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Instituto Superior De Transportes E Comunicações Departamento De Ciências Básicas “Dinâmica do Corpo Rígido” Licenciatura em Engenharia Civil E De Transportes Disciplina: Física I Docente: Prof. Dr. Adriano H.E.R Sacate Discente(s): Lauro Mota, Kelvin Ossmane, Fredrich Antonio (Participação 0%). Turma: C12 1º Ano Maputo, Maio - 2015 1 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objectivo principal abordar os assuntos relativos à Dinâmica do corpo rígido mais especificamente tratando da velocidade angular, a aceleração angular e o momento angular. Um corpo rígido é definido como um conjunto finito, de ! partículas de massas "# e posições $#. 2 2. POSIÇÃO ANGULAR “A posição angular de uma linha é o ângulo da linha em relação a uma direção fixa, que tomamos como a posição angular zero. A posição angular % pode ser medida em relação aos e eixos & ( )* +.” (Walker, Halliday & Resnick, 2014) De geometria, sabe-se que θ é dado por: - = $% % = - $ Onde: s – é o comprimento de um arco circular, que se estende a partir do eixo(a posição angular de zero) ; r – é o raio do círculo. “Um ângulo definido desta forma é medido em radianos ($/0), em vez de em rotações ou graus. O radiano, sendo o rácio de dois comprimentos, é um número puro e, portanto, não tem dimensão. Uma vez que a circunferência de um círculo de raio R é 22$, existem 22 radianos em um círculo completo.” (Walker et al., 2014) 1 $)4/çã) = 360° = 22 $/0 e, portanto: 1 $/0 = 57,3° = 0,159 $)4/çõ@- [1.0] [1.1] [1.2] [1.3] 3 Não se redefiniu % a zero com cada rotação completa da linha de referência sobre o eixo de rotação. Se a linha de referência completa duas rotações da posição angular zero, então a posição angular % da linha é % = 42 $/0. “Para translação pura ao longo de um eixo x, podemos saber tudo o que há para saber sobre um corpo em movimento, se sabemos &(4), a sua posição como uma função do tempo. Da mesma forma, para a rotação pura, podemos saber tudo o que há para saber sobre um corpo em rotação, se sabemos %(4), a posição angular da linha de referência do corpo como uma função do tempo.” (Walker et. al., 2014). 3. DESLOCAMENTO ANGULAR Se um corpo gira em torno do eixo de rotação como, alterando a posição angular da linha de referência a partir de %D para %E, o corpo é submetido a uma deslocação angular ∆% que é dada por: ∆% = %E − %D “Esta definição de deslocamento angular é válida não só para o corpo rígido como um todo, mas também para todas as partículas dentro desse corpo. Se um corpo está em movimento de translação ao longo do eixo &, o seu deslocamento ∆& é positivo ou negativo, dependendo se o corpo se move no sentido positivo ou negativo do eixo. Da mesma forma, o deslocamento angular ∆% de um corpo em rotação é positivo ou negativo, de acordo com a seguinte regra: Um deslocamento angular no sentido anti-horário é positivo, e um no sentido normal dos ponteiros do relógio é negativo.” (Walker et. al., 2014). [1.4] 4 4. VELOCIDADE ANGULAR Suponha-se que um corpo rotativo está na posição angular %D no intervalo de tempo 4D, e na posição angular %E no intervalo de tempo 4E. Define-se a velocidade média angular do corpo no intervalo de tempo ∆4 de 4D para 4E como: HIJK = %E − %D 4E − 4D = ∆% ∆4 Onde: ∆% é o deslocamento angular durante ∆4. A velocidade angular (instantânea) H, é o limite da razão na Eq. 1.5, como ∆4 se aproxima de zero. Assim: H = lim ∆O→Q ∆% ∆4 = 0% 04 Equações 1.5 e 1.6 são válidas não só um o corpo rígido rotativo como um todo, mas também para que cada partícula de corpo, porque as partículas estão ligadas. A unidade da velocidade angular é normalmente o radiano por segundo ($/0/-) ou a rotação por segundo ($/-@S). “Se uma partícula se move em torno de um eixo & , a sua velocidade linear T é positiva ou negativa, dependendo da sua direcção ao longo do eixo. Da mesma forma, a velocidade H angular de um corpo rígido em rotação é positiva ou negativa, dependendo se o corpo estiver a girar no sentido anti-horário (positivo) ou no sentido horário (negativo).” (Walker et. al., 2014) [1.5] [1.6] 5 5. ACELERAÇÃO ANGULAR Se a velocidade angular de um corpo rotativo não é constante, então o corpo tem uma aceleração angular. Sendo HD e HE as velocidades angulares nos momentos 4E e 4D . respectivamente. A aceleração angular média do corpo rotativo no intervalo de 4D e 4E é definido como: UIJK = HE − HD 4E − 4D = ∆H ∆4 Onde: ∆H é a variação na velocidade angular que ocorre durante um intervalo de tempo ∆4. O aceleração angular (instantânea) U um, é o limite desta quantidade como ∆4 se aproxima de zero. Assim: U = lim ∆O→Q ∆H ∆4 = 0H 04 Tal como o nome sugere, esta a aceleração angular do corpo a um dado instante. Equações 1.7 e 1.8 são também válidas para cada partícula contida do no corpo. A unidade de aceleração angular é normalmente o radiano por segundo ao quadrado ($/0/-E) ou a rotação por segundo ao quadrado ($/-@SE). [1.7] [1.8] 6 6. ROTAÇÃO COM ACELERAÇÃO ANGULAR CONSTANTE Sendo U = V)W-4/W4@ as equações cinemáticas apropriadas são: H = HQ + U4 % − %Q = HY4 + 1 2 U4E HE = HQ E + 2U % − %Q % − %Q = 1 2 HQ + H 4 % − %Q = H4 − 1 2 U4E [1.9] [2.0] [2.2] [2.3] [2.1] 7 7. EXEMPLO 1 A posição angular de um volante de motor de 0,36 " de diâmetro é dado por: % = (2.0 $/0/-[)4[ (a) Encontre %, em radianos e em graus, em 4D = 2,0 - e 4E = 5,0 -. (b) Encontre a distância que uma partícula sobre o aro do volante de motor se move sobre o intervalo de tempo de 4D = 2,0 - para 4E = 5,0 -. (c) Encontre a velocidade angular média, em $/0/- e em $/"\W, ao longo desse intervalo. (d) Encontre as velocidades instantâneas angulares em 4D = 2,0 - e 4E = 5,0 -. Solução: (a) Substituindo os valores de 4 na equação para % tem-se: ⟹ %D = (2,0 $/0/- [) 2,0 - [ = 16 $/0 ⟹ 16 $/0 [^Q° E_ `aK = 920° ⟹ %E = (2,0 $/0/- [) 5,0 - [ = 250 $/0 ⟹ 250 $/0 [^Q° E_ `aK = 14,000° (b) Durante o intervalo de 4D = 2,0 - e 4E = 5,0 - o deslocamento angular do volante é ∆% = %E − %D = 250 $/0 − 16 $/0 = 234 $/0. O raio r é metade do diâmetro, ou 0,18 ". Para usar a Eq. 1.0, os ângulos devem ser expressa em radianos: ⟹ - = $%E − $%D ⟹ $∆% = 0,18 " 234 $/0 = 42 " 8 (c) Sabendo que HIJK = cdecf OdeOf = ∆c ∆O , então: ⟹ HIJK = %E − %D 4E − 4D = 250 $/0 − 16 $/0 5,0 - − 2,0 - = 78 $/0/- ⟹ 78 $/0 - 1 $ 22 $/0 60- 1 "\W = 740 $/"\W (d) Utilizando a expressão H = lim ∆O→Q ∆c ∆O = Kc KO , tem-se: ⟹H = 0% 04 = 0 04 2,0 $/0/-[ 4[ ⟹ 2,0 $/0/-[ 34E = 6,0 $/0/-[ 4E Nos intervalos de tempo 4D = 2,0 e 4E = 5,0 tem-se: ⟹ HD = 6,0 $/0/- [ 2,0 - E = 24 $/0/- ⟹ HE = 6,0 $/0/- [ 5,0 - E = 150 $/0/- 9 8. MOMENTO ANGULAR O momento angular ℓ desta partícula com respeito à origem h é uma grandeza vectorial definida como: ℓ = $×j = " $×T Onde: $ – é o vector de posição da partícula com respeito a h. À medida que a partícula se move em relação a O na direção do seu momento j = (". T) vetor posição $ gira em torno de h. Nota: Para ter momento angular sobre h, a partícula não tem ela própria para girar em torno de h. Fig. 1-2: Uma partícula que passa pelo ponto k tem momento linear lmm⃗ (= opmm⃗ ), com o vector lmm⃗ deitada em um plano q, r. A partícula tem momento angular sm⃗ = tm⃗ ×lmm⃗ no que diz respeito à origem u. Pela regra da mão direita, o momento do vector angular aponta na direção positiva de v. (a) O módulo sm⃗ é dado por s = tl ⊥ = top ⊥ . (b) O módulo sm⃗ tambémé dado por s = t ⊥ l = t ⊥ op . (a b) [2.4] 10 8.1. Direção “Para encontrar a direção do momento angular do vector ℓ na Fig. 1-2., arrasta-se o vector até a cauda esteja na origem h. Então usa-se a regra da mão direita para os produtos de vetores, arrastando os dedos de $ em j. O polegar estendido, em seguida, mostra que a direcção de ℓ está na direção positiva do eixo + na Fig. 1-2. Este sentido positivo é consistente com a rotação anti-horária do vector posição $ em torno do eixo +, tal como a partícula se move.” (Walker et al., 2014) 8.2. Módulo Usando o resultado de: /×x = /yxz − xy/z { + /zx| − xz/| } + � |xy − x|/y ~ o módulo será dado por: ℓ = $"T sinÅ Onde: Å é o menor