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Anamnese obstétrica

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Anamnese obstétrica
1. Fecundação 
 É a união do óvulo com o espermatozoide. 
A cada 28 dias, em média, um óvulo maduro é liberado 
do ovário, cai na cavidade abdominal e é aspirado pelas fímbrias 
da região distal da tuba uterina. Ademais, a fecundação ocorre 
na ampola, que corresponde à região mais dilatada da tuba. 
 
2. Fecundação e Transporte ovular 
A fecundação ocorre na porção ampolar da trompa 
O espermatozoide ascende pela vagina e pelo colo do 
útero e se aloja na região distal da trompa, onde irá penetrar no 
óvulo 
De acordo com os critérios religiosos (Igreja Católica), 
considera-se como vida a partir da fecundação. Por sua vez, de 
acordo com critérios jurídicos e médicos, considera-se como vida 
a partir da nidação (quando o feto penetra na cavidade endometrial 
e ali se fixa). 
Após a fecundação, o ovo se divide em 2, 4, 8, 16, 32, 
64 (mórula), 128 células. É transportado por 4 a 5 dias através da 
trompa. O ovo passa por um mecanismo chamado transporte 
ovular, que dura em torno de 4 a 5 dias, no qual vai sair da região 
ampolar e migrar até a cavidade endometrial. 
No 5-6º dia, o ovo chega à cavidade endometrial – 
blastocisto. O ovo dá origem à mórula, a qual forma uma cavidade 
em seu interior (que posteriormente contribuirá para a formação 
da cavidade amniótica) e, então, passa a ser chamada de blastocisto. 
3. Nidação (6° ao 9° dia) 
O blastocisto atinge a cavidade endometrial no 5-6º dia 
após a fecundação (19º dia do ciclo) 
A nidação ocorre em até 7 dias, na região fúndica do 
útero (decídua basal). 
A nidação corresponde à fixação do ovo na cavidade 
endometrial. 
Quando a nidação não ocorre na região fúndica do 
endométrio, pode haver algum problema na evolução da gravidez. 
Decídua: endométrio secretor (↑ glicoproteína) – basal, 
capsular e parietal 
 
O blastocisto vai se fixar em uma área do endométrio que 
sofre ação da progesterona e é chamada de decídua endometrial. 
Tal área é rica em glicogênio e corresponde à região mais 
vascularizada do útero, portanto, é a região mais apropriada para 
que o ovo se fixe no endométrio e comece a penetrar nas suas 
camadas superficiais. 
Vale dizer que existem vários tipos de decídua e o local 
em que há fixação do ovo corresponde à decídua basal, a qual se 
localiza na região fúndica do endométrio. 
Trofoblasto: nutrição fetal até 12º dia 
Uma vez que ocorreu a nidação, o blastocisto se insere 
na decídua (camada do endométrio estimulada pela progesterona) 
e começa a emitir projeções, que são chamadas de trofoblasto e, 
posteriormente, irão produzir o hormônio da gravidez. 
Formação do cito e sinciciotrofoblasto (nutrição 
histotrófica). 
O blastocisto irá formar duas camadas principais: 
citotrofoblasto (camada interna) e sinciciotrofoblasto (camada 
externa que é responsável pela produção do βHCG – hormônio 
gonadotrofina coriônica). Ambas camadas são genericamente 
chamadas de trofoblasto, cuja função é originar a placenta e 
contribuir para a nutrição fetal no início da gravidez. 
Nesse estágio, percebe-se que o ovo ainda não possui 
conexão com os vasos sanguíneos. Portanto, a nutrição do feto se 
dá através da difusão dos nutrientes pelo trofoblasto, sendo 
denominada nutrição histotrófica. Até este momento, não existe 
circulação materno-fetal. 
 
4. Saco vitelino (9° ao 12° dia) 
 
Conforme a gravidez evolui, o ovo penetra 
completamente na camada externa do endométrio e passa a fazer 
conexões com os vasos sanguíneos. A partir desse momento, há 
conexão entre o sangue materno e o sangue fetal. 
 
 5. Período pré-viloso 
Há a formação de um espaço entre o trofoblasto e os 
vasos sanguíneos, sendo que, posteriormente, eles irão se 
conectar, permitindo a troca sanguínea. 
 
