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Carla Bertelli – 4° Período As hepatites vitais são infecções sistêmicas ocasionadas por vírus, cuja fisiopatologia baseia-se na resposta inflamatória hepática ao vírus. Os tipos mais prevalentes são A, B, C, D e E. – A distribuição das hepatites virais é virais e universais, sendo que a magnitude dos diferentes tipos varia por região. No Brasil, por exemplo, há uma grande variação regional também em relação à prevalência de cada tipo de hepatite. As hepatites são consideradas doenças de notificação obrigatórias. – O vírus internaliza-se no hepatócito, mediante uma vesícula, que liberará RNA do vírus no citoplasma por uma alteração interna em seu pH. Assim, o maquinário celular irá produzir a poliproteína viral. Para a replicação do genoma, o HAV sintetiza uma cópia de RNA complementar de polaridade negativa, que servirá como molde para novas fitas de polaridade positiva, que permitem a síntese de novas proteínas, molde para outras e serem empacotadas para formar novas partículas. A última etapa consiste na montagem de partícula viral (PV1, PV2 e PV3). Por causa da capacidade de resistir ao pH ácido, o vírus passa pelo estômago, replica-se no trato digestivo, atravessa o epitélio, chega às vias mesentéricas e alcança o fígado pelo sistema porta, onde invade um hepatócito e nele se multiplica. Posteriormente, é excretado pelos canais biliares, atingindo o intestino por meio da bile, onde finalmente é expelido nas fezes. Dessa maneira, a replicação viral origina duas fases: a não citopática (replicação viral restrita ao hepatócito) e a citopática (replicação viral no tecido hepático). As respostas imunes e humorais acontecem um pouco antes da elevação das transaminases. – Fases de imunotolerância, imunorreação, portador ativo e reativação. – Os indivíduos podem modular uma resposta imune inata devido à ativação de genes de resposta ao interferon. No entanto, o vírus pode resistir aos efeitos da terapia e estabelecer infecções crônicas. – Efeitos citotóxicos no fígado infectado pela mediação do sistema imune. O HDV-Ag é capaz de estimular uma resposta humoral IgM e IgG. A infecção resolvida pode conferir proteção contra uma reinfecção precoce. – Após a entrada do HEV no hospedeiro, habitualmente por via oral, o vírus atinge o fígado e se replica no citoplasma dos hepatócitos. çõ í – A maioria das pessoas infectadas são assintomáticas. Sintomáticos: nos casos crônicos, a manifestação surge em estádios avançados da doença (fibrose, cirrose, carcinoma hepatocelular e comprometimento de outros órgãos), os casos agudos podem ser identificados por urina escura (coliúria), fezes esbranquiçadas e icterícia. • Fase Pré-Ictericia – Sintomas inespecíficos (fadiga, náuseas, anorexia, dor leve no quadrante superior do abdome). • Fase Ictérica – Predomínio da icterícia, intensificação dos sintomas da fase anterior. • Fulminante – devido à insuficiência hepática. í çã Hepatite A – 15 a 45 dias Hepatite B – 30 a 150 dias Hepatite C – 15 a 150 dias Hepatite D – Semelhante à Hepatite B, mas menos na superinfecção Hepatite E – 15 a 60 dias Carla Bertelli – 4° Período ó Fase Pré-Icterícia – Titulação viral elevada e níveis séricos de aminotransferases iniciam sua elevação. Fase Ictérica – Ao exame físico, dor à palpação profunda do hipocôndrio direito e hepatoesplenomegalia. Nos exames complementares pode ter elevação dos níveis séricos de bilirrubina total e direta e aminotransferases – fase aguda Geralmente o diagnóstico das hepatites B e C é feito na fase crônica dessas doenças. As aminotransferases (ALT e AST) são marcadores sensíveis para detecção da lesão do parênquima hepático, porém não específicas para nenhum tipo de hepatite. Imunoensaios enzimáticos, detecção precoce de antígenos e anticorpos no plasma ou soro humano, podem comtemplar os testes rápidos ã Hepatite A – Contato pessoal de natureza domiciliar e sexual ou por meio da água ou alimentos contaminados. Vacina contra HAV: crianças maiores de um ano de idade, aos pacientes de alto risco de contrair hepatite A (homossexuais, usuários de drogas, portadores de hepatopatias crônicas, candidatos ao transplante e transplantados. Hepatite B – Utilização de droga IV, presença de múltiplos parceiros sexuais, cirurgias, contato sexual com o paciente, lesão percutânea, contatos domiciliares com paciente, profissionais da saúde e pacientes em terapia de hemodiálise. Vacina contra HVB: crianças, adolescentes e adultos até 29 anos. Hepatite C – Via parenteral, sexual, compartilhamento de lâminas de barbear, escovas de dente, materiais de manicure, via transversal (materno-infantil). Os mais suscetíveis a contrair esse vírus são: usuários de droga endovenosas, usuários de cocaína inalatória, pacientes com IRC dialíticos, os encarcerados, os com múltiplos parceiros sexuais e HIV positivos. Hepatite D – HBV dependente (coinfecção – junto com a HBV e superinfecção após a infecção por HBV) Hepatite E – Transmissão fecal-oral, associada a ingestão de água contaminada sob condições precárias de higiene. çã Hepatite A – na fase aguda, existem queixas de