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VET NUTRIÇÃO - MINERAIS PARA RUMINANATES

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Sebastião Luiz de Almeida Filho
MINERAIS 
PARA 
RUMINANTES
Esta obra consegue unir informações do 
metabolismo dos minerais no interior do 
corpo dos ruminantes com informações 
das funções dos mesmos nas plantas 
forrageiras utilizadas na sua alimentação. 
É um contributo à construção de um 
conhecimento holístico do uso dos 
minerais na alimentação e nutrição, 
trazendo as particularidades de cada 
macro e micromineral, sua importância, 
problemas decorrentes de sua deficiência, 
exigências do ponto de vista nutricional, 
suas funções fisiológicas nos ruminantes 
e nas plantas forrageiras utilizadas em 
sua nutrição. 
Prof. Dr. Robson Carlos Antunes 
Faculdade de Medicina Veterinária - UFU
ISBN978-85-7078-424-7
Esta obra contempla assuntos referentes ao 
metabolismo e o requerimento de minerais para o 
gado de leite. O conhecimento nesta área de nutrição 
animal contribuirá para um melhor desempenho na 
produção, evitando problemas causados por 
deficiências dos minerais, que comprometem o 
funcionamento do organismo animal.
O texto traz ainda o histórico da descoberta dos 
minerais essenciais aos animais e destaca sua 
importância no metabolismo dos ruminantes, suas 
principais funções e inter-relações, deixando 
evidente a necessidade de suplementação mineral 
para a melhoria da produtividade.
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MINERAIS PARA
RUMINANTES
REITOR
Elmiro Santos Resende
VICE-REITOR
Eduardo Nunes Guimarães
DIRETORA DA EDUFU
Joana Luiza Muylaert de Araújo
CONSELHO EDITORIAL
Carlos Eugênio Pereira 
Cibele Crispim
Fábio Figueiredo Camargo
Francisco José Torres de Aquino
Guilherme Fromm
Luiz Fernando Moreira Izidoro
Narciso Laranjeira Telles da Silva
Reginaldo dos Santos Pedroso
Sônia Maria dos Santos
EQUIPE DE REALIZAÇÃO
 Editora de publicações Maria Amália Rocha 
 Assistente editorial Leonardo Marcondes Alves 
 Coordenadora de revisão Lúcia Helena Coimbra Amaral
 Revisão Stefania Montes Henriques
 Revisão ABNT Fernanda
 Projeto gráfico, capa e editoração Ivan da Silva Lima
 Foto capa http://www.freeimages.com/
Av. João Naves de Ávila, 2121
Campus Santa Mônica - Bloco 1S 
Cep 38408-100 | Uberlândia - MG
Tel: (34) 3239-4293
Universidade
Federal de
Uberlândia
www.edufu.ufu.br
livrar
Caixa de texto
Fernanda Nogueira
Minerais para ruminantes
Sebastião Luiz de Almeida Filho
A447m Almeida Filho, Sebastião Luiz de. 
 Minerais para ruminantes / Sebastião Luiz de Almeida Filho. – Uberlândia: 
EDUFU, 2016. 
 138 p. : il.
 Inclui bibliogra ia.
 ISBN 978-85-7078-424-7
 1. Ruminantes – Nutrição. 2. Nutrição animal. 3. Minerais na nutrição animal. I. 
Título.
CDU: 636.2/.3.085
Elaborados pelo Sistema de Bibliotecas da UFU / Setor de Catalogação e Classi icação – MG
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Av. João Naves de Ávila, 2121
Campus Santa Mônica - Bloco 1S 
Cep 38408-100 | Uberlândia - MG
Tel: (34) 3239-4293
Universidade
Federal de
Uberlândia
www.edufu.ufu.br
Copyright 2016 © Edufu 
Editora da Universidade Federal de Uberlândia/MG
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total por qualquer 
meio sem permissão da editora.
Sumário
7 Introdução
 Capítulo I
9 Minerais e microminerais
9 1.1. Minerais
14 1.1.1. Cálcio (Ca)
18 1.1.2. Cloro (Cl)
20 1.1.4. Magnésio (Mg)
23 1.1.5. Fósforo (P)
26 1.1.6. Potássio (K)
29 1.1.7. Sódio (Na)
31 1.1.8. Enxofre (S)
33 1.2. Micros minerais
33 1.2.1. Cromo (Cr)
36 1.2.2. Cobalto (Co)
37 1.2.3. Cobre (Cu)
39 1.2.4. Flúor (F)
40 1.2.5. Iodo (I) 
43 1.2.6. Ferro (Fe)
47 1.2.7. Manganês (Mn)
49 1.2.8. Molibdênio (Mo)
51 1.2.9. Selênio (Se) 
53 1.2.10. Silício (Si)
54 1.2.11. Zinco (Zn)
 Capítulo II
57 2.1. Composição mineral de plantas forrageiras
62 2.2. Concentração mineral dos alimentos
62 2.3. Fatores que in luenciam a concentração mineral dos alimentos
 Capítulo III
67 3.1. Metabolismo mineral – gado de leite
68 3.2. Transporte e turnover de mineral no interior de tecidos
69 3.3. Excreção de elemento mineral
70 3.4. Homeostasia de tecido no nível de minerais
73 3.5. Efeito da de iciência mineral nos animais
74 3.6. Toxidez e tolerância
75 3.7. Interação mineral
76 3.8. Interação entre minerais e constituintes orgânicos de dieta
77 3.9. A disponibilidade de minerais nos alimentos
78 3.10. Forma química do elemento
79 3.11. Suplementação mineral 
 Capítulo IV
81 4.1. Requerimentos minerais do gado de leite
81 4.1.1. Cálcio
85 4.1.2. Fósforo
90 4.1.3. Magnésio
92 4.1.4. Enxofre
94 4.1.5. Cobalto
96 4.1.6. Cobre
97 4.1.7. Iodo
98 4.1.8. Ferro
99 4.1.9. Manganês 
101 4.1.10. Molibdênio
103 4.1.11. Selênio 
108 4.1.12. Zinco 
111 4.1.13. Cromo
112 4.1.14. Flúor 
 Capítulo V
113 5.1. Minerais orgânicos
114 5.1.1. Formação de compostos orgânicos sinteticos quelatos
115 5.1.2. Biodisponibilidade dos quelatos
116 5.1.3. Absorção dos quelatos
117 5.1.3.1. Resposta à Utilização de Minerais quelatados
117 5.1.3.2. Zinco - MetiOnina
121 5.1.3.3. Selênio de Levedura
123 5.1.3.4. Cromo – Metionina
125 Referências
7
Introdução
O objetivo deste livro é mostrar ao leitor a importância 
dos minerais para o ruminante. Cada mineral essencial está 
envolvido em uma ou mais atividades vitais para o animal. O livro 
aborda os minerais e suas funções no organismo, a história de 
sua descoberta, a composição mineral das plantas – as quais são 
fontes naturais de minerais –, o inter-relacionamento entre solo e 
planta na composição mineral desta e o inter-relacionamento entre 
os elementos minerais. Há, ainda, a explicitação dos processos 
de absorção, metabolismo e excreção desses minerais pel os 
ruminantes. Aborda a disponibilidade de minerais nos alimentos 
e o metabolismo do gado de leite. Como foi constatado, o elemento 
mineral é essencial no metabolismo do animal. A suplementação do 
ruminante de maneira incorreta leva-o a uma condição marginal ou 
de iciente, o que prejudica seu desempenho. 
