Buscar

TEMAS 1 A 3 ESTÁGIO OBRIGATÓRIO II EM BIOMEDICINA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 143 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 143 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 143 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Estágio em Radiologia e Imagenologia
Prof. Phelipe Oliveira de Macedo
Descrição
Estágio em Radiologia e na Imagenologia: atribuições do biomédico e
noções sobre o estágio na área.
Propósito
Compreender a atuação do biomédico na Radiologia e Imagenologia,
conhecendo a legislação pertinente à área, algo importante para
relacionar os conhecimentos adquiridos nessas habilitações com a
aplicação prática durante o estágio supervisionado.
Objetivos
Módulo 1
Introdução à Radiologia e
Imagenologia biomédica
Identificar as resoluções do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM)
que regulamentam a atuação do biomédico na Radiologia e
Imagenologia.
Módulo 2
Atuação do biomédico
imagenologista
Reconhecer as atribuições do biomédico imagenologista na equipe
multidisciplinar de diagnóstico por imagem e terapias com radiação
ionizante.
Orientações sobre unidades de medida
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos
(ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o
A Imagenologia é uma das habilitações da Biomedicina mais
antigas, que se relaciona à visualização de estruturas corporais a
partir de outro ponto de vista, permitindo o diagnóstico de
diferentes tipos de patologias e o tratamento de muitas delas.
Partindo desse princípio, aprenderemos como o biomédico integra
a equipe multidisciplinar de diagnóstico por imagem e terapia com
uso de radiação ionizante, além de perceber como o conhecimento
bem aplicado, pensamento crítico e assertivo pode fazer grande
diferença no diagnóstico de um paciente.
Além disso, apresentaremos os diferentes caminhos possíveis que
podem ser trilhados dentro desta habilitação tão ampla,
destacando a atuação na operação de equipamentos que é o
pontapé inicial de qualquer profissional na área.
Abordaremos também as habilidades que o estudante de
Biomedicina pode desenvolver durante o seu estágio
supervisionado para poder se destacar no mercado de trabalho,
além de explorar o papel de destaque que o biomédico pode
desempenhar principalmente na área de gestão.
AVISO: orientações sobre unidades de medida.
Introdução
Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a
unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais
escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos
números e das unidades.
1 - Introdução à Radiologia e Imagenologia
biomédica
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as resoluções do
Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) que regulamentam a atuação do
biomédico na Radiologia e Imagenologia.
Biomedicina e o diagnóstico
por imagem
Como já sabemos, a história da Biomedicina começa na década de
1960, com a necessidade de formar profissionais para atuar como
professores especialistas nas disciplinas básicas das escolas de
Medicina e de Odontologia e como pesquisadores científicos na área de
ciência básica e com conhecimentos suficientes para auxiliar pesquisas
nas áreas de ciências aplicadas.
Logo do CFBM.
No entanto, para ser oficialmente uma profissão da saúde, a
Biomedicina precisou ser reconhecida por meio de lei federal. A Lei nº
6.684, de 3 de setembro de 1979, regulamentou a profissão do
biomédico e instituiu os órgãos reguladores da profissão, o Conselho
Federal de Biomedicina (CFBM) e os conselhos regionais.
A regulamentação da profissão somente aconteceu em 1983, por meio
de decreto federal nº 88.439, que estabeleceu dentre diversas funções
que o Biomédico poderia atuar na realização de serviços de radiografia,
mas não poderia interpretar os resultados de exames! Com isso, a
Radiologia e Imagenologia são as habilitações mais antigas do
biomédico. Atualmente, a Biomedicina conta com mais de trinta
habilitações que tem suas áreas de atuação e limitações bem definidas
por meio de resoluções do CFBM.
O CFBM determina algumas obrigações que o aluno ou profissional
biomédico tem de cumprir para obter uma habilitação. Não há limites de
habilitações a ser obtidas por um mesmo profissional.
Atenção
Durante a graduação, é preciso ter realizado estágio supervisionado na
área de interesse com, no mínimo, 500 horas de carga horária. Já após
formado, o profissional poderá incluir uma nova habilitação quando
demonstrar ter cumprido residência ou curso de pós-graduação na área
de interesse.
Por isso o estágio supervisionado é muito importante para que o aluno,
ainda na graduação, entre em contato com a área profissional. Se
realizado dentro dos critérios para a obtenção da habilitação, o estágio
permite que o aluno saia pronto para o mercado de trabalho, sem a
obrigatoriedade de qualificação profissional posterior.
Estágio supervisionado em Radiologia e Imagenologia.
O profissional habilitado na área encontra um mercado muito
competitivo, e alguns pontos podem ser determinantes para se destacar,
como autonomia, autoconfiança, liderança e conhecimento técnico. Por
isso, a qualificação profissional não pode ser deixada de lado, assim
como o desenvolvimento de características não técnicas.
Resolução do CFBM que
regulamenta a habilitação em
Imagenologia e Radiologia
Quando falamos em Imagenologia ou diagnóstico por imagem,
podemos pensar em diferentes formas e técnicas de obter imagens do
corpo humano, como o raio X, a tomografia computadorizada (TC), a
ultrassonografia, a ressonância magnética (RM) e a menos conhecida
cintilografia. Realmente estamos falando de uma área de atuação muito
ampla, que depende de uma equipe multidisciplinar especializada.
Como em qualquer equipe multidisciplinar, a atuação do profissional
biomédico é limitada aos conhecimentos e qualificações adquiridos
principalmente durante a graduação e aperfeiçoados no estágio
curricular, na atuação profissional ou em uma pós-graduação.
O principal papel do CFBM é determinar o que o biomédico pode ou não
realizar em cada habilitação. Por isso, o conselho publica, para cada
habilitação do biomédico, uma resolução a fim de determinar como
deve ser a atuação na área e as limitações profissionais.
Em 2002, o CFBM atualizou a atuação do biomédico, prevista num
decreto de 1983, publicando a Resolução nº 78. Nessa resolução, o
biomédico está apto a realizar atividades em radiodiagnóstico e
radioterapia, sempre sob supervisão médica. O art. 6º, parágrafo
primeiro, ainda cita quais seriam as modalidades do diagnóstico por
imagem em que se pode atuar: TC, RM, ultrassonografia, radiologia
vascular e intervencionista, radiologia pediátrica, mamografia,
densitometria óssea, neurorradiologia, medicina nuclear e outras
modalidades que complementem essa área de atuação.
Sala de comando de uma TC.
Em 2013, foi preciso detalhar ainda mais a área de atuação do
biomédico na Imagenologia devido ao rápido avanço tecnológico que a
área apresentava. Desde a publicação da Resolução nº 234, de 5 de
dezembro de 2013, as atribuições do biomédico habilitado em
Imagenologia, Radiologia, Biofísica e Instrumentação Biomédica que
compõem o diagnóstico por imagem e terapia foram descritas.
Saiba mais
O CFBM aglomera as habilitações em Imagenologia, Radiologia,
Biofísica e Instrumentação Biomédica – ou seja, todos os biomédicos
que tiverem habilitação nessas áreas podem atuar no diagnóstico de
imagem.
Além da mais comentada e conhecida atuação na operação de
equipamentos, como tomógrafos e aparelhos de raios X, a Resolução nº
234 prevê que o profissional habilitado possa atuar em diversos setores,
como aplicação de produto, responsável pela venda de equipamentos
aos centros de saúde, pesquisas e desenvolvimento de novos
protocolos de aquisição de exames, exercer função administrativa do
setor de diagnóstico por imagem, entre outros.
Como podemos ver, a atuação do biomédico é bastante ampla, ainda
mais se considerarmos que cada modalidade descrita na resolução
apresenta suas particularidades. No entanto, é importante ressaltar que
essa atuação está restrita ao setor de diagnóstico por imagem.
Desde acriação dessa habilitação, o biomédico não está apto a
produzir laudos de nenhum tipo de imagem obtida por métodos de
imagem, algo que sempre foi uma exclusividade do profissional médico.
Por estarmos em uma equipe multidisciplinar que inclui médicos,
enfermeiros, técnicos de enfermagem, técnicos e tecnólogos em
radiologia e biomédicos, é essencial compreender a atuação do
biomédico e suas limitações. Cada integrante da equipe tem um papel
primordial no objetivo do exame de imagem, que é proporcionar ao
paciente o melhor diagnóstico possível.
Equipe multidisciplinar em Radiologia.
Vejamos uma situação em que mesmo com as limitações impostas o
biomédico desempenha um papel de protagonismo no diagnóstico do
paciente.
O acidente vascular encefálico (AVE) pode ser ocasionado pela
diminuição da irrigação cerebral, no caso do AVE isquêmico, ou
pelo rompimento de um vaso sanguíneo cerebral, como no AVE
hemorrágico. A distinção entre os dois tipos de AVE pode ser
realizada pelos exames de imagem, como a TC e a RM. Essa
diferenciação é fundamental para o seguimento da conduta
médica e deve ser feita com a maior rapidez possível.
Equipe discutindo a conduta adequada para o paciente.
Acidente vascular encefálico (AVE) 
Agora, imagine a seguinte situação. Um paciente com suspeita
de AVE chega ao pronto-socorro e é encaminhado para uma TC
do encéfalo, em que um biomédico é o responsável pela
operação do tomógrafo e aquisição das imagens. Assim que as
primeiras imagens do paciente são adquiridas, é possível
observar alterações anatômicas condizentes com AVE
hemorrágico. Mesmo sem poder chegar a uma conclusão mais
detalhada sobre o caso, o biomédico é capaz de se comunicar
com a equipe médica do pronto-socorro e com o médico
radiologista para que, em conjunto, decidam a melhor conduta
clínica para o paciente, entendendo que se trata de um AVE
hemorrágico. Essa agilidade na diferenciação da patologia pode
ser decisiva na ocorrência ou não de sequelas nesse paciente e,
para isso, o biomédico não precisou confirmar o diagnóstico do
paciente a partir do laudo – o simples alerta à equipe médica já
foi crucial.