 
 
6. Vilosidades coriônicas e decídua basal, 
capsular e parietal 
Consiste em uma fase mais evoluída da gestação, na qual 
é possível visualizar as projeções do trofoblasto que vão se aderir 
aos vasos sanguíneos endometriais e a formação das decíduas 
(basal, capsular e parietal). 
A decídua basal corresponde à decídua formada na 
região fúndica do útero, que é o local onde ocorre a nidação do 
feto geralmente. 
A decídua capsular e a decídua parietal correspondem, 
respectivamente, à decídua que recobre o feto e àquela que 
reveste o endométrio. 
O endométrio não-grávido é chamado apenas de 
endométrio. Por sua vez, o endométrio grávido, que é estimulado 
pela progesterona, é chamado de decídua. Ademais, o endométrio 
antes da ovulação é chamado de endométrio secretor e após, é 
chamado de endométrio proliferativo. 
A progesterona se mantém em níveis elevados até o 23º 
dia do ciclo menstrual e, a partir daí, seu nível começa a cair até 
que no 28º dia o endométrio começa a se desfazer e a mulher 
vai menstruar. 
Durante a gravidez, o sinciciotrofoblasto produz o 
hormônio gonadotrofina coriônica (βHCG), cujos níveis elevados 
estimulam o ovário a manter a produção de progesterona elevada 
além do 23º dia. Isso permite que as células do endométrio se 
proliferem e adquiram grande quantidade de glicogênio. Dá-se o 
nome de decídua à região do endométrio estimulada pela 
progesterona. 
No 14º dia do ciclo menstrual, a mulher ovula e, quando 
isso ocorre, a cápsula do ovo passa a se chamar corpo lúteo, o 
qual produz progesterona durante 10 dias, ou seja, até o 23º dia. 
Se no 23º dia não houver estímulo do βHCG (mulher não 
engravidou), o corpo lúteo começa a regredir, então, o nível de 
progesterona reduz e a mulher menstrua. 
O endométrio é formado por três camadas. As camadas 
superficial e intermediária são eliminadas na menstruação, ao passo 
que a camada basal é responsável pela proliferação do endométrio 
para o próximo ciclo menstrual, a partir do estrogênio. 
 
7. 28° dia 
Início da atividade cardíaca fetal e da troca de sangue 
materno-fetal (nutrição hemotrófica). 
A partir do momento em que as células do trofoblasto 
começam a ter conexão com o sangue materno na camada 
profunda do endométrio, inicia-se a nutrição hemotrófica, ou seja, 
a nutrição do feto se dá através do sangue materno. Vale lembrar 
que antes disso era a nutrição histotrófica. 
O feto possui DNA do pai que é visto como um corpo 
estranho para a mãe. Por isso, a reação antígeno-anticorpo é uma 
das principais causas de aborto. 
 
8. Diagnóstico de gravidez 
Gravidez: é considerada após a implantação do ovo no 
útero. Ela dura em média 280 dias ou 40 semanas ou 10 meses 
lunares 
A partir do momento em que ocorre a nidação do feto, 
ele começa a produzir βHCG, então, considera-se gravidez em 
termos médicos. 
Ovo → até 2 semanas após a niidação → embrião → 
3ª semana até 8ª semana → feto → após 8ª semana 
 
9. Tempo de gravidez: ACOG 2013 
Definition of term pregnancy. Committee Opinion No. 579. 
American College of Obstetricians and Gynecologists. Obstet 
Gynecol 2013;122:1139–40. 
Em relação à idade de gestação: 
Gestação pré-termo: < 37 semanas 
Os fetos prematuros apresentam maior risco de 
desconforto respiratório e necessidade de UTI e intubação. 
Termo precoce: ≥ 37 semanas até 38 semanas e 6 dias 
Termo completo: ≥ 39 semanas até 40 semanas e 6 dias 
Aproximadamente, 90% dos partos acontecem entre 39 
e 40 semanas. 
A data provável de parto é sempre considerada em 
relação às 40 semanas de gestação, visto que corresponde ao 
momento ideal para o nascimento do feto. 
Termo tardio: ≥ 41 semanas até 41 semanas e 6 dias 
Pós-termo: após 42 semanas 
Vale lembrar que termo está relacionado à maturidade do 
feto. 
 
