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Instituto Superior De Transportes E Comunicações Departamento De Ciências Básicas “Fluxo de Campo Elétrico – Teorema de Gauss” Licenciatura em Engenharia Civil E De Transportes Disciplina: Física II Docente: Dr. J. Nhanala Discente(s): Lauro Mota, Kelvin Ossmane, Osvaldo Bila, Seretse Andate, Ana Morais. Turma: C12 1º Ano Maputo, Agosto - 2015 Índice 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 2 2. TEOREMA DE GAUSS .............................................................................................................. 3 3. FLUXO DO CAMPO ELÉTRICO ........................................................................................... 4 4. LEI DE GAUSS ............................................................................................................................. 8 5. EXERCÍCIO 3 ............................................................................................................................ 10 6. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 11 7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 12 2 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objectivo principal abordar os assuntos relativos aos Fluxo de Campo Elétrico e o Teorema de Gauss. A lei de Gauss é a lei que estabelece a relação entre o fluxo de campo elétrico que passa através de uma superfície fechada com a carga elétrica que existe dentro do volume limitado por esta superfície. A lei de Gauss é uma das quatro Equações de Maxwell, juntamente com a lei de Gauss do magnetismo, a lei da indução de Faraday e a lei de Ampère- Maxwell e foi elaborada por Carl Friedrich Gauss em 1835, porém só foi publicada após 1867. Gauss foi um importante matemático alemão que fez descobertas em teoria dos números, geometria e probabilidade, tendo também contribuições em astronomia e na medição do tamanho e formato da Terra. 3 2. TEOREMA DE GAUSS A lei de Gauss é uma das equações de Maxwell, que escreveu as equações fundamentais de eletromagnetismo. Em eletrostática, a lei de Gauss e a lei de Coulomb são equivalentes. Os campos elétricos decorrentes de algumas distribuições de carga simétrica, como uma concha esférica uniformemente carregada ou linha infinita uniformemente carregada, pode ser facilmente calculado usando a lei de Gauss. Uma superfície fechada similar ao da superfície de uma bola de sabão é aquela que divide o universo em duas regiões distintas, a região delimitada pela superfície e a região da superfície lateral saída. A Figura 1 mostra uma superfície fechada de forma arbitrária que encerram um dipolo. O número de linhas de campo eléctrico que começam na carga positiva e penetra a superfície a partir do interior depende de onde a superfície é desenhada, mas qualquer linha de penetrar na superfície do interior também penetra a partir do exterior. Para contar o número resultante de linhas fora de qualquer superfície fechada, contar qualquer penetração do interior como, e qualquer penetração de fora como . Assim, para a superfície mostrado (Figura 1), o número de linhas de resultante para fora da superfície é zero. Para superfícies que encerram outros tipos de distribuição de cargas, tais como o mostrado na Figura 2, o número de linhas resultante para fora de qualquer superfície que envolve as cargas é proporcional à carga resultante delimitada pela superfície. Esta regra é uma declaração da lei ou teorema de Gauss. Fig. 2: Uma superfície de forma arbitrária envolvendo as cargas +"# e −# . Tanto as linhas de campo que terminam em −# não passam através da superfície ou que penetram a partir do interior o mesmo número de vezes mais de fora. O número de resultante que saia, a mesma que para uma única carga de +#, é igual à carga total abrangida pela superfície. Fig. 1: Uma superfície de forma arbitrária encerrando um dipolo elétrico. Enquanto a superfície abrange ambas as cargas, o número de linhas que penetram na superfície do lado de dentro é exatamente igual ao número de linhas que penetram na superfície do lado de fora, não importa onde a superfície é desenhada. 