Ao escolher a Imagenologia e Radiologia como área para estágio, você
auxiliará no diagnóstico médico, mesmo sem poder interpretar nem
assinar laudos de diagnóstico, mas poderá exercer diferentes funções
importantes, como operar os equipamentos e desenvolver protocolos de
estudo e técnicas novas.
Dica
Conhecer a anatomia humana e entender bem de Patologia e Fisiologia
são importantes elementos para identificar e compreender as alterações
que podem ser demonstradas pelas imagens. Por se tratar de uma área
com bastante tecnologia envolvida, os alunos que têm mais facilidade e
afinidade com novas tecnologias conseguem maior destaque na área.
Atribuições do biomédico no
diagnóstico por imagem
Como já falamos, o biomédico pode atuar em diferentes metodologias
de diagnóstico por imagem, mas você sabe qual é a indicação de cada
uma delas e o que o biomédico pode fazer?
Radiologia
O setor de Radiologia inclui os exames de raios X convencionais e
digitais bastante conhecidos pela população em geral. Eles são
indicados para a visualização de estruturas ósseas e partes
moles do corpo, como o sistema respiratório. Apresentam menor
resolução de imagem que os outros métodos, porém são rápidos
e bem presentes em clínicas e hospitais, até mesmo os de
pequeno porte.
Tomogra�a computadorizada
(TC)
No setor de TC são realizados exames mais complexos que
permitem a melhor visualização de estruturas internas e
possibilitam um diagnóstico mais acurado de doenças nos mais
diferentes órgãos do corpo humano e perturbações do sistema
nervoso, bem como em doenças vasculares cerebrais. Tem uma
modalidade de uso muito importante no setor cirúrgico,
auxiliando na realização de biópsias e punções.
Radiação ionizante
Também existem metodologias específicas que utilizam a
Também existem metodologias específicas que utilizam a
radiação ionizante para diagnósticos de sistemas e órgãos em
particular. A densitometria óssea é utilizada para diagnosticar
doenças degenerativas ósseas, como a osteoporose. E a
mamografia é utilizada para diagnóstico e acompanhamento de
neoplasias de mama.
Ressonância magnética (RM)
Os exames de RM não utilizam a radiação ionizante para a
formação de imagens e, por isso, são mais complexos. Contudo,
permitem melhor visualização de grande parte das estruturas do
corpo humano, até daquelas que os exames de tomografia
mostram com dificuldade. São indicados também para lesões
musculares e em articulações.
Medicina nuclear
Na medicina nuclear, o foco da realização do exame é a avaliação
do funcionamento de determinados órgãos pelos exames de
cintilografia e para o acompanhamento de tumores limitados e
disseminados pelo organismo por exames de PET-Scan. Este
último pode ser realizado em conjunto com um exame de
tomografia (PET-CT) ou de ressonância magnética (PET-RM).
A imagenologia não se resume ao diagnóstico. Existem metodologias
que auxiliam na terapêutica de um paciente, como é o caso da
radioterapia, que faz uso das radiações ionizantes direcionadas à
determinada região para reduzir um tumor. Ligada à radioterapia existe a
atuação em dosimetria, que auxilia a equipe médica no cálculo da dose
de radiação utilizada e na demarcação dos órgãos do paciente que
serão irradiados.
De modo geral, a Resolução nº 234 do CFBM determina a atuação do
biomédico em todas essas áreas. Destacamos aqui os pontos mais
importantes:
operação de equipamentos;
criação e definição de protocolos de exame;
administração de meios de contraste e radiofármacos;
realização da anamnese do paciente;
exercer função administrativa no departamento de diagnóstico por
imagem;
atuação no segmento de aplicação nas empresas vendedoras de
equipamentos e insumos voltados às metodologias;
atuação no pós-processamento de imagens, documentação de
exames e gerenciamento de sistemas de armazenamento de
informações;
atuação na área de pesquisa e desenvolvimento de novas
metodologias.
Atuação pro�ssional, desa�os
e perspectivas em diagnóstico
por imagem
Neste vídeo, o especialista Phelipe Macedo entrevista a Biomédica
Imagenologista Regina da Silva Rodrigues e conversam sobre a atuação
profissional, desafios e perspectivas na área.

Resistências à atuação do
biomédico na área
Mesmo que estabelecida desde 1983, a atuação do biomédico no
diagnóstico por imagem ainda é ponto de discussão por algumas
categorias profissionais. As recentes atualizações das normativas do
CFBM em relação às áreas de Imagenologia e Radiologia indicam a
necessidade de firmar a atuação do profissional na área.
Em alguns locais do Brasil, como no estado do Rio de Janeiro e alguns
estados do Nordeste, a inserção do biomédico na área de Imagenologia
enfrenta resistência de outras categorias profissionais que compõem a
equipe multidisciplinar do setor de diagnóstico por imagem.
Mas por que isso ocorre?
Resposta
O ponto a ser levantado contra a atuação do biomédico na imagenologia
é a possibilidade de exercer carga horária maior que as demais
categorias. Essa abrangência se dá pela falta de sindicatos de
biomédicos atuantes contra sindicatos de outras categorias bem fortes
e mais bem estruturados.
Além disso, ainda existem muitas empresas que não conhecem as
habilidades e competências dos biomédicos habilitados, bem como pela
falta de força do conselho local e, principalmente, pela competitividade
que existe no mercado de trabalho nessa área.
As relações de conflito existentes nesse debate podem ser percebidas,
inclusive, no Judiciário, em ações a respeito da ausência de previsão da
participação do biomédico em concursos públicos e as ações movidas
contra os biomédicos radiologistas, por exemplo.
Como ainda não temos muita força no diagnóstico por imagem, a
resistência é um pouco parecida com a que sofremos no início da
profissão para atuarna área de análises clínicas. Fato é que todas as
categorias atuantes na Imagenologia podem coexistir em harmonia
desde que a disputa pelo mercado de trabalho se fundamente na
qualificação do profissional para tal função. Em grande parte do país, o
que podemos ver é uma coexistência pacífica entre as diferentes
categorias.
Por isso, não desanime! Se você se interessa pela área, estude e corra
atrás, você conseguirá entrar no mercado de trabalho e ajudará a
divulgar a nossa profissão e competências.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.
MÓDULO 1
Vem que eu te explico!
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
A Resolução nº 234 do CFBM determina a área de atuação do
biomédico habilitado em Imagenologia, indicando em quais métodos de
diagnóstico por imagem é permitida sua atuação. Assinale a alternativa
a seguir que indique apenas métodos de diagnóstico que o biomédico
pode operar, de acordo com a resolução.
A Medicina nuclear, ecodoppler e radiografia.
B
Radioterapia, eletrocardiograma e tomografia
computadorizada.
C Ultrassonografia, mamografia e radioterapia.
D Endoscopia, densitometria óssea e medicina nuclear.
E Ressonância magnética, radioterapia e endoscopia.
Parabéns! A alternativa C está correta.
Segundo o descrito na Resolução nº 234 do CFBM, o profissional habilitado na área poderá atuar em
tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassonografia, radiologia vascular e intervencionista,
radiologia pediátrica, mamografia, densitometria óssea, neurorradiologia, medicina nuclear e radioterapia.
Questão 2
A atuação do biomédico na Imagenologia é bastante ampla e não se
restringe apenas à operação de equipamentos. Sobre as atribuições do
profissional biomédico na imagenologia, analise as alternativas a seguir.
I. Exercer função administrativa no departamento de Imagenologia.
II. Emitir laudos de exames de imagem.
III. Atuar no pós-processamento de imagens.
IV. Atuar em empresas especializadas no treinamento de
equipamentos.
É correto o que se afirma em:
A I, III e IV.
B I, II e III.
C I e II.
D I e III.
E I e IV.
2 - Atuação do biomédico imagenologista
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as atribuições do
biomédico Imagenologista na equipe multidisciplinar de diagnóstico por
imagem e terapias com radiação ionizante.
Atuação do estagiário na área
de Radiologia e Imagenologia
É comum que ao começar no serviço o estagiário esteja ansioso para
aprender o mais rápido possível tudo sobre a área escolhida. No
entanto, na Imagenologia e Radiologia, é preciso um pouco de paciência
para que o aprendizado seja mais eficiente.
Um exame de imagem muitas vezes requer diversas etapas e o
estagiário deve ser capaz de realizar todas elas de forma satisfatória. As
etapas são interligadas e não podem ser “puladas” no processo de
Parabéns! A alternativa A está correta.
Os biomédicos habilitados para atuar no diagnóstico por imagem (Radiologia e Imagenologia) estão aptos a
exercer função administrativa no departamento de diagnóstico por imagem, a atuar no pós-processamento de
imagens, documentação de exames e gerenciamento de sistemas de armazenamento de informações, bem
como no segmento de aplicação nas empresas vendedoras de equipamentos e insumos voltados às
metodologias, oferecendo treinamentos. No entanto, a emissão de laudos de exame de imagem é uma
exclusividade do profissional médico. A Resolução nº 234 do CFBM não determina que o biomédico possa
laudar qualquer exame de imagem.

aprendizado. A teoria e a prática estão conectadas e, durante o estágio,
você terá a oportunidade de aplicar os conhecimentos teóricos na
prática.
Você saberia dizer quais são os conhecimentos de teoria
importantes para a área de Imagenologia e Radiologia?