Subjetivo 
Atraso menstrual (chama atenção da mulher), mastalgia 
(dor ou inchaço como se estivesse no período pré-menstrual) e 
aumento do volume abdominal 
Náuseas com ou sem vômitos, em torno de 6 semanas 
de gestação 
 
Aversão ou desejo por alimentos – relacionados às 
mudanças hormonais 
As náuseas e as alterações referentes à alimentação 
estão relacionadas aos níveis elevados de gonadotrofina coriônica. 
O βHCG apresenta níveis extremamenteelevados até a 12ª 
semana. 
Prisão de ventre devido à diminuição do peristaltismo 
intestinal, que está relacionado às altas concentrações de 
progesterona 
Variações de humor 
Hipotensão 
A formação de shunt arteriovenoso entre a mãe e o 
embrião causa uma região de baixa pressão e desvio sanguíneo, 
resultando na liberação de alguns hormônios que causam 
hipotensão materna. 
Desmaios e vertigens 
Temperatura basal elevada 
 
Objetivo 
βHCG → +11 dias após o pico do LH ou 9 dias após a 
ovulação ou entre 7 a 10 dias após a niidação. Na prática, de 3 a 5 
dias de atraso menstrual. 
No ciclo menstrual, a mulher ovula no 14º dia e, 
aproximadamente, dois dias antes disso ocorre o pico do LH. 
Na prática, espera-se um mês de atraso menstrual, pois, 
caso a mulher esteja grávida, ela apresentará níveis elevados de 
hormônio. 
Ultrassonografia: após a 4ª/5ª semanas, visualiza-se a 
vesícula vitelínica 
A partir da 4ª semana, é possível visualizar algo na 
cavidade uterina, mas não é possível ter certeza que se trata de 
um embrião. O ideal é realizar o ultrassom a partir da 6ª semana, 
pois permite a visualização dos sinais de gravidez intra-uterina. 
Ausculta fetal (batimentos cardíacos fetais (BCF) a partir 
da 14-16ª semana) e palpação uterina (na região suprapúbica) 
Modificações gravídicas: mamas (aumento das mamas, 
alteração na coloração dos mamilos e do alvéolo mamilar), aumento 
do útero, arroxeamento da vulva e vagina, pele (alteração de 
oleosidade e de coloração, manchas na face – cloasma gravídico), 
marcha 
Os sintomas gravídicos se iniciam após a 6ª semana de 
gestação. 
 
10. Anamnese obstétrica 
Identificação 
Idade 
Considera-se como pré-natal de alto risco todas as 
mulheres abaixo de 18 anos e acima de 35 anos 
Cor 
Naturalidade 
Procedência 
Questões relacionadas às condições sociodemográficas da 
paciente, interferindo na qualidade do pré-natal e no acesso aos 
serviços de saúde 
Endereço 
 
Dados Socioeconômicos 
Instrução 
Quanto maior a instrução da paciente, maior é seu 
entendimento sobre a importância do pré-natal, orientações sobre 
hábitos de vida, medicações e repouso. 
Por exemplo, uma gestante diabética precisa seguir uma 
dieta alimentar rigorosa para diminuir o risco de malformação fetal, 
prematuridade e outras complicações. 
Profissão/ocupação 
Algumas profissões estão expostas ao risco de 
malformação fetal, por exemplo, técnica de raio X e anestesista 
que usa halogenados. 
Situação conjugal 
Uma gravidez planejada e com acompanhamento do 
parceiro apresenta melhor adesão ao pré-natal. Por sua vez, uma 
gravidez não-planejada ou indesejada apresenta pior adesão, 
principalmente por parte das adolescentes. 
Número e idade de dependentes 
As multíparas tendem a fazer menos consultas 
Renda per capta 
Está relacionada à acessibilidade médica. 
O ideal é ter uma avaliação da assistente social a respeito 
da renda econômica. 
Condições de saneamento 
Algumas situações, como anemia e parasitoses, provocam 
repercussões fetais. 
 
Queixas 
Queixa principal 
Questionar se a paciente tem alguma queixa (na maioria 
das vezes, é dor) e relacionar com o ciclo gravídico 
HPMA 
- Dor: tipo, localização, intensidade, duração, irradiação, 
fatores de melhora ou piora e fatores acompanhantes 
A dor tipo cólica na região de hipogástrio ou dor em baixo 
ventre que melhora com Buscopan é característica da gestante. 
- Perdas de secreções ou líquidos: quantidade, cor, odor, 
viscosidade e fatores acompanhantes → todas as perdas precisam 
ser caracterizadas 
As perdas de secreções ou líquidos podem ser: secreção 
vaginal fisiológica (há aumento na gravidez), corrimento patológico, 
sangramento vaginal, urina (a gestante perde urina 
inconscientemente devido aos altos níveis de progesterona que 
relaxam a musculatura lisa da uretra e da bexiga, predispondo à 
perda urinária), líquido amniótico (em casos de gestação mais 
avançada). 
- Contrações: intensidade (forte, moderada ou fraca), 
frequência (de quanto em quanto tempo), duração (quanto tempo 
dura) e fatores acompanhantes (quando levanta, senta, anda – 
contrações estimuladas por atos mecânicos) 
O trabalho de parto é caracterizado por 3 contrações 
fortes em menos de 10 minutos. Ademais, as contrações são mais 
comuns no 3º trimestre, a partir da 28ª semana de gravidez. 
 
