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Lei de Gauss FLUXO ELÉTRICO É uma grandeza proporcional ao número de linhas de campo elétrico que penetram em alguma superfície. Primeiro, considere um campo elétrico que é uniforme em módulo e direção como na Figura 19.23. As linhas de campo penetram uma superfície plana retan- gular de área A, que é perpendicular ao campo. Lembre-se de que o número de linhas por unidade de área é proporcional ao módulo do campo elétrico . O número de linhas que penetram na superfície da área A é, portanto, proporcional ao produto EA. O produto do módulo do campo elétrico E, e uma área de superfície A perpendicular ao campo é chamado fluxo elétrico . A partir das unidades SI de E e A, vemos que o fluxo elétrico tem unidades de N ⋅ m²/C. Se a superfície em questão não é perpendicular ao campo, o número de linhas através dela deve ser menor que o dado pela equação acima. Este conceito pode ser compreendido considerando a Figura 19.24, onde a normal à superfície de área A está num ângulo θ com o campo elétrico uniforme. Note que o número de linhas que atravessam esta área é igual ao número que atravessa a área projetada A」, que é perpendicular ao campo. Da Figura 19.24, vemos que as duas áreas são relacionadas a A」 = A cos θ. Como o fluxo através da área A é igual ao fluxo que passa por A 」, podemos concluir que o fluxo desejado é O fluxo através de uma superfície de área fixa tem o valor máximo AE quando o ângulo θ entre a normal à superfície e o campo elétrico é zero. Esta situação ocorre quando a normal é paralela ao campo e a superfície é perpendicular ao campo. O fluxo é zero quando a superfície é paralela ao campo porque o ângulo θ é 90º. A variação no campo elétrico ao longo do elemento pode ser ignorada se o elemento for suficientemente pequeno. É conveniente definir um vetor cujo módulo representa a área do i-ésimo elemento e cuja direção é definida para ser perpendicular à superfície. Teremos muitas vezes que nos interessar em avaliar fluxo elétrico através de uma superfície fechada. Uma superfície fechada é definida como aquela que divide o espaço completamente em uma região interior e uma região exterior, de forma que o movimento não pode ter lugar começando em uma região e terminando em outra sem penetrar na superfície. O fluxo total através da superfície é proporcional ao número total de linhas que penetram na superfície, em que o número total significa o número deixando o volume rodeado pela superfície menos o número que entra no volume. Se mais linhas estão deixando a superfície do que entrando, o fluxo total é positivo. Se mais linhas estão entrando do que saindo da superfície, o fluxo total é negativo. LEI DE GAUSS É a relação geral entre o fluxo elétrico total através de uma superfície fechada e a carga delimitada pela superfície. Primeiro, vamos considerar uma carga pontual positiva q localizada no centro tro de uma superfície esférica de raio r como na Figura 19.28. As linhas de campo irradiam para fora e, portanto, ficam perpendiculares (ou normais) à superfície em cada ponto. Isto é, em cada ponto na superfície, E está em pararlelo com o vetor DeltaA , que representa o elemento local da área DA . Por isso, em todos os pontos da superfície O fluxo total através de uma superfície esférica é proporcional à carga q no centro do interior da superfície. Esse resultado representa matematicamente que (1) o fluxo total é pro- porcional ao número de linhas de campo, (2) o número de linhas de campo é proporcional à carga no interior da superfície, e (3) todas as linhas de campo da carga devem passar através da superfície. A construção na Figura 19.29 mostra que o número de linhas de campo elétrico através da superfície esférica S1 é igual ao número de linhas de campo elétrico através das superfícies não esféricas S2 e S3. Portanto, é razoável concluir que o fluxo total através de qualquer superfície fechada é independente da forma da referida superfície . A Lei de Gauss estabelece que o fluxo total através de qualquer superfície fechada é: A lei de Gauss é válida para o campo elétrico de qualquer sistema de cargas ou distribuição contínua de carga. Contudo, na prática, a técnica é útil para calcular o campo elétrico apenas em situações em que o grau de simetria é alto . APLICAÇÃO DA LEI DE GAUSS O passo fundamental em aplicar da lei de Gauss é determinar uma superfície gaussiana útil. Essa superfície deve ser uma superfície fechada para a qual cada uma das porções de superfície satisfaça uma ou mais das seguintes condições: ● O valor do campo elétrico pode ser dito constante por conta da simetria ao longo da porção da superfície. ● O produto escalar pode ser expresso como um produto algébrico simples E dA porque E e dA são paralelos. ● O produto escalar é zero porque E e dA são perpendiculares. ● O campo elétrico é zero ao longo da porção da superfície. Note que diferentes porções da superfície gaussiana podem satisfazer diferentes condições contanto que cada porção satisfaça pelo menos uma condição. Se a distribuição de carga não tem simetria suficiente para que uma superfície gaussiana que satisfaça essas condições possa ser encontrada, a lei de Gauss não é útil para determinar o campo elétrico para tal distribuição de carga. → Uma distribuição de carga esfericamente simétrica: → Uma distribuição de carga cilindricamente simétrica: → Um plano de carga CONDUTORES EM EQUILÍBRIO ELETROSTÁTICO Quando nenhum movimento de carga ocorre dentro do condutor (que não seja movimento térmico), o condutor está em equilíbrio eletrostático , e tem as seguintes propriedades: ● O campo elétrico é zero em todos os lugares dentro do condutor, seja o condutor sólido ou oco. ● Se o condutor é isolado e possui carga, ela reside em sua superfície. ● O campo elétrico em um ponto fora de um condutor carregado é perpendicular à superfície do condutor e tem módulo , em que σ é a densidade de carga da superfície naquele ponto. ● Em um condutor de forma irregular, adensidade de carga da superfície é maior em locais que o raio de curvatura da superfície é menor. O campo elétrico no interior do condutor deve ser zero sob o pressuposto de que temos o equilíbrio eletrostático. Se o campo não fosse zero, cargas livres dentro do condutor iriam acelerar sob a ação da força elétrica. A partir disso e da lei de Gauss, podemos concluir que a carga total no interior da superfície gaussiana é zero. Como não pode haver nenhuma carga total dentro da superfície gaussiana (que é arbitrariamente próxima à superfície do con- dutor), qualquer carga total sobre o condutor deve residir em sua superfície.
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