O trabalho esclarece a importância na correta suplementação 
mineral do animal, já que as fontes naturais de minerais não são 
su icientes para suprir suas necessidades básicas.
A conscientização de uma suplementação mineral correta é 
de extrema importância, pois aumentará o desempenho do rebanho 
brasileiro e, consequentemente, sua produtividade. Os minerais, 
sendo suplementados de uma maneira e icaz, in luenciarão 
na reprodução, na produção de carne e de leite. Além disso, os 
parâmetros zootécnicos que in luem no aumento do desfrute do 
rebanho também serão melhorados.
9
Capítulo I
Minerais e microminerais
1.1. Minerais
Os minerais são considerados essenciais, isto é, são aqueles 
dos quais se conhece pelo menos uma função vital ao animal. Eles 
são classi icados em macrominerais e microminerais, sendo que a 
utilização desses termos não implica uma menor função do último 
grupo, mas sim se refere à quantidade necessitada pelo animal. 
Desse modo, tem-se por de inição que:
Macrominerais: elementos requeridos em torno de poucos 
décimos de gramas. 
Microminerais: elementos requeridos em minúscula 
quantidade de microgramas por dia pelo animal. 
Segundo Ensminger et al. (1990), o cálcio, fósforo, potássio, 
magnésio, sódio, cloro e enxofre são classi icados como macromi-
nerais. Enquanto o cobre, cromo, cobalto, lúor, iodo, ferro, manga-
nês, molibdênio, selênio, zinco e silício são microminerais.
10 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
TABELA 1 – Análise corporal (%) dos principais constituintes 
minerais em novilhas de diferentes idades – Trato digestivo.
Elementos (%)
Cálcio 1,33
Fósforo 0,74
Potássio 0,19
Sódio 0,16
Enxofre 0,15
Cloro 0,11
Magnésio 0,04
Ferro 0,01
Total 2,73
Fonte: ENSMINGER, et al., 1990.
De acordo com a Tabela 1, o cálcio e o fósfororepresentam, 
respectivamente, 49% e 27% da percentagem corporal, sendo que 
o restante dos minerais totalizam 24%.
Dentre as principais funções dos minerais, podemos citar as 
seguintes:
1. São constituintes da estrutura esquelética;
2. Fazem parte da estrutura molecular de compostos 
orgânicos, como proteínas e lipídios, que formam os 
músculos, os órgãos, as células e outros tecidos do corpo;
3. Ativam sistemas enzimáticos;
4. Controlam o luído, a pressão, o balanço osmótico e a 
excreção;
5. Regulam o balanço acidobásico: 
6. Exercem um efeito característico sobre toda a 
irritabilidade de músculos e de nervos;
7. Fazem parte de vitaminas;
Minerais para ruminantes • 11
História e descoberta dos minerais
Há evidências de que civilizações antigas reconheceram e 
trataram as de iciências minerais, apesar de não conhecerem os 
diversos minerais existentes. 
Os chineses, em 3000 a.C, descreveram o bócio e recomen-
daram às pessoas a comerem plantas verdes queimadas do fundo 
do mar, as quais são boas fontes de iodo. Já em 400 d.C., no tempo 
de Hipócrates, a anemia foi tratada dando ao paciente uma água 
a qual era aquecida juntamente com uma espada. Entretanto, os 
efeitos dos tratamentos eram, frequentemente, imprevisíveis, 
porque não havia meios de identi icar ou medir a quantidade dos 
ingredientes ativos nas várias substâncias medicinais da época 
(Ensminger et al., 1990).
O conhecimento da função dos minerais no organismo não 
foi produzido por muitos séculos, já que os laboratórios de pesquisa 
só foram desenvolvidos na Renascença, apesar de alquimistas 
medievais terem inventado pequenas técnicas e ferramentas de 
química para mudar a base de metais para o ouro.
O grande químico francês Antoine Lavoisier, creditado 
como o fundador da ciência da nutrição, prognosticou, em 1799, 
que apenas elementos como o sódio e o potássio poderiam ser 
brevemente descobertos. Isso porque ele acreditava que esses 
minerais estavam presentes em certos complexos e misturas, 
conhecidos como “Terras”.
No início do século XVIII, o químico inglês Humphry Davy 
descobriu não somente o sódio e o potássio, como também o cálcio, 
o enxofre, o magnésio e o cloro, na mesma época da Academia 
Francesa 1806.
O químico sueco Jöns Jacob Berzelius, por sua vez, adicionou 
ao conhecimento dos minerais sua análise sobre o cálcio e o 
fosfato nos ossos, em 1801. Em 1838, ele concluiu que o ferro na 
hemoglobina tornava possível uma maior absorção de oxigênio 
12 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
pelo sangue. Uma contribuição similar foi feita pelo químico Jean 
Baptiste Boussingaut, o qual notou, em 1822, que em um povoado 
na América do Sul não houve incidência do bócio, porque seus 
habitantes consumiam sal contendo iodo, sendo que aqueles que 
usaram somente NaCl (cloreto de sódio) foram afetados. 
Charles J. Chossat, um ísico na Suíça, em 1840, demonstrou 
que a adição do carbonato de cálcio na dieta de trigo e água melho-
rou o crescimento ósseo em suínos.
Em 1895, o bioquímico Baumann descobriu que a glândula 
tireoide continha iodo e demonstrou, por intermédio de cientistas, 
que a medicina americana, entre 1907 a 1918, administrou uma 
mínima quantidade de iodo que evitou bócio em animais e crianças 
em idade escolar. 
Somente no inal do século XIX, cerca de 1/3 dos minerais, os 
quais são agora aceitos como essenciais, foram conhecidos para serem 
utilizados na alimentação. Apesar do desenvolvimento de pesquisas 
nutricionais naquele século, a incidência de bócio ainda persistia na 
população, porque a necessidade de ingestão de vitaminas ainda não 
tinha sido descoberta. Consequentemente, era di ícil diferenciar se a 
de iciência era pela falta de minerais ou de vitaminas.
A primeira metade do século XX foi marcada pela descoberta 
de vários minerais necessários aos animais e às pessoas.1 Entretanto, 
apesar de ser frequente a incerteza da função metabólica de vários 
minerais, eles foram reconhecidos como essenciais. Por exemplo, 
até 1948, não era estabelecida a função do cobalto como um 
componente da Vitamina B12. Desse modo, percebe-se que entre 
1930 e 1950 houve uma intensa atividade cientí ica com o intuito 
de apreender como os elementos essenciais atuavam no organismo 
animal. O mais recente capítulo, nesta história, começa quando 
1 Para citar alguns exemplos: o fósforo foi descoberto em 1918, enquanto 
em 1925 descobriu-se a existência do cobre. Em 1931, o magnésio, 
manganês e molibdênio foram conhecidos e, em 1934 e 1935, descobriu-
se, respectivamente, o zinco e o cobalto. 
