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Aluno: Davi de Aguiar Portela (0001418) Medicina – 4º Período APG IV – S10 P01 Hepatites Virais Bilirrubinas O metabolismo de formação e de degradação das bilirrubinas ocorrem na seguinte frequência: 1. As hemácias sofrem hemólise – principalmente no baço; 2. Após a hemólise, a parte HEME se transforma em biliverdina ( bilirrubina indireta ou não conjugada); 3. A bilirrubina indireta é toxica e insolúvel, por isso ela necessita de albumina para transportá-la pela corrente sanguínea até o fígado; 4. No fígado, a bilirrubina indireta se junta com ácido glicurônico ( bilirrubina direta ou conjugada – tóxica e solúvel); 5. A bilirrubina direta parra pelas vias biliares e pelo colédoco, sendo enviada para o intestino, onde sofre ação de bactérias intestinais ( Urobilinogênio); O urobilinogênio pode ter dois caminhos finais: 6. 90% permanece no intestino e sofre oxidação, transformando-se em estercobilina e sendo eliminado nas fezes; 7. 10% vai para a corrente sanguínea, sendo enviado para os rins e sofrendo oxidação, transformando-se em urobilina e sendo eliminado na urina. Figura 1- Fisiologia do metabolismo das bilirrubinas. Fonte: Professor Rodolfo Faria (instagram: rodolfo_sfaria). TIPOS DE ICTERÍCIA Icterícia Pré-hepática o Superprodução de bilirrubina pela hemólise aumentada, o fígado não consegue conjugar e eliminar na mesma velocidade de produção; o Aumento de bilirrubina indireta no sangue; Lise por morfologia alterada (anemia falciforme); Lise por ataque imune (eristoblastose fetal, transfusão sanguínea); Lise por destruição mecânica (válvulas protésticas); Lise induzida por drogas (intoxicação por chumbo). Icterícia Hepática o Ruptura de canalículos biliares, em virtude da necrose dos hepatócitos, que delimitam os canalículos; o Aumento de bilirrubina direta no sangue; o Exemplo: hepatites, cirrose, câncer. Icterícia Pós-hepática/ Colestática o Colestase: estagnação da bile nos ductos biliares.; o Ocorre por meio de uma obstrução das vias biliares; o Aumento de bilirrubina direta no sangue; o Exemplos: cálculos biliares, carcinoma de ductos biliares, carcinoma do pâncreas. Hepatites As hepatites são um conjunto de lesões necróticas e inflamatórias que acometem o fígado de modo difuso. Elas ocorrem por meio da ação de agentes agressores e por resposta do hospedeiro a eles. As principais etiologias das hepatites são: o Vírus hepatotrópicos – vírus das hepatites A, B, C, D e E; o Medicamentos; o Distúrbios autoimunes; o Transtornos metabólicos – hepatite alcoólica; o Obstrução causada por tumores, como o câncer. HEPATITES VIRAIS A hepatite viral pode ser caracterizada como uma infecção sistêmica que afeta predominantemente o fígado e pode durar menos que 6 meses (hepatite aguda), ou mais que 6 meses (hepatite crônica). Todos os vírus das hepatites humanas são compostos por material genético de RNA, exceto o vírus da hepatite B, porém ele se replica como um retrovírus. VHA VHB VHC Agente RNA DNA RNA Transmissão Fecal- oral Parenteral, sexual e vertical Parenteral, sexual e vertical Incubação 2-6 sem 4-26 sem 2-26 sem Estado de portador Não há 5-10% 2-10% H.epatite Crônica Não já 5-10% >50% Carcinoma HC Não Sim Sim Hepatite A É a causa mais comum de hepatite aguda, sendo mais comum em crianças e jovens e em países subdesenvolvidos, pois sua transmissão esta relacionada com contaminação alimentar ou em água. O vírus da hepatite A é: o Vírus de RNA de fita simples positiva; o Pertence a família Picorviridae; o Replicado no fígado, excretado na bile e eliminado nas fezes. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Os sintomas aparecem de 15 a 50 dias após a infecção e duram menos de dois meses, em que a presença da urina escura ocorre ants da fase de icterícia. O VHA não apresenta estado de portador crônico e não causa hepatite crônica ou cirrose. Os sintomas são inespecíficos, podendo se apresentar: o Fadiga o Mal-estar; o Febre; o Dores muscular. Depois dos sintomas iniciais, podem aparecer: o Enjoo; o Vômitos; o Dor abdominal; o Constipação; o Diarreia. VACINAÇÃO O principal método de prevenção é a vacinação contra a hepatite A, sendo uma dose única para crianças menores de 12 a 23 meses. Possui cura, sendo autolimitada, pois não evolui para o quadro crônico. Hepatite B O vírus da hepatite B tem pertence a família HepaDNAviridae e possui um período de incubação de 60 a 90 dias. Ele pode evoluir para: o Hepatite aguda seguida por recuperação e eliminação do vírus; o Hepatite crônica não progressiva; o Doença crônica progressiva que pode evoluir para cirrose ou carcinoma hepatocelular; o Insuficiência hepática aguda com necrose hepática maciça; o Estado de portador assintomático e saudável. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O quadro clínico relatado é: o Anorexia; o Náuseas; o Icterícia; o Desconforto no quadrante superior direito; VACINAÇÃO A vacinação contra a hepatite B existe, sendo dividida em três doses. A cura depende do estágio da infecção. O VHB tem diversas proteínas codificadas, sendo utilizada para diagnostico e acompanhamento da infecção. Antígeno AgHBs O AgHBs é um antígeno de superfície mais comum na infecção viral, aparecendo antes das manifestações clinicas. Ele gera o anticorpo Anti- HBs, sendo formado 12 semanas após a infecção inicial ou log após a vacinação, durando por toda a vida. Antígeno Core (AgHBc) É um antígeno de difícil detecção no soro, mas os anticorpos reativos produzidos contra ele são utilizados para rastreamento do VHB, sendo o Anti-HBc o principal. Ele também produz uma fração IgM, que é utilizada para marcador de hepatite aguda por VHB. Proteínas codificadas Algumas proteínas que são codificadas podem ser utilizadas para uso diagnostico, como: o Marcadores de replicação: DNA viral e sistema AgHB/anti-Hbe; o Polimerase (Pol) – proteína terapêutica; o Proteína X ou HBx – proteína transportadora que esta relacionada a expressão dos genes que controlam a proliferação células (TP53, RAS) e a expressão do fator de transcrição nuclear NFkB, sendo ela de potencial carcinogênico. Hepatite C A hepatite C é a principal causa de hepatite crônica em todo o mundo. A principal via de transmissão, atualmente, é a via parenteral, em que os fatores de risco gerais são: o Transfusão de sangue ou derivados antes de 1992; o Usuários de drogas – agulhas; o Manipulação cutânea sem os cuidados recomendados (acidentes com agulhas, tatuagens); o Múltiplos parceiros sexuais; o 30% dos causos, ausência de um fator de risco especifico. AGENTE ETIOLÓGICO O VHC pertence ao gênero Hepacivirus, família Flaviviridae, tendo um período de incubação de 15 a 150 dias. Ele tem baixa fidelidade de sua RNA polimerase, por isso ele torna-se um vírus instável e que frequentemente surge novas variantes. Seu genoma codifica uma única poliproteína, processada por proteases em proteínas funcionais, sendo vistas atualmente como alvos terapêuticos. o Protease – processamento da poliproteína; o Proteína NS5A – confecção dos vírions HCV; o RNA polimerase – replicação do genoma viral. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O surgimento de sintomas em pessoas com hepatite C é muito raro, sendo 80% assintomáticos na forma aguda, podendo manifestar-se ainda por: o Astenia; o Vômitos; o Náuseas; o Icterícia; o Dores musculares; o Perda ponderal. A identificação do VHC se faz por meio Da detecção dos anticorpos anti-VHC ou pela pesquisa e quantificação do RNA do vírus no soro por PCR. Hepatite D A hepatite delta ocorre apenas como uma coinfecção pela hepatite B aguda ou crônica, pois o vírus da hepatite D (vírus RNA) é um vírus incompleto que precisa da ajuda do VHB para se reproduzir,por meio de: o Coinfecção simultânea entre VHB e VHD; o Superinfecção pelo VHD em portador doente ou assintomático de VHB Essa infecção não é universalmente presente, sendo mais comum nas regiões da Amazonia, Itália, África e Oriente Médio. A hepatite D crônica é considerada a forma mais grave de hepatite viral crônica, com progressão mais rápida para cirrose e um risco aumentado para descompensação, carcinoma hepatocelular (CHC) e morte. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Da mesma forma que as outras hepatites, quem tem hepatite D pode não apresentar sinais e sintomas, mas quando presentes, aparece: o Astenia; o Tontura; o Enjoo e vômitos; o Febre; o Dor abdominal; o Mucosas amareladas; o Urina escura; o Fezes claras. Por mais que não exista vacina direta para o VHD, a prevenção pode ser feita com a vacina da hepatite B. Hepatite E O VHE pertence ao gênero Hepevirus, família Hepeviridae, sendo não envelopado e formado por uma fita simples de RNA positivo, semelhante ao VHA., com período de incubação curto de 6 semanas. É transmitido pela via fecal-oral, causando hepatite aguda de curta duração e autolimitada, sendo, em sua maioria, uma doença de caráter benigno. Doença grave em gestantes, fazendo formas fulminantes em até 20% dos casos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Os sinais e sintomas, quando presentes, incluem inicialmente: o Fadiga; o Astenia; o Febre; o Dores musculares. Eles podem ser seguidos de: o Enjoo e vômitos; o Dor abdominal; o Constipação ou diarreia; o Urina escura; o Mucosas amareladas. Ainda não existe vacina contra o VHE, assim como não existe cura. Referências: 1. 1BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo - Patologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Gen, Guanabara Koogan, 2016 2. .DANI, Renato; PASSOS, Maria do Carmo Friche. Gastroenterologia essencial. 4.ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2011. 3. FERREIRA, Cristina Targa; SILVEIRA, Themis Reverbel da. Hepatites virais: aspectos da epidemiologia e da prevenção. Revista Brasileira de epidemiologia, v. 7, p. 473-487, 2004. 4. LOK, Anna S. F. Hepatitis B virus: Overview of management. Uptodate, 2021.
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