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DEPENDÊNCIA DE JOGOS ELETRÔNICOS SINTOMAS E CONSEQUÊNCIAS PSICOSSOCIAIS PARA SEUS USUÁRIOS

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REVISTA DO CFCH • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
ISSN 2177-9325 • www.revista.cfch.ufrj.br 
Edição Especial SIAC 2018 
 
1 
Dependência de jogos eletrônicos: sintomas e consequências 
psicossociais para seus usuários 
Cristiane Monica de Oliveira 
Instituto de Psicologia 
cristianemonica@gmail.com 
 
Danielle Pinheiro Martins 
Instituto de Psicologia 
danipinheiromrt@gmail.com 
 
Joyce Domingues da Silva Oliveira 
Instituto de Psicologia 
joycedomingues@ufrj.br 
 
 
Nathalia Morais Viana Arripia 
Instituto de Psicologia 
nathaliaarripia@gmail.com 
 
Orientadora: Nilma Figueiredo de Almeida 
Instituto de Psicologia 
nilmaf@ig.com.br 
Palavras-chave: 
Jogos eletrônicos. Dependência. Psicossocial. Abuso de tecnologias. Diagnóstico. 
 
Introdução 
 O mercado global dos jogos investe cada vez mais no desenvolvimento de 
jogos, representando em 2016 um potencial de 99 bilhões de dólares a ser explorado 
(CAMELO et al., 2016). O aumento do número de jogadores que disponibilizam mais 
tempo para jogar constitui um risco para estágios abusivos e para a dependência dos 
jogos eletrônicos. A literatura acadêmica não possui muitos estudos voltados para a 
dependência desses jogos. Além disso, a recente descrição do transtorno relacionado a 
jogos online é ainda controversa, tendo em vista a dificuldade por parte dos 
profissionais de saúde em se chegar consensualmente a um diagnóstico. Isto posto, 
percebe-se a necessidade de mais estudos referentes às implicações da adesão 
inadequada aos jogos, visando a compreensão dos impactos negativos na vida dos 
sujeitos que fazem uso disfuncional destas tecnologias. O objetivo deste estudo foi 
 
 
REVISTA DO CFCH • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
ISSN 2177-9325 • www.revista.cfch.ufrj.br 
Edição Especial SIAC 2018 
 
2 
investigar as características e os efeitos psicossociais da dependência de jogos 
eletrônicos na vida do dependente. 
 
Revisão bibliográfica 
 Os jogos eletrônicos promovem diversos benefícios, servindo, por exemplo, de 
ferramenta no tratamento de quadros psiquiátricos. Porém, tem-se observado o uso 
patológico de tais artefatos, o que sugere a necessidade de atenção a essa nova demanda. 
Segundo Lemos e Santana (2011), o uso excessivo de jogos eletrônicos demonstra 
similaridades à dependência química, pois as áreas do cérebro que respondem aos 
estímulos de jogos eletrônicos são similares às de pacientes dependentes de substâncias. 
A dependência de jogos online pode ser vista por meio de uma etiologia multifatorial e 
multidimensional, e pode estar relacionada a características genéticas e a 
vulnerabilidade mental. 
 Ainda não há uma padronização dos sintomas para descrever um sujeito como 
dependente de jogos eletrônicos. O inventário de melhor aceitação para a dependência 
de jogos online envolve tópicos nos quais o jogador dependente apresenta dificuldades 
significativas: saliência, tolerância, modificação do humor, retrocesso, recaída, conflito 
e problemas na área social (LEMOS e SANTANA, 2011). Na situação de dependência, 
o jogador não consegue prestar atenção em necessidades como dor, sono, fome e sede, 
distorce a percepção de tempo, e interromper essa atividade normalmente resulta em 
conflitos entre o jogador e as figuras sociais. 
A dependência de jogos eletrônicos pode desencadear prejuízos ao convívio com 
amigos e familiares, aos estudos e ao trabalho (CAMELO et al., 2016). Pode-se 
estabelecer uma relação entre jogos online, dependência e comportamentos violentos ou 
impulsivos (LEMOS; SANTANA, 2011). De acordo com Lemos e Santana (2011), 
diversos aspectos dificultam o tratamento para dependentes de jogos eletrônicos. Deve-
se levar em consideração de se estar ou não diante de um transtorno psiquiátrico 
específico ou se é uma sintomatologia referente a outras psicopatologias. Ademais, a 
falta de diagnóstico e as diversas escalas existentes, que variam metodologicamente em 
cada região, dificultam uma sistematização para referência em futuras pesquisas. 
Metodologia 
 