Minerais para ruminantes • 13
Klaus Schwarz, um médico cientista alemão, que tinha emigrado 
para os Estados Unidos, e seus co-pesquisadores descobriram, em 
1957, a idade essencial do selênio, e em 1959, do cromo. Então, 
desenvolveram uma série de equipamentos para proteger seus 
animais e dietas ultrapuras, contaminadas pela mínima quantidade 
de elementos do meio ambiente. Em 1972, foram capazes de 
identi icar o lúor e a sílica como essenciais também.
É irônico que, há pouco tempo, estes quatro elementos 
– selênio, cromo, lúor e sílica – foram considerados tóxicos e 
responsáveis pela contaminação dos alimentos, da água e do ar.
Muitos trabalhos continuam sendo feitos nessa área. Há 
testes para veri icar se outros elementos podem ser essenciais, 
para a de inição dos limites de segurança e das doses tóxicas dos 
minerais essenciais já conhecidos e também para determinar como 
os vários elementos interagem entre si no organismo do animal.
De inição, classi icação e função. 
Minerais são elementos inorgânicos encontrados com 
frequência nos sais e em compostos orgânicos, como proteínas, 
e os aminoácidos em complexos orgânicos. Sua disponibilidade e 
função metabólica relacionam-se com a fórmula na qual eles são 
encontrados. Por exemplo, na presença de oxalato e citrato, o cálcio 
não pode ser absorvido. Já o fósforo, quando combinado com a itina, 
torna-se disponível para alguns animais, como os ruminantes, mas 
não para outros. 
Agentes quelatos exercem atração seletiva com vários 
elementos minerais, liberando um elemento mineral por outro pelo 
qual o agente quelato tem maior atração. Assim, cria-se a de iciência 
de um elemento que está presente em quantidade inadequada.
Na análise alimentar, amostras de alimento são queimadas 
(incineradas) para destruir toda a matéria orgânica, restando 
somente minerais ou cinzas. Esta análise é limitada, pois oferece 
14 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
somente a medida bruta (cinza total) do teor mineral no alimento, 
porque a análise não indica qual mineral presente, não inclui 
minerais voláteis, como iodo, cloro e selênio, não determina 
óxidos e carbonatos com o valor destes elementos, incluindo 
os minerais. Não indica qualquer coisa sobre a disponibilidade 
e a forma como o mineral está presente no alimento, não dá 
informação relativa à quantidade de cada mineral, não se 
sabe a importância de todos minerais necessários, mesmo as 
quantidades com que eles não estão realmente contribuindo 
para o total teor de cinza dos alimentos.
De fato, a análise de cinza é usada com frequência em 
forragens para estimar as quantidades de poeira e de solo que foram 
colhidas com o alimento. Ela é usada por iscais para monitorar o 
quanto de enchimento existe em rações com excessiva quantidade 
de calcário e de outros materiais, como a terra, que são, algumas 
vezes, adicionados.
1.1.1. Cálcio (Ca)
O cálcio foi um dos primeiros nutrientes conhecidos 
por serem essenciais. Em 1842, Charles J. Chossat, um francês, 
demonstrou, experimentalmente, que os suínos desenvolviam 
ossos fracos quando expostos a uma dieta pobre em cálcio.
É conveniente lembrar que todos os animais necessitam 
de cálcio, o qual representa cerca de 2% do peso corporal. Ele dá 
resistência e estrutura aos ossos e dentes, controla o batimento 
cardíaco, tem a função de transmissão de impulsos nervosos e 
relaciona-se com a contração muscular. Além disso, esseelemento 
químico também aumenta a permeabilidade das membranas 
celulares e é necessário para a coagulação sanguínea e para a 
ativação de diversas enzimas, incluindo a lípase.
 
Minerais para ruminantes • 15
Absorção, metabolismo e excreção do Cálcio.
No que concerne à absorção dos sais de cálcio, temos que 
eles são mais solúveis em solução ácida. Isso evidencia, portanto, 
que a absorção ocorre, em grande medida, na parte proximal do 
intestino delgado. Entretanto, nem todo cálcio presente no alimento 
torna-se disponível para o organismo. Normalmente, dependendo 
da alimentação, somente 20 a 30% do cálcio, em média, é absorvido 
no trato intestinal e entra na corrente sanguínea. Nesse sentido, é 
pertinente a irmar que a absorção de cálcio depende de três fatores: 
da necessidade que o organismo tem desse elemento químico, do 
tipo de alimentos consumidos e da quantidade de cálcio ingerido.
Quanto ao metabolismo do cálcio, sabe-se que o intestino 
delgado age como um controlador efetivo de absorção desse 
elemento, evitando a ocorrência de excessos. Além disso, a 
necessidade do organismo é o principal fator responsável pela 
quantidade de cálcio que será absorvida.
Depois da absorção, a maior parte do cálcio é estocada 
nos ossos, dos quais ela é retirada quando o organismo sente 
necessidade. Entretanto, esse processo pode nem sempre ocorrer 
de maneira rápida e su iciente para prevenir alguma alteração do 
metabolismo, como a tetania.
Muitos cientistas mediram o cálcio retirado dos ossos, para 
diagnosticar a de iciência desse elemento no organismo do animal.
Destaca-se que quando este diagnóstico é feito, por meio 
da retirada dos ossos da mandíbula, o seu resultado é considerado 
mais e icaz para diagnosticar a de iciência de cálcio.
 Se a quantidade de cálcio no sangue está acima de níveis 
normais, ele pode ser depositado nos ossos, para ser mobilizado pelo 
organismo futuramente, ou excretado. Ademais, deve-se ressaltar 
que deposição e mobilização de cálcio estão sob controle hormonal.
A excreção do cálcio, por sua vez, ocorre em grande parte 
pela urina, mas há casos em que essa dispersão também ocorre por 
meio das fezes ou do suor. A excreção do cálcio ocorre quando há 
uma quantidade maior do que a necessária no organismo. 
16 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
Função
A principal função do cálcio é a constituição de ossos e 
dentes e também manter os ossos. Mas a importância do cálcio não 
se restringe somente a esses processos. Esse mineral também é 
responsável por:
Coagulação sanguínea
Transmissão nervosa
Permeabilidade da membrana celular
Ativação de enzimas
Secreção de um número de hormônios. 
Produção de leite, pois é essencial à lactogênese.
Em virtude de sua importância para o funcionamento do 
organismo, a de iciência de cálcio acarreta em alguns problemas, 
tais como o impedimento do crescimento, má qualidade de ossos e 
dentes e a má formação óssea (raquitismo). Dentre as manifestações 
clínicas relacionadas à de iciência de cálcio2, podemos citar as 
seguintes: 
Raquitismo jovem, caracterizado pelo alargamento das juntas 
de ossos longos e de ossos que mudam a conformação, por 
causa do peso e da atividade do animal.
Osteomalacia: raquitismo do adulto.
Osteoporose: é uma condição caracterizada por pouco osso, 
quando a utilização do osso excede sua formação. Assim, há 
a diminuição da matriz óssea e a atividade osteoblástica do 
osso é inferior à normal.
