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Púrprura trombocitopênicaPúrprura trombocitopênica imuneimune S5-Ped Gabriela Brito CASO CLÍNICO Diagnóstico sindrômico: Paciente, sexo masculino, 2 anos, com história de gengivorragia e equimoses. Segundo a mãe o paciente sempre apresenta equimoses espalhadas pelo corpo e quando escova os dentes ou come algum alimento traumatizante, sangra a gengiva. Mas que ultimamente houve piora, pois o paciente entrou na creche e passa maior parte do dia sem os cuidados dos pais. Quando perguntado de sangramentos anteriores ela lembrou que o cordão umbilical do menino quando RN demorou a parar de sangrar, no momento do interrogatório de órgãos e sistemas a genitora refere que o joelho esquerdo do seu filho está edemaciado e quente há 1 semana e a criança está com dificuldade para deambular. Síndrome hemorrágica. Via intrínseca (primária): Via comum (secundária): Existem 2 vias de coagulação, a via intrínseca (primária) e a via comum (secundária). Componentes são as plaquetas e o fator tecidual. Hemostasia primária. Sangramentos menores. Componentes são os fatores de coagulação. Hemostasia secundária. Sangramentos importantes. Para a coagulação funcionar, necessita ter uma lesão tecidual que vai ativar alguns fatores que prendem as plaquetas, que vão juntar hemácias entrando na via comum formando o trombo. Pode haver defeito em todos os níveis das vias de coagulação como falta de plaquetas e falta de fatores de coagulação. Distúrbios hemorrágicos Hemostasia primária: É representada pelos vasos e plaquetas, apresenta petéquias (lesões planas <2mm que não desaparecem a digitopressão), púrpuras (lesões ele- vadas entre 2mm e 1cm) e equimoses (sangramento cutâneo plano > 1cm). S5-Ped Gabriela Brito Hemostasia secundária: Os exames que vão estar alterados são: - Plaquetas; - Tempo de sangramento; - Agregação plaquetária; - Citometria de fluxo; - Microscopia eletrônica; - PFA-100; É representada pelos fatores de coagulação. Pode apresentar equi- moses, hematomas (lesões elevadas constituídos de hemorragias mais pro- fundas e tem maior duração, rela- cionado a fase de formação de trombina. Coleção.), hemartrose, he- matúria e sangramentos de SNC. Exames que vão estar alterados são: - Trombina; - Tromboplastina parcial ativada (TT- PA); - Protrombina (TP); - Tempo de tromboplastina (TT); - Fibrinogênio; - Dosagem de fatores; Introdução A púrpura é uma lesão de sangra- mento principalmente pela via pri- mária com baixa de plaquetas desen- cadeado por processo imune. Atualmente é conhecida como trom- bocitopenia imune primária, é carac- terizada pela presença de plaque- topenia (<100.000) isolada, sem outras causas que justifiquem. É associada ao aumento de destruição plaquetária por autoanticorpo da classe IgG. O aumento do volume da plaqueta é característico (devido destruição de plaquetas, mais plaquetas são produzidas e saem imaturas com maior volume). O paciente costuma estar em bom estado geral apesar da baixa quantidade de plaquetas, se não estiver em bom estado pensar em outro diagnóstico. Classificação Recém-diagnosticada: Persistente: Crônica: < 3 meses. De 3 a 12 meses. > 12 meses. A PTI recém-diagnosticada é a mais comum, representando mais de 80% de todos os casos na infância. Etiopatogenia Doença heterogênea, a causa muitas vezes não é conhecida, mas o gatilho pode ser uma infecção viral. O anticorpo age diretamente no antí- geno da membrana plaquetária, como - Aparecimento súbito de equimoses e/ou petéquias; - Pode apresentar quadro prévio viral ou associado a vacinação; - Epistaxe pode ocorrer em 20 a 30%, sangramento de TGI, SNC e TGU são raros; - Não é descrito sintomas sistêmicos; - Visceromegalia estão presentes em 10% dos casos; S5-Ped Gabriela Brito as glicoproteínas IIb/IIIa, causando a destruição das plaquetas mais rápida (O anticorpo se liga na glicoproteína, chama o macrófago que "come" a pla- queta). Associado