Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
– ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Introdução: Após realizar o preparo para a prótese fixa e confeccionar o dente provisório, os retentores radiculares podem ou não serem feitos, é necessário realizar uma moldagem (com o intuito de copiar a boca do paciente e levar até o técnico em prótese dentária). Moldagem em prótese fixa: • Precisa ser uma cópia fiel; • O que se deseja moldar? O dente que foi preparado e que irá receber uma coroa total (é muito importante moldar a terminação cervical – que reveste todo o elemento dentário). Essa área é muito importante, pois trata-se da área de adaptação da coroa ao dente. OBS: se a moldagem for adequada, será possível ter uma coroa perfeitamente adaptada (nenhum espaço entre a coroa e o dente) à boca do paciente. O MAIS IMPORTANTE A SER MOLDADO É A TERMINAÇÃO CERVICAL. • Elásticos: ▪ Hidrocolóide irreversível – alginato; ▪ Hidrocolóide reversível; ▪ Poliéter; ▪ Silicone de condensação; ▪ Silicone de adição. • Anelásticos: ▪ Godiva; ▪ Gesso; ▪ Pasta zinco eugenólica. OBS: para a moldagem em prótese fixa, utiliza-se a silicone de adição. É o material mais apropriado para moldagem em prótese fixa. Características: • Quanto à consistência: leve, regular, pesado, extra pesado; OBS: normalmente utiliza-se a leve ou a regular e a pesada para moldagem em prótese fixa. • Boa flexibilidade – resistente ao rasgamento; • Excelente reprodução de detalhes; • Excelente estabilidade dimensional; • Ótima recuperação elástica; • Vazamento do molde: após 1 horas e em até 7 dias; • Sensibilidade ao látex – alteração na polimerização (utilizar luvas de vinil ou manipular sem luvas). Ao copiar a terminação cervical, todos os detalhes mínimos devem ser incluídos. Inclusive também é necessário copiar dentro da gengiva, pois faz parte dessa terminação cervical. Para realizar essa moldagem fiel, é necessário afastar a gengiva do dente, para que se possa copiar a terminação cervical por prótese fixa – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto completo. O material de moldagem deve entrar e ficar entre o dente e a gengiva. NA PRÓTESE FIXA, UMA DAS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS É ESSA TERMINAÇÃO CERVICAL. Nível do término cervical: A gengiva precisa ser afastada para que o material de moldagem consiga entrar e ficar entre a gengiva e o dente. Afastamento gengival: • “Procedimento clínico de afastamento da gengiva das áreas cervicais dos preparos cavitários, por um espaço de tempo suficiente para realizar a moldagem com materiais específicos e, cessado seu efeito, os tecidos gengivais devem voltar as condições iniciais de posição e higidez.” MEZZOMO; LOPES; SUZUKI, 2006. MEIOS PARA O AFASTAMENTO: • Afastamento mecânico/ químico-mecânico/ remoção tecidual ciúrgica – Glickman, 1964. Afastamento gengival mecânico: • O método mais utilizado é o do fio retrator; • Outro método que foi utilizado por muitos anos era utilizando um casquete – era uma moldeira individual pequena (só para esse dente). Essa moldeira individual era utilizada para moldar o preparo. FIO RETRATOR: É o meio para afastar a gengiva do dente, permitindo a entrada do material de moldagem. • Fios de algodão entrelaçados, que promove afastamento mecânico da gengiva; • Tamanhos: 000, 00, 0, 1, 2 e 3; OBS: quanto maior o número do fio, mais espesso ele é, maior é o seu diâmetro. Quanto menor o número, mais fino é o fio. • Utilizado em moldagem de coroas totais e parciais. Quando houver muito fluido sucular ou sangramento, pode-se utilizar substâncias químicas para controlar a umidade e o sangramento. Pois, o material de moldagem não pode estar na presença desses líquidos (ele não irá realizar a cópia fiel dessa região). • Antigamento utilizava-se os vasoconstrictores: adrenalina ou epinefrina; • Os mais utilizados são os adstringentes: ▪ Sulfato de Alumínio; ▪ Cloreto de Alumínio; ▪ Sulfato Férrico. PEGORARO, 2004. Ao realizar esse método, deve-se executar a técnica do duplo fio. Pois, como o sulco é profundo, se for colocado apenas um fio retrator, a gengeiva não consegue ficar completamente desencostada do dente. Além da moldagem de dupla impressão, pode ser utilizada a técnica de única impressão. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • O 1º passo trata-se de utilizar apenas a silicone de adição pesada; • No 2º passo utiliza-se a de consistência leve (consistência mais fluída) – esse material que consegue entrar no sulco gengival e copiar toda a terminação cervical. Esse material é capz de copiar os mínimos detalhes com precisão. Para a inserção do fio retrator, deve-se utilizar espátulas dentadas específicas para isso ou espátulas para inserção de resina (suprafil). Para a técnica do duplo fio, o primeiro fio a ser colocado é o de menor calibre (000) e depois coloca-se um fio de maior calibre. E durante a técnica de moldagem, remove-se apenas o segundo fio, o que ficou mais superficial, o primeiro permanece dentro do sulco gengival. • O fio deve ser do tamanho da circunferência do dente; • O primeiro fio deve ficar todo dentro do sulco gengival, não pode ter nenhum excesso de fio retrator, ele deve terminar junto ao início; • Em seguida, realiza a 1ª etapa da moldagem com a silicone de adição pesada; • Leva a boca do paciente a silicone manipulada (deve ficar com consistência homogênea); OBS: colocar quantidade para copiar apenas o dente. A região do palato não é de interesse na prótese fixa (pois essa prótese não usa o palato como sustentação). E ainda evita que o paciente tenha ânsia. Então basta colocar o material na moldeira em formato de ferradura. Ao levar em posição, o material escorre para o palato, mas não preenche completamente (e não há nenhum problema). • Antes de realizar a segunda etapa, é necessário criar alívios nesse molde – realiza-se desgastes com brocas, também pode-se utilizar lâminas de bisturi para tirar áreas interproximais. • Em seguida, realiza-se a inserção do 2º fio retrator, de maior calibre (o fio irá depender do tipo de mucosa do paciente, se o sulco é profundo ou não). Normalmente uriliza o fio O, 1 e dificilmente usa o fio número 3. OBS:diferente do primeiro fio, esse deve-se deixar um excesso. Além de contornar todo o dente, um pedaço do fio deve ficar para fora, para que ele possa ser puxado. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto OBS: o fio pode ficar um pouco visível, não precisa ficar completamente dentro do sulco. OBS: esse segundo fio deve ser retirado antes da moldagem. Ele é colocado e retirado após uns 2/3 minutos no mínimo (para que o fio afaste o tecido gengival. Após remover o fio, pode-se realizar a moldagem. Gengiva afastada após a retirada do fio. • Após retirar o fio, é necessário aplicar o material de moldagem de consistência leve. Esse material é vendido em cartucho e manipulado em uma pistola de automistura e também aplicado com pontas específicas na pistola. Deve ser colocado ao redor do dente e todo o dente deve ser preenchido. O material pode ser colocado tanto no dente, quanto na moldeira. Ao fim da moldagem, o molde deve apresentar uma cópia fiel, com todos os detalhes adequadamente reproduzidos. Algumas vezes, na segunda moldagem, o material leve entra dentro do sulco, se mistura ao primeiro fio retraror e puxa o fio na hora de retirar o molde. Não há nenhum problema, desde que isso não comprometa a qualidade do molde. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto✓ É feito um único passo clínico; ✓ Os dois materias: o pesado e o leve, são aplicados no mesmo momento; • Primeiro coloca o fio retrator; • Depois retira-se o fio (alguns profissionais gostam de tirar o fil à medida que se aplica o material leve; • Coloca o material de consistência leve ao redor de todo o dente e na moldeira; • E depois, leva a moldeira até a boca do paciente; OBS: algumas vezes, será possível observar que há mais material de consistência pesada do que o material de consistência leve. Portanto, a técnica de dois passos acaba sendo melhor. Pois, o material leve é o mais fácil de copiar os detalhes da boca do paciente com riqueza de detalhes. E um molde que possui mais material pesado, não terá os mesmos detalhes que um molde com mais material leve. Dupla mistura de 1 passo. Dupla impressão de 2 passos. PASTA ADSTRINGENTE: • É uma pasta de cloreto de alumínio (a 15%) da 3M; • Consegue promover um afastamento gengival e também uma hemostasia (controle da umidade do sulco gengival); Aplica-se a pasta, deixa agir por um tempo indicado pelo fabricante, lava e aplica o material de moldagem. OBS: alguns profissionais gostam de usar o fio retrator e a pasta adstringente. Mas na bula tem dizendo que pode ser utilizado apenas a pasta. Em casos de sulco gengival muito profundo, pode- se utilizar o fio e a pasta adstrigente. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Benefícios da pasta adstringente: → Menor risco de sangramento após a remoção, quando comparado ao fio retrator; → Economia de tempo e conveniência: aplicação 50% mais rápida do que o fio retrator; → Maior conforto para o paciente; → Mais higiênico: cápsulas unidose para até 4 dentes; → Afastamento efetivo com sulco seco e livre de sangramento. OBS: esse material pode ser de alto custo, dificultando o uso clínico. Após a obtenção do molde, é necessário realizar a desinfecção do mesmo: • Deve ser bem lavado em água corrente; • Desinfecção com Hipoclorito de Sódio 1%, 10 minutos; • E com o Glutaraldeído 2%, 10 minutos. E por fim, o molde é lavado, secado e enviado para o laboratório. Moldagem digital (escaneamento): Porém, esse método leva em conta um certo custo e não é tão acessível. OBS: alguns laboratórios disponibilizam o serviço de levar o escaneamento para a clínica, fazer o escaneamento e o profissional paga como forma de aluguel. Registro oclusal: Após a moldagem, antes da cimentação da restauração provisória, é preciso realizar o registro oclusal. • O técnico precisa saber e conhecer o espaço que ele tem pra trabalhar entre o dente preparado e o dente antagonista; • O registro tem que ser feito sem os provisórios, apenas com os preparos. • Pode ser feito com material a base de silicone de adição; • Também pode ser feito com resina do tipo duraley, uma resina vermelha e de baixa contração. OBS: o registro não pode ser feito com cera. Pois, a cera é um material que pode se deformar, não é um material de registro fiel. Seleção de cor: • Para a seleção de cor da coroa, utiliza-se a escala vita – selecionando a cor mais próxima do dente adjacente ao dente que está sendo preparado; • Pode-se usar uma escala vita que é chamada de 3D – é uma escala bem mais completa. Possui uma numeração diferente e a sua forma de seleção de cor é um pouco mais detalhada; • Existe também um aparelho, chamado Easyshade, que pode ser utilizado para aferir a cor do dente. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Além de selecionar a cor do dente adjacente, também é necessário selecionar a cor do substrato (o que está no preparo). OBS: é necessário informar a cor final da coroa e a cor do substrato ao laboratório. O técnico precisa dessa informação para que ele possa mascarar essa cor do substrato que está por baixo. Elemento 15 com o núcleo metálico fundido, então a cor do substrato é metálica dourada. OBS: podem ser enviadas fotografias para o laboratório juntamente com a escala de cor, para que o técnico possa ver a cor do substrato e a cor do dente final. • O molde e todas essa informações devem ser enviadas ao laboratório e o técnico irá confecionar o modelo de trabalho. Modelo de trabalho: O modelo de trabalho, além de ser uma cópia fiel dos dentes preparados e dos tecidos vizinhos, deverá facilitar ao técnico de laboratório o acesso à área cervical dos preparos. O técnico irá realizar um processo chamado de troquelização nesse modelo de trabalho. A troquelização trata-se da separação dos dentes de forma individual, para que o técnico possa trabalhar de forma melhor (com o dente em mãos) nessa área cervical, garantindo a perfeita adaptação da coroa. • Enceramento e selamento marginal. Prova e cimentação: • O técnico envia a coroa já praticamente finalizada. Há alguns materiais para a confecção dessas coroas totais – as coroas podem ser: • Metálicas; • Metalocerâmicas; • Ceramocerâmicas; • Cerâmicas puras. • As coroas com infraestrutura, são as que possuem dois materiais – metalocerâmicas e ceramocerâmicas; • As coroas sem infraestrutura, são as que possuem apenas um material – metálicas e cerâmicas puras. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto OBS: No caso das coroas sem infraestrutura (metálicas e de cerâmica pura), o laboratório irá enviá-las prontas, finalizadas. Já no caso de coroas com infraestrutura (metalocerâmicas e ceramocerâmicas), pode haver uma etapa clínica de prova dessas infraestruturas. O coping (a infraestrutura) pode ser provado para verificar a a adaptação (pois essa parte interna é responsável pela adaptação da coroa, a parte externa tem apenas função estética). Metalocerâmicas – prova da infraestrutura. Ceramocerâmicas – prova da infraestrutura. • A primeira coisa a se fazer é verificar se o coping está bem adaptado ao dente – para isso, pode-se utilizar a sonda exploradora (fazendo um pequeno afastamento da gengiva); → Não pode haver nenhum tipo de degrau entre o coping e o dente – o dente e o coping devem estar na mesma altura; → Se houver um degrau negativo – algumas vezes é preciso repetir a moldagem, para que o técnico mande um coping adequado; → Se houver um degrau positivo (excesso) – algumas vezes ainda é possível desgastar o coping e ajustar o degrau; → Também é possível encontrar uma desadaptação cervical- isso pode gerar problemas futuros (a coroa pode cair, pode surgir cárie, pode solubilizar o cimento e etc.); OBS: algumas vezes a desadaptação pode ser por conta que o coping não encaixou. Então, pode-se pegar essa estrutura metálica, pincelar um carbono líquido, leva no dente e pode realizar ajustes no coping (principalmente se for metálico). Se for de cerâmica, é melhor desgastar no próprio dente ao invés de desgastar a coroa. OBS: também pode-se fazer radiografia para fazer esse controle de qualidade – radiografar ao fazer a prova do coping. Depois de encaixar perfeitamente o coping, deve-se avaliar se há espaço para colocar a porcelana (deve-se haver maios ou menos 1 mm ou 1,5 mm para espessura de cerâmica). Verifica-se o espaço do coping para o dente antagonista para a colocação da cerâmica. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto OBS: quando não há espaço, muitas vezes é feita uma redução no coping. Quando o coping já está muito fino e não há espaço para a cerâmica, siginifica que houve erro do dentista na hora do preparo. Depois de realizar essa prova, é interessante fazer um novo registro oclusal, para informar ao laboratório o espaço para colocar a cerâmica. • Coloca-sea resina tipo duraley (resina vermelha de baixa contração) nas faces oclusais/bordas incisais e pede para o paciente ocluir para registrar essa distância. OBS: depois, será possível receber a coroa pronta. Coroa finalizada. 1. Adaptação da peça no modelo; 2. Adaptação da peça no troquel; 3. Ajuste dos contatos proximais; 4. Ajuste oclusal; 5. Pequenos ajustes de forma e textura. • Quando a coroa chega do laboratório, ela deve ser adaptada no modelo; • Nessa prova, deve-se avaliar se os contatos proximais e o plano oclusal estão adequados; OBS: a presença dos pontos de contatos proximais é muito importante, para que os resíduos alimentares não fiquem presos entre um dente e outro (Impacção alimentar). • Nessa etapa, é necessário avaliar a adaptação marginal (adaptação da coroa ao término cervical). • A coroa é levada para ser provada em boca, no dente preparado; OBS: no caso de uma de uma coroa desadaptada (com espaço entre a coroa e o dente – desadaptação vertical). Antes de realizar algum desgaste na parte interna da coroa ou no preparo, é necessário primeiro verificar se os contatos proximais estão impedindo o assentamento da coroa. • Utiliza-se papel carbono – coloca na face proximal da coroa e leva em posição, para ver se é o ponto de contato que está interferindo no assentamento. Pois, o técnico pode ter feito a coroa um pouco mais larga e assentou na prova do modelo por conta que o gesso desgasta (por isso não foi identificado na prova do modelo). – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto O papel carbono deve ser colocado dos dois lados. O papel carbono irá marcar a área de contato. Em seguida, pode- se utilizar borrachas de desgaste ou brocas diamantadas (com refrigeração, para não gerar tensão) para fazer um desgaste no ponto de contato. OBS: então, muitas vezes uma desadaptação pode ser por conta de um ponto de contato exagerado. OBS: Mas, se isso não resolver, será necessário repetir uma nova moldagem e fazer nova coroa. • Outra