe multidisciplinar também é importante. Nessa área, trabalhamos com muitos outros profissionais de saúde que também são diretamente afetados pela nossa atuação. A equipe do Centro de Tratamento Intensivo (CTI), da emergência, do ambulatório, a equipe de médicos radiologistas, de recepção e agendamento são exemplos dos diferentes grupos com os quais atuamos, cada uma com a sua particularidade na relação interprofissional. Trabalhar em equipe é uma habilidade-chave para ser desenvolvida no dia a dia do estágio e requer boa comunicação e resiliência. Algumas habilidades que serão exigidas do estagiário durante a sua formação dizem respeito diretamente a sua função; por isso, vamos chamá-las de específicas. Ter uma comunicação assertiva, saber atuar sobre pressão, independência e firmeza nas decisões são algumas delas. Saber se comunicar de forma eficiente é uma das habilidades mais procuradas no mercado de trabalho atualmente. E quando olhamos para a área de saúde não é diferente. Um setor de diagnóstico por imagem, como já vimos, é a conexão de muitos outros setores. Estamos constantemente no fluxo de trabalho de outros profissionais. Além de um bom relacionamento com esses profissionais, é preciso saber se comunicar de forma efetiva com eles. O resultado obtido com um exame de imagem feito com urgência pode ser decisivo na conduta clínica que será adotada para aquele paciente em questão de minutos, conforme demonstramos no breve caso narrado abaixo. Durante o plantão no setor de TC do hospital municipal de uma cidade, um paciente dá entrada com sintomas que levam o médico plantonista a suspeitar que se trate de COVID-19. Não há testes laboratoriais disponíveis no momento. O médico então opta por solicitar uma tomografia de tórax para melhorar seus dados clínicos sobre o paciente. Sabe-se que a TC de tórax não deve ser utilizada como método confirmatório para COVID-19, apenas devem ser utilizados métodos moleculares ou imunocromatográficos de identificação do vírus para confirmar a doença. Mas o padrão pulmonar observado no exame auxilia na conduta clínica do paciente. Caso - Exames de imagem durante a pandemia de COVID- 19 O paciente realiza o exame solicitado. Observa-se, então, que o parênquima pulmonar está acometido de várias lesões de vidro fosco, que podem estar fortemente correlacionadas à COVID-19. É importante que o profissional saiba se comunicar com as demais equipes, sem ferir a ética profissional e sem fazer uma conclusão diagnóstica do caso do paciente. Vale lembrar que confirmar um diagnóstico não é papel do biomédico. Conversar com o médico radiologista sobre a anamnese do paciente e os achados da imagem é o indicado, e entender se não há um protocoloa mais para melhorar o diagnóstico desse paciente. Caso seja algo de muita urgência, solicitar ao médico que solicitou o exame que analise as imagens adquiridas antes de liberar o paciente. Todas essas são formas de se comunicar com as diferentes equipes e manter o foco no melhor diagnóstico. Outro ponto importante que será desenvolvido durante o estágio é saber trabalhar sobre pressão. Por estar conectados a muitas áreas, nos submetemos a cobranças de todos os lados, inclusive dentro do próprio setor. Os exames de RMs, por exemplo, são muito demorados e dependem bastante da contribuição do paciente em permanecer sem se mexer durante todo o período de realização do exame. Caso se movimente é preciso repetir uma ou mais sequências programadas, o que pode levar cerca de cinco minutos a mais no tempo do exame. Em clínicas de diagnóstico por imagem, quando esses imprevistos acontecem com frequência no mesmo dia, é comum que a agenda de pacientes fique atrasada. Paciente nervoso devido à grande espera para realização do exame. Ou seja, o paciente que chegou no horário para realizar o exame deverá esperar um tempo a mais para entrar na sala de exames. E o setor de recepção da clínica sofrerá cobranças por parte desses pacientes, que passará essa cobrança para os operadores de equipamento e o responsável pelo setor. Manter-se focado na realização dos exames e não se deixar melindrar pela cobrança externa são fundamentais nessa situação, pois qualquer trabalho que seja feito de forma apressada e sem compromisso com a qualidade pode ser prejudicial ao diagnóstico final. Em outros casos, será exigido que o profissional tome decisões rápidas sem que haja tempo suficiente para consultar o médico radiologista ou o médico solicitante do exame. Tais decisões devem sempre estar dentro do que é permitido ao biomédico realizar e ser as mais corretas possíveis. O biomédico tem papel-chave na identificação de obstáculos e oportunidades quanto ao agendamento dos exames em seu período de trabalho e priorizá-la, levando em consideração a relevância e urgência das situações, além das consequências imediatas e futuras de sua decisão. Equipamentos de proteção e biossegurança O estagiário dentro do setor de Radiologia e Imagenologia está exposto direta e indiretamente à radiação ionizante. Esse tipo de radiação é capaz de provocar alterações moleculares e bioquímicas quando interagem com o nosso organismo, o que exige maiores precauções. É importante ressaltar que a radiografia, a TC, todos os exames de medicina nuclear, incluindo cintilografias e PET-Scan, densitometria óssea e mamografia utilizam a radiação ionizante. Não estão incluídos os exames de RM e ultrassonografia. Existem normas e resoluções da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) que determinam como deve ser o uso das radiações ionizantes para diagnóstico e terapia, e como os indivíduos devem se proteger – pacientes ou trabalhadores da área, chamados de indivíduos ocupacionalmente expostos (IOE), como no caso dos estagiários. Você já ouviu falar de exposição ocupacional? Resposta É chamada exposição ocupacional a exposição normal ou potencial de um indivíduo em decorrência de seu trabalho ou treinamento em práticas autorizadas ou intervenções, excluindo-se a radiação natural do local. De acordo com a Norma 3.01 (CNEN, 2004), a responsabilidade sobre os IOE é de empregadores e instituições de ensino que fornecem o estágio, necessitando: A) Implantar, implementar e documentar um sistema de proteção radiológica, em consonância com a natureza e extensão dos riscos associados com as práticas e intervenções sob sua responsabilidade, em conformidade com as normas do CNEN. B) Determinar as medidas e os recursos necessários para garantir o cumprimento das diretrizes de proteção radiológica, assegurar que os recursos sejam fornecidos e que essas medidas sejam implementadas corretamente. C) Rever, continuamente, tais medidas e recursos, identificar quaisquer falhas e deficiências na sua aplicação, corrigi-las e evitar suas repetições, bem como verificar regularmente se os objetivos de proteção radiológica estão sendo alcançados. D) Estabelecer mecanismos para facilitar a troca de informação e cooperação entre todas as partes interessadas com relação à proteção radiológica. E) Manter os registros apropriados relativos ao cumprimento de suas responsabilidades. F) Tomar as ações necessárias para assegurar que os IOE t j i t d é t i t t d A Norma 3.01 da CNEN é considerada a “Norma Mãe” quando se trata de radioproteção. Seu objetivo é estabelecer requisitos básicos de radioproteção das pessoas em relação à exposição à radiação ionizante. Essa norma tem como fundamento o fato de que qualquer dose, por menor que seja, está associada à probabilidade de ocorrência de danos celulares e moleculares, e adota três princípios básicos: Princípio da justi�cação Nenhuma prática será aceita, a não ser que produza benefícios para os indivíduos expostos ou a sociedade. Como no caso de exposições médicas que devem ser justificadas, ponderando-se os benefícios diagnósticos ou terapêuticos que venham a produzir, levando em conta os riscos e benefícios de técnicas alternativas disponíveis que não envolvam exposição à radiação. Princípio da otimização As exposições devem ser tão reduzidas quanto razoavelmente exequíveis, levando-se em consideração fatores sociais e econômicos. Ou seja, quando exposto à radiação ionizante para fins médicos, deve-se assegurar que a exposição é a mínima possível para se ter um bom diagnóstico para o paciente. Princípio da limitação de dose individual As doses individuais de trabalhadores e indivíduos do público não devem exceder os limites anuais de dose estabelecidos pela CNEN, em particular, 20mSv para trabalhadores e 1mSv para indivíduos do público em geral. Atualmente, o Ministério da Saúde adota normas mais rígidas de doses para trabalhadores da área de radiodiagnóstico. A dose efetiva ou equivalente não pode exceder 20mSv em qualquer período de cinco anos consecutivos, não podendo exceder 50mSv em nenhum ano. estejam cientes de que sua segurança é parte integrante de um programa de proteção radiológica e que têm obrigações e responsabilidades para sua própria proteção e para a de terceiros. mSv O milésimo de Sievert (mSv) é uma unidade que mede os efeitos biológicos da radiação. Além do limite de dose estabelecido para o corpo, outras dosagens são estabelecidas. Atenção O cristalino tem limite anual de exposição de 20mSv; no entanto, a pele, as mãos e os pés têm 500mSv para o IEO. Para o público, os limites são 15mSv para a exposição ao cristalino e 50mSv para a pele. Para atender ao princípio de justificação, cabe ao profissional biomédico conferir se a requisição do exame foi realizada por profissional capacitado e se há pedido médico válido para a realização do exame. Não cabe ao profissional biomédico julgar se a escolha do método diagnóstico é a mais indicada para a patologia do paciente. Essa decisão é uma competência exclusiva dos médicos e somente pode ser revogada por solicitação do médico radiologista ou do médico solicitante do exame. Já quando pensamos no princípio da otimização, o biomédico tem sim papel importante em sua aplicação. O princípio “tão baixo quanto razoavelmente exequível” (as low as reasonably achievable – ALARA) é definido por quatro parâmetros, como veremos a seguir: Redução do tempo de exposição O tempo de exposição está diretamente relacionado à exposição às radiações. Quanto menor o tempo, menor a dose. Se o tempo for dobrado, a exposição é dobrada. Redução da dose de radiação Oferecer o mínimo de dose necessária para realizar o exame. Quanto menor a dose, menor é o risco para o paciente e o funcionário. Pacientes pediátricos devem ter a dose reduzida, pois crianças apresentam maior sensibilidade à radiação do que indivíduos adultos. Distanciamento A distânciaentre a fonte e o sujeito é determinante para o nível de exposição à radiação. O dobro da distância significa reduzir a exposição a 1/4. Blindagem Determinante para reduzir ainda mais as doses de exposições. Materiais como chumbo são capazes de reter a radiação. Para reduzir o tempo de exposição à radiação, é preciso que os exames sejam feitos com a máxima rapidez ou cuidar para que o profissional fique o mínimo de tempo exposto a uma fonte radioativa. Exemplo O biomédico responsável do setor de radiofarmácia de uma clínica de medicina nuclear precisa manipular as doses de radiofármacos necessárias para as cintilografias agendadas no dia. Essa manipulação deve ser feita o mais breve possível para evitar que o profissional se exponha de forma desnecessária à radiação proveniente do radiofármaco. Quanto menos tempo exposição, menor é a dose que incide sobre o corpo. Quando falamos de redução de dose de radiação, podemos pensar no exemplo da mamografia de uma paciente que tem uma das mamas mais densa e a outra mais delgada. Para o exame ter uma boa resolução da imagem, a paciente não precisa receber a mesma dose de radiação em ambas as mamas. A mais densa deve receber uma maior dose, para garantir o melhor diagnóstico. Essa distinção é realizada no momento da aquisição do exame e possibilita que cada paciente receba a dose minimamente necessária para o seu exame ter capacidade diagnóstica. O distanciamento de uma fonte radioativa se aplica, por exemplo, quando temos um acompanhante dentro da sala de exames. O ideal, para que esse acompanhante não receba altas doses de radiação, é que ele esteja o mais distante possível da fonte emissora de radiação. Essa instrução é dada pelo profissional no momento do posicionamento do paciente, mas também se aplica aos próprios profissionais que estão executando o exame. Lembre-se que, quanto mais distante da fonte de radiação, que pode ser um radiofármaco, o aparelho de raio X ou a TC ligados, menos exposto se estará. Acompanhante A presença de acompanhantes durante os procedimentos radiológicos é permitida quando sua participação for imprescindível para conter, confortar ou ajudar pacientes. Aventais de chumbo (plumbíferos) disponíveis para uso na sala de exames. Outro procedimento que diminui a incidência direta de radiação nos pacientes e acompanhantes é a blindagem. São materiais específicos confeccionados com chumbo, capaz de bloquear os raios X. São utilizados para proteger determinadas áreas do corpo do paciente ou do profissional realizador do exame durante a exposição à radiação. Alguns exemplos são biombos, coletes, óculos plumbíferos, protetores de gônadas (para crianças) e de tireoide. O profissional, ao realizar uma radiografia, deve se manter atrás do biombo de chumbo. Sabemos que é impossível não ser afetado pela radiação porque estamos sujeitos a ela em qualquer parte e a todo momento do nosso dia a dia. Como já discutimos, o profissional da área de imagenologia é exposto de forma ocupacional e, por isso, deve seguir regras mais específicas que limitam a quantidade de radiação que ele recebe durante o seu trabalho. Mas como isso é calculado? Para poder quantificar a dose de radiação recebida mensalmente pelos profissionais expostos são utilizados equipamentos de monitorização de radiação, chamados de dosímetros. Esses dispositivos são capazes de absorver a radiação que chega até o profissional e guardar essa informação para ser quantificada posteriormente. São utilizados de forma individual e colocados na região exposta (normalmente no tórax) e por cima do jaleco ou da blindagem. Dosímetro pessoal de radiação ionizante. Mensalmente, os dosímetros são recolhidos e enviados para uma empresa que analisa a quantidade de radiação recebida. Esses valores geram um relatório que deve ser acompanhado por uma pessoa da própria clínica, responsável por acompanhar e monitorar as doses de radiação de todos os funcionários e estagiários. Caso a dose ultrapasse o que determina a CNEN, as medidas cabíveis devem ser tomadas – desde o afastamento do trabalho por alguns dias até acompanhamento médico. Atenção Os profissionais da área de TC necessitam de treinamentos periódicos de proteção radiológica. Biossegurança em RM Todas as informações que aprendemos até agora somente se aplicam a ambientes com radiação ionizante, mais comumente a radiação X e radiação gama. Mas não podemos esquecer que uma das maiores áreas de atuação na Imagenologia é a de RM, que não faz uso de radiação ionizante para obter imagens médicas. Pelo seu princípio físico, os exames de RM são adquiridos em um ambiente que tenha um campo magnético alto. A simples existência do campo magnético já é um fator importantíssimo para que olhemos com mais cuidado para a biossegurança na sala de exames. O aparelho de RM é um ímã gigante que pode causar muitos problemas se algumas medidas não forem observadas corretamente. Curiosidade Algumas máquinas de RM produzem um campo magnético 30 mil vezes maior que o campo magnético da Terra. Equipamento de RM. Todos devem ter a ideia de que, ao entrar na sala de exames, é proibido carregar consigo qualquer dispositivo metálico que possa ser atraído em maior ou menor intensidade pela máquina. São proibidos chaves, celulares, colares, brincos, macas de metal, enceradeiras, cilindros de oxigênio e demais objetos metálicos. A atração desses materiais é tão potente que pode causar danos irreversíveis aos aparelhos e, em alguns casos, a morte dos presentes, caso haja algum paciente realizando o exame no momento. Por isso, é muito importante que o profissional que trabalhe com RM tenha conhecimento de biossegurança e medidas restritivas adotadas e saiba instruir corretamente o paciente durante a anamnese, para que tais problemas não atrapalhem o exame. Sinalização de alerta para campo magnético. Todos os laboratórios de imagem devem ter sinalização de advertência, mas destaca-se o ambiente de realização da RM, uma vez que o aparelho nunca perde seu campo magnético, nem quando desligado, e esse é o principal ponto de preocupação com acidentes. Descarte de resíduos sólidos Durante o estágio em Radiologia ou Imagenologia, o aluno terá contato com gerenciamento de resíduos sólidos. Atualmente, a RDC nº 222, de 28 de maio de 2018, que regulamenta as boas práticas de resíduos sólidos, é a legislação que vai direcionar a segregação, o acondicionamento e o descarte dos resíduos sólidos nos serviços de saúde. No entanto, em alguns casos, é necessário consultar também as normas de rejeitos radioativos disponibilizados pela CNEN, pois cada tipo de exame produz seu próprio resíduo durante o diagnóstico de imagem. Os exames de tomografia, radiografia, mamografia e RM não são responsáveis pela produção de muitos resíduos sólidos. Veremos, a seguir, os resíduos normalmente produzidos nesses setores, segundo a RDC nº 222/2018. Grupo D São os resíduos comuns que não apresentam risco à saúde e podem ser equiparados aos resíduos domésticos. Devem ser segregados em locais sinalizados de acordo com as normas de limpeza urbana e descartados seguindo as normas ambientais vigentes. Grupo B São os resíduos contendo produtos químicos que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Temos os efluentes de processamento de imagem (reveladores e fixadores), mas que não são mais tão empregados, pois atualmente os programas de obtenção de imagem são digitais; e produtos farmacêuticos, como os contrastes utilizados para a realização dos exames e medicamentos vencidos. O grupo B é identificado por meio de símbolos e frases de risco associados à periculosidade do resíduo químico e deve ser segregado em recipiente próprio, compatível com o material presente, e descartado de acordo com a periculosidade das substâncias ali presentes. Por exemplo, algunsfixadores e reveladores precisam ser encaminhados para tratamento antes da disposição final adequada. Então, antes de descartar, devemos sempre consultar a legislação e obedecer às determinações dos órgãos de meio ambiente e do serviço de saneamento. Grupo E São os resíduos perfurocortantes, como agulhas, escalpes e ampolas de vidro. Devem ser descartados em recipientes identificados, rígidos, providos com tampa, resistentes a vazamento e ruptura, e substituídos de acordo com a demanda, ou quando o nível de preenchimento atingir 3/4 da capacidade, ou de acordo com as instruções do fabricante, sendo proibidos seu esvaziamento manual e seu reaproveitamento. Embalagem para descarte de resíduos do grupo E. Os materiais que não apresentarem risco biológico ou químico não precisam de tratamento prévio, mas aqueles que apresentam risco biológico, por exemplo, devem ser tratados de acordo com a classe de risco biológico antes da disposição final. Grupo C No setor de medicina nuclear, outro grupo de resíduos ganha destaque, os rejeitos radioativos, que devem ser segregados de acordo com o radionuclídeo ou a natureza da radiação. Precisam ser acondicionados em recipientes próprios, de acordo com os procedimentos definidos pelo supervisor de proteção radiológica, com certificado de qualificação emitido pela CNEN ou equivalente (de acordo com normas da CNEN) na área de atuação correspondente. O armazenamento deve ser feito em local apropriado para o decaimento do elemento radioativo. Esse armazenamento deve ser feito até o elemento atingir o nível de dispensa estabelecido pelas normas vigentes. Saiba mais A RDC nº 222/2018 preconiza que os resíduos do grupo C sejam segregados em recipientes que tragam representado o símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor magenta ou púrpura) em rótulo de fundo amarelo, acrescido da expressão MATERIAL RADIOATIVO, REJEITO RADIOATIVO ou RADIOATIVO. Gestão e responsabilidade técnica nos laboratórios de imagem O profissional biomédico apresenta-se para qualquer atividade com uma formação generalista que será moldada em determinada área pela sua área de estágio e habilitação. De longe, pode-se pensar que esse modelo generalista não é vantajoso; porém, quando bem aproveitado, pode ser o diferencial na carreira do profissional. Ter conhecimentos básicos em diferentes áreas leva ao desenvolvimento de um pensamento mais panorâmico das situações. Um bom gestor deve ser capaz de olhar para o todo e não apenas para uma única parte. Podemos dizer que o biomédico é formado durante a sua graduação, e no estágio, para ser gestor. Assumir essa responsabilidade é quase o DNA do biomédico. E na área de Imagenologia isso não é diferente. Profissionais motivados a participar do processo facilitam uma boa gestão. O primeiro passo para uma boa gestão é garantir que as pessoas estejam motivadas a fazer parte do processo. Essa gestão pode ser realizada de várias formas como o apoio na elaboração de escalas e plantões e no rodízio de equipamentos, pela busca com responsabilidade por alternativas ante falhas e ausências, utilizando o diálogo entre as necessidades profissionais e as do trabalho. É preciso, por fim, avaliar e estimular a autoavaliação de cada profissional da equipe, considerando atribuições, dificuldades e desafios encontrados para o desenvolvimento de uma prática de excelência. Saiba mais A instalação e a manutenção de um programa de qualidade são pilares de uma boa gestão de um setor de Imagenologia. A partir do programa de qualidade, é possível identificar e corrigir pequenas falhas que possam interferir na qualidade diagnóstica das imagens produzidas, além de suprir as necessidades de radioproteção com a diminuição de doses direcionadas ao paciente. Também minimiza os riscos de exposição ocupacional, pois são implementados programas de treinamentos e capacitação periódicos para os funcionários. Gestão em serviços de diagnóstico por imagem Neste vídeo, o especialista Phelipe Macedo entrevista a Biomédica Imagenologista Caroline Argenton e conversam sobre a experiência de gestão de equipe e do setor de ressonância magnética em uma clínica de imagenologia. Além de uma boa gestão de equipe, é preciso desenvolver uma boa gestão de dados. É gigantesca a quantidade de informação, imagens e laudos produzidos em um dia de funcionamento de uma clínica de imagem. Esses dados são essenciais para o funcionamento adequado dos processos dentro do setor. Todo e qualquer dado acerca dos pacientes e dos setores administrativos da clínica de imagem precisa ser armazenado de forma segura. Pode acontecer de, no momento de fazer o exame, o histórico do paciente esteja perdido – algo que não seria nada bom. Para fazer uma administração eficiente dessas informações, o ideal é investir em um software médico de gestão que ajude a otimizar esses armazenamentos e que otimize todos os setores. Alguns sistemas ajudam a criar um prontuário eletrônico, onde serão guardadas todas as informações sobre o paciente de forma prática, com rápido acesso, além de facilitar processos financeiros, por exemplo. Manter a equipe atualizada e treinada é imprescindível para uma boa gestão. Caso um novo software ou equipamento seja adquirido na clínica, todas as pessoas envolvidas no dia a dia devem saber utilizá-lo. Caso contrário os resultados não serão eficientes, o que poderá causar problemas na gestão, não uma solução. Os treinamentos específicos são oferecidos pelas próprias empresas que vendem os sistemas ou aparelhos. Mas alguns outros pontos podem ser abordados de forma contínua, como treinamento de atendimento ao paciente, de comunicação entre equipes, entre outros. Outra responsabilidade que está diretamente ligada a tudo isso que comentamos é a qualidade técnica dos exames realizados na clínica de imagem. Entregar o melhor exame ao médico solicitante é a primeira missão do setor de imagenologia. Por isso, deve-se prezar muito pela qualidade de todos os processos envolvidos nessa entrega. O principal deles, sem dúvida, é como o exame é realizado. Por isso, clínicas e hospitais estão aumentando o investimento em novos equipamentos e tecnologias que garantem eficiência nos exames para que os pacientes obtenham resultados mais precisos, detalhados e com a rapidez necessária. Alguns fatores podem influenciar negativamente na qualidade da imagem em exames radiológicos, como é o caso da densidade radiográfica – se não estiver balanceada em um raio x, a imagem pode ficar muito clara ou muito escura, dificultando a análise pelo médico radiologista. O mesmo pode acontecer em uma radiografia que não esteja muito nítida ou se o contraste não estiver balanceado. Erros como esse fazem com que o paciente seja obrigado a se submeter novamente ao procedimento. Gasta-se, dessa forma, mais radiação, além de tempo e material. A escolha de métodos e protocolos mais adequados para o hospital ou a clínica pode ser delegada ao biomédico responsável pela equipe de operação de equipamento em conjunto com a equipe de radiologistas. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. MÓDULO 2 Vem que eu te explico! Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Roberta é a mais nova estagiária de biomedicina do setor de medicina nuclear de uma importante clínica de diagnóstico por imagem de sua cidade. São previstas algumas atividades para que ela realize durante o período de estágio supervisionado, como veremos a seguir. I. Administrar radiofármaco específico para cada exame. II. Posicionar corretamente o paciente para a realização do exame. III. Comunicar ao paciente as alterações encontradas no exame. IV. Orientar o paciente quanto ao tempo de duração do exame. Roberta está autorizada, como estudante de Biomedicina, a realizar as funções descritas em: A I, somente.B II e IV. C III e IV. D II e III. E I, II e IV. Parabéns! A alternativa E está correta. Como estagiária de Biomedicina, a aluna não poderá comunicar diretamente ao paciente as alterações encontradas sem antes ter a confirmação e o laudo do médico. Tal situação infringe a ética profissional. Todas as outras funções são permitidas a profissionais e estagiários de Biomedicina dentro do setor de diagnóstico por imagem. Questão 2 Vimos que existem normas e resoluções da CNEN que determinam como deve ser o uso das radiações ionizantes para diagnóstico e terapia, e que os indivíduos devem se proteger dessas radiações (pacientes e trabalhadores da área). Existem diferentes formas de realizar essa proteção. Assinale a alternativa a seguir que expõe uma situação em que são aplicadas medidas de proteção radiológicas adequadas. A Diminuir a dose para a realização de um raio x pediátrico. B Manter-se próximo a uma fonte emissora de radiação ionizante. C Administrar altas doses de radiofármaco no paciente. D Realizar uma radiografia de face em maior tempo possível. E Acompanhante na sala de exame sem fazer uso de EPI adequado. Considerações �nais Vimos que a habilitação em Imagenologia é uma das mais antigas da Biomedicina, prevista desde o começo da profissão. Ao longo do tempo, a habilitação foi sendo aperfeiçoada, permitindo que o campo de atuação fosse ampliado e diversificado. Atualmente, a habilitação em Imagenologia ou Radiologia permite ao profissional não só a operação de equipamentos de imagem, como aparelhos de ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC), mas também a atuação em setores de aplicação, venda, qualidade de processos e pesquisa e desenvolvimento ligados ao departamento de imagem. O estágio é o momento ideal para desenvolver antigas e novas habilidades que possibilitarão ao aluno alcançar objetivos cada vez mais altos – como entender seu papel para o diagnóstico do paciente e então realizar suas funções com comprometimento e segurança. A emergência das áreas de gestão e educação no perfil do biomédico traz inovações relacionadas ao desenvolvimento do processo de trabalho em equipe multidisciplinar e da articulação com o ensino, principalmente no Sistema Único de Saúde (SUS). É importante lembrar que o constante desenvolvimento das tecnologias faz com que essa área esteja em permanente atualização e exige que o profissional acompanhe esse ritmo para se manter no mercado de trabalho e conseguir assumir posições de destaque. Podcast Parabéns! A alternativa A está correta. A medidas de proteção radiológica são redução do tempo de exposição, distanciamento da fonte emissora, uso de blindagens e redução da dose de radiação. A única ação que está de acordo com esses princípios é alterar o protocolo para a realização de um raio X pediátrico, pois crianças apresentam maior sensibilidade à radiação e por isso devem receber uma dose menor que indivíduos adultos. Neste podcast, o especialista Phelipe Macedo irá conversar com a Biomédica imagenologista Bruna Bonaventura Faila sobre as inovações da imagenologia que vão além da operação de equipamentos. Referências BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Comissão Nacional de Energia Nuclear. Resolução CNEN nº 27/2005. Norma CNEN NN-3.01 de março de 2014. Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia, 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 222, de 28 de março de 2018. Regulamenta as boas práticas de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde e dá outras providências. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 330, de 20 de dezembro de 2019. Estabelece os requisitos sanitários para a organização e o funcionamento de serviços de radiologia diagnóstica ou intervencionista e regulamenta o controle das exposições médicas, ocupacionais e do público, decorrentes do uso de tecnologias radiológicas diagnósticas ou intervencionistas. Brasília: Anvisa, 2019. CFBM – CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Normativa CFBM nº 001/2012. Dispõe sobre rol de atividades para fins de inscrição e fiscalização dos profissionais biomédicos, técnicos, tecnólogos nas áreas de acupuntura, estética, citologia e anatomia patológica e imagenologia, junto aos conselhos regionais de biomedicina. Brasília: CFBM, 2012. CFBM – CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Resolução nº 334, de 4 de dezembro de 2020. Homologa a primeira reformulação orçamentária, exercício 2020, do Conselho Regional de Biomedicina 5ª Região. Brasília: CFBM, 2020. CFBM – CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Imagenologia: o corpo humano sob outro ponto de vista. CFBM5 – CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA, 5ª REGIÃO, 6 dez. 2019. C LIMA, M. R.; PAGLIOLI, R.; HOEFEL FILHO, J. R. Diagnóstico por imagem do acidente vascular encefálico. Porto Alegre: Acta Médica, 2012. MAZZOLA, A.; STIEVEN, K.I.; NETO, G.H; CARDOSO, G.M. Segurança em Imagem por Ressonância Magnética. In: Revista Brasileira de Física Médica, 2019, p. 76 a 91. Consultado na internet em: 19 out. 2021. RIBEIRO, E. C. de O. et al. Perfil de competência do(a) biomédico(a) com ênfase em imagenologia. São Paulo: Hospital Sírio‑Libanês, 2018. (Nota técnica n. 1.5). Explore + Assista à série Chernobyl, que relata os acontecimentos de um dos mais conhecidos acidentes nucleares do mundo, na antiga União Soviética. Consulte o Atlas de anatomia radiológica produzido por professores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Estude como posicionar um paciente de acordo com o Manual prático de técnicas e posicionamento radiográfico, de Bontrager, nona edição. Assista ao documentário Césio 137: o brilho da morte, que conta a história do maior acidente nuclear acontecido no Brasil, em Goiás, na cidade de Goiânia, na década de 1980. Disponível no YouTube. Aumente seus conhecimentos de medicina nuclear com o livro Guia prático em medicina nuclear, de Amaury Castro Júnior, terceira edição. Leia CNEN NN 3.01 - diretrizes básicas de proteção radiológica. Nela você encontra requisitos básicos de proteção radiológica para pessoas em relação à exposição à radiação ionizante. O descarte de resíduos radioativos deve ser realizado conforme o plano de proteção radiológica do serviço, as normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e demais normas aplicáveis. Para conhecer mais sobre esse assunto, não deixe de conferir a RDC nº 222/2018, que regulamenta as boas práticas de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde e dá outras providências. Visite também o site da CNEN, onde é possível consultar as legislações sobre rejeitos radioativos. Baixar conteúdo javascript:CriaPDF() Estágio em Citologia Oncótica e Histotecnologia Prof.ª Mariana Pires Teixeira Descrição Estágio supervisionado em Citologia Oncótica e Histotecnologia: legislações, atribuições, atuações e mercado de trabalho. Propósito Compreender as diferentes atribuições profissionais do biomédico na Citologia Oncótica e Histotecnologia, as legislações que regulamentam o bom funcionamento desse serviço e os procedimentos técnicos é essencial para uma boa atuação do graduando em Biomedicina no estágio supervisionado nessa área. Objetivos Módulo 1 Estágio em Citologia Oncótica Reconhecer a regulamentação, as atribuições do biomédico e o estágio supervisionado em Citologia Oncótica. Mód l 2 Módulo 2 Estágio em Histotecnologia Clínica Reconhecer a regulamentação, as atribuições, o estágio em Histotecnologia Clínica e a biossegurança nos laboratórios de Citologia Oncótica e Histotecnologia. Desde a sua criação em 1966, o curso de Biomedicina passou por diversas alterações na grade curricular, o que permitiu a ampliação do campo de atuação e uma melhor qualificação profissional do biomédico. De fato, atualmente, a Biomedicina é considerada uma das profissões da área de Saúde mais completas, commais de 30 áreas de atuação. Diante disso, como saber em qual área atuar? Uma das formas de escolher a área de maior afinidade é a partir da experiência do estágio curricular, um momento em que existe a integração entre os conhecimentos técnico-científicos e a vivência na prática das atribuições do biomédico dentro daquela área específica. Isso permitirá o reconhecimento com que se irá trabalhar dentro de uma área tão diversificada de atuação e facilitará a posterior inserção no mercado de trabalho. Dentro desse contexto, vamos aprender ao longo deste conteúdo quais são as atribuições do biomédico nas áreas de Citologia Oncótica e Histotecnologia, as legislações que regulamentam essas habilitações, suas atribuições e o que é necessário para que o graduando termine o curso de Biomedicina e adquira a habilitação nessas áreas. Vamos lá? Orientação sobre unidade de medida Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades. Introdução 1 - Estágio em Citologia Oncótica Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a regulamentação, as atribuições do biomédico e o estágio supervisionado em Citologia Oncótica. Conceitos e breve histórico da Citologia Oncótica A Citologia Oncótica, uma das áreas de atuação do biomédico, é uma ciência que consiste na análise microscópica de características celulares (como tamanho, alterações citoplasmáticas ou nucleares) para a determinação da causa e/ou natureza de uma doença; em geral, o câncer. Atenção! A citologia oncótica e a citopatologia são muitas vezes utilizadas como sinônimos. Selo americano do George Papanicolaou sobre o teste de Papanicolaou e a detecção precoce do câncer. Embora o uso da citologia como forma de diagnóstico seja relatado desde o século XIX, somente a partir do século XX a citologia oncótica foi popularizada por George N. Papanicolaou (1883-1962), um médico grego contratado pelo Departamento de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade de Cornell para estudar o ciclo estral de porquinhos da índia e pacientes ginecológicos. Na década de 1920, Papanicolaou desenvolveu uma técnica de análise de esfregaço vaginal para o diagnóstico precoce de carcinoma uterino, conhecida como teste de Papanicolaou (também chamado hoje de exame preventivo ou mesmo colpocitologia oncótica). Naquela época, a técnica foi pouco aceita por outros médicos e, por isso, Papanicolaou interrompeu por muitos anos suas pesquisas nessa área. Aproximadamente 10 anos depois, Papanicolaou, estimulado pelo então diretor de seu departamento, Joseph Himsey, retomou sua pesquisa. Em 1941, com a colaboração do ginecologista Herbert F. Traut, publicou seus dados na American Journal of Obstetrics and Gynecology (Revista Americana de Obstetrícia e Ginecologia) em um artigo intitulado The diagnostic value of vaginal smears in carcinoma of the uterus (O valor diagnóstico do esfregaço vaginal no carcinoma uterino). Foto da publicação de Papanicolaou em 1941. Já em 1954, Papanicolaou publicou o Atlas of Exfoliative Cytology (Atlas de Citologia Esfoliativa), no qual descreveu características morfológicas tanto de células normais como malignas de diferentes origens e detalhou instruções para os seguintes procedimentos: Coleta de materiais biológicos Processamento de materiais biológicos Coloração das lâminas contendo materiais biológicos Por ser tão completo, o atlas publicado por Papanicolaou se tornou um guia essencial para estudantes, pesquisadores e profissionais da área de Citopatologia, com excelentes ilustrações (figuras e fotomicrografias), descrições teórico-práticas, bem como correlações citológicas e histopatológicas. Além disso, o teste de Papanicolaou se tornou a técnica mais utilizada para a detecção do câncer do colo do útero por seu baixo custo, sua relativa simplicidade técnica e sua eficácia. De fato, o teste é considerado uma das principais ferramentas para o diagnóstico e a prevenção do câncer de colo uterino, contribuindo para uma expressiva redução da taxa de mortalidade mundial por essa doença. Fotomicrogra�as Fotos obtidas por meio das lentes de um microscópio. É importante ressaltar que outras amostras de material biológico, além de material cervicovaginal, podem ser manipuladas pelo biomédico citologista oncótico. Discutiremos isso mais adiante. Habilitação em Citologia Oncótica A Citologia Oncótica foi definida como uma das habilitações do biomédico pelo Conselho Federal de Biomedicina a partir da Resolução nº 78, de 29 de abril de 2002 (item 20 - Citologia Oncológica). Segundo o CFBM, as formas de adquirir ou mesmo incluir uma habilitação são: Graduação em Biomedicina Pela conclusão do curso de graduação em Biomedicina em uma instituição de ensino credenciada pelo Ministério da Educação (MEC) e realização de estágio curricular obrigatório com carga horária mínima de 500 horas. Pós-graduação Pela conclusão de um curso de pós-graduação reconhecido pelo MEC com carga horária mínima de 360 horas. Prova de título Pela aprovação no exame de título de especialista da Associação Brasileira de Biomedicina (ABBM). Certi�cado de residência A partir de um certificado de residência multiprofissional fornecido por instituições reconhecidas pelo MEC. No entanto, é comum que os biomédicos realizem cursos de especialização para a atuação na área de Citologia Oncótica. Mercado de trabalho e estágio em Citologia Oncótica A Citologia Oncótica é uma das áreas da Biomedicina em que não há (ou há pouca) automação. As análises são realizadas a partir da avaliação de amostras dispostas em lâminas de vidro, fixadas e coradas em um microscópio. Sendo assim, dependem do conhecimento e da experiência do examinador. Por essas razões, o mercado de trabalho para o biomédico com habilitação em Citologia Oncótica é muito promissor, com possibilidade de atuação em indústrias farmacêuticas, laboratórios de análises clínicas e de pesquisas, saúde pública e docência. Em quais locais é possível estagiar na área? Para estagiar nessa área, os alunos interessados devem procurar os laboratórios públicos ou privados que trabalhem com Citologia Oncótica que sejam credenciados na instituição superior de ensino. O que é necessário para atuar nessa área? O estagiário, para trabalhar nessa área, além do conhecimento de disciplinas prévias, como Biologia Celular, Histologia, Anatomia, Embriologia, Fisiologia, Patologia, Imunologia, Diagnóstico Molecular, Microscopia, entre outras, precisa ser proativo, organizado, ter capacidade de concentração para analisar diferentes lâminas durante o estágio, ser responsável, ter boa comunicação e saber trabalhar em equipe, que muitas vezes é multidisciplinar. Além disso, é importante pautar-se na educação continuada, o que significa buscar constantemente atualizações e aprimoramento profissional. Atribuição do biomédico em Citologia Oncótica O CRBM da 1ª Região define no Manual do Biomédico 2021 que o biomédico com habilitação em Citologia Oncótica apresenta as seguintes atribuições: Realizar, com exceções, análises citológicas do material esfoliativo, dos raspados e aspirados de lesões e cavidades corpóreas, através da metodologia de Papanicolau para o diagnóstico citológico; Realizar coleta de material cérvico-vaginal / microflora e leitura da respectiva lâmina. *O Biomédico não poderá realizar coleta de material através da técnica de Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF). (CRBM1, 2021, p. 23) O que tudo isso significa? De forma simplificada, o biomédico com habilitação em Citologia Oncótica poderá, salvo algumas exceções, processar material biológico previamente coletado (seja de fluídos corporais ou obtidopor punção, raspagem, aspiração ou escovação), analisar as lâminas e pesquisar possíveis alterações e lesões tumorais, rastrear atipias e fazer o diagnóstico citológico. Além disso, poderá realizar a coleta de material biológico cervicovaginal, exceto a coleta por PAAF — um tipo de coleta mais invasiva que deve ser realizada por médicos capacitados — e outros métodos de coleta invasivos como punção de líquidos cavitários. O biomédico pode também atuar no laboratório de Imuno-histoquímica ou Imunocitoquímica. No entanto, é na Citologia Cervicovaginal que o biomédico vem ganhando destaque, realizando análise dos esfregaços corados pelo Papanicolaou (ou Papanicolau). Esfregaço cervicovaginal corado pela coloração de Papanicolaou, mostrando células epiteliais escamosas normais. O biomédico também pode emitir e assinar laudos, além de assumir responsabilidade técnica. É importante lembrar que o responsável técnico é o principal responsável pelo funcionamento de uma determinada instituição e, consequentemente, todos os serviços técnicos prestados pela instituição ficam subordinados hierarquicamente a ele. O biomédico com habilitação em Citologia Oncológica também pode atuar na gestão e coordenação de programas de controle de qualidade tanto em instituições públicas como privadas. Para entender a importância da implantação de um programa de controle da qualidade, precisamos primeiramente entender o conceito de controle da qualidade. O controle de qualidade na área de Citopatologia tem como base um conjunto de ações cujo objetivo principal é identificar, corrigir e reduzir possíveis falhas dentro do processo de trabalho de uma determinada instituição. Essas ações incluem: 1. Aperfeiçoamento e padronização dos procedimentos laboratoriais. 2. Monitoramento do volume (carga) de trabalho. 3. Educação permanente dos profissionais. 4. Diminuição da ocorrência de erros diagnósticos (tornando os diagnósticos de rotina os mais confiáveis possíveis). 5. Investimento em biossegurança. �. Avaliação do impacto dessas ações na instituição em questão. O controle (ou monitoramento) da qualidade pode ser interno (intralaboratorial) e externo (interlaboratorial). O Manual de Gestão da Qualidade para Laboratório de Citopatologia do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) apresenta as seguintes definições a esse respeito: Controle interno da qualidade “[...] corresponde a um sistema de controle interno da qualidade dos exames realizados, estabelecendo critérios de avaliação, com registro dos resultados encontrados, permitindo identificação de não conformidades e implementação de ações corretivas e preventivas realizadas pelo próprio laboratório.” (INCA, 2016b, p. 23). Controle externo da qualidade “Compreende diferentes formas de avaliação do produto final e de seus executores, sendo efetuado por pessoal externo ao laboratório de origem.” (INCA, 2016b, p. 23). Dessa forma, fica claro que a implantação de um programa de controle de qualidade, embora seja muitas vezes um processo trabalhoso e burocrático, é extremamente importante para a melhoria do funcionamento e a garantia da excelência de uma instituição. Voltemos agora para as atuações do biomédico com habilitação em Citologia Oncológica. O biomédico com essa habilitação também pode atuar em programas públicos de prevenção de doenças. Saiba mais Um dos principais programas do Ministério da Saúde tem como meta a prevenção e o controle do câncer de colo de útero. Segundo dados divulgados pelo INCA, no Brasil, ocorreram 6.596 óbitos por essa doença em 2019, o que corresponde a uma taxa de mortalidade de 5,33/100 mil mulheres. O câncer de colo de útero é o quarto tipo de câncer que causa mais mortes em mulheres no país, excluindo os tumores de pele não melanoma. O câncer do colo do útero (ou câncer cervical) está relacionado à infecção persistente por alguns subtipos do papilomavírus humano (HPV), cuja transmissão ocorre por via sexual. A maioria das infecções por HPV são assintomáticas, mas em alguns casos essas infecções podem levar à formação de verrugas genitais ou ao desenvolvimento de tumores, os quais podem evoluir para carcinomas invasivos. Partícula do vírus HPV. De forma geral, sabe-se que quanto mais cedo for a detecção de uma lesão pré-cancerígena ou cancerígena, maior a possibilidade de tratamento eficiente, maior a chance de cura e maior a qualidade de vida do paciente. Sendo assim, uma das estratégias de prevenção e controle do câncer de colo de útero é a detecção precoce, o que inclui o rastreamento (exame de pessoas supostamente saudáveis, ou seja, sem sintomas da doença) e o diagnóstico precoce. Para isso, disponibiliza-se o exame preventivo (teste de Papanicolaou) em mulheres, homens trans e pessoas não binárias designadas mulheres ao nascer, com idade entre 25 e 64 anos que já tiveram relação sexual. Veja mais sobre a definição e eficiência do exame preventivo: De�nição O exame preventivo consiste na análise por microscopia óptica de preparações citológicas de células esfoliadas da zona de transformação cervical (colo do útero) que são dispostas em uma lâmina, fixadas e coradas. No Brasil, é recomendada a sua repetição a cada três anos, após dois exames normais consecutivos realizados com um intervalo de um ano. E�ciência O exame preventivo é extremamente eficiente, pois a maioria dos casos de câncer de colo de útero é precedida por lesão pré- cancerígena de longa duração (anos) que pode ser detectada nesse exame. Com a detecção, a lesão pré-cancerígena pode ser tratada de forma adequada, impedindo a sua progressão (evolução) para um câncer. Em 2014, o Ministério da Saúde incluiu a vacina tetravalente contra o HPV no calendário de vacinação. A vacina tetravalente confere proteção contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 do HPV, os quais causam verrugas genitais (6 e 11) e câncer do colo do útero (16 e 18). Saiba mais Dados publicados por Silva e colaboradores (2020) demonstraram, em um estudo feito no Maranhão com mulheres diagnosticadas com câncer cervical, que mais de 70% destas apresentavam o HPV, sendo o subtipo 16 o mais frequente, estando presente em mais de 50% dos casos, e o subtipo 18 o segundo mais frequente, estando presente em aproximadamente 14% dos casos. Esses dados confirmam que a vacina tetravalente protegeria contra os principais subtipos de HPV que causam câncer do colo do útero no Brasil. Atualmente, a vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) prevê a imunização de meninas com idade entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos, além de mulheres com até 45 anos e homens com até 26 anos de idade imunossuprimidos. É importante lembrar que a vacinação e o teste de Papanicolaou são ações essenciais e complementares na prevenção do câncer do colo do útero, uma vez que as vacinas disponíveis não protegem contra todos os subtipos do HPV. Além do exame preventivo e da vacinação, ações de comunicação em saúde, tais como fôlderes, cartazes, vídeos e outros materiais informativos voltados tanto para a população como para profissionais da Saúde também são estratégias utilizadas na prevenção e no controle do câncer de colo de útero. Essas são algumas ações educativas em que os biomédicos podem atuar. Por fim, é importante lembrar que o biomédico com habilitação em Citologia Oncológica também pode atuar na docência e na pesquisa, especialmente em linhas de pesquisas que envolvem o estudo da fisiopatologia, prevenção e tratamento do câncer. Atuação pro�ssional, desa�os e perspectivas na Citologia Oncótica Veja neste vídeo uma entrevista com uma biomédica habilitada em Citologia Oncótica sobre a atuação profissional, os desafios e as perspectivas na área. Atuação do estagiário em Citologia Oncótica Durante o estágio na área de Citologia Oncológica, você terá contato com a coleta e o preparo das amostras para posterior análise microscópica e liberação dos resultados. Como todos
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