A resposta é depende! Isso mesmo! Depende de qual método de
imagem você terá a oportunidade de aprender em seu estágio. A área é
bastante ampla e cada método apresenta bases teóricas diferentes,
mas algumas são comuns.
Ressonância magnética da região cervical.
O primeiro conhecimento teórico a ser colocado em prática é o de
anatomia. Exatamente, sem anatomia não se faz um bom biomédico
imagenologista. Será preciso reconhecer as estruturas retratadas nos
exames, pois, em grande parte dos métodos de exames, é a partir delas
que você irá programar as imagens finais que serão enviadas ao médico
radiologista. Esse procedimento é bastante comum em exames de
tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM).
Além disso, não basta apenas conhecer a anatomia que estudamos nos
livros; é preciso conhecer a anatomia em radiologia. Cada método
permite a visualização de determinadas estruturas.
Exemplo
A TC não é um bom método para avaliar cartilagens; para visualizar e
avaliar essas estruturas utilizamos a RM.
Outro assunto de extrema importância para o biomédico imagenologista
é a fisiologia. Conhecer o correto funcionamento dos diferentes
sistemas que compõem o organismo humano é imprescindível para a
realização dos exames de imagem, principalmente os de medicina
nuclear, as cintilografias e PET-Scan.
A base da medicina nuclear é a fisiologia desses sistemas. As imagens
são bem pouco anatômicas e geradas a partir da mobilização de
moléculas radioativas, chamadas radiofármacos, por um sistema
biológico conhecido. É a partir da análise dessa distribuição que será
possível avaliar as patologias presentes.
Imagens obtidas por exame de PET-Scan.
A patologia é outra disciplina essencial para diagnósticos. Entender a
fisiologia é a base, mas entender como determinado sistema se
comporta de forma patológica, ou seja, quando está doente, também é
importante. Em muitos casos, há uma hipótese diagnóstica a ser
esclarecida com o exame solicitado. Cabe ao biomédico imagenologista
confirmar uma hipótese ou descaracterizá-la.
Exemplo
Um paciente realiza um exame de densitometria óssea (utilizado para
avaliar a composição óssea), com indicação de suspeita de
osteoporose no quadril. Cabe ao profissional realizar o melhor exame
para que essa patologia seja confirmada ou negada. Para tal, é preciso
que ele entenda como a osteoporose irá se manifestar no exame.
A aplicação desses conhecimentos no campo prático é bastante
significativa para o profissional no momento de realizar qualquer exame
de imagem. Torna-se um diferencial para o profissional que quer atuar
na área. Mas ainda existe o componente prático a se aprender no
estágio.
Portanto, o primeiro passo é ambientar-se com o setor, conhecer o fluxo
dos pacientes, as pessoas com quem terá contato, conhecer os exames
realizados e quais os procedimentos adotados no setor. Ter em mente
os procedimentos de segurança é bastante importante.
A observação também é importantíssima, então não se sinta deixado de
lado. Entenda esse momento como essencial para que você possa atuar
de forma segura e confiante.
Após a ambientação, você poderá começar pela anamnese dos
pacientes. Essa etapa nada mais é que um questionário que o paciente
responde no agendamento do exame, na recepção ou quando está
prestes a entrar na sala de exames. Ele contém perguntas gerais, como
nome, idade, peso e altura, histórico de alergias, uso de medicamentos e
perguntas específicas do exame, como localização da dor, motivo do
exame, entre outros.
Aplicação da anamnese.
É importante que o profissional identifique o paciente, conferindo a sua
identidade e apresente-se como o profissional responsável pela
realização do exame, verifique o pedido médico e confirme o exame
complementar a ser realizado. Também é preciso utilizar uma
comunicação cordial, respeitosa e atenciosa com pacientes, familiares,
responsáveis ou acompanhantes.
Dica
A aplicação de uma boa anamnese é de fundamental importância para o
operador do equipamento entender o exame solicitado e como poderá
chegar ao melhordiagnóstico para cada paciente.
Nesse momento, você irá realizar o questionário com o paciente ou
confirmar as informações previamente colhidas, além de passar
algumas informações específicas do exame a ser realizado. É crucial
confirmar as informações que interferem diretamente no procedimento,
mesmo que tenham sido negativas no questionário. Saber se uma
paciente está grávida, se um paciente tem alergia ao contraste utilizado
no exame ou até mesmo se possui alguma prótese metálica no corpo
pode ser decisivo na realização ou não do exame.
Atenção
Contraindicações ao exame devem ser reportadas ao médico
responsável que discutirá alternativas para cada paciente.
Dúvidas quanto ao tempo de duração, as características, implicações e
consequências do exame e ao uso de substâncias, como medicamentos
ou contraste, devem ser respondidas demonstrando disponibilidade e
abertura quanto às inseguranças e aos receios do paciente.
Depois de estar confiante na anamnese e já com pensamento crítico
afiado, é hora do próximo passo: o posicionamento. Você deve orientar
o paciente e verificar as condições para a realização adequada do
exame, assim como o uso de vestimenta, equipamentos de proteção
individual, contrastes ou radiofármacos, quando necessário. Tendo em
mente o conforto do paciente, disponibilize recursos que garantam sua
segurança e comunicação durante a realização do exame, sempre
mostrando postura aberta e tolerante para negociar pequenos ajustes
que viabilizem a adesão do paciente à realização do exame.
Biomédico realizando o posicionamento de um paciente para o exame de ressonância
magnética.
Posicionar o paciente para o exame é uma arte. Um bom
posicionamento permite que o exame seja realizado de forma
adequada, além de evitar repetições de protocolo e reconvocações
(quando o exame não é aceito pelo médico radiologista e o paciente é
chamado novamente para realizar o exame).
Dica
Cada exame e método de imagem tem um posicionamento específico
determinado em protocolo que deve ser estudado pelo estagiário para
que não haja confusões. Caso seja necessário proporcionar mais
conforto ao paciente, o procedimento pode ser adaptado, desde que não
fuja muito do previsto no protocolo.
Uma vez que você tenha desenvolvido todas as habilidades exigidas
fora da sala de operação, chegou a hora de realizar os exames
propriamente ditos. Acompanhar e realizar a obtenção de imagens do
corpo do paciente – identificar inconformidades que comprometam a
qualidade da análise ou interpretação; monitorar a realização do exame
de modo a garantir eficiência, eficácia e efetividade ou minimização de
danos à saúde do paciente; orientar pacientes e familiares ou
responsáveis, informando os cuidados e desdobramentos após a
realização de exames, bem como local e data de entrega dos resultados
– são algumas das funções a ser desempenhadas nessa etapa.
Inicialmente você irá realizar exames mais simples para depois evoluir
em mais uma etapa e passar a realizar sozinho exames complexos.
Estagiário acompanhando uma TC.
Em paralelo à realização dos exames, você também poderá se aventurar
no pós-processamento das imagens. Assim que são produzidas, as
imagens precisam ser processadas antes de serem enviadas ao médico
radiologista para análise e confecção do laudo.
Essa etapa segue o padrão de qualidade definido pela equipe; cada
clínica ou médico específico tem uma forma que lhe agrada mais. Por
isso, é importante não somente identificar os exames e suas
especificidades, mas também conhecer bem a equipe multidisciplinar
com quem se está trabalhando.
Biomédico trabalhando no pós-processamento da imagem.
Habilidades gerais e
especí�cas adquiridas pelo
estagiário
A passagem por todas as etapas descritas anteriormente permitirá que
o estagiário desenvolva diferentes habilidades. Neste tópico,
comentaremos as principais delas e como você pode aproveitar as
situações do estágio para se aprimorar.
O contato com o paciente nessa habilitação é bem presente. O
biomédico é responsável por essa interação antes e durante a
realização do exame de imagem, momentos importantes para que
possamos garantir o melhor diagnóstico possível a partir do método de
imagem utilizado.
Comentário
Garantir a confiança do paciente pode parecer uma tarefa fácil, mas
requer muito “jogo de cintura”. O paciente passa a confiar no
profissional quando observa firmeza nas atitudes tomadas.
Biomédica dando suporte a uma paciente no preparo para a realização do exame.
Um exame de imagem complexo como a ressonância magnética (RM)
pode gerar muitas dúvidas ao paciente, ainda mais quando requer
preparos e condições específicos. No caso da RM ainda temos o
agravante da claustrofobia, o que pode ser decisivo na realização ou não
do procedimento.
O profissional deve estar preparado para encontrar todo tipo de paciente
e saber lidar com cada situação. Ganhar a confiança do paciente
respondendo firmemente seus questionamentos ou acalmando-o
quando necessário é essencial para que, no momento da aquisição de
exames, não haja surpresas.
Como vimos, não é só o bom relacionamento com o paciente que é
imprescindível para a atuação no setor de Imagenologia; o
relacionamento com a equipe multidisciplinar também é importante.
Nessa área, trabalhamos com muitos outros profissionais de saúde que
também são diretamente afetados pela nossa atuação. A equipe do
Centro de Tratamento Intensivo (CTI), da emergência, do ambulatório, a
equipe de médicos radiologistas, de recepção e agendamento são
exemplos dos diferentes grupos com os quais atuamos, cada uma com
a sua particularidade na relação interprofissional.
Trabalhar em equipe é uma habilidade-chave para ser
desenvolvida no dia a dia do estágio e requer boa
comunicação e resiliência.
Algumas habilidades que serão exigidas do estagiário durante a sua
formação dizem respeito diretamente a sua função; por isso, vamos
chamá-las de específicas. Ter uma comunicação assertiva, saber atuar
sobre pressão, independência e firmeza nas decisões são algumas
delas.