a esse mecanismo, estudos demonstram que alguns anticorpos podem inibir a produção de plaquetas. O resultado é uma diminui- ção drástica do número de plaquetas no sangue. Recentemente descobriu-se que esses anticorpos também invadem a medula, diminuindo um pouco também a produção das plaquetas. O mielograma de um paciente com TPI vai estar hipercelular. A leucemia é um importante diagnóstico diferencial (MO está hipocelular). Epidemiologia A incidência anual de casos na infância é de 2,2 a 5,5 casos/100.000 crianças, idade de início é variável, com pico de incidência entre 2 e 6 anos de idade, casos de pti graves em crianças < 2 meses podem ser secundários a ac antiplaquetas adqui- ridos verticalmente pela mãe com pti ou sensibilizada por antígeno plaque- tário do feto. A pti atinge ambos os sexos igualitariamente, acontece mais frequentemente nos períodos chuvo- sos. A pti crônica desenvolve-se em cerca de 15 a 20% dos casos, predo- minando em meninas >10 anos. Quadro clínico Diagnóstico História clínica + Exame físico normal + Hemograma + Exclusão de outras causas de trombocitopenia. QUANDO FAZER MIELO- GRAMA - Linfonodomegalia e/ou hepatoesplenomgalia inex- plicável; - Presença de outras anormalidades no hemograma; - Falha terapêutica; - Sintomas sistêmicos; S5-Ped Gabriela Brito O curso da doença é autolimitado. Recomendação de não praticar espor- tes, práticas de alto risco para TCE, não ingerir nenhum antiagregante plaque- tário ou anticoagulantes. A terapêutica específica deve ser recomendada para pacientes que apresentem sintomas hemorrágicos significativos ou alto risco de tal. Deve ser individualizada levando em consi- deração aspectos como sintomato- logia, número de plaquetas, condições financeiras, efeitos colaterais da medicação, qualidade de vida para o paciente e os envolvidos. Tratamento Transfusão de plaquetas: 1ª ETAPA: Corticóide. 2ª ETAPA: Imunoglobulina. 3ª ETAPA: Imunoglobulina anti D. Somente em sangramentos com risco de vida (TGI, instabilidade hemodi- nâmica, hemorragia pulmonar com comprometimento cardíaco). A trans- fusão deve ser feita na dose de 10 – 30 ml/kg associado a corticoide e imuno- globulina. Tratamento cirúrgico: Plasmaferese: Esplenectomia é raramente utilizada em PTI recém-diagnosticada, é consi- derado para paciente com doença crônica que não responderam aos tratamento específicos. Não se faz de rotina no Brasil, muito caro. Nos EUA é a primeira linha do tratamento. S5-Ped Gabriela Brito 1- Sobre a PTI indique a resposta correta: A) Os pais relatam com frequência a ocorrência de infecção viral nos dois meses precedentes ao diagnóstico do PTI secundária. B) As PTIs primárias englobam for-mas imunomediadas de tromboci-topenias induzidas por outras pato-logias ou exposição a agente exter-no. C) O uso de medicações deve ser cuidadosamente questionado na PTI secundária. D) O aspirado de medula óssea é fundamental, independente da idade do paciente. E) A PTI é uma patologia que necessita de tratamento imediato. 2- Quais são as indicações de solicitar mielograma? Linfonodomegalia e/ou hepatoesple- nomegalia inexplicável, presença de outras anormalidades no hemograma falha terapêutica e sintomas sistê- micos. 3- Paciente, 11 meses, com história de aparecimento de equimoses há 3 dias sem outros sintomas. Mãe relata gengi- vorragia por 5 min, mas parou esponta- neamente. Sobre o tratamento da doença assinale a resposta correta: A) Corticoide em dose imunossupressora deve ser iniciado o mais rápido possível. B) Devido ao sangramento relatado deve ser feito transfusão plaquetária na dose de 10-30ml/kg C) Nesse caso o tratamento é con- servador sendo necessário orientar os pais sobre evitar praticas de exercícios e não ingerir anticoagulantes. D) Podemos lançar mão do uso de ivig devido a idade do paciente. E) Só podemos iniciar medicações após o resultado do aspirado demedula óssea.
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