Antecedentes pessoais 
Doenças prévias: HAS e DM (tendem a piorar durante a 
gravidez), cardiopatias (podem estar relacionadas à má-formação 
cardíaca fetal), renais (principalmente à direita, ocorre obstrução 
do ureter entre a 16ª e 20ª semana de gestação – a presença de 
cálculo renal aumenta as chances da mulher ter pielonefrite; 
doença renal prévia à gravidez pode piorar a capacidade renal; a 
gravidez em pacientes renais crônicas também prejudica o 
funcionamento renal), pulmonares (aumento da frequência de asma 
na gravidez), colagenoses (lúpus (é a mais comum), artrite 
reumatoide e polimiosite – são endoarterites que pioram durante 
a gravidez), tireoide (tendência ao hipotireoidismo durante a 
gravidez), doenças congênitas (ex.: lábio leporino), 
neuropsiquiátricas (a pressão social acerca da gestação pode piorar 
uma doença de base, por exemplo, um quadro depressivo pode 
piorar em um ambiente hostil), anemias, viroses (predisposição a 
processos infecciosos, principalmente virais), alergias (piora da asma 
e da bronquite durante a gravidez), uso de medicações (alguns 
medicamentos são proibidos, pois possuem ação deletéria, como 
os anti inflamatórios), gestação planejada, hábitos, tabagismo e 
drogadição (prejuízo para o feto), traumas e fraturas (ex.: fratura 
de bacia e AVC hemorrágico são indicações de cesárea), cirurgias 
ginecológicas (ex.: suspensão da bexiga por causa de incontinência 
urinária (a principal causa é o parto normal) é indicação de cesárea), 
etc 
As pacientes com lúpus descontrolado possuem altas 
chances de hipertensão e aborto. O diabetes mellitus é a principal 
causa de malformação congênita. As pacientes com diabetes e 
lúpus são nefropatas, visto que a imunidade prejudica a função 
renal. 
Se a gestante possui uma IST ativa, por exemplo úlcera 
vulvar de herpes, é necessário mudar a via obstétrica de parto 
normal para cesárea, devido ao risco de contaminação do feto. 
Calendário vacinal: H1N1 (influenza), dTpa (tríplice 
bacteriana acelular do tipo adulto que imuniza contra difteria, tétano 
e coqueluche – a mãe toma a vacina dTpa e passa a imunidade 
para o feto) e hepatite B (risco de contaminar o feto, além de ser 
uma IST altamente letal) 
 
Antecedentes obstétricos 
Número de gestações: Gestação Paridade Aborto 
Cesariana – G P A C Em gestantes (se a mulher está grávida 
atualmente): 
G2P1A0C0: segunda gestação, um parto normal anterior, 
nenhum aborto e nenhuma cesárea 
G3P2A0C2: terceira gestação, dois partos, sendo duas 
cesáreas 
G3P2A0C1: terceira gestação, dois partos, sendo uma 
cesárea e nenhum aborto 
G6P5A0C0: sexta gestação, cinco partos normais, 
nenhum aborto, nenhuma cesárea 
G4P0A3C0: quarta gestação, nenhum parto, três abortos, 
nenhuma cesárea 
G3P1A1C1: terceira gestação, um parto, sendo uma cesárea 
e um aborto (se não fosse aborto, seria P2) 
G2P2A0C0 (gemelar): segunda gestação, dois partos 
normais (parto gemelar), nenhum aborto, nenhuma cesárea 
Em mulheres não-grávidas: 
G1P1A0C0: uma gestação, um parto normal, nenhum 
aborto e nenhuma cesárea 
G2P2A0C2: duas gestações, dois partos, sendo duas 
cesáreas e nenhum aborto 
G5P4A1C2: cinco gestações, quatro partos, sendo dois 
partos normais, duas cesáreas e um aborto 
G3P4A0C3 (gemelar): três gestações, quarto partos, 
sendo três cesáreas (gestação gemelar) → se tem parto (P) a 
mais do que gestação (G), pensar em gemelaridade 
Abortos (quantas semanas) e cesarianas (causas) 
Os abortos são divididos em aborto precoce (abaixo de 
12 semanas) e aborto tardio (acima de 12 semanas). É importante 
saber com quantas semanasocorreu o aborto, visto que cada um 
possui suas causas. 
Também se deve questionar a respeito de quantas 
cesarianas a mulher teve e quais os motivos para isso (ex.: bacia 
estreita e pouca dilatação são indicações para cesariana). A partir 
de 2 cesarianas, é indicado fazer cesariana nas gravidezes 
subsequentes. 
Números de filhos vivos, peso dos RN (recém-nascidos) 
anteriores, partos prematuros (quantas semanas) 
Os fetos acima de 4 Kg estão relacionados à diabetes 
mellitus gestacional. 
Uma mulher que já teve um parto prematuro possui 15% 
de chance de ter outro parto prematuro. Nesses casos, é 
importante orientar a mãe que, em torno de 34 semanas de 
gestação, procure uma cidade que tenha infraestrutura com 
hospital com UTI para que o bebê prematuro tenha condições de 
nascimento. 
Intervalos entre as gestações (intervalo mínimo de um 
ano entre as gestações), mortes neonatais (natimorto – nasceu 
morto ou neomorto – nasceu e morreu) 
Recomenda-se um intervalo mínimo de 12 meses entre 
as gestações, para diminuir os riscos da gravidez, como ruptura 
uterina, trabalho de parto prematuro, aborto, hipertensão e 
diabetes. Ex.: Mulher que teve um parto em janeiro e engravidou 
em novembro: é uma gestação de alto risco com chances de 
complicações 
É necessário saber as causas das mortes neonatais 
Malformações anteriores, intercorrências clínicas durante e no pós-
parto 
 