fadiga, dor ou desconforto abdominal, hiporexia, náuseas, vômitos, icterícia e possibilidade de elevação das aminotransferases. Torna-se fulminante, geralmente em pacientes idosos ou portadores de hepatopatias pré- existentes. Em crianças pode haver diarreia. Hepatite B – Durante o período pré-ictérico, pode haver febre, artralgias, anorexia, mal-estar, náuseas, hêmese, mialgias e fadiga, linfadenopatia, leucopenia, proteinúria e rash cutâneo, alterações no paladar e olfato, dor no hipocôndrio direito ou epigastralgia. Possui fases: • Imunotolerância – o sistema imune tolera a replicação viral que acontece sem alterações das enzimas hepáticas • Imunoclearance – danos aos hepatócitos devido ao esgotamento da tolerância imunológica ao vírus que reflete na elevação das transaminases. O tratamento é indicado para pacientes que apresentam HBeAG reagente (que indica replicação viral) • Portador – sistema imune de sobressaiu quando ao vírus, reprimindo a replicação do patógeno. Entretanto, pode haver escape viral. • Reativação – hospedeiro imunossuprimido por quimioterapia, imunossupressores ou mutações virais. A cronificação da hepatite B ocorre em cerca de 2 a 7% dos adultos infectados, situando-se entre a terceira/quarta causa mais comum de cirrose, sendo uma etiologia importante para o câncer de fígado. Hepatite C – Sintomas comuns como fadiga, febre branda, desconforto ou dor abdominal, hipoxia, distúrbios digestivos, artralgia migratória, déficit cognitivo, depressão e ansiedade Prognóstico ruim: adquirir a doença com menos de 40 anos, consumo de bebida alcóolica em quantidade superior a 50g/dia, esteatose hepática, sobrecarga de ferro e a duração da infcção. Complicações: desenvolvimento da hepatite crônica a partir da hepatite C aguda, podendo apresentar as aminotransferases em níveis normais apesar da persistência da viremia. Carla Bertelli – 4° Período Hepatite D – É a menos prevalente (mais rara), mas a mais grave (doença aguda grave, porém com baixo risco de evolução crônica) ou superinfecção (evolução crônica e risco aumentado de hepatopatia crônica severa. Costuma ser mais grave que a hepatite B isolada, sendo mais provável motivar a hepatite fulminante e crônica grave, com cirrose. Hepatite E – Curso clínico semelhante às demais, sendo a doença frequentemente colestática, apresentando níveis elevados de bilirrubina e fosfatase alcalina. í HEPATITE A: vírus RNA da família Picornaviridae, homem como único hospedeiro. O HAV é formado por um capsídeo de formato icosaédrico composto pelas proteínas estruturais VP1, VP2 e VP3, que envolve o genoma viral. HEPATITE B: vírusDNA da família Hepadnaviridae (existem oito genótipos). HEPATITE C: vírus RNA da família Flaviviridae, com capacidade de sobrevida no ambiente de 16 até 72 horas. HEPATITE D: vírus Delta, um RNA vírus peculiar, que necessita do HBV para se replicar. HEPATITE E: vírus RNA de fita simples não envelopado. ó í Hepatite A – IgM anti-HAV no soro, antes ou no momento das manifestações dos sintomas e decai em cerca de 3 a 6 meses, tornando-se indetectável. IgG anti- HAV surge logo após o aparecimento de IgM e pode persistir indefinidamente, conferindo imunidade (podem ser encontrados no fluido oral, soro, urina e fezes). Ou seja, na fase aguda IgM e IgG e somente IgG em indivíduos previamente infectados. As respostas imunes e humorais acontecem um pouco antes da elevação das transaminases. Hepatite A aguda Vacinação ou contato prévio com o vírus. Hepatite B – HbsAg ao exame de sangue, desaparecimento de HBeAg, com surgimento de Anti- HBs, indicando recuperação. HBsAg Antígeno que marca a presença da proteína viral HBsAg + Hepatite Atual (aguda/crônica) Anti-HBs Imunidade (vacinal ou pós contato) HBeAg Antígeno de replicação viral HBeAg + Milhões de vírus sendo jogados na circulação Anti HBe Anticorpo que controla de maneira limitada a replicação do vírus, mas não cura. Anti HBc IgM 1° anticorpo a positivar, indica a fase aguda Anti HBc IgG Surge tardiamente, pode indicar hepatite B crônica ou cura Anti HBc IgM + Hepatite B Aguda HBsAg + e Anti HBc IgG+ Hepatite B crônica Anti HBc+ e Anti HBs + Hepatite B crônica Anti HBs+ isoladamente Vacinação Hepatite C - dosagem de ALT (alanina aminotransferase), que se encontra elevada, do hemograma (plaquetopenia) e do anti- HCV positivo, PCR ou biópsia hepática confirmam. Responde bem ao teste rápido (imunocromatogradia de fluxo lateral) – assim como a hepatite B. Anti HCV - HCV RNA - Nunca teve contato com HCV Anti HCV - HCV RNA + Hepatite C aguda ou incapacidade de produzir anticorpo Anti HCV + HCV RNA + Aguda ou Crônica Anti HCV + HCV RNA - Cura ou falso positivo Hepatite D - ALT elevada, plaquetopenia, anti-HCV positivo, PCR e biópsia. Antígeno HDV e detecção do genoma viral também são formas de diagnosticar essa doença. Coinfecção: HbsAg +, Anti-HBC IgM + e Anti-HDV + Superinfecção: HBaAg +, Anti-HCB+ e Anti-HDV+ Hepatite E - E: diagnóstico deve ser suspeitado nos casos de hepatite aguda ligado a viagens recentes a áreas endêmicas. Detecção de anti-HEV da subclasse IgM.
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