Saber se comunicar de forma eficiente é uma das habilidades mais
procuradas no mercado de trabalho atualmente. E quando olhamos para
a área de saúde não é diferente. Um setor de diagnóstico por imagem,
como já vimos, é a conexão de muitos outros setores. Estamos
constantemente no fluxo de trabalho de outros profissionais. Além de
um bom relacionamento com esses profissionais, é preciso saber se
comunicar de forma efetiva com eles.
O resultado obtido com um exame de imagem feito com urgência pode
ser decisivo na conduta clínica que será adotada para aquele paciente
em questão de minutos, conforme demonstramos no breve caso
narrado abaixo.
Durante o plantão no setor de TC do hospital municipal de uma
cidade, um paciente dá entrada com sintomas que levam o
médico plantonista a suspeitar que se trate de COVID-19. Não há
testes laboratoriais disponíveis no momento. O médico então
opta por solicitar uma tomografia de tórax para melhorar seus
dados clínicos sobre o paciente.
Sabe-se que a TC de tórax não deve ser utilizada como método
confirmatório para COVID-19, apenas devem ser utilizados
métodos moleculares ou imunocromatográficos de identificação
do vírus para confirmar a doença. Mas o padrão pulmonar
observado no exame auxilia na conduta clínica do paciente.
Caso - Exames de imagem durante a pandemia de COVID-
19 
O paciente realiza o exame solicitado. Observa-se, então, que o
parênquima pulmonar está acometido de várias lesões de vidro
fosco, que podem estar fortemente correlacionadas à COVID-19.
É importante que o profissional saiba se comunicar com as
demais equipes, sem ferir a ética profissional e sem fazer uma
conclusão diagnóstica do caso do paciente.
Vale lembrar que confirmar um diagnóstico não é papel do biomédico.
Conversar com o médico radiologista sobre a anamnese do paciente e
os achados da imagem é o indicado, e entender se não há um protocoloa mais para melhorar o diagnóstico desse paciente. Caso seja algo de
muita urgência, solicitar ao médico que solicitou o exame que analise as
imagens adquiridas antes de liberar o paciente. Todas essas são formas
de se comunicar com as diferentes equipes e manter o foco no melhor
diagnóstico.
Outro ponto importante que será desenvolvido durante o estágio é saber
trabalhar sobre pressão. Por estar conectados a muitas áreas, nos
submetemos a cobranças de todos os lados, inclusive dentro do próprio
setor.
Os exames de RMs, por exemplo, são muito demorados e dependem
bastante da contribuição do paciente em permanecer sem se mexer
durante todo o período de realização do exame. Caso se movimente é
preciso repetir uma ou mais sequências programadas, o que pode levar
cerca de cinco minutos a mais no tempo do exame. Em clínicas de
diagnóstico por imagem, quando esses imprevistos acontecem com
frequência no mesmo dia, é comum que a agenda de pacientes fique
atrasada.
Paciente nervoso devido à grande espera para realização do exame.
Ou seja, o paciente que chegou no horário para realizar o exame deverá
esperar um tempo a mais para entrar na sala de exames. E o setor de
recepção da clínica sofrerá cobranças por parte desses pacientes, que
passará essa cobrança para os operadores de equipamento e o
responsável pelo setor.
Manter-se focado na realização dos exames e não se deixar melindrar
pela cobrança externa são fundamentais nessa situação, pois qualquer
trabalho que seja feito de forma apressada e sem compromisso com a
qualidade pode ser prejudicial ao diagnóstico final.
Em outros casos, será exigido que o profissional tome decisões rápidas
sem que haja tempo suficiente para consultar o médico radiologista ou
o médico solicitante do exame. Tais decisões devem sempre estar
dentro do que é permitido ao biomédico realizar e ser as mais corretas
possíveis. O biomédico tem papel-chave na identificação de obstáculos
e oportunidades quanto ao agendamento dos exames em seu período
de trabalho e priorizá-la, levando em consideração a relevância e
urgência das situações, além das consequências imediatas e futuras de
sua decisão.
Equipamentos de proteção e
biossegurança
O estagiário dentro do setor de Radiologia e Imagenologia está exposto
direta e indiretamente à radiação ionizante. Esse tipo de radiação é
capaz de provocar alterações moleculares e bioquímicas quando
interagem com o nosso organismo, o que exige maiores precauções.
É importante ressaltar que a radiografia, a TC, todos os exames de
medicina nuclear, incluindo cintilografias e PET-Scan, densitometria
óssea e mamografia utilizam a radiação ionizante. Não estão incluídos
os exames de RM e ultrassonografia.
Existem normas e resoluções da Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN) que determinam como deve ser o uso das radiações ionizantes
para diagnóstico e terapia, e como os indivíduos devem se proteger –
pacientes ou trabalhadores da área, chamados de indivíduos
ocupacionalmente expostos (IOE), como no caso dos estagiários.
Você já ouviu falar de exposição ocupacional?
Resposta
É chamada exposição ocupacional a exposição normal ou potencial de
um indivíduo em decorrência de seu trabalho ou treinamento em
práticas autorizadas ou intervenções, excluindo-se a radiação natural do
local.
De acordo com a Norma 3.01 (CNEN, 2004), a responsabilidade sobre
os IOE é de empregadores e instituições de ensino que fornecem o
estágio, necessitando:
A) Implantar, implementar e documentar um sistema de
proteção radiológica, em consonância com a natureza e
extensão dos riscos associados com as práticas e
intervenções sob sua responsabilidade, em conformidade
com as normas do CNEN.
B) Determinar as medidas e os recursos necessários para
garantir o cumprimento das diretrizes de proteção
radiológica, assegurar que os recursos sejam fornecidos e
que essas medidas sejam implementadas corretamente.
C) Rever, continuamente, tais medidas e recursos, identificar
quaisquer falhas e deficiências na sua aplicação, corrigi-las e
evitar suas repetições, bem como verificar regularmente se
os objetivos de proteção radiológica estão sendo
alcançados.
D) Estabelecer mecanismos para facilitar a troca de
informação e cooperação entre todas as partes interessadas
com relação à proteção radiológica.
E) Manter os registros apropriados relativos ao cumprimento
de suas responsabilidades.
F) Tomar as ações necessárias para assegurar que os IOE
t j i t d é t i t t d
A Norma 3.01 da CNEN é considerada a “Norma Mãe” quando se trata
de radioproteção. Seu objetivo é estabelecer requisitos básicos de
radioproteção das pessoas em relação à exposição à radiação
ionizante. Essa norma tem como fundamento o fato de que qualquer
dose, por menor que seja, está associada à probabilidade de ocorrência
de danos celulares e moleculares, e adota três princípios básicos:
Princípio da justi�cação
Nenhuma prática será aceita, a não ser que produza benefícios
para os indivíduos expostos ou a sociedade. Como no caso de
exposições médicas que devem ser justificadas, ponderando-se
os benefícios diagnósticos ou terapêuticos que venham a
produzir, levando em conta os riscos e benefícios de técnicas
alternativas disponíveis que não envolvam exposição à radiação.
Princípio da otimização
As exposições devem ser tão reduzidas quanto razoavelmente
exequíveis, levando-se em consideração fatores sociais e
econômicos. Ou seja, quando exposto à radiação ionizante para
fins médicos, deve-se assegurar que a exposição é a mínima
possível para se ter um bom diagnóstico para o paciente.
Princípio da limitação de dose individual
As doses individuais de trabalhadores e indivíduos do público não
devem exceder os limites anuais de dose estabelecidos pela
CNEN, em particular, 20mSv para trabalhadores e 1mSv para
indivíduos do público em geral. Atualmente, o Ministério da Saúde
adota normas mais rígidas de doses para trabalhadores da área
de radiodiagnóstico. A dose efetiva ou equivalente não pode
exceder 20mSv em qualquer período de cinco anos consecutivos,
não podendo exceder 50mSv em nenhum ano.
estejam cientes de que sua segurança é parte integrante de
um programa de proteção radiológica e que têm obrigações
e responsabilidades para sua própria proteção e para a de
terceiros.
mSv
O milésimo de Sievert (mSv) é uma unidade que mede os efeitos biológicos da radiação.
Além do limite de dose estabelecido para o corpo, outras dosagens são
estabelecidas.
Atenção
O cristalino tem limite anual de exposição de 20mSv; no entanto, a pele,
as mãos e os pés têm 500mSv para o IEO. Para o público, os limites são
15mSv para a exposição ao cristalino e 50mSv para a pele.
Para atender ao princípio de justificação, cabe ao profissional biomédico
conferir se a requisição do exame foi realizada por profissional
capacitado e se há pedido médico válido para a realização do exame.
Não cabe ao profissional biomédico julgar se a escolha do método
diagnóstico é a mais indicada para a patologia do paciente. Essa
decisão é uma competência exclusiva dos médicos e somente pode ser
revogada por solicitação do médico radiologista ou do médico
solicitante do exame.
Já quando pensamos no princípio da otimização, o biomédico tem sim
papel importante em sua aplicação. O princípio “tão baixo quanto
razoavelmente exequível” (as low as reasonably achievable – ALARA) é
definido por quatro parâmetros, como veremos a seguir:

Redução do tempo de exposição
O tempo de exposição está diretamente relacionado à exposição às
radiações. Quanto menor o tempo, menor a dose. Se o tempo for
dobrado, a exposição é dobrada.

Redução da dose de radiação
Oferecer o mínimo de dose necessária para realizar o exame. Quanto
menor a dose, menor é o risco para o paciente e o funcionário.
Pacientes pediátricos devem ter a dose reduzida, pois crianças
apresentam maior sensibilidade à radiação do que indivíduos adultos.


Distanciamento
A distânciaentre a fonte e o sujeito é determinante para o nível de
exposição à radiação. O dobro da distância significa reduzir a exposição
a 1/4.

Blindagem
Determinante para reduzir ainda mais as doses de exposições. Materiais
como chumbo são capazes de reter a radiação.
Para reduzir o tempo de exposição à radiação, é preciso que os exames
sejam feitos com a máxima rapidez ou cuidar para que o profissional
fique o mínimo de tempo exposto a uma fonte radioativa.
Exemplo
O biomédico responsável do setor de radiofarmácia de uma clínica de
medicina nuclear precisa manipular as doses de radiofármacos
necessárias para as cintilografias agendadas no dia. Essa manipulação
deve ser feita o mais breve possível para evitar que o profissional se
exponha de forma desnecessária à radiação proveniente do
radiofármaco. Quanto menos tempo exposição, menor é a dose que
incide sobre o corpo.
Quando falamos de redução de dose de radiação, podemos pensar no
exemplo da mamografia de uma paciente que tem uma das mamas
mais densa e a outra mais delgada. Para o exame ter uma boa
resolução da imagem, a paciente não precisa receber a mesma dose de
radiação em ambas as mamas. A mais densa deve receber uma maior
dose, para garantir o melhor diagnóstico. Essa distinção é realizada no
momento da aquisição do exame e possibilita que cada paciente receba
a dose minimamente necessária para o seu exame ter capacidade
diagnóstica.
O distanciamento de uma fonte radioativa se aplica, por exemplo,
quando temos um acompanhante dentro da sala de exames. O ideal,
para que esse acompanhante não receba altas doses de radiação, é que
ele esteja o mais distante possível da fonte emissora de radiação.
Essa instrução é dada pelo profissional no momento do posicionamento
do paciente, mas também se aplica aos próprios profissionais que estão
executando o exame. Lembre-se que, quanto mais distante da fonte de
radiação, que pode ser um radiofármaco, o aparelho de raio X ou a TC
ligados, menos exposto se estará.
Acompanhante
A presença de acompanhantes durante os procedimentos radiológicos é permitida quando sua participação for imprescindível
para conter, confortar ou ajudar pacientes.
Aventais de chumbo (plumbíferos) disponíveis para uso na sala de exames.
Outro procedimento que diminui a incidência direta de radiação nos
pacientes e acompanhantes é a blindagem. São materiais específicos
confeccionados com chumbo, capaz de bloquear os raios X. São
utilizados para proteger determinadas áreas do corpo do paciente ou do
profissional realizador do exame durante a exposição à radiação. Alguns
exemplos são biombos, coletes, óculos plumbíferos, protetores de
gônadas (para crianças) e de tireoide. O profissional, ao realizar uma
radiografia, deve se manter atrás do biombo de chumbo.
Sabemos que é impossível não ser afetado pela radiação porque
estamos sujeitos a ela em qualquer parte e a todo momento do nosso
dia a dia. Como já discutimos, o profissional da área de imagenologia é
exposto de forma ocupacional e, por isso, deve seguir regras mais
específicas que limitam a quantidade de radiação que ele recebe
durante o seu trabalho.
Mas como isso é calculado?
Para poder quantificar a dose de radiação recebida mensalmente pelos
profissionais expostos são utilizados equipamentos de monitorização
de radiação, chamados de dosímetros. Esses dispositivos são capazes
de absorver a radiação que chega até o profissional e guardar essa
informação para ser quantificada posteriormente. São utilizados de
forma individual e colocados na região exposta (normalmente no tórax)
e por cima do jaleco ou da blindagem.
Dosímetro pessoal de radiação ionizante.
Mensalmente, os dosímetros são recolhidos e enviados para uma
empresa que analisa a quantidade de radiação recebida. Esses valores
geram um relatório que deve ser acompanhado por uma pessoa da
própria clínica, responsável por acompanhar e monitorar as doses de
radiação de todos os funcionários e estagiários. Caso a dose ultrapasse
o que determina a CNEN, as medidas cabíveis devem ser tomadas –
desde o afastamento do trabalho por alguns dias até acompanhamento
médico.
Atenção
Os profissionais da área de TC necessitam de treinamentos periódicos
de proteção radiológica.
Biossegurança em RM
Todas as informações que aprendemos até agora somente se aplicam a
ambientes com radiação ionizante, mais comumente a radiação X e
radiação gama. Mas não podemos esquecer que uma das maiores
áreas de atuação na Imagenologia é a de RM, que não faz uso de
radiação ionizante para obter imagens médicas.
Pelo seu princípio físico, os exames de RM são adquiridos em um
ambiente que tenha um campo magnético alto. A simples existência do
campo magnético já é um fator importantíssimo para que olhemos com
mais cuidado para a biossegurança na sala de exames. O aparelho de
RM é um ímã gigante que pode causar muitos problemas se algumas
medidas não forem observadas corretamente.
Curiosidade
Algumas máquinas de RM produzem um campo magnético 30 mil vezes
maior que o campo magnético da Terra.
Equipamento de RM.
Todos devem ter a ideia de que, ao entrar na sala de exames, é proibido
carregar consigo qualquer dispositivo metálico que possa ser atraído
em maior ou menor intensidade pela máquina. São proibidos chaves,
celulares, colares, brincos, macas de metal, enceradeiras, cilindros de
oxigênio e demais objetos metálicos.
A atração desses materiais é tão potente que pode causar danos
irreversíveis aos aparelhos e, em alguns casos, a morte dos presentes,
caso haja algum paciente realizando o exame no momento. Por isso, é
muito importante que o profissional que trabalhe com RM tenha
conhecimento de biossegurança e medidas restritivas adotadas e saiba
instruir corretamente o paciente durante a anamnese, para que tais
problemas não atrapalhem o exame.
Sinalização de alerta para campo magnético.
Todos os laboratórios de imagem devem ter sinalização de advertência,
mas destaca-se o ambiente de realização da RM, uma vez que o
aparelho nunca perde seu campo magnético, nem quando desligado, e
esse é o principal ponto de preocupação com acidentes.
Descarte de resíduos sólidos
Durante o estágio em Radiologia ou Imagenologia, o aluno terá contato
com gerenciamento de resíduos sólidos. Atualmente, a RDC nº 222, de
28 de maio de 2018, que regulamenta as boas práticas de resíduos
sólidos, é a legislação que vai direcionar a segregação, o
acondicionamento e o descarte dos resíduos sólidos nos serviços de
saúde.
No entanto, em alguns casos, é necessário consultar também as
normas de rejeitos radioativos disponibilizados pela CNEN, pois cada
tipo de exame produz seu próprio resíduo durante o diagnóstico de
imagem.
Os exames de tomografia, radiografia, mamografia e RM não são
responsáveis pela produção de muitos resíduos sólidos. Veremos, a
seguir, os resíduos normalmente produzidos nesses setores, segundo a
RDC nº 222/2018.
Grupo D
São os resíduos comuns que não apresentam risco à saúde e podem
ser equiparados aos resíduos domésticos. Devem ser segregados em
locais sinalizados de acordo com as normas de limpeza urbana e
descartados seguindo as normas ambientais vigentes.
Grupo B
São os resíduos contendo produtos químicos que podem apresentar
risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas
características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e
toxicidade. Temos os efluentes de processamento de imagem
(reveladores e fixadores), mas que não são mais tão empregados, pois
atualmente os programas de obtenção de imagem são digitais; e
produtos farmacêuticos, como os contrastes utilizados para a
realização dos exames e medicamentos vencidos.
O grupo B é identificado por meio de símbolos e frases de risco
associados à periculosidade do resíduo químico e deve ser segregado
em recipiente próprio, compatível com o material presente, e descartado
de acordo com a periculosidade das substâncias ali presentes.
Por exemplo, algunsfixadores e reveladores precisam ser
encaminhados para tratamento antes da disposição final adequada.
Então, antes de descartar, devemos sempre consultar a legislação e
obedecer às determinações dos órgãos de meio ambiente e do serviço
de saneamento.
Grupo E
São os resíduos perfurocortantes, como agulhas, escalpes e ampolas de
vidro. Devem ser descartados em recipientes identificados, rígidos,
providos com tampa, resistentes a vazamento e ruptura, e substituídos
de acordo com a demanda, ou quando o nível de preenchimento atingir
3/4 da capacidade, ou de acordo com as instruções do fabricante,
sendo proibidos seu esvaziamento manual e seu reaproveitamento.
Embalagem para descarte de resíduos do grupo E.
Os materiais que não apresentarem risco biológico ou químico não
precisam de tratamento prévio, mas aqueles que apresentam risco
biológico, por exemplo, devem ser tratados de acordo com a classe de
risco biológico antes da disposição final.
Grupo C
No setor de medicina nuclear, outro grupo de resíduos ganha destaque,
os rejeitos radioativos, que devem ser segregados de acordo com o
radionuclídeo ou a natureza da radiação. Precisam ser acondicionados
em recipientes próprios, de acordo com os procedimentos definidos
pelo supervisor de proteção radiológica, com certificado de qualificação
emitido pela CNEN ou equivalente (de acordo com normas da CNEN) na
área de atuação correspondente. O armazenamento deve ser feito em
local apropriado para o decaimento do elemento radioativo. Esse
armazenamento deve ser feito até o elemento atingir o nível de dispensa
estabelecido pelas normas vigentes.
Saiba mais
A RDC nº 222/2018 preconiza que os resíduos do grupo C sejam
segregados em recipientes que tragam representado o símbolo
internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor magenta
ou púrpura) em rótulo de fundo amarelo, acrescido da expressão
MATERIAL RADIOATIVO, REJEITO RADIOATIVO ou RADIOATIVO.
Gestão e responsabilidade
técnica nos laboratórios de
imagem
O profissional biomédico apresenta-se para qualquer atividade com uma
formação generalista que será moldada em determinada área pela sua
área de estágio e habilitação. De longe, pode-se pensar que esse
modelo generalista não é vantajoso; porém, quando bem aproveitado,
pode ser o diferencial na carreira do profissional. Ter conhecimentos
básicos em diferentes áreas leva ao desenvolvimento de um
pensamento mais panorâmico das situações.
Um bom gestor deve ser capaz de olhar para o todo e não apenas para
uma única parte. Podemos dizer que o biomédico é formado durante a
sua graduação, e no estágio, para ser gestor. Assumir essa
responsabilidade é quase o DNA do biomédico. E na área de
Imagenologia isso não é diferente.
Profissionais motivados a participar do processo facilitam uma boa gestão.
O primeiro passo para uma boa gestão é garantir que as pessoas
estejam motivadas a fazer parte do processo. Essa gestão pode ser
realizada de várias formas como o apoio na elaboração de escalas e
plantões e no rodízio de equipamentos, pela busca com
responsabilidade por alternativas ante falhas e ausências, utilizando o
diálogo entre as necessidades profissionais e as do trabalho.
É preciso, por fim, avaliar e estimular a autoavaliação de cada
profissional da equipe, considerando atribuições, dificuldades e desafios
encontrados para o desenvolvimento de uma prática de excelência.
Saiba mais
A instalação e a manutenção de um programa de qualidade são pilares
de uma boa gestão de um setor de Imagenologia. A partir do programa
de qualidade, é possível identificar e corrigir pequenas falhas que
possam interferir na qualidade diagnóstica das imagens produzidas,
além de suprir as necessidades de radioproteção com a diminuição de
doses direcionadas ao paciente. Também minimiza os riscos de
exposição ocupacional, pois são implementados programas de
treinamentos e capacitação periódicos para os funcionários.
Gestão em serviços de
diagnóstico por imagem
Neste vídeo, o especialista Phelipe Macedo entrevista a Biomédica
Imagenologista Caroline Argenton e conversam sobre a experiência de
gestão de equipe e do setor de ressonância magnética em uma clínica
de imagenologia.
Além de uma boa gestão de equipe, é preciso desenvolver uma boa
gestão de dados. É gigantesca a quantidade de informação, imagens e
laudos produzidos em um dia de funcionamento de uma clínica de
imagem. Esses dados são essenciais para o funcionamento adequado
dos processos dentro do setor.
Todo e qualquer dado acerca dos pacientes e dos setores
administrativos da clínica de imagem precisa ser armazenado de forma
segura. Pode acontecer de, no momento de fazer o exame, o histórico
do paciente esteja perdido – algo que não seria nada bom.
Para fazer uma administração eficiente dessas informações, o ideal é
investir em um software médico de gestão que ajude a otimizar esses
armazenamentos e que otimize todos os setores. Alguns sistemas
ajudam a criar um prontuário eletrônico, onde serão guardadas todas as
informações sobre o paciente de forma prática, com rápido acesso,
além de facilitar processos financeiros, por exemplo.

Manter a equipe atualizada e treinada é imprescindível para uma boa
gestão. Caso um novo software ou equipamento seja adquirido na
clínica, todas as pessoas envolvidas no dia a dia devem saber utilizá-lo.
Caso contrário os resultados não serão eficientes, o que poderá causar
problemas na gestão, não uma solução. Os treinamentos específicos
são oferecidos pelas próprias empresas que vendem os sistemas ou
aparelhos. Mas alguns outros pontos podem ser abordados de forma
contínua, como treinamento de atendimento ao paciente, de
comunicação entre equipes, entre outros.
Outra responsabilidade que está diretamente ligada a tudo isso que
comentamos é a qualidade técnica dos exames realizados na clínica de
imagem. Entregar o melhor exame ao médico solicitante é a primeira
missão do setor de imagenologia. Por isso, deve-se prezar muito pela
qualidade de todos os processos envolvidos nessa entrega. O principal
deles, sem dúvida, é como o exame é realizado.
Por isso, clínicas e hospitais estão aumentando o investimento em
novos equipamentos e tecnologias que garantem eficiência nos exames
para que os pacientes obtenham resultados mais precisos, detalhados e
com a rapidez necessária.
Alguns fatores podem influenciar negativamente na qualidade da
imagem em exames radiológicos, como é o caso da densidade
radiográfica – se não estiver balanceada em um raio x, a imagem pode
ficar muito clara ou muito escura, dificultando a análise pelo médico
radiologista. O mesmo pode acontecer em uma radiografia que não
esteja muito nítida ou se o contraste não estiver balanceado.
Erros como esse fazem com que o paciente seja obrigado a se
submeter novamente ao procedimento. Gasta-se, dessa forma, mais
radiação, além de tempo e material. A escolha de métodos e protocolos
mais adequados para o hospital ou a clínica pode ser delegada ao
biomédico responsável pela equipe de operação de equipamento em
conjunto com a equipe de radiologistas.
Vem que eu te explico!

Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.
MÓDULO 2
Vem que eu te explico!
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Roberta é a mais nova estagiária de biomedicina do setor de medicina
nuclear de uma importante clínica de diagnóstico por imagem de sua
cidade. São previstas algumas atividades para que ela realize durante o
período de estágio supervisionado, como veremos a seguir.
I. Administrar radiofármaco específico para cada exame.
II. Posicionar corretamente o paciente para a realização do exame.
III. Comunicar ao paciente as alterações encontradas no exame.
IV. Orientar o paciente quanto ao tempo de duração do exame.
Roberta está autorizada, como estudante de Biomedicina, a realizar as
funções descritas em:
A I, somente.B II e IV.
C III e IV.
D II e III.
E I, II e IV.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Como estagiária de Biomedicina, a aluna não poderá comunicar diretamente ao paciente as alterações
encontradas sem antes ter a confirmação e o laudo do médico. Tal situação infringe a ética profissional. Todas
as outras funções são permitidas a profissionais e estagiários de Biomedicina dentro do setor de diagnóstico
por imagem.
Questão 2
Vimos que existem normas e resoluções da CNEN que determinam
como deve ser o uso das radiações ionizantes para diagnóstico e
terapia, e que os indivíduos devem se proteger dessas radiações
(pacientes e trabalhadores da área). Existem diferentes formas de
realizar essa proteção. Assinale a alternativa a seguir que expõe uma
situação em que são aplicadas medidas de proteção radiológicas
adequadas.
A
Diminuir a dose para a realização de um raio x
pediátrico.
B
Manter-se próximo a uma fonte emissora de radiação
ionizante.
C Administrar altas doses de radiofármaco no paciente.
D
Realizar uma radiografia de face em maior tempo
possível.
E
Acompanhante na sala de exame sem fazer uso de
EPI adequado.
Considerações �nais
Vimos que a habilitação em Imagenologia é uma das mais antigas da
Biomedicina, prevista desde o começo da profissão. Ao longo do tempo,
a habilitação foi sendo aperfeiçoada, permitindo que o campo de
atuação fosse ampliado e diversificado. Atualmente, a habilitação em
Imagenologia ou Radiologia permite ao profissional não só a operação
de equipamentos de imagem, como aparelhos de ressonância
magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC), mas também a
atuação em setores de aplicação, venda, qualidade de processos e
pesquisa e desenvolvimento ligados ao departamento de imagem.
O estágio é o momento ideal para desenvolver antigas e novas
habilidades que possibilitarão ao aluno alcançar objetivos cada vez
mais altos – como entender seu papel para o diagnóstico do paciente e
então realizar suas funções com comprometimento e segurança.
A emergência das áreas de gestão e educação no perfil do biomédico
traz inovações relacionadas ao desenvolvimento do processo de
trabalho em equipe multidisciplinar e da articulação com o ensino,
principalmente no Sistema Único de Saúde (SUS). É importante lembrar
que o constante desenvolvimento das tecnologias faz com que essa
área esteja em permanente atualização e exige que o profissional
acompanhe esse ritmo para se manter no mercado de trabalho e
conseguir assumir posições de destaque.
Podcast
Parabéns! A alternativa A está correta.
A medidas de proteção radiológica são redução do tempo de exposição, distanciamento da fonte emissora, uso
de blindagens e redução da dose de radiação. A única ação que está de acordo com esses princípios é alterar o
protocolo para a realização de um raio X pediátrico, pois crianças apresentam maior sensibilidade à radiação e
por isso devem receber uma dose menor que indivíduos adultos.


Neste podcast, o especialista Phelipe Macedo irá conversar com a
Biomédica imagenologista Bruna Bonaventura Faila sobre as inovações
da imagenologia que vão além da operação de equipamentos.
Referências
BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Comissão Nacional de
Energia Nuclear. Resolução CNEN nº 27/2005. Norma CNEN NN-3.01 de
março de 2014. Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica. Brasília:
Ministério da Ciência e Tecnologia, 2005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº
222, de 28 de março de 2018. Regulamenta as boas práticas de
gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde e dá outras
providências. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº
330, de 20 de dezembro de 2019. Estabelece os requisitos sanitários
para a organização e o funcionamento de serviços de radiologia
diagnóstica ou intervencionista e regulamenta o controle das
exposições médicas, ocupacionais e do público, decorrentes do uso de
tecnologias radiológicas diagnósticas ou intervencionistas. Brasília:
Anvisa, 2019.
CFBM – CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Normativa CFBM nº
001/2012. Dispõe sobre rol de atividades para fins de inscrição e
fiscalização dos profissionais biomédicos, técnicos, tecnólogos nas
áreas de acupuntura, estética, citologia e anatomia patológica e
imagenologia, junto aos conselhos regionais de biomedicina. Brasília:
CFBM, 2012.
CFBM – CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Resolução nº 334, de 4
de dezembro de 2020. Homologa a primeira reformulação orçamentária,
exercício 2020, do Conselho Regional de Biomedicina 5ª Região.
Brasília: CFBM, 2020.
CFBM – CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Imagenologia: o corpo
humano sob outro ponto de vista. CFBM5 – CONSELHO FEDERAL DE
BIOMEDICINA, 5ª REGIÃO, 6 dez. 2019. C
LIMA, M. R.; PAGLIOLI, R.; HOEFEL FILHO, J. R. Diagnóstico por imagem
do acidente vascular encefálico. Porto Alegre: Acta Médica, 2012.
MAZZOLA, A.; STIEVEN, K.I.; NETO, G.H; CARDOSO, G.M. Segurança em
Imagem por Ressonância Magnética. In: Revista Brasileira de Física
Médica, 2019, p. 76 a 91. Consultado na internet em: 19 out. 2021.
RIBEIRO, E. C. de O. et al. Perfil de competência do(a) biomédico(a) com
ênfase em imagenologia. São Paulo: Hospital Sírio‑Libanês, 2018. (Nota
técnica n. 1.5).
Explore +
Assista à série Chernobyl, que relata os acontecimentos de um dos
mais conhecidos acidentes nucleares do mundo, na antiga União
Soviética.
Consulte o Atlas de anatomia radiológica produzido por professores
da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Estude como posicionar um paciente de acordo com o Manual
prático de técnicas e posicionamento radiográfico, de Bontrager,
nona edição.
Assista ao documentário Césio 137: o brilho da morte, que conta a
história do maior acidente nuclear acontecido no Brasil, em Goiás,
na cidade de Goiânia, na década de 1980. Disponível no YouTube.
Aumente seus conhecimentos de medicina nuclear com o livro Guia
prático em medicina nuclear, de Amaury Castro Júnior, terceira
edição.
Leia CNEN NN 3.01 - diretrizes básicas de proteção radiológica.
Nela você encontra requisitos básicos de proteção radiológica para
pessoas em relação à exposição à radiação ionizante.
O descarte de resíduos radioativos deve ser realizado conforme o
plano de proteção radiológica do serviço, as normas da Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e demais normas aplicáveis.
Para conhecer mais sobre esse assunto, não deixe de conferir a
RDC nº 222/2018, que regulamenta as boas práticas de
gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde e dá outras
providências. Visite também o site da CNEN, onde é possível
consultar as legislações sobre rejeitos radioativos.
 Baixar conteúdo
javascript:CriaPDF()
Estágio em Citologia Oncótica e Histotecnologia
Prof.ª Mariana Pires Teixeira
Descrição
Estágio supervisionado em Citologia Oncótica e Histotecnologia:
legislações, atribuições, atuações e mercado de trabalho.
Propósito
Compreender as diferentes atribuições profissionais do biomédico na
Citologia Oncótica e Histotecnologia, as legislações que regulamentam
o bom funcionamento desse serviço e os procedimentos técnicos é
essencial para uma boa atuação do graduando em Biomedicina no
estágio supervisionado nessa área.
Objetivos
Módulo 1
Estágio em Citologia Oncótica
Reconhecer a regulamentação, as atribuições do biomédico e o
estágio supervisionado em Citologia Oncótica.
Mód l 2
Módulo 2
Estágio em Histotecnologia Clínica
Reconhecer a regulamentação, as atribuições, o estágio em
Histotecnologia Clínica e a biossegurança nos laboratórios de
Citologia Oncótica e Histotecnologia.
Desde a sua criação em 1966, o curso de Biomedicina passou por
diversas alterações na grade curricular, o que permitiu a ampliação
do campo de atuação e uma melhor qualificação profissional do
biomédico. De fato, atualmente, a Biomedicina é considerada uma
das profissões da área de Saúde mais completas, commais de 30
áreas de atuação. Diante disso, como saber em qual área atuar?
Uma das formas de escolher a área de maior afinidade é a partir da
experiência do estágio curricular, um momento em que existe a
integração entre os conhecimentos técnico-científicos e a vivência
na prática das atribuições do biomédico dentro daquela área
específica. Isso permitirá o reconhecimento com que se irá
trabalhar dentro de uma área tão diversificada de atuação e
facilitará a posterior inserção no mercado de trabalho.
Dentro desse contexto, vamos aprender ao longo deste conteúdo
quais são as atribuições do biomédico nas áreas de Citologia
Oncótica e Histotecnologia, as legislações que regulamentam
essas habilitações, suas atribuições e o que é necessário para que
o graduando termine o curso de Biomedicina e adquira a
habilitação nessas áreas. Vamos lá?
Orientação sobre unidade de medida
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos
juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No
entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o
número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e
demais materiais escritos por você devem seguir o padrão
internacional de separação dos números e das unidades.
Introdução
1 - Estágio em Citologia Oncótica
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a regulamentação, as atribuições do
biomédico e o estágio supervisionado em Citologia Oncótica.
Conceitos e breve histórico da
Citologia Oncótica
A Citologia Oncótica, uma das áreas de atuação do biomédico, é uma
ciência que consiste na análise microscópica de características
celulares (como tamanho, alterações citoplasmáticas ou nucleares)
para a determinação da causa e/ou natureza de uma doença; em geral,
o câncer.
Atenção!
A citologia oncótica e a citopatologia são muitas vezes utilizadas como
sinônimos.
Selo americano do George Papanicolaou sobre o teste de Papanicolaou e a detecção precoce do
câncer.
Embora o uso da citologia como forma de diagnóstico seja relatado
desde o século XIX, somente a partir do século XX a citologia oncótica
foi popularizada por George N. Papanicolaou (1883-1962), um médico
grego contratado pelo Departamento de Anatomia da Faculdade de
Medicina da Universidade de Cornell para estudar o ciclo estral de
porquinhos da índia e pacientes ginecológicos.
Na década de 1920, Papanicolaou desenvolveu uma técnica de análise
de esfregaço vaginal para o diagnóstico precoce de carcinoma uterino,
conhecida como teste de Papanicolaou (também chamado hoje de
exame preventivo ou mesmo colpocitologia oncótica).
Naquela época, a técnica foi pouco aceita por outros médicos e, por
isso, Papanicolaou interrompeu por muitos anos suas pesquisas nessa
área.
Aproximadamente 10 anos depois, Papanicolaou, estimulado pelo então
diretor de seu departamento, Joseph Himsey, retomou sua pesquisa.
Em 1941, com a colaboração do ginecologista Herbert F. Traut, publicou
seus dados na American Journal of Obstetrics and Gynecology (Revista
Americana de Obstetrícia e Ginecologia) em um artigo intitulado The
diagnostic value of vaginal smears in carcinoma of the uterus (O valor
diagnóstico do esfregaço vaginal no carcinoma uterino).
Foto da publicação de Papanicolaou em 1941.
Já em 1954, Papanicolaou publicou o Atlas of Exfoliative Cytology (Atlas
de Citologia Esfoliativa), no qual descreveu características morfológicas
tanto de células normais como malignas de diferentes origens e
detalhou instruções para os seguintes procedimentos:
Coleta de materiais biológicos
Processamento de materiais biológicos
Coloração das lâminas contendo
materiais biológicos
Por ser tão completo, o atlas publicado por Papanicolaou se tornou um
guia essencial para estudantes, pesquisadores e profissionais da área
de Citopatologia, com excelentes ilustrações (figuras e
fotomicrografias), descrições teórico-práticas, bem como correlações
citológicas e histopatológicas.
Além disso, o teste de Papanicolaou se tornou a técnica mais utilizada
para a detecção do câncer do colo do útero por seu baixo custo, sua
relativa simplicidade técnica e sua eficácia. De fato, o teste é
considerado uma das principais ferramentas para o diagnóstico e a
prevenção do câncer de colo uterino, contribuindo para uma expressiva
redução da taxa de mortalidade mundial por essa doença.
Fotomicrogra�as
Fotos obtidas por meio das lentes de um microscópio.
É importante ressaltar que outras amostras de material
biológico, além de material cervicovaginal, podem ser
manipuladas pelo biomédico citologista oncótico.
Discutiremos isso mais adiante.
Habilitação em Citologia Oncótica
A Citologia Oncótica foi definida como uma das habilitações do
biomédico pelo Conselho Federal de Biomedicina a partir da Resolução
nº 78, de 29 de abril de 2002 (item 20 - Citologia Oncológica).
Segundo o CFBM, as formas de adquirir ou mesmo incluir uma
habilitação são:
Graduação em Biomedicina
Pela conclusão do curso de graduação em Biomedicina em uma
instituição de ensino credenciada pelo Ministério da Educação
(MEC) e realização de estágio curricular obrigatório com carga
horária mínima de 500 horas.
Pós-graduação
Pela conclusão de um curso de pós-graduação reconhecido pelo
MEC com carga horária mínima de 360 horas.
Prova de título
Pela aprovação no exame de título de especialista da Associação
Brasileira de Biomedicina (ABBM).
Certi�cado de residência
A partir de um certificado de residência multiprofissional
fornecido por instituições reconhecidas pelo MEC.
No entanto, é comum que os biomédicos realizem cursos de
especialização para a atuação na área de Citologia Oncótica.
Mercado de trabalho e estágio em
Citologia Oncótica
A Citologia Oncótica é uma das áreas da Biomedicina em que não há
(ou há pouca) automação. As análises são realizadas a partir da
avaliação de amostras dispostas em lâminas de vidro, fixadas e coradas
em um microscópio. Sendo assim, dependem do conhecimento e da
experiência do examinador.
Por essas razões, o mercado de trabalho para o biomédico com
habilitação em Citologia Oncótica é muito promissor, com possibilidade
de atuação em indústrias farmacêuticas, laboratórios de análises
clínicas e de pesquisas, saúde pública e docência.