 
REVISTA DO CFCH • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
ISSN 2177-9325 • www.revista.cfch.ufrj.br 
Edição Especial SIAC 2018 
 
3 
O estudo realizado foi de natureza qualitativa. Foram realizadas entrevistas 
semiestruturadas com 3 jogadores de jogos eletrônicos do sexo masculino, de 15, 23 e 
29 anos, de nível socioeconômico médio, moradores da cidade do Rio de Janeiro, que 
estão em tratamento para a dependência de jogos eletrônicos no Instituto Delete, 
localizado no Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro; e uma 
psicóloga especializada no tratamento da dependência das novas tecnologias. Cada 
entrevista teve duração aproximada de 15 minutos, tendo sido gravadas, transcritas e 
analisadas em seu conteúdo. 
Análise de dados 
Pôde-se observar que a prática de jogar interfere na vida social, familiar e 
acadêmica dos pacientes, e, aos poucos, o paciente vai perdendo o controle sobre o 
poder de conciliar a dependência e outras obrigações de seu cotidiano. Quando 
perguntados sobre as sensações que a prática do jogo lhes proporcionam, os pacientes 
alegaram sentir satisfação e prazer, e a competição proporcionada pelo jogo foi 
apontada como um fator de motivação para jogar. Os mesmos relataram que, ao serem 
privados de jogar, sentem raiva, ansiedade e desejo de retornar ao jogo. 
 O diagnóstico dos dependentes de jogos eletrônicos que chegam ao Instituto não 
é realizado de forma simples, pois a tecnologia pode oferecer benefícios e não necessita 
ser completamente excluída do cotidiano do paciente. Quando a pessoa procura pelo 
tratamento, aplicam-se questionários com escalas específicas para coletar informações 
sobre o perfil do paciente, enquanto usuário de tecnologias, para, assim, identificar se há 
o uso abusivo de jogos eletrônicos. Nos casos em que o diagnóstico está relacionado 
com algum transtorno, o paciente deverá ser avaliado também por um psiquiatra. 
Destaca-se como limitação deste estudo que a amostra não é representativa, pois o 
Instituto Delete foi o único local da cidade do Rio de Janeiro a tratar de dependentes de 
jogos eletrônicos, e poucas pessoas puderam ser entrevistadas. 
Considerações finais 
 Observou-se que indivíduos dependentes de jogos eletrônicos tendem a 
apresentar menor eficiência no processamento de informações, falta de atenção às 
 
 
REVISTA DO CFCH • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
ISSN 2177-9325 • www.revista.cfch.ufrj.br 
Edição Especial SIAC 2018 
 
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necessidades básicas, como sono, fome e sede, distorção da noção de tempo, prejuízos 
nas relações com amigos e familiares e na vida acadêmica ou no ambiente de trabalho. 
Segundo a psicóloga entrevistada, o uso consciente é a melhor maneira de 
prevenção, e verificar o tempo despendido para o jogo é muito importante. No que diz 
respeito a crianças e adolescentes, cabe aos responsáveis legais verificar indícios de 
excessos, controlar e estipular o tempo de jogo. 
Quando há a suspeita de dependência de jogos eletrônicos, é importante procurar 
um profissional da área da saúde mental e, se necessário, encaminhar o indivíduo para o 
acompanhamento psicoterápico. 
 Referências 
CAMELO, Deoclécio Moreira; et. Al. Efeitos Positivos e Negativos do Mundo Virtual: 
percepção dos jogadores. Revista Sodebras. Paraná, v. 11, n. 131, nov. 2016. Disponível em: 
<http://bit.ly/2Jyhkdu>. Acessado em 22 de maio de 2017. 
LEMOS, Igor Lins; SANTANA, Suely de Melo. Dependência de jogos eletrônicos: a 
possibilidade de um novo diagnóstico psiquiátrico. Revista Psiquiatr. Clín., São Paulo, v. 39, 
n. 2, set. 2012. Disponível em: <http://bit.ly/32pn2G1>. Acessado em: 23 mai 2017. 
 
http://bit.ly/2Jyhkdu
http://bit.ly/32pn2G1

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