Antecedentes ginecológicos 
Ciclo menstrual: duração, intervalo e regularidade 
Uso de métodos contraceptivos 
DST (doença sexualmente transmissível – ex.: sífilis e 
herpes) – IST é o termo mais adequado atualmente. A existência 
de DST ativa, até 4 semanas antes do parto, muda a via de parto! 
Nesses casos, a mulher não pode ter parto normal e precisa fazer 
cesárea. É comum o aparecimento de herpes durante a gravidez 
devido à imunossupressão. 
Cirurgias ginecológicas prévias 
Doenças da mama 
Papanicolaou – citologia oncótica 
 
Antecedente familiares 
Hipertensão 
Diabetes 
As filhas de mães hipertensas e diabéticas tem maior 
chance de desenvolver hipertensão arterial e diabetes mellitus 
durante a gravidez. 
Doenças congênitas (podem ter caráter familiar) 
Gemelaridade: risco de gemelaridade é aumentado se a 
gestante é filha de mães gêmeas, é filha de pais gêmeos ou possui 
irmã gêmea. 
Câncer 
Consanguinidade 
A consanguinidade diminui a variabilidade genética, 
aumentando o risco de malformações fetais. 
 
Interrogatório dos diversos aparelhos (IDA) 
Perguntar sobre outras queixas, não necessariamente 
relacionadas à gravidez 
Apesar de ser uma consulta de pré-natal, é necessário 
perguntar a respeito das outras queixas da mulher (ex.: micose, 
enxaqueca, outros), bem como trata-las. 
 
Cálculo da idade gestacional (IG) e data provável 
de parto (DPP) 
Data da última menstruação (DUM): 1º dia da menstruação 
= 1º dia do ciclo 
A gestação tem duração de 40 semanas lunares ou 280 
dias. 
Os cálculos referentes à IG e DPP são feitos com base 
na gestação de 40 semanas. 
Idade gestacional (IG): Σ da DUM até a data da consulta ÷ 
7 
Exemplo: DUM: 18/12/2020 
Soma do número de dias entre o dia 18 de dezembro 
(DUM) até o dia 04 de agosto (data da consulta) e divide por 7 
13 (dezembro) + 31 (janeiro) + 29 (fevereiro) + 31 (março) 
+ 30 (abril) + 31 (maio) + 30 (junho) + 31 (julho) + 04 (agosto) = 
230 
230 dias ÷ 7 = 32 semanas e 6 dias 
O resultado da divisão é dado em semanas (número 
inteiro) e dias (resto da conta) e corresponde à idade gestacional 
Data provável do parto (DPP): regra de Naegele: soma-se 
7 aos números de dias e subtrai-se 3 do mês (ou some 40 
semanas) da DUM, exceto quando a soma dos dias ultrapassar o 
mês, subtrai-se 2 do mês 
DUM: 15/12/2020 → DPP: 22/09/2021 
15 (número de dias) + 7 = 22 (dia) 
12 (mês – dezembro) – 3 = 9 (mês – setembro) 
Então, a DPP é 22/09/2021 
DUM: 28/10/2020 → DPP: 04/08/2021 
28 (número de dias) + 7 = 35 → ultrapassa o número 
de dias do mês → avança para o mês seguinte → 4 (dia) 
10 (mês – outubro) – 2 = 8 (mês – agosto) 
Então, a DPP é 04/08/2021 
Exemplo: 04/08/2021 
Cálculo pela ultrassonografia: utilizar a mais precoce 
Obs.: O ultrassom mais precoce não é o mais recente! 
Entre um ultrassom de 12 semanas e um de 20 semanas, deve-se 
optar pelo ultrassom de 12 semanas para o cálculo da idade 
gestacional. 
Quanto mais velho é o feto, mais alterações ele apresenta 
(peso, comprimento, morfologia), logo, menos fiel é o ultrassom. 
DUM = ??? (desconhecida) 
É comum que as pacientes não se lembrem da data da última 
menstruação. 
Idade gestacional (IG) pela ultrassonografia: Σ do US mais 
precoce até a data da consulta ÷ 7, somado às semanas e dias 
informados no ultrassom 
US: 10/01/2021 = 12 semanas 3 dias 
IG: 04/08/2021 = ? 
Soma o número de dias entre o dia 10 de janeiro (US mais 
precoce) até o dia 04 de agosto (data da consulta) e divide por 7 
Σ 21 (janeiro) + 29 (fevereiro) + 31 (março) + 30 (abril) + 31 (maio) 
+ 30 (junho) + 31 (julho) + 04 (agosto) = 207 
Depois da divisão, soma as semanas e os dias já considerados no 
ultrassom 
207 ÷ 7 = 29 semanas 4 dias + 12 semanas 3 dias (ultrassom) = 
41 sem 7 dias 
IG: 04/08/2021 = 42 semanas 
 
11. Exame físico geral 
Peso e avaliação nutricional 
 Quanto maior o peso, maior o risco de hipertensão e 
diabetes. Na mulher obesa, a placenta possui atividade alterada, 
podendo desencadear a liberação de substâncias hipertensivas, 
além de possuir a atividade da glândula suprarrenal aumentada. 
As mulheres obesas possuem dificuldade para engravidar, 
visto que o excesso de hormônios periféricos interfere na ovulação 
adequada. 
As mulheres obesas possuem resistência periférica à 
insulina e, além disso, os hormônios lactogênio placentário, 
estrogênio e progesterona são diabetogênicos, predispondo o 
desenvolvimento de diabetes na gestação. 
Por sua vez, as mulheres muito magras ou anoréxicas são 
tidas como desnutridas e, se engravidarem, o feto pode ter 
escassez de nutrientes, consequentemente, óbito por restrição do 
crescimento intra-uterino. 
Nesse sentido, o peso da mulher deve ser ideal (IMC entre 
20 e 25) para que ela tenha uma gestação adequada. 
Pressão arterial: sentada após repouso de 10 minutos, com 
o braço esquerdo a nível do coração 
Estatura: IMC 
Mucosas: anemia, icterícia 
A gestante tende à anemia ferropriva (hipocrômica e 
microcítica) e à hemodiluição (o aumento do plasma diminui o 
hematócrito). 
Cardiorrespiratório 
A gestante tem sobrecarga cardíaca, visto que há 
aumento da volemia em 50% durante a gestação, pois parte do 
sangue materno é desviado para o feto. Nesse sentido, mães 
cardiopatas podem descompensar durante a gravidez, no parto ou 
no puerpério. 
 Além disso, o diafragma se retifica, pois há aumento da 
pressão intra-abdominal, provocando dispneia. 
 Por fim, também há aumento da frequência de asma, 
bronquite e DPOC na gravidez. 
Tireoide 
Durante a gestação, há aumento fisiológico da tireoide em 
decorrência do aumento da gonadotrofina coriônica e da tendência 
ao hipotireoidismo. 
Abdome 
Observar presença de cicatrizes e dor à palpação 
MMII: edema, perfusão, varizes 
As gestantes possuem 20 vezes mais risco de terem 
trombose venosa em relação às mulheres não-gestantes. Nesse 
sentido, é necessário heparinizar as pacientes com quadros de 
edema, má perfusão e varizes, devido ao risco elevado de 
trombose na gravidez, o qual pode ser extremamente letal (ex.: 
tromboembolismo pulmonar). 
Além disso, o risco de trombose pode ser reduzido pelo 
uso de meias elásticas até o tornozelo, no mínimo, uso de 
medicamentos vasodilatadores e elevação dos membros. 
 