Queda na produção de leite: O teor de cálcio do leite varia 
somente dentro de estreitos limites, abaixo dos quais a 
2 É necessário ressaltar que, da mesma forma que a de iciência de cálcio 
causa doenças no organismo, o seu excesso também possui consequências. 
Uma delas é a formação de pedras no rins. 
Minerais para ruminantes • 17
produção de leite poderá decrescer para a quantidade que 
pode ser produzida com a disponibilidade de cálcio.
Tetania (hipocalcemia): Normalmente, o cálcio no sangue é 
controlado por hormônios, mas uma queda desse mineral 
pode resultar em tetania.
Logo após o parto, as vacas podem mostrar uma redução 
no nível de cálcio sanguíneo, causando hipocalcemia, 
comumente chamada de «febre do leite». Nesses casos, a 
velocidade das batidas do coração é diminuída e a vaca perde 
o controle de suas pernas. Caso a doença não seja tratada, o 
animal entra em coma e morre. Uma injeção intravenosa de 
solução de cálcio, na maioria das vezes, provê uma condição 
de recuperação não muito demorada.
Toxidez: Geralmente, o intestino delgado previne a absorção 
do excesso de cálcio. No entanto, a quebra deste controle pode 
aumentar o nível de cálcio no sangue, levando à calci icação 
dos rins e de outros órgãos internos. Ademais, uma grande 
ingestão de cálcio pode causar excesso de secreção de 
calcitonina e anormalidades nos ossos, como os ossos 
densos, condição chamada de osteopetrose. Pode ocorrer 
também a deposição de cálcio nos tecidos, particularmente, 
nos tendões que conectam os músculos aos ossos.
Inter-relação do cálcio com outros minerais
A absorção de cálcio em excesso pode reduzir a absorção 
de outros minerais, tais como o magnésio, ferro, iodo, manganês e 
cobre. Isso ocorre, especialmente, quando a ingestão de um destes 
minerais está no nível adequado. Não obstante, o excesso de cálcio 
reduz a absorção e a utilização de zinco e causa paraqueratose.
Por outro lado, o excesso de outros minerais no organismo 
também possui consequências no que concerne ao cálcio. O 
excesso de magnésio, por exemplo, diminui a absorção de cálcio, 
18 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
substituindo-o nos ossos e aumentando sua excreção. Uma grande 
quantidade de fósforo também reduz a absorção de Cálcio.
A relação Cálcio/Fósforo e Vitamina D
Ao se considerar a necessidade do gado por cálcio e fósforo3, 
é importante compreender que a própria utilização destes minerais 
pelo organismo depende de três fatores, que são: 
– A suplementação de cálcio e fósforo em uma fórmula 
disponível.
– A relação apropriada entre esses elementos na 
proporção de 1 a 2 partes de cálcio para 1 de fósforo. Em 
ruminantes, relações de 1:1 à 7:1 são satisfatórias.
– Su iciente VIT-D para resultar em adequada assimilação 
e utilização do cálcio e fósforo.
Na fartura de VIT-D, a relação de cálcio / fósforo torna-se 
menos crítica. Do mesmo modo, uma quantidade menor de VIT-D é 
necessária quando há uma relação Cálcio: Fósforo correta.
Dessa forma, pode-se depreender que:
Absorção maior – Necessidade do organismo para cresci-
mento, lactação e prenhez, VIT-D e meio ácido.
Absorção menor – De iciência de VIT-D, relação cálcio/
fósforo desbalanceada, grande alcalinidade.
1.1.2. Cloro (Cl)
Carl Willtelm Scheele, um químico Sueco, descobriu o 
cloro em 1774. Em 1810, Sir Humphry Davy, químico inglês, 
3 Um aspecto importante a ser citado é que cerca de 99% de cálcio e 
80% de fósforo encontra-se nos ossos e dentes.
Minerais para ruminantes • 19
determinou-o como um elemento químico, the chloros, palavra 
grega que signi ica amarelo-esverdeado. E isso porque o cloro é um 
gás amarelo-esverdeado de cheiro forte, o qual não é encontrado 
na natureza como um elemento individual. Mas, o composto cloreto 
de sódio (sal comum) está largamente espalhado pelo globo. No 
que concerne à presença no sangue, temos que há 0,25 % de cloro, 
0,22% de sódio e 0,02 a 0,22% de potássio.
Absorção, metabolismo e excreção do Cloro.
A absorção do Cloro, originário dos alimentos e do suco 
gástrico, é realizada, principalmente, no intestino delgado. Já o 
seu metabolismo ocorre da seguinte maneira: durante a digestão, 
certa quantidade de cloro, presente no sangue, é usada para a 
formação de ácido clorídrico nas glândulas gástricas. Após esse 
processo, ele é secretado no estômago (abomaso), onde funciona, 
temporariamente, com as enzimas gástricas, sendo posteriormente 
absorvido pela corrente sanguínea com outros nutrientes.
A maior concentração de cloro no organismo é encontradano suco gástrico e no luído cérebro-espinhal.
Função
O Cloro possui função importante na regulação da pressão 
osmótica, balanço hídrico e ácido-base. É requerido para a 
produção do ácido clorídrico no estômago e também é necessário 
para a absorção da Vitamina B-12 e Fe e para a ativação de enzimas 
que quebram as proteínas.
A de iciência severa de Cloro no organismo pode ser 
responsável pelo desenvolvimento de alcalose (excesso alcalino 
no sangue). A alcalose caracteriza-se pela respiração lenta e 
super icial, desinteresse em alimentar, paralisia muscular, perda de 
apetite e, ocasionalmente, convulsões. Outros sintomas que posem 
20 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
ser percebidos é a diminuição da taxa de crescimento e nervosismo, 
induzido por barulhos repentinos.
No que se refere à toxidez, ocorrida em virtude de excesso 
de cloro no organismo, temos que sua ocorrência é incomum se os 
animais tiverem su iciência de água.
Quanto à absorção e excreção desse mineral pelo organismo, 
temos que ele é absorvido em todo o trato intestinal, inclusive no 
rúmen. A excreção, por sua vez, é realizada principalmente pela 
urina, na forma de sal, e também pelas fezes, suor e leite. 
1.1.4. Magnésio (Mg)
Um ancião romano reivindicou que o magnésio alba4 
curava muitas doenças. Mas, apesar do reconhecimento de suas 
características medicinais, somente em 1808 que esse elemento foi 
isolado por Sir Humphty Davy, químico inglês. Em 1926, Leroy, na 
França, usando ratos (camundongos) em seu primeiro experimento, 
provou que o magnésio é um nutriente essencial para os animais. 
Posteriormente, McColhum e outros pesquisadores, nos Estados 
Unidos, descreveram sinais de severa de iciência de magnésio 
em ratos e cachorros, incluindo magnésio tetania, uma forma de 
convulsão em que os nervos e os músculos são afetados.
O magnésio é um mineral bastante comum no organismo. 
Ele é encontrado em cerca de 60-70% nos ossos, e o restante nos 
tecidos e sangue. Em virtude de sua grande concentração nos ossos, 
que está associado com o cálcio em muitas funções relacionadas, 
especialmente, na formação da estrutura óssea.
Absorção, metabolismo e excreção do Magnésio.