técnica para diagnósticar se o ponto de contato está excessivo é passando o fio dental: → Se o fio dental se rasgar – significa que esse ponto de contato está exagerado. • Métodos de avaliação da ADAPTAÇÃO da peça: → A adaptação das margens cervicais deve ser conferida com uma sonda exploradora de ponta fina (para identificar pequenas desadaptações); → Não deve haver desadaptações entre a margem da infraestrutura e a linha do término cervical. Mesmo depois de fazer os ajustes dos contatos proximais, se a coroa continuar desadaptada: fica claro que o problema não é o contato proximal, é algo interno da coroa que não está favorável. Então, é possível utilizar o carbono líquido ou papel carbono para tentar identificar aonde a coroa está tendo interferência para assentar corretamente no preparo. Evidenciadores de contatos. Utilizando o papel de carbono – ele é adaptado entre a coroa e o dente preparado. Em seguida, é possível visualizar as áreas onde há algum tipo de contato mais forte e assim pode-se realizar ajustes no próprio preparo (principalmente se for em coroas de cerâmica ou ceramocerâmicas). OBS: em coroas de cerâmica, se for necessário o ajuste para permitir o assentamento da peça, deve-se sempre fazer o ajuste no preparo (utilizando irrigação). Para que esses contatos internos não favoreçam a propagação de fraturas (se o desgaste for feito na peça de cerâmica, o desgaste pode predispor algum tipo de trinca que pode levar a alguma fratura no futuro). → Fazer avaliação da integridade marginal da peça: não pode haver degrau positivo e nem negativo e desadaptação vertical (pois, tudo isso pode levar à falhas da restauração). OBS: a presença de degrau positivo pode resultar em uma área de acúmulo de biofilme – pode ocorrer uma cárie nessa região e o paciente pode não sentir dor (nos casos em que o dente possui tratamento de canal). Um degrau negativo também propicia acúmulo de biofilme e consequentemente o processo de cárie /doença periodontal. E a desadaptação vertical pode gerar uma infiltração bacteriana ou fazer com que o cimento (que fica na – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto borda) sofra um processo de degradação (por solubilização/quebra) e essa coroa pode vir a soltar ou promover processo de cárie ao longo do tempo. → Também pode-se realizar avaliação da integridade marginal através de uma radiografia. • Depois de a coroa estar perfeitamente assentada (bem adaptada à terminação cervical) – pode-se checar os contatos oclusais; • Coloca o papel carbono, pede pro paciente morder -> se estiver alta, deve-se procurar o ponto de contato e fazer o desgaste (sempre utilizando a irrigação da caneta de alta rotação). Cimentação final: • Etapa realizada após a coroa estar bem adaptada e a oclusão estar adequada; • Antes de realizar essa etapa, deve-se explicar ao paciente que essa cimentação é de tempo indeterminado; • Fixação por tempo indeterminado de uma restauração indireta , por meio de um agente cimentante. OBS: deve-se evitar falar ao paciente que esse processo é definitivo, pois não é, trata-se de algo imprevisível (pode durar muitos anos ou não). • Preencher a interface entre o dente e a peça protética; • Auxiliar na retenção: por atrito (quando se usa cimentos convencionais) ou por adesão (quando se usa cimento resinoso); • Ser isolante térmico e elétrico; • Constituir uma barreira contra penetração bacteriana. Bottino et al.,2001. OBS: para que se tenha uma retenção final adequada da coroa, é necessário que a peça esteja bem adaptada. Pois, o cimento sozinho, não é capaz de segurar essa peça por muito tempo. O cimento deve ser apenas uma camada de espessura bem fina. Limberte, Motenegro (2002). OBS: o cimento de ionômero de vidro também pode ser utilizado, mas não é utilizado com frequência. - Estudos longitudinais; - tempo de trabalho – 5 minutos; - Solubilidade aceitável; - Espessura da película; - Bom escoamento; - Baixo custo. - Sem união química; - Solubilidade inicial; - Ph ácido inicial baixo; - Autodegradação do líquido. - Resistência a compressão; - Resistência a tração; - Estética – cor; - Praticamente insolúveis; -União química aos materiais; - União micromecânica ao dente. - Sensibilidade técnica; - Espessura da película variável; - Remoção difícil dos excessos; - Alta contração linear; - Menor resistência ao desgaste. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Principais indicações: → Retentores intrarradiculares fundidos; → Coroas totais e próteses parciais fixas. BOTTINO et al., 2001. • Para melhorar as propriedades desse cimento, ele precisa ser manipulado de uma forma adequada; • Ele vem com uma colher dosadora – os traços presentes na colher dosadora correspondem à quantidade de gotas do líquido que devem ser adicionadas na manipulação; OBS: importante sempre olhar a recomendação do frabricante na bula do material. • Esse material deve ser manipulado aglutinando o pó ao líquido de forma fracionada – deve ser dividido em 4 partes iguais e uma dessas partes é dividida em 3 partes iguais; Deve-se manipular usando boa parte da placa de vidro. Cada incremento possui um tempo específico de manipulação. OBS: o cimento deve ser bem manipulado a fim de tornar-se menos solúvel e menos irritante. Ao final da manipulação, deseja-se que o cimento fique na consistência de fio (essa é a consistência adequada para levar na boca do paciente). • Em seguida, coloca-se o cimento dentro da coroa (não precisa preencher de forma exagerada). Se for colocado muito cimento, podehaver dificuldade para esse cimento escoar. Se o cimento não escoar, a coroa não vai adaptar adequadamente (então, o cimento precisa escoar). → Colocar o cimento principalmente na região de terminação cervical e não colocar muito na parte interna, para que o material escoe tanto pra dentro quanto para fora. → Depois disso, é feito uma pressão digital e fica segurando até tomar presa; → Quando tomar presa, faz-se a remoção dos excessos (O cimento se destaca facilmente, pois não tem adesão à coroa). OBS: toda coroa que for cimentada, precisa ter escoamento do cimento. Se a coroa for levada em poosição e não escorrer o cimento, significa que a cimentação foi feita de forma inadequada. Precisa-se ter certeza que escorreu cimento ao redor de toda coroa. OBS: além de tirar os excessos com a sonda exploradora, também é necessário passar o fio dental nas faces proximais. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Pode ser utilizado para cimentação de qualquer tipo de prótese; • Principais indicações: → Próteses adesivas; → Retentores intrarradiculares; → Restaurações parciais; → Coroas totais; → Próteses parciais fixas. Esse cimento atua de forma em que há adesão aos materias e ao dente do paciente. Ocorre uma cimentação adesiva: • No dente do paciente, é feito a aplicação do ácido e do sistema adesivo; • Já na peça protética, utiliza-se um condicionar de cerâmica (ácido fluorídrico) – descoberto na década de 80 e permitiu a cimentação adesiva. Isso proporcionou aos dentistas preparos mais conservadores e uma maior aplicabilidade das restaurações indiretas. OBS: foi com a cimentação adesiva que foi possível realizar a cimentação de facetas. Pois, as facetas não possuem área de retenção dada pela peça. A depender do tipo de cerâmica, ela terá um comportamento frente a aplicação desse ácido fluorídrico. Esse ácido irá agir de forma diferente em alguns tipos de cerâmicas. • Cerâmicas ácidos sensíveis – são sensíveis ao ácido (se o ácido fluorídrico for aplicado, haverá uma alteração na composição da cerâmica, o que favorece a cimentação com o cimento resinoso); • Cerâmicas ácidos resistentes – são resistentes ao ácido, não ocorre nehuma alteração em sua estrutura com a aplicação do ácido – não irão agir de forma satisfatória a uma cimentação puramente adesiva. OBS: uma das cerâmicas mais utilizadas atualmente é a Disilicato de Lítio. Feldspática convencional 65-90MPa Al2O3 + magnésio inf. Vidro 400-450Mpa Feldspática reforçada leucita/fluorapatita 120- 150Mpa Al2O3 + inf. Por vidro 400- 450Mpa Feldspática reforçada AI/Zr 150-180 Mpa Alto teor de Al2O3 500- 550Mpa Disilicato de Lítio 350- 450MPa Al2O3 + zircônia inf. Por vidro 600-650MPa Óxido de zircônio estabilizado por ítrio 10000Mpa. • As cerâmicas ácidos sensíveis – são indicadas para inlay/onlay, facetas, coroas; • As cerâmicas ácidos resistentes – indicadas para próteses fixas e pilares implantes. Feldspática Sensível 1 minuto Feldspátiica com leucita Sensível 1 minuto Fluorapatita Sensível 20 segundos Dissilicato de Lítio Sensível 20 segundos Aluminizada infiltrada por vidro Resistente Aluminizada densamente sinterizada Resistente Zircônio densamente sinterizado Resistente Zircônio estabilizado com ítrio Resistente – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Facetas (try in, facilidade de remover excessos, estabilidade de cor) EX: Variolink Necessita de sistema adesivo no dente Inlays, onlays, e coras EX: Rely X (nenhum tt no dente) Não indicado para preparos curtos. EX: U200 Não aplicável Sistema adesivo próprio (ex: Panávia, Multilink N, SBU + RelyX Ultimate). • Cuidados na peça: → Ácido fluorídrico a 10% - aumenta retenção e diminui a resistência; → Silanização – aumenta resistência de união da interface Cimentação de facetas: • Utiliza cimento fotopolimerizável (toma presa com a luz) – pois, necessita-se de tempo para fazer a cimentação da faceta (é preciso tomar muitos cuidados durante essa cimentação); • A faceta tem que ser posicionada delicadamente sobre o dente, nesse momento alguns excessos já devem ser retirados; OBS: esses cimentos fotopolimerizáveis podem sofrer uma alteração de cor após a fotopolimerização. Por isso, os cimentos fotoativados possuem no seu kit uma pasta chamada try-in – trata-se de uma pasta para fazer o teste da cor do cimento. No caso das facetas muito finas (lentes de contato), muitas vezes a cor do cimento interfere na cor final da faceta. O teste é feito para verificar se a cor final ficará adequada. Essas pastas são facilmente removidas da peça. → Coloca essa pasta na faceta e leva no dente do paciente; → Há várias cores dessa pasta – é feito o teste até encontrar a cor ideal. Após selecionar a cor, retira-se a pasta teste lavando a faceta e começa a fazer o preparo na peça protética. Essa peça protética tem que ser condicionada com ácido fluorídrico (o tempo irá depender do tipo de cerâmica). Depois da aplicação do ácido fluorídrico, é preciso aplicar o silano, que é um agente de união (favorece a união do cimento resinoso à peça protética). → Lava e seca antes da aplicação do silano; → Aplicar o silano em toda a peça e esperar 1 minuto – para que esse silano seja evaporado; → Em seguida, aplica o adesivo do sistema adesivo que será utilizado; No dente: → Aplicação do ácido fosfórico a 37%; → Lava e seca com cuidado (principalmente se for em dentina); → Faz aplicação do sistema adesivo e NAÕ FOTOATIVA! Pois, a luz do fotopolimerizador irá atarvessar a faceta e também fotoativar esse sistema adesivo. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Na peça protética, coloca-se o cimento resinoso na cor escolhida e leva ao dente preparado. Nesse momento, é preciso tirar todos os excessos desse cimento (SEMPRE TIRAR ANTES DA POLIMERIZAÇÃO). → Os excessos do cimento precisam extravasar em toda a margem dessa faceta – para ter certeza que o cimento resinoso tinha em quantidade suficiente e que ele ficou na margem da faceta. → Pode utilizar pincel, microbrush, fio dental para remover esses excessos. Antes e depois da cimentação. Cimentação de restaurações parciais – overley: Overley – restauração parcial que cobre todas as cúspides, mas não possui envolvimento total da coroa. • Realiza-se a prova da coroa antes da cimentação para ver se estava bem adaptada e com os contatos proximais adequados; • Preparo da peça – ácido fluorídrico à 5% (20segundos ou 1 minuto – coroa feita de disilicato de lítio) – O ácido só deve ser aplicado na parte interna da coroa, onde ficará em contato com o dente; • Lava e seca a peça – ao secá-la, é possível observar um aspecto esbranquiçado dessa cerâmica, significa que realmente houve o condicionamento ácido dessa cerâmica; • Depois de secar, aplica-se o silano e deixa agir por 1 minuto (aplicação por toda a parte interna); • Em seguida, aplicação do adesivo – NÃO PRECISA FOTOATIVAR; • No dente do paciente – é preciso colocar o isolamento absoluto + aplicação do ácido fosfórico a 37%, lava e seca com cuidado. Faz aplicação do sistema adesivo e fotoativa (pois, a peça é mais espessa e pode ser que a luz não chegue). OBS: o adesivo deve ser aplicado em uma camada bem fina. • Aplicação do cimento resinoso dual na peça (cimento com polimerização pela luz e qúimica, sendo assim, ocorrerá polimerização química nos locais em que a luz não puder alcançar); • Leva-se a peça ao dente do paciente – faz a remoção dos excesso antes da fotoativação (Também deve-se passar o fio dental nas faces proximais para remover os excessos); • Polimerização da peça com a fotoativação. OBS:depois de cimentado, é necessário checar os contatos oclusais. Cimentação de coroas totais: • Aplicações suugeridas pelo fabricante (cimentação permanente): ▪ Inlay, Onlay, Overlay, coroas totais e pontes fixas; ▪ Pontes de dois ou três elementos; – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto ▪ Restaurações totalmente cerâmicas, compostas ou metálicas. OBS: nesse tipo de cimento, não é necessário fazer nenhum tipo de tratamento no dente do paciente, faz apenas o tratamento da cerâmica, quando ela for ácido sensível (se for uma cerâmica ácido resistente, também não precisa realizar nenhum tipo de condicionamento. • No caso de cerâmica ácido sensível – fazer o condicionamento com ácido fluorídrico a 5% na parte interna da peça por 20 segundos (no caso da cerâmica de Disilicato de Lítio); Miyashita E. 2019. • Lavar abundantemente por 1 minuto; Miyashita E. 2019. Aspecto da cerâmica após o condicionamento ácido. • Aplicação do silano (1 minuto) e depois o adesivo; • Manipulação do cimento resinoso autoadesivo – preenche a coroa totalmente (pois, o cimento resinoso promove uma película mais fina). OBS: se colocar muito cimento e não trabalhar de forma rápida – pode dificultar o assentamento da peça na boca do paciente. • Leva a boca do paciente e remove todos os excessos antes da polimerização; • Em seguida, realiaza a fotopolimerização (o cimento possui polimerização química e por fotoativação); • Após a cimentação, fazer a chegagem dos contatos e da oclusão (pois, corre o risco de a coroa não ter assentado adequadamente); OBS: se for uma desadaptação muito grande, é necessário tirar a coroa refazer tudo. OBS: se for feito desgaste na peça, é necessário fazer polimento. Durante a cimentação, deve-se tomar muito cuidado, para que tudo seja feito de forma adequada. • Algumas restaurações podem ficar altas por excesso de cimento (o cimento não conseguiu escoar de forma adequada); • Paredes axiais muito paralelas e espessura de cimento na interface oclusal, influenciam diretamente na adaptação cervical; OBS: por isso, os preparos devem ser ligeiramente cônicos (com pequena coniciddade) – o que favorece o escoamento do cimento. Além disso, pode-se colocar o cimento mais perto da terminação cervical e menos cimento na parede de fundo – ajuda no escoamento correto do cimento. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Preparo com paredes paralelas (desfavorável para o escoamento do cimento). Praparo com paredes ligeiramente cônicas (favorável para o escoamento do cimento). Mezzomo, 1994. As grandes falhas após a cimentação de uma coroa são verificadas com a oclusão do paciente. • Se houver falha por conta de manipulação incorreta do cimento/técnica de cimentação – percebe-se quando o paciente diz que está “alto” após a cimentação. OBS: falha pequena – mantém acompanhamento do paciente. Se for uma falha grande, precisa refazer a coroa. • Fazer o controle desses pacientes após a cimentação é muito importante (verificar se o cimento foi todo retirado). ▪ Fazer radiografias – verificar infiltração; ▪ Identificar erros ainda no início e tentar ajustar; ▪ Procurar cáries iniciais; ▪ Checar oclusão; ▪ Checar higiene do paciente. Resumo – sequeência em prótese fixa: ✓ Preparo para coroa total; ✓ Confecção de provisório; ✓ Confecção de retentores intrarradiculares (quando necessário); ✓ Moldagem de trabalho; ✓ Registro oclusal; ✓ Seleção da cor do dente; ✓ Confecção do modelo de trabalho e troquelização; ✓ Prova e ajustes; ✓ Cimentação; ✓ Controle. Referências: Aula teórica de Prótese Laboratorial. Professora Luana Maria Martins de Aquino. Faculdade Maurício de Nassau, Odontologia, 2021. VOLPATO, Cláudia Ângela; Garbelotto, Luiz Gustavo D’; Zani Izo Milton; de Vasconcellos, Diego Klee. Próteses Odontológicas Uma Visão Con Fundamentos e Procedimentos. 1ª.ed., 1ª.reimp. - São Paulo: Santos, 2013
Compartilhar