Exame físico 
 
Exame mamário: tamanho, simetria, características dos 
mamilos (protruso ou não – interferência na amamentação), 
palpação (atenção para o câncer de mama) e expressão 
(compressão do complexo aréolo-mamilar observando se há saída 
de secreção) 
Palpação obstétrica: Leopold(principal técnica de 
palpação do abdome gravídico) 
A palpação obstétrica, aliada à medida da altura uterina, 
permite inferir informações a respeito do tamanho do feto. 
Em caso de dúvidas, pode-se solicitar um ultrassom, o qual 
é um excelente método para avaliação do peso do feto. O médico 
visa fetos com peso abaixo de 4 kg, visto que acima disso são 
considerados como fetos patológicos. Geralmente, esses fetos são 
filhos de mães diabéticas e possuem maior risco de mortalidade 
durante o parto, visto que eles podem ficar encalacrados na vagina, 
indicando-se cesariana. 
Medida da altura uterina: da borda superior da sínfise 
púbica ao fundo uterino 
A altura uterina de uma gestação de 40 semanas 
corresponde de 36 a 38 cm. 
A altura uterina está relacionada à idade gestacional e é 
aceitável um erro de -2 ou +2 cm. Por exemplo, uma paciente 
com idade gestacional de 28 semanas deve ter altura uterina entre 
26 e 30 cm. Caso ela apresente altura uterina fora desses valores, 
como 23 cm ou 35 cm, é necessário investigar. 
A altura uterina maior do que o esperado pode estar 
relacionada com mioma (tumor benigno do útero) e com gestação 
gemelar. 
A altura uterina evidencia fetos com macrossomia (ex.: 
filhos de mães diabéticas) e também com restrição de crescimento 
intra uterino (ex.: filhos de mães hipertensas). Nesses casos, deve-
se solicitar o ultrassom a fim de avaliar o peso fetal. 
Ausculta do BCF (batimentos cardíacos fetais): +/- 14 a 16ª 
semana 
Os batimentos cardíacos fetais podem ser auscultados 
pelo estetoscópio de Pinard e pelo doppler. 
Exame ginecológico: observa genitais externos 
Deve-se realizar o exame ginecológico completo, inclusive 
com a coleta do Papanicolaou e com o teste de ácido acético e 
teste de Schiller. 
Especular: corrimento, avaliar o colo e lesões 
Toque vaginal (bimanual): posição, consistência, 
esvaecimento e dilatação 
Na gestante, é preciso avaliar a posição do colo que 
geralmente é posteriorizado. Vale lembrar que 60% das mulheres 
possuem o útero anterovertido (voltado para a frente), enquanto 
40% das mulheres possuem o útero retrovertido (voltado para 
trás). 
O colo não gravídico é mais endurecido e possui 
consistência semelhante à ponta do nariz. Durante a gravidez, há 
aumento da circulação sanguínea, então ocorre amolecimento do 
colo do útero (é um dos sinais gravídicos) que possui consistência 
semelhante aos lábios durante um assovio. 
Durante a gravidez, o colo vai esvaecendo (afinando), pois 
isso permite maior dilatação 
 
13. Estática fetal- palpação 
Técnica: decúbito dorsal ou a 45º 
O examinador deve se posicionar à direita da mulher. 
O ideal é realizar a palpação e observar a cara da paciente 
simultaneamente, pois se ela fizer careta é um sinal de dor, a qual 
precisa ser explorada e investigada. 
Palpação: técnica alemã de Leopold 
1º tempo: exploração do fundo uterino 
Com as mãos unidas e posicionadas no fundo do útero 
(mudança em sua posição de acordo com a evolução da gravidez), 
deve-se realizar a sua palpação. 
Entre 20 e 22 semanas, o fundo do útero se encontra 
na cicatriz umbilical, ao passo que ao final da gravidez, ele estará 
localizado embaixo do processo xifoide. 
2º tempo: exploração do dorso 
Consiste na exploração do dorso fetal, que pode estar à 
direita ou à esquerda da mãe 
3º tempo: mobilidade cefálica ou apresentação 
Avaliação de qual polo fetal está localizado na bacia 
materna, podendo ser a cabeça (apresentação cefálica), a pelve 
(apresentação pélvica) ou os ombros (apresentação córmica) 
4º tempo: exploração do estreito superior – confirma a 
apresentação 
 