De 30% a 50% da média diária de magnésio ingerida é 
4 Sal magnésio, originado do distrito de Magnésia, na Grécia. Sua origem foi 
inspiração para a denominação de Magnésio. 
Minerais para ruminantes • 21
absorvido pelo intestino delgado e também por todo o sistema 
digestivo, principalmente no rumem-retículo. Aproximadamente 
todo o magnésio presente nas fezes representa não ter sido 
absorvido da dieta. Pode-se a irmar que sua absorção sofre a 
interferência da grande ingestão de cálcio, fósforo e itato presente 
no grão inteiro e em gorduras de baixa digestão, como os graxos 
saturados, de cadeia longa. 
Ademais, a absorção de magnésio pode ser aumentada 
em virtude de sua interação com proteína, VIT-D, hormônio do 
crescimento e antibióticos.
No que concerne à excreção, temos que esse elemento 
é, geralmente, reabsorvido nos rins, o que minimiza a perda de 
reservas do organismo. A quantidade remanescente de magnésio 
é excretada por meio da urina, sendo que a aldosterona, hormônio 
secretado pela glândula adrenal, ajuda a regular a taxa de magnésio 
nos rins. 
22 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
Função
O magnésio possui um papel fundamental na constituição de 
ossos e dentes. Não obstante, ele também contribui no metabolismo 
celular, ativando as enzimas envolvidas no complexo fosforilação e 
na transferência de fosfato de grande energia ADP e ATP.
Além disso, esse elemento ativa certas peptidases na digestão 
de proteínas e relaxa impulsos nervosos, o que o faz funcionar de 
maneira contrária ao cálcio, que é um estimulador. Outra função do 
magnésio é de ser um tamponante em ruminantes, melhorando os 
níveis de gordura no leite.
No que concerne à de iciência de magnésio, ela pode ser a 
responsável pela “tetania das pastagens”. Essa condição caracteriza-
se pelo estremecimento de músculos do pescoço, respiração 
acelerada, temperatura alta, ranger dos dentes e salivação 
abundante. Esses sintomas são anteriores à queda do animal no 
solo, levando à morte.
A “tetania das pastagens” ocorre no período inicial de duas 
semanas, em que os animais retornam às pastagens novas, as 
quais cresceram na primavera e no outono nos Estados Unidos. Ela 
acontece quando o nível de magnésio no sangue cai dramaticamente, 
mas é diferente da simples de iciência de magnésio, na qual o cálcio 
no sangue também está baixo.
Animais em aleitamento podem apresentar de iciência desse 
elemento, porque eles são algumas vezes incapazes de suprir suas 
necessidades somente por meio da ingestão de leite.
Quando o magnésio é suprido em grandes quantidades, a 
excreção do cálcio não é observada, provavelmente, em virtude 
da regulação da absorção de magnésio, por intermédio de um 
mecanismo altamente seletivo.
No que se refere à toxidez natural (voluntária), decorrente 
de alta ingestão de magnésio, temos que ela não tem sido relatada. 
Caso haja injeções com sais de magnésio, como sulfato de magnésio, 
Minerais para ruminantes • 23
poderá ocorrer um estágio de contração no coração (tetania), 
resultando na morte do animal. 
Inter-relação entre o Magnésio 
e outros nutrientes.
No que concerne à interação do magnésio com outros 
nutrientes, tem-se que quando sua ingestão é extremamente 
baixa, o cálcio é depositado em tecidos moles, formando lesões 
calci icadas. Ademais, o excesso de magnésio altera o metabolismo 
tanto do cálcio quanto do fósforo.
Em nível adequado de magnésio e de outros nutrientes, o 
aumento de cálcio e fósforo resulta em de iciência de magnésio.
O magnésio ativa muitos sistemas enzimáticos, particular-
mente, aqueles referentes à transferência de fósforo de ATP e ADP.
Como componente de enzima, ele é capaz de inativar certas 
enzimas.
1.1.5. Fósforo (P)
O Fósforo foi, primeiramente, identi icado na urina, por 
Henning Brand, um alquimista alemão, em 1669. Esse elemento 
despertava muito interesse por ser um material que pegava fogo, 
espontaneamente, quando exposto ao ar. E o nome fósforo, que 
em grego phosphorus signi ica produzir luz, foi apropriado para 
este elemento. O fósforo existe na natureza somente em formas 
combinatórias, inicialmente, com o cálcio, em ossos e rochas 
fosfáticas (fósforo Rocha).
Nesse sentido, o Fósforo está intimamente associado ao 
cálcio na medida em que a de iciência ou a abundância de um pode 
interferir na utilização do outro. Além disso, esses dois elementos 
são encontrados praticamente nas mesmas fontes de alimentos e, 
da mesma forma que o cálcio, uma das funções do fósforo pode 
ser veri icada na constituição de ossos e dentes. Ademais, ambos 
24 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
relacionam-se com a VIT-D no processo de absorção e são regulados 
metabolicamente pelo hormônio paratormônio e calcitonina, que 
existem no soro sanguíneo em proporção um do outro.
Absorção, metabolismo e excreção.
A absorção do fósforo ocorre de maneira mais e iciente 
que a absorção do cálcio. Tem-se que 70% do fósforo ingerido 
são absorvidos e 30% são excretados. A absorção desse elemento 
ocorre no duodeno, de forma ativa e passiva (difusão).
TABELA 2 – Absorção do fósforo.
Absorção Maior Absorção Menor
Crescimento VIT –D defi ciente
VIT –D Desbalanço Ca: P
Relação Ca: P Excesso Ferro, Alumínio, 
Manganês, Potássio
pH intestinal Gordura
Fonte: FEEDS & NUTRITION, 1990.
No que concerne ao metabolismo do Fósforo, temos que, após 
a sua absorção pelo intestino delgado, ele circula no organismo e é 
prontamente removido do sangue para os ossos e dentes durante 
os períodos de crescimento. Algumas incorporações para ossos 
ocorrem em todas as idades, sendo que ele pode ser removido dos 
ossos para manter os níveis no plasma sanguíneo normais durante 
um período de privação na dieta alimentar.
O nível de fósforo no plasma, junto com cálcio, é regulado 
pelos hormôniosparatormônio e calcitonina.
A excreção do fósforo, por sua vez, ocorre principalmente 
por meio dos rins, regulando os níveis desse elemento no sangue. 
Há também excreção de fósforo por meio das fezes e do leite, apesar 
de ser em menor quantidade. 
Minerais para ruminantes • 25
Função
O fósforo possui várias funções no organismo. Dentre elas, 
podemos citar: 
• Formação dos ossos e mantença;
• Desenvolvimento dos dentes;
• Secreção no leite;
• Construção de tecidos musculares;
• Componentes dos ácidos nucléicos (RNA e DNA), que 
são importantes na transmissão genética e no controle 
do metabolismo celular (ligações fosfáticas de alta 
energia);
• Manutenção osmótica e balanço ácido – base;
• Importante nas muitas funções metabólicas. Utilização 
de Energia – reações de fosforilação;
• Formação de fosfolipídios;
• Sistemas Enzimáticos;
• Formação de proteína;
• P –4O é o maior radical aniônico do fluído intracelular;
Considerando a importância desse elemento químico e as 
funções que ele cumpre no funcionamento do organismo, temos 
que os sintomas de de iciência de fósforo incluem: fraqueza 
generalizada, perda de apetite ou apetite descontrolado, fraqueza 
muscular, ossos desmineralizados, perda de cálcio, problemas na 
criação em virtude da diminuição de fertilidade e a excreção de 
sangue na urina.