4 3. FLUXO DO CAMPO ELÉTRICO “A quantidade matemática que corresponde ao número de linhas de campo que penetram uma superfície é chamado de fluxo eléctrico %.” (Tipler & Mosca, 2012) Para obter uma superfície perpendicular à & (Fig. 3), o fluxo eléctrico é o produto dos módulos de campo E e área A: % = &( A unidade de fluxo do campo elétrico é ) ∙ +,/.. “Porque & é proporcional ao número de linhas do campo por unidade de área, o fluxo é proporcional ao número de linhas do campo, que penetram a superfície.” (Tipler & Mosca, 2012) Fig. 3: Linhas de campo eléctrico de um campo uniforme penetração de uma superfície de área A que é orientada perpendicular ao campo. O produto /0 é o fluxo eléctrico através da superfície. [1.0] 5 Na Figura 4, a superfície da área (, não é perpendicular ao campo &. No entanto, o número de linhas que penetram a superfície da área (, é o mesmo que o número que penetra na superfície da área (1 que é normal (perpendicular) à &. Estas áreas são relacionadas por: (, cos 5 = (1 5 é o ângulo entre & e o vector unidade que é normal à superfície (, , como apresentado na figura 4. O fluxo eléctrico através de uma superfície é definido como sendo: % = & ∙ 6( = &( cos 5 = &7( Onde: &7 = & ∙ 6 é a componente de & normal à superfície. [1.1] Fig. 4: Linhas de campo elétrico de um campo elétrico uniforme que é perpendicular à superfície da área 08 , mas faz um ângulo 9 com o vector de unidade :; que é normal à superfície de área 0" . Em que /<<⃗ não é perpendicular à superfície, o fluxo é /:0 , onde /: = / >?@ 9 é a componente de /<<⃗ que é perpendicular à superfície. O fluxo através da superfície da área 0" é o mesmo que através da superfície da área 0" . [1.2] 6 A figura 5 mostra uma superfície curva sobre a qual & pode variar. Se a área ∆(B do elemento de superfície que se escolhe é suficientemente pequeno, que pode ser modelado como um plano, e a variação do campo eléctrico através do elemento pode ser negligenciado. O fluxo do campo eléctrico através deste elemento é dado por: ∆%B = &7B ∆(B = &B ∙ 6B ∆(B Onde 6B é o vector de unidade perpendicular ao elemento de superfície. &B é o campo eléctrico sobre o elemento de superfície. Se a superfície for curva, os vectores unitários para os diferentes elementos de superfície pequenas terão diferentes direções. O fluxo total através da superfície, é a soma de ∆%B sobre todos os elementos que constituem a superfície. No limite, como o número de elementos se aproxima do infinito e a área de cada elemento aproxima-se à zero, este valor torna-se um integral. Fig. 5: Se /: varia de lugar para lugar sobre uma superfície, quer porque o módulo de /<<⃗ varia ou porque o ângulo entre /<<⃗ e :́ varia, a área da superfície é dividida em pequenos elementos de área ∆0E . O fluxo através da superfície é calculado pela soma de /<<⃗ E ∙ :;E ∆0E ao longo de todos os elementos da área. [1.3] 7 A definição geral de fluxo elétrico é, portanto: % = lim ∆IJ→L &BB ∙ 6B ∆(B = &M ∙ 6 N( Onde o O significa a superfície que está sob integração. O sinal do fluxo depende da escolha para a direcção da unidade normal 6. Ao escolher 6 para estar fora de um dos lados de uma superfície que está adeterminação do sinal de & ∙ 6, e, portanto, o sinal do fluxo através da superfície. “Em uma superfície fechada, importa o fluxo elétrico através da superfície e, por convenção, sempre escolher a unidade vector 6 para estar fora da superfície em cada ponto. A integral sobre uma superfície fechada é indicado por meio do símbolo ∮ .” (Tipler & Mosca, 2012) O fluxo total ou resultante através de uma superfície fechada O é, por conseguinte, escrito %Q = &M ∙ 6 N( = &7M N( O fluxo de resultante %Q através da superfície fechado é positivo ou negativo, dependendo se & está predominantemente para fora ou para dentro na superfície. Em pontos na superfície onde & é interior, &7 é negativo. [1.4] [1.5] 8 4. LEI DE GAUSS A Figura 6 mostra uma superfície esférica de raio R que tem um ponto de carga S no seu centro. O campo eléctrico em toda esta superfície é normal à superfície e tem o seu módulo dado por: &7 = TS R, O fluxo resultante de & fora desta superfície esférica é dado por: %Q = &7N(M = &7 N(M Onde foi retirado o &7 para fora do integral porque é constante em toda a superfície. O integral de N( através da superfície é apenas a área total da superfície, o que para uma esfera de raio R é 4VR,. Utilizando este e substituindo WS/R, para &7, obtêm-se %Q = WS R, 4VR, = 4VWS = S XL O fluxo resultante para o exterior através de qualquer superfície fechada é igual à carga resultante no interior da superfície dividido por YL: %Q = & M ∙ 6 N( = &7 M N( = SB7Z[\B]\ YL [2.0] Fig. 6: A superfície esférica que encerra um Q. carga pontual O fluxo resultante é facilmente calculado por uma superfície esférica. /: multiplicado pela área da superfície, ou /:^_`". [2.1] [2.2] [2.3] 9 “Esta é a lei de Gauss. Isto reflete o facto de o campo eléctrico devido a uma carga pontual única varia inversamente com o quadrado da distância a partir da carga. Foi esta propriedade do campo eléctrico que tornou possível desenhar um número fixo de linhas de campo eléctrico de uma carga e tem a densidade de linhas de ser proporcional à força do campo. A lei de Gauss é válida para todas as superfícies e todas as distribuições de carga. Para contribuições de descarga que possuem um alto grau de simetria, que pode ser usada para calcular o campo eléctrico. Para distribuições carga estática, a lei de Gauss e a lei de Coulomb são equivalentes. No entanto, a lei de Gauss é mais geral na medida em que é sempre válida enquanto que a validade da lei de Coulomb é restrita a distribuição de cargas estáticas.” (Tipler & Mosca, 2012) 10 5. EXERCÍCIO 3 Uma esfera não condutora de raio R, tem densidade volumétrica de carga dada por a = b Qc , onde . é uma constante, e d é a distancia do centro a qualquer ponto. Determine: a) O fluxo total do campo elétrico através da superfície da esfera. b) A distribuição do campo elétrico no interior e no exterior da esfera. c) A energia potencial elétrica armazenada no interior da esfera. Solução Tendo em conta a densidade volumétrica dada, a equação do fluxo total e superfície da esfera que é dada por: O = 4Vd,. Tem-se: Para d < R &O = 1 XXL gNO \ L ⟹ & ∙ 4Vd, = 1 XXL . d, \ L ∙ N4Vd, & ∙ 4Vd, = . XXL di, \ L ∙ 4V ∙ dNd ⟹ & ∙ 4Vd, = . XXL ∙ 4V ∙ 1 d, ∙ d, 2 d 0 &d, = . XXL ∙ 1 d − 0 ⟹ & = . XXL ∙ 1 dl Para d = R & = . XXL ∙ 1 Rl Para d < R &O = 1 XXL . d, Q L ∙ N4Vd, ⟹ & ∙ 4Vd, = . XXL 1 d, Q L ∙ 4V ∙ dNd & ∙ d, = . XXL ∙ 1 d, ∙ d, 2 R 0 ⟹ & ∙ d, = . XXL ∙ 1 R, ∙ R, R − 0 & = . XXL ∙ 1 Rd, 11 6. CONCLUSÃO Com o presente trabalho concluiu-se que a lei de Gauss estabelece uma relação entre o fluxo de campo elétrico através de uma superfície fechada e as cargas que estão no interior dessa superfície. Algumas considerações importantes sobre a de lei de Gauss são: • A lei de Gauss não contém nenhuma informação que não esteja contida na lei de Coulomb e no princípio da superposição. Inclusive, é possível obter a lei de Coulomb a partir da lei de Gauss e vice-versa. • É fundamental para a lei de Gauss, o fato de que a força elétrica é proporcional ao inverso do quadrado da distância. É esse fato que faz com que o fluxo de E não dependa da "superfície gaussiana" escolhida e dependa apenas das cargas que estão localizadas no interior da superfície. Dessa forma, é possível pensar numa lei de Gauss que estabeleça uma relação de fluxo para qualquer campo cuja lei de força associada a esse campo seja proporcional ao inverso do quadrado da distância, como a força gravitacional, por exemplo, logo existe uma lei de Gauss da gravitação. • Apesar da lei de Coulomb fornecer o necessário para calcular o campo elétrico de uma distribuição de cargas, muitas vezes, as integrais que envolvem o cálculo do campo elétrico podem ser complicadas de serem resolvidas, mesmo para casos razoavelmente simples. É nesse ponto que reside um dos aspectos de maior eficiência da lei de Gauss: o cálculo do campo elétrico em distribuições de carga que possuam determinados tipos de simetria torna-se extremamente simples. • A lei de Gauss se refere sempre ao fluxo no interior de uma superfície gaussiana escolhida. Portanto, para utilizar a lei de Gauss, é necessário definir o que é uma "superfície gaussiana". Esta é, por sua vez, uma superfície arbitrariamente escolhida. Normalmente, essa superfície é escolhida de modo que a simetria da distribuição de carga permita, ao menos em parte da superfície, um campo elétrico de intensidade constante. 12 7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Tipler, Paul; MOSCA, Gene. (2012). Física Para Cientistas E Engenheiros: Com Física Moderna. 6ª Edição. E.U.A. W. H. Freeman and Company Walker, Jearl; Halliday, David; Resnick, Robert. (2014). Fundamentos De Física. 10ª Edição. E.U.A. John Wiley & Sons Inc Young, Hugh D.; Freedman, Roger A.; Ford, Lewis A. (2012). Sears and Zemansky’s Física de Universidade: Com Física Moderna. 13ª Edição. E.U.A. Pearson Education Inc
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