Técnica de Leopold 
Palpação obstétrica: reconhecer a atitude (feto em 
semiflexão generalizada), situação fetal intrauterina (relação do 
maio eixo fetal com o maior eixo materno; geralmente, é 
longitudinal), a posição (localização do dorso à direita ou à esquerda 
materna) e a apresentação (parte fetal localizada na bacia) 
1º tempo de Leopold: palpação do fundo do útero, com as 
duas mãos unidas 
2º tempo de Leopold: palpação do dorso fetal 
O médico deve manter as mãos separadas por uma 
distância de 15 cm aproximadamente, na linha hemiclavicular da 
mãe, para percorrer toda a extensão do útero com as mãos 
paralelas. O dorso do feto é sólido e pode ser sentido como uma 
palpação contínua; se o examinador perceber que palpou algo 
pontudo seguido de um espaço é um indício de que o dorso fetal 
está do outro lado. 
3º tempo de Leopold: avaliação da mobilidade cefálica e da 
apresentação do feto 
A apresentação fetal corresponde ao polo do bebê localizado na 
bacia materna. Para que seja identificada, o médico deve fazer uma 
pega com a mão em garra e segurar o polo fetal, que pode ser a 
cabeça, a pelve ou o ombro. 
4º tempo de Leopold: confirmação da apresentação fetal 
 
13a. Estática fetal: altura uterina (AU) e ausculta 
Técnica: decúbito dorsal ou a 45º 
Altura uterina: da borda superior da sínfise púbica ao 
fundo uterino. Cresce +/- 4 cm a cada 28 dias 
Para medir a altura uterina, o médico deve palpar a borda 
superior da sínfise púbica e, com a outra mão espalmada, atingir o 
fundo do útero. 
A altura uterina é coincidente com a idade gestacional, 
considerando-se um erro de -2 a +2 cm, principalmente após a 
28ª semana de gestação. 
Quando a cabeça do bebê “encaixa”, há diminuição da 
altura uterina, indicando que o momento do parto está se 
aproximando. 
Ausculta obstétrica: da linha pectínea ao umbigo, no terço 
médio – linha de Ribemont-Dessaignes (linha imaginária), nas 
cefálicas, sobre o dorso fetal 
Para auscular os batimentos cardíacos fetais, é necessário 
determinar em qual lado está o dorso do bebê, pois a ausculta é 
feita través da escápula anterior do feto. 
Ex.: Feto em apresentação cefálica com dorso à 
esquerda: traçar uma linha imaginária entre a espinha ilíaca antero-
superior esquerda e o umbigo da mãe para localizar o local da 
ausculta fetal → no terço médio dessa linha estará o coração do 
feto 
Possíveis locais para se fazer a ausculta cardíaca fetal 
É possível auscultar os batimentos cardíacos fetais a partir 
da 14ª/16ª semana 
 
14. Atitude fetal 
Atitude fetal: é a relação das diferentes partes fetais entre 
si → flexão da coluna → cabeça fletida e queixo sobre o tórax 
→ coxas fletidas sobre a bacia → braços fletidos sobre o tórax 
→ formando-se dois polos: o cefálico e o pélvico 
O feto está em atitude de semiflexão generalizada, pois 
corresponde à posição em que ele ocupa menos espaço no útero. 
 
Posição 
Posição (escola alemã): é a orientação do dorso fetal → 
direita ou esquerda em relação à mãe 
 
Situação fetal 
Situação: é a relação entre o maior eixo uterino (corpo 
uterino – sentido crânio-caudal) e o maior eixo fetal (coluna) → 
longitudinal (quando o maior eixo materno e o maior eixo fetal 
estão paralelos → o bebê vai nascer por parto normal) e 
transversa (o maior eixo materno e o maior eixo fetal não estão 
paralelos , formando-se um ângulo entre eles → o bebê vai nascer 
por cesariana) 
Na situação longitudinal, o feto pode estar em 
apresentação cefálica ou apresentação pélvica, ao passo que na 
situação transversa, ele vai estar em apresentação córmica 
 
Situação longitudinal (à esquerda) e situação transversa (à 
direita) 
 
Apresentação 
Apresentação: é o polo fetal que se coloca no estreito 
superior da bacia 
Cefálica: quando o feto está com a cabeça na bacia da 
mãe; 97% das gestações possuem apresentação cefálica 
Pélvica: quando o feto está com a pelve na bacia da mãe; 
3% das gestações possuem apresentação pélvica 
Córmica (ombro): quando o feto está com o ombro na 
bacia da mãe 
Na apresentação cefálica, é possível sentir a curvatura 
arredondada da cabeça do feto, o qual não se movimenta. Já na 
apresentação pélvica, é perceptível a movimentação do bebê e, 
ao palpar o fundo do útero, é possível sentir a cabeça do feto.

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