Além disso, a severa e prolongada de iciência de fósforo 
causa anemia e osteomalácia no animal adulto.
Quanto à ingestão abundante de fósforo, temos que não há o 
reconhecimento de toxidez desse elemento. No entanto, o consumo 
excessivo de fósforo pode diminuir a absorção de cálcio e causar 
26 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
hipocalcemia, de iciência de cálcio no sangue. Outra consequência é 
quando o fósforo é alto em relação ao nível de cálcio, já que cálculos 
urinários podem ser formados, especialmente, em ruminantes.
Principais inter-relações entre o 
Fósforo e outros nutrientes.
Como foi dito anteriormente, há uma forte relação entre o 
fósforo e o cálcio. Essa relação ideal entre esses dois elementos 
ocorre na proporção de 1 a 2 partes de cálcio para 1 de fósforo, 
apesar de maiores quantidades serem toleradas, notadamente, em 
ruminantes. A VIT-D também é necessária para a utilização e para a 
assimilação do fósforo no organismo.
Além disso, deve-se ressaltar que o excesso de cálcio, 
magnésio, ferro e alumínio causa a diminuição da absorção de 
fósforo.
Nesse ponto, é conveniente observar que os ossos e 
dentes contêm de 80% a 85% de fósforo e 20% desse elemento 
é encontrado nos tecidos, nos quais desempenha a função de 
produção de energia, contração e repouso. Ele também age como 
tampão na saliva dos ruminantes. 
1.1.6. Potássio (K)
Em 1807, o químico inglês, Sir Humphry Davy, isolou o metal 
que ele chamou de potássio e deu-lhe o símbolo K, originário de 
Kalium, versão latinizada da palavra arábica alkali. Em 1938, 
McColhum, usando ratos, obteve a comprovação de que o potássio 
é um elemento essencial para o organismo.
O potássio é o terceiro e mais abundante elemento no 
organismo depois do cálcio e do fósforo, eleja que está presente 
na proporção de duas vezes a concentração de sódio. O Potássio 
constitui em torno de 5% do teor mineral do organismo, sendo o 
Minerais para ruminantes • 27
principal cátion do luído intracelular. Aproximadamente 98% do 
potássio no organismo localizam-se no interior da célula, onde sua 
concentração é 30 vezes maior que no ambiente extracelular. A 
concentração do sódio no plasma sanguíneo é muito maior que a 
do potássio. Por outro lado, a concentração de potássio no tecido 
muscular é, frequentemente, maior que a do sódio.
Absorção, metabolismo e excreção do potássio.
O potássio é absorvido em todo o trato digestivo, incluindo o 
rúmen, o omaso e a parte superior do intestino delgado e grosso. A 
absorção desse elemento pela dieta é muito e iciente, já que mais de 
90% do potássio ingerido é absorvido, sendo que esse processo ocorre 
mais no intestino delgado. Apesar de os sucos digestivos conterem 
grande concentração de potássio, a perda nas fezes é pequena, porque 
a maior parte é absorvida no intestino delgado e grosso.
Os rins constituem-se como o principal mecanismo regulador 
para manter o balanço de potássio, e grandes variações na ingestão 
são re letidas em lutuações nas concentrações desse elemento 
no plasma. É o hormônio adrenal, chamado de Aldosterona, que 
estimula a excreção renal do potássio.
Além disso, tem-se que o excesso de potássio pode resultar 
na severa diminuição de luído.
Função do Potássio no organismo.
O potássio está envolvido na manutenção do equilíbrio 
ácido/base e na transferência de nutrientes nas células. Ele também 
é responsável por promover o relaxamento do músculo do coração, 
oposto à ação do cálcio, que é estimulatória (Atividade Muscular) e 
por regular a pressão osmótica.
Ademais, esse elemento é necessário para a secreção 
de insulina pelo pâncreas, na reação enzimática que envolve a 
28 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
fosforilação da creatina no metabolismo dos carboidratos e na 
síntese proteica.
No que concerne à de iciência de potássio no organismo, 
pode-se a irmar que ela é de rara ocorrência. Entretanto, ela 
pode acontecer, ocasionalmente, quando os animais que estão 
em con inamento são alimentados com rações as quais possuem 
grandes proporções de concentrados. Os sintomas da de iciência 
do potássio no organismo caracterizam-se pelo retardamento no 
crescimento, fraqueza muscular, apetite descomedido, diarreia, 
hipertro ia do coração e rins e morte.
Quanto ao excesso desse elemento no organismo, temos 
que ele interfere na absorção e no metabolismo do magnésio. 
Entretanto, a toxidez decorrente de ingestão excessiva de potássio 
é improvável. Ela somente ocorre nos seguintes casos: 
1. Quando água é restrita;
2. Quando o funcionamento dos rins não é satisfatório;
A excreção do potássio é realizada principalmente por meio 
da urina, sendo que 10% podem ser excretado pelas fezes, e até 
12% pelo leite.
Principais inter-relações entre o 
potássio e outros nutrientes. 
Pode-se a irmar que a de iciência na retenção de potássio 
possui estreita relação com a de iciência de magnésio. Assim, 
se o organismo não estiver absorvendo o magnésio de maneira 
satisfatória, a absorção de potássio também será prejudicada. Por 
outro lado, altos níveis de potássio podem interferir na absorção 
do magnésio, resultando em sua de iciência. Outra consequência da 
quantidade excessiva de potássio no organismo é a diminuição dos 
batimentos cardíacos até a parada silenciosa do coração, quando 
Minerais para ruminantes • 29
os rins não são capazes de excretar o excesso pela urina, porque 
o sódio e o potássio precisam estar em balanceamento. Deve-se 
lembrar também que o excessivo uso de sal exaure o potássio do 
organismo e que esse nutriente é mais necessário quando o animal 
está em crescimento. 
Outro aspecto importante é que, em virtude de seu depósito 
nos músculos, o potássio será perdido sempre que houver uso 
muscular, e isso por causa da fome ou da de iciência de proteínas 
no organismo. 
1.1.7. Sódio (Na)
Misturas de sódio foram conhecidas e usadas extensivamente 
durante os tempos antigos. Entretanto, somente em 1807 que esse 
elemento foi isolado por Sir Humphy Davy. O químico inglês, em um 
processo chamado eletrólise, extraiu metal puro do hidróxido de 
sódio. Como elemento essencial, o sódio veio a ser constatado em 
1918, quando Osborne Mendel realizou experimentos com animais 
em laboratório. 
Absorção, metabolismo e excreção do Sódio.
Todo sódio ingerido na dieta é prontamente absorvido pelos 
intestinos, na parte superior do intestino delgado e também no 
rúmen. Em seguida, ele é transportado pelo sangue para os rins, 
onde é iltrado (puri icado). Após esse processo, o sódio retorna 
para o sangue em uma quantidade necessária para manter os níveis 
requeridos pelo organismo.