Em quais locais é possível estagiar na área?
Para estagiar nessa área, os alunos interessados devem procurar os
laboratórios públicos ou privados que trabalhem com Citologia Oncótica
que sejam credenciados na instituição superior de ensino.
O que é necessário para atuar nessa área?
O estagiário, para trabalhar nessa área, além do conhecimento de
disciplinas prévias, como Biologia Celular, Histologia, Anatomia,
Embriologia, Fisiologia, Patologia, Imunologia, Diagnóstico Molecular,
Microscopia, entre outras, precisa ser proativo, organizado, ter
capacidade de concentração para analisar diferentes lâminas durante o
estágio, ser responsável, ter boa comunicação e saber trabalhar em
equipe, que muitas vezes é multidisciplinar.
Além disso, é importante pautar-se na educação continuada, o que
significa buscar constantemente atualizações e aprimoramento
profissional.
Atribuição do biomédico em Citologia
Oncótica
O CRBM da 1ª Região define no Manual do Biomédico 2021 que o
biomédico com habilitação em Citologia Oncótica apresenta as
seguintes atribuições:
Realizar, com exceções, análises citológicas do
material esfoliativo, dos raspados e aspirados de
lesões e cavidades corpóreas, através da
metodologia de Papanicolau para o diagnóstico
citológico;
Realizar coleta de material cérvico-vaginal /
microflora e leitura da respectiva lâmina. 
*O Biomédico não poderá realizar coleta de
material através da técnica de Punção Aspirativa
por Agulha Fina (PAAF).
(CRBM1, 2021, p. 23)
O que tudo isso significa?
De forma simplificada, o biomédico com habilitação em Citologia
Oncótica poderá, salvo algumas exceções, processar material biológico
previamente coletado (seja de fluídos corporais ou obtidopor punção,
raspagem, aspiração ou escovação), analisar as lâminas e pesquisar
possíveis alterações e lesões tumorais, rastrear atipias e fazer o
diagnóstico citológico.
Além disso, poderá realizar a coleta de material biológico cervicovaginal,
exceto a coleta por PAAF — um tipo de coleta mais invasiva que deve ser
realizada por médicos capacitados — e outros métodos de coleta
invasivos como punção de líquidos cavitários. O biomédico pode
também atuar no laboratório de Imuno-histoquímica ou
Imunocitoquímica.
No entanto, é na Citologia Cervicovaginal que o biomédico vem
ganhando destaque, realizando análise dos esfregaços corados pelo
Papanicolaou (ou Papanicolau).
Esfregaço cervicovaginal corado pela coloração de Papanicolaou, mostrando células epiteliais
escamosas normais.
O biomédico também pode emitir e assinar laudos, além de assumir
responsabilidade técnica. É importante lembrar que o responsável
técnico é o principal responsável pelo funcionamento de uma
determinada instituição e, consequentemente, todos os serviços
técnicos prestados pela instituição ficam subordinados
hierarquicamente a ele.
O biomédico com habilitação em Citologia Oncológica também pode
atuar na gestão e coordenação de programas de controle de qualidade
tanto em instituições públicas como privadas. Para entender a
importância da implantação de um programa de controle da qualidade,
precisamos primeiramente entender o conceito de controle da
qualidade.
O controle de qualidade na área de Citopatologia tem
como base um conjunto de ações cujo objetivo
principal é identificar, corrigir e reduzir possíveis falhas
dentro do processo de trabalho de uma determinada
instituição.
Essas ações incluem:
1. Aperfeiçoamento e padronização dos procedimentos laboratoriais.
2. Monitoramento do volume (carga) de trabalho.
3. Educação permanente dos profissionais.
4. Diminuição da ocorrência de erros diagnósticos (tornando os
diagnósticos de rotina os mais confiáveis possíveis).
5. Investimento em biossegurança.
�. Avaliação do impacto dessas ações na instituição em questão.
O controle (ou monitoramento) da qualidade pode ser interno
(intralaboratorial) e externo (interlaboratorial). O Manual de Gestão da
Qualidade para Laboratório de Citopatologia do Instituto Nacional de
Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) apresenta as seguintes
definições a esse respeito:
Controle interno da qualidade
“[...] corresponde a um sistema de controle interno da
qualidade dos exames realizados, estabelecendo critérios de
avaliação, com registro dos resultados encontrados, permitindo
identificação de não conformidades e implementação de ações
corretivas e preventivas realizadas pelo próprio laboratório.” 
(INCA, 2016b, p. 23).
Controle externo da qualidade
“Compreende diferentes formas de avaliação do produto final e
de seus executores, sendo efetuado por pessoal externo ao
laboratório de origem.” 
(INCA, 2016b, p. 23).
Dessa forma, fica claro que a implantação de um programa de controle
de qualidade, embora seja muitas vezes um processo trabalhoso e
burocrático, é extremamente importante para a melhoria do
funcionamento e a garantia da excelência de uma instituição.
Voltemos agora para as atuações do biomédico com habilitação em
Citologia Oncológica. O biomédico com essa habilitação também pode
atuar em programas públicos de prevenção de doenças.
Saiba mais
Um dos principais programas do Ministério da Saúde tem como meta a
prevenção e o controle do câncer de colo de útero. Segundo dados
divulgados pelo INCA, no Brasil, ocorreram 6.596 óbitos por essa
doença em 2019, o que corresponde a uma taxa de mortalidade de
5,33/100 mil mulheres. O câncer de colo de útero é o quarto tipo de
câncer que causa mais mortes em mulheres no país, excluindo os
tumores de pele não melanoma.
O câncer do colo do útero (ou câncer cervical) está relacionado à
infecção persistente por alguns subtipos do papilomavírus humano
(HPV), cuja transmissão ocorre por via sexual. A maioria das infecções
por HPV são assintomáticas, mas em alguns casos essas infecções
podem levar à formação de verrugas genitais ou ao desenvolvimento de
tumores, os quais podem evoluir para carcinomas invasivos.
Partícula do vírus HPV.
De forma geral, sabe-se que quanto mais cedo for a detecção de uma
lesão pré-cancerígena ou cancerígena, maior a possibilidade de
tratamento eficiente, maior a chance de cura e maior a qualidade de vida
do paciente. Sendo assim, uma das estratégias de prevenção e controle
do câncer de colo de útero é a detecção precoce, o que inclui o
rastreamento (exame de pessoas supostamente saudáveis, ou seja, sem
sintomas da doença) e o diagnóstico precoce.
Para isso, disponibiliza-se o exame preventivo (teste de Papanicolaou)
em mulheres, homens trans e pessoas não binárias designadas
mulheres ao nascer, com idade entre 25 e 64 anos que já tiveram
relação sexual. Veja mais sobre a definição e eficiência do exame
preventivo:
De�nição
O exame preventivo consiste na análise por microscopia óptica de
preparações citológicas de células esfoliadas da zona de
transformação cervical (colo do útero) que são dispostas em uma
lâmina, fixadas e coradas. No Brasil, é recomendada a sua
repetição a cada três anos, após dois exames normais
consecutivos realizados com um intervalo de um ano.
E�ciência
O exame preventivo é extremamente eficiente, pois a maioria dos
casos de câncer de colo de útero é precedida por lesão pré-
cancerígena de longa duração (anos) que pode ser detectada
nesse exame. Com a detecção, a lesão pré-cancerígena pode ser
tratada de forma adequada, impedindo a sua progressão
(evolução) para um câncer.
Em 2014, o Ministério da Saúde incluiu a vacina tetravalente contra o
HPV no calendário de vacinação. A vacina tetravalente confere proteção
contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 do HPV, os quais causam verrugas
genitais (6 e 11) e câncer do colo do útero (16 e 18).
Saiba mais
Dados publicados por Silva e colaboradores (2020) demonstraram, em
um estudo feito no Maranhão com mulheres diagnosticadas com câncer
cervical, que mais de 70% destas apresentavam o HPV, sendo o subtipo
16 o mais frequente, estando presente em mais de 50% dos casos, e o

subtipo 18 o segundo mais frequente, estando presente em
aproximadamente 14% dos casos. Esses dados confirmam que a vacina
tetravalente protegeria contra os principais subtipos de HPV que
causam câncer do colo do útero no Brasil.
Atualmente, a vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) prevê a
imunização de meninas com idade entre 9 e 14 anos e meninos entre 11
e 14 anos, além de mulheres com até 45 anos e homens com até 26
anos de idade imunossuprimidos.
É importante lembrar que a vacinação e o teste de
Papanicolaou são ações essenciais e complementares
na prevenção do câncer do colo do útero, uma vez que
as vacinas disponíveis não protegem contra todos os
subtipos do HPV.
Além do exame preventivo e da vacinação, ações de comunicação em
saúde, tais como fôlderes, cartazes, vídeos e outros materiais
informativos voltados tanto para a população como para profissionais
da Saúde também são estratégias utilizadas na prevenção e no controle
do câncer de colo de útero. Essas são algumas ações educativas em
que os biomédicos podem atuar.
Por fim, é importante lembrar que o biomédico com habilitação em
Citologia Oncológica também pode atuar na docência e na pesquisa,
especialmente em linhas de pesquisas que envolvem o estudo da
fisiopatologia, prevenção e tratamento do câncer.
Atuação pro�ssional, desa�os e
perspectivas na Citologia Oncótica
Veja neste vídeo uma entrevista com uma biomédica habilitada em
Citologia Oncótica sobre a atuação profissional, os desafios e as
perspectivas na área.

Atuação do estagiário em Citologia
Oncótica
Durante o estágio na área de Citologia Oncológica, você terá contato
com a coleta e o preparo das amostras para posterior análise
microscópica e liberação dos resultados.
Como todos

Outros materiais