ângulo entre j e $ quando estes dois vectores são cauda a cauda A partir da Fig. 1-2(a), vemos que a Eq. 11-19 pode ser reescrita como: ℓ = $j ⊥ = $"T ⊥ Onde: onde j ⊥ é a componente j perpendicular à $ e T ⊥ é a componente de T perpendicular à $. [2.5] [2.6] 11 A partir da Fig. 1-2(b), vemos que a Eq. 11-19 pode ser reescrita como: ℓ = $ ⊥ j = $ ⊥ "T Onde: $ é a distância perpendicular entre h e a extensão de j. [2.6] 12 7.2. EXEMPLO 2 Encontre o momento angular sobre a origem para as seguintes situações: (a) Um carro de massa 1200 ~S que se move em um uma circunferência com raio de 20 " com uma velocidade de 15 "/-. A circunferência está em um plano &, ( centralizado na origem. Quando visto a partir de um ponto no eixo + positivo, o carro move-se no sentido anti- horário. (b) O mesmo carro move-se no plano &, ( com velocidade T = − 15 "/- { ao longo da linha ( = (Q = 20 " paralelo ao eixo &. Solução: (a) $ e j são perpendiculares e $×j está na direção ++ (Fig. 3). Usando ℓ = $×j podemos resolver o problema, pois está a considerar-se o carro como uma partícula. Com isto, tem-se: ⟹ ℓ = $×j = $"T sin 90°~ ⟹ 20 " 1200 ~S 15 "/- ~ ⟹ 3,6×10Ç ~S."E/- ~ Fig. 3 Fig. 4 13 (b) Para o mesmo carro em movimento na direção de & ao longo da linha ( = 20 ", expressam-se $ e j em termo de vectores unitários (versores), e usando a expressão ℓ = $×j tem-se: ⟹ $ = &{ + (} = &{ + (Q{ ⟹ j = "T = −"T{ ⟹ ℓ = $×j = &{ + (Q} × −"T{ ⟹ −&"T {×{ − (Q"T }×{ ⟹ 0 − (Q"T −~ = (Q"T ~ ⟹ 20 " 1200 ~S 15 "/- ~ ⟹ 3,6×10Ç ~S."E/- ~ 14 9. EXERCÍCIO 16 Uma roldana possui raio $ = 15,0 V" e o momento de inércia em relação ao eixo de rotação central, igual a 1,0×10Ç S. V"E. Sobre a periferia da roldana, aplica-se uma força tangencial que varia com o tempo de acordo com a relação É = 24 + 4E , onde É está expressado em ! e 4 em segundos. Sabendo-se que a roldana está inicialmente em repouso, determinar: a) A expressão da velocidade angular em função do tempo b) A velocidade angular para 4 = 5,0 - c) O valor da energia cinética de rotação para 4 = 5,0 - Solução: a) Primeiro convertem-se todas unidades para o Sistema internacional (S.I), a seguir utilizando a expressão U = Ñ Ö , pode-se desenvolver para achar aceleração angular em função do tempo e depois utilizando a expressão U = KÜ KO , integrar para achar a velocidade angular em função do tempo, deste modo: ⟹ U = á à ⟹ U = É$ à ⟹ 24 + 4E 0,15 " 0,01 âS ∙ "E ⟹ U 4 = 304 + 154E $/0/-E ⟹ U = 0H 04 ⟹ 0H = U04 ⟹ 0H Ü Q = U04 O Y ⟹ 0H Ü Q = 304 + 154E 04 O Y ⟹ H H 0 = 154E + 54[ 4 0 ⟹ H − 0 = 154E + 54[ − 0 ⟹ H 4 = 154E + 54[ $/0/- 15 b) Substituindo o 4 na expressão da velocidade angular em função do tempo H(4) obtém-se a velocidade angular para o instante 4 = 5,0 -, deste modo: ⟹ H 4 = 154E + 54[ $/0/- ⟹ H = 15 5E + 5 5[ $/0/- ⟹ H = 1,0×10[ $/0/- c) Após conversão das unidades para o S.I, utilizando o resultado da alínea anterior e utilizando a expressão âã = D E àHE, calcula-se: ⟹ âã = 0,01 âS ∙ "E 1,0×10[ $/0/- E 2 ⟹ âã = 5 å 16 10. CONCLUSÃO Com o presente trabalho concluímos que o estudo do momento angular, velocidade angular, aceleração angular, deu origem a varias aplicações, desde o estudo da rotação de planetas à invenção de instrumentos de uso no dia-a-dia, tendo possibilitado deste modo um grande avanço na ciência. Este trabalho foi muito importante para o nosso conhecimento destes temas, pois permitiu-nos ficar a compreender melhor este temas, além de ter nos permitido aperfeiçoar as nossas competências de investigação. 17 11. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Walker, Jearl; Halliday, David; Resnick, Robert. (2014). Fundamentos De Física. 10ª Edição. E.U.A. John Wiley & Sons Inc Tpler, Paul; MOSCA, Gene. (2012). Física Para Cientistas E Engenheiros: Com Física Moderna. 6ª Edição. E.U.A. W. H. Freeman and Company Young, Hugh D.; Freedman, Roger A.; Ford, Lewis A. (2012). Sears and Zemansky’s Física de Universidade: Com Física Moderna. 13ª Edição. E.U.A. Pearson Education Inc
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