O excesso de sódio, que consiste em cercade 90 a 95% do 
sódio ingerido, é em sua maior parte excretado pelos rins na urina, 
como cloreto e fosfato, sendo controlado pela aldosterona, um 
hormônio produzido no córtex adrenal.
30 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
O nível de sódio na urina re lete a quantidade ingerida por 
meio da dieta. Assim, se há grande ingestão de sódio, a taxa de 
excreção é alta; se há baixa ingestão, a taxa de excreção é baixa. O 
sódio também pode ser excretado pelas fezes, suor e leite.
Função do Sódio no organismo.
O sódio é o principal Cátion na regulação da pressão 
osmótica e no equilíbrio ácido base nos fluídos extracelulares do 
organismo, dos quais depende a transferência de nutrientes para 
as células, a remoção de resíduos e a manutenção do balanço 
hídrico entre eles. 
Esse elemento também é um constituinte do suco 
pancreático, da bile, do suor e das lágrimas. Além disso, está 
associado à contração muscular e à função nervosa. No que diz 
respeito ao seu armazenamento, temos que o sódio está presente 
nos luídos, tecidos e ossos.
Os sintomas de de iciência de sódio incluem perdas 
signi icativas na produção de leite. Ademais, há também perda de 
apetite, redução do crescimento do animal e também da e iciência 
da utilização de alimentos em animais em crescimento. Como há 
uma diminuição do apetite, o animal também perde peso e tem 
problemas na reprodução. 
A toxidez decorre da grande ingestão de sódio e da restrição 
de água, o que causa o andar cambaleante e, muitas vezes, a 
cegueira. O excesso de sódio resulta em também em hipertensão.
Principais inter-relações entre o 
Sódio e outros elementos.
O sódio, potássio e o cloro estão intimamente relacionados. 
Eles trabalham em funções vitais no controle da pressão osmótica e 
no equilíbrio ácido-base e têm importante função no metabolismo 
Minerais para ruminantes • 31
hídrico (osmótico). Ambos os íons, sódio e potássio, ocorrem no 
organismo, principalmente em íntima associação com íon cloro. Por 
esta razão, a de iciência de sódio e potássio é raramente encontrada 
na ausência de de iciência de cloro.
1.1.8. Enxofre (S)
O nome é derivado de palavra latina sulphurum. O enxofre 
é usado desde tempos antigos e, frequentemente, era chamado de 
pedra que queima. Por ser in lamável, é mencionado nos registros 
primitivos de muitos países um apetrecho usado em cerimônias 
religiosas e na puri icação de edi ícios. Os romanos usavam-no 
na medicina e na guerra. Foram os alquimistas que reconheceram 
o enxofre como substância mineral que poderia ser fundida 
e queimada, mas foi somente em 1777 que esse elemento foi 
classi icado por Antoine Lavoisier.
O enxofre é encontrado em todas as células do organismo, 
sendo essencial para a vida. Ele é o componente de três importantes 
aminoácidos: a cistina, a cisteína e a metionina. Também é 
componente das vitaminas tiamina e biotina, e está presente na 
saliva, bile e no hormônio insulina. Aproximadamente 0,15% do 
peso corpóreo e 10% do teor mineral do organismo são de enxofre.
Absorção, metabolismo e excreção do Enxofre.
O enxofre absorvido é incorporado, em grande parte, pela 
proteína microbiana e absorvido no intestino delgado.
Durante a digestão dos aminoácidos que possuem enxofre, 
há a separação destes da proteína e o seu direcionamento para 
a circulação portal. O enxofre é estocado em muitas células do 
organismo, e grandes concentrações são encontradas no pelo, 
na pele e no casco. Quanto ao seu armazenamento, ele ocorre 
principalmente na forma de aminoácidos sulfurados. 
32 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
No que concerne à excreção, temos que o excesso de enxofre 
é expelido por meio da urina e das fezes. Aproximadamente 85 a 
90% do enxofre excretado na urina ocorrem na forma orgânica, 
derivado quase inteiramente do metabolismo de aminoácidos que 
são constituídos por ele, e, desde que sulfatos inorgânicos sejam 
absorvidos em pequena quantidade.
Função do Enxofre no organismo.
Como foi dito anteriormente, o enxofre é um elemento 
bastante presente na constituição do organismo. Nesse sentido, 
ele compõe aminoácidos, como a metionina, a cistina e, também, 
componentes da biotina, da tiamina, da insulina e da coenzima A. 
Além disso, ele é um dos constituintes primários do pelo e da lã.
O enxofre também é encontrado na Glutationa, a qual é um 
antioxidante hidrossolúvel, reconhecido como o tiol não proteico 
mais importante nos sistemas vivos. Trata-se de um tripeptídeo 
linear constituído por três aminoácidos: ácido glutâmico, cisteína 
e glicina, sendo o grupo tiol da cisteína o local ativo responsável 
por suas propriedades bioquímicas. Ele tem como função a 
metabolização da água oxigenada e outros peróxidos de hidrogênio 
como cofator da Glutationa peroxidase, na metabolização de 
xenobióticos como cofator da Glutationa – s – transferase, e na 
desativação de radicais.
A Glutationa está envolvida no metabolismo do ácido 
ascórbico, na manutenção de comunicação entre as células, na 
prevenção da oxidação dos grupos tiol, presentes nas proteínas, e 
no transporte de cobre intracelular. A mitocôndria e o núcleo têm 
sua própria reserva de Glutationa oxidada a qual é de importância 
crucial na proteção destas estruturas contra a ação das espécies 
reativas de oxigênio. A Glutationa é sintetizada no ígado.
Minerais para ruminantes • 33
FIGURA 1: Glutationa oxidada. Uma ligação dissulfeto formada 
entre os grupos tiol das Cisteínas.
Fonte: HTTPS://PT.WIKIPEDIA.ORG/WIKI/GLUTATIONA_PEROXIDASE 
Dentre os sintomas de de iciência de enxofre, pode-se citar 
o retardamento do crescimento, primariamente, em virtude de não 
encontrar a quantidade necessária de aminoácidos que contenham 
enxofre para a realização da síntese proteica.
No que concerne à toxidez, temos que a produção de H2S 
Sulfeto de hidrogênio, gás altamente tóxico, pelos microrganismos do 
rúmen, pode desencadear problemas quando excessivas quantidades 
de enxofre são fornecidas. Ruminantes, consumindo ureia como 
nitrogênios não proteicos, têm que suplementar o enxofre, que é 
recomendado na proporção Nitrogênio: Enxofre de 10:1.
1.2. Micros minerais
1.2.1. Cromo (Cr)
O Cromo foi descoberto por um químico francês, Vauguel, 
em 1797. Este nome comum foi derivado da palavra grega chroma, 
que signi ica colorido.
Em 1900, o cromo tornou-se um importante ingrediente 
de metal resistente à corrosão, um uso que tem aumentado no 
presente, quando os cientistas médicos W. Mertz and K. Schwarz 
34 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
– que vieram para o USA originários da Alemanha – descobriram 
que a alimentação de sais Cromo corrigia o metabolismo anormal 
de açúcares em ratos. Os últimos estudos desses pesquisadores e 
de H. Schroeder, da Dartmouth Medical School, estabeleceram o 
Cromo como um cofator da insulina, necessário para a utilização 
normal da glicose e para o crescimento e longevidade de ratos. 
A substância continha cromo da levedura e foi chamada de fator 
de tolerância à glicose (GTF), porque restaurava o metabolismo 
dos açúcares para o nível normal, quando a tendência diabética 
estava presente.
A menção deste elemento químico faz a maioria das pessoas 
pensarem no cromo incrustado no para-choque e nos equipamentos 
de seus automóveis. No entanto, foi recentemente descoberto que o 
metal brilhante pode também existir em formas que operam como: 
elemento essencial, hormônio, vitamina e veneno. 
Absorção, metabolismo e excreção do Cromo.
Estudos têm mostrado que somente cerca de 1 % dos níveis 
do cromo inorgânico ingerido na dieta é absorvido. Entretanto, de 
10 a 25% do fator de tolerância à glicose ligada ao cromo (GTF-Cr) 
pode ser absorvido.
Quanto ao metabolismo dessa substância, pesquisas re-
alizadas com animais demonstram que a maior parte da dose de 
Cromo administrada é estocada no ígado, quando ele é fornecido 
como GTF–Cr, do que quando ele é fornecido como sal inorgânico. 
Além disso, o cromo no ígado tem mostrado ter GTF em ativida-
de. Depois do ígado,os rins parecem ser a fonte de GTF-Cr. Várias 
condições de estresse, como má nutrição e perda de sangue, têm 
sido conhecidas por diminuir a utilização de açúcar do organismo. 
Também, aparentemente, o Cromo necessário ao organismo torna-
-se mais crítico quando submetido a certas condições.
Por exemplo, pesquisas mostram que os efeitos do baixo 
nível de proteína na dieta, acompanhado por exercícios controlados, 
Minerais para ruminantes • 35
demonstra que na ação de tirar e avaliar quantidades de sangue, foram 
observadas condições mais severas em grupos com de iciências de 
cromo do que com os suplementados com o mineral.
Outro ponto importante a ser citado é a excreção do cromo 
endógeno. Ela ocorre de maneira predominante por intermédio 
da urina. 
Função do Cromo no organismo.
Dentre as principais funções do Cromo no organismo, 
podemos citar que ele é um dos componentes do fator de tolerância 
à glicose (GTF) e também é responsável por ativar certas enzimas, 
a maioria das quais estão envolvidas na produção da energia 
originária de carboidratos, gorduras e proteínas.
Ademais, o cromo também é um estabilizador de ácidos 
nucléicos (DNA e RNA) e um estimulador da síntese de ácidos 
graxos e de colesterol no ígado.
A de iciência de cromo no organismo pode ser percebida 
quando há uma diminuição da tolerância à glicose, acompanhada 
ou não por um grande teor de açúcar no sangue e pela liberação de 
açúcar na urina. Distúrbios no metabolismo de gorduras e proteínas 
também podem ser percebidos.
No que diz respeito à toxidez causada pelo cromo no 
organismo, temos que ele é raramente tóxico, porque somente 
pequenas quantidades estão presentes nos alimentos; há pequena 
absorção no organismo do animal e existe uma larga margem de 
segurança entre o útil (que ajuda) e o nocivo. Deve-se ressaltar 
também que o excesso de Cromo inorgânico é muito mais tóxico 
que a quantidade similar de GTF – Cr. 
Relações entre o Cromo e outros nutrientes.
O Cromo funciona melhor no organismo quando está na 
forma de GTF-Cr e dietas ricas em carboidratos podem causar 
36 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
o esgotamento do suprimento de GTF-Cr. O Cromo inorgânico 
é utilizado pelo organismo, mas de maneira menos e iciente que 
GTF-Cr. Além disso, a absorção do Cromo é impedida por oxalatos e 
itatos e o zinco e o vanádio antagonizam o efeito do Cromo.
1.2.2. Cobalto (Co)
A palavra cobalto é derivada da palavra germânica Kobold, 
ou espírito danoso. O termo originou-se no século XVI, quando o 
arsênico contido no minério de Cobalto foi escavado na mina de 
prata da montanha Hans. Acreditava-se que, nas minas de cobalto, 
os minérios continham cobalto. Por outro lado, os mineiros 
esquentavam os minérios e, dessa forma, foram intoxicados pelo 
vapor tóxico liberado pelo trióxido arsênico. Estes danos foram 
atribuídos ao cobalto. George Brandt, químico Sueco, foi quem 
primeiro isolou o elemento, em 1742.
A descoberta, em 1948, de que a vitamina B-12 continha 
4% de cobalto (Co) provou que este elemento era um nutriente 
essencial para os humanos. É digno de nota que a função essencial 
do cobalto na nutrição do animal ruminante foi conhecida muito 
cedo. Em 1935, E.T. Underwood e outros cientistas australianos 
descobriram que a falta de Cobalto, resultado de sua de iciência 
no solo, produzia “wasting disease”, doença que acarreta perda de 
peso no animal. Quando essa de iciência de cobalto no solo era 
constatada, os produtores costumavam transferir suas criações de 
áreas “doentes” para áreas “sadias”. 
Absorção, metabolismo e excreção do Cobalto.
Como componente da vitamina B-12, absorvida na porção 
inferior do intestino delgado, o Cobalto requer como fator intrínseco 
um composto secretado no abomaso para absorção. Se este fator 
não está presente, resultará na de iciência dessa vitamina. Desde 
Minerais para ruminantes • 37
que o Cobalto do organismo seja excretado por meio da bile, pode 
ser rapidamente reabsorvido para minimizar perdas. Do Cobalto 
ingerido, 30% são absorvidos.
O excesso de Cobalto é excretado principalmente nas fezes, 
sendo que apenas 1% é expelido pela urina, chegando a 12% no leite.
Função
Há somente uma função conhecida do cobalto, a que integra 
parte da Vitamina B-12, elemento essencial na formação das células 
vermelhas do sangue. Quando o Cobalto é dado para animais que 
utilizam a fermentação microbiana, o elemento é usado para a 
síntese Vitamina B-12.
Dentre os sintomas de de iciência do cobalto, temos que a 
de iciência de Cobalto em gado de leite produz sintomas similares 
à de iciência de Vitamina B-12: descamação na pele, ausência de 
estro, aborto, baixa produção leite, perda de apetite, rápida perda 
de peso e anemia. Continuada, a deficiência causa a morte.
É importante explicitar também que aproximadamente 0,1 
ppm desse nutriente no alimento é adequado. Caso os níveis caiam 
para 0,04 – 0.07, os sintomas de de iciência começam a aparecer. 
Entretanto, com a introdução de cobalto no rúmen, recupera-se 
rapidamente a de iciência.
No que concerne à toxidez, o cobalto pode ser tóxico quando 
a ingestão é excessivamente alta, mas a margem de segurança é 
grande e a absorção pelo intestino delgado é baixa. 
Quanto ao seu armazenamento, o cobalto é estocado no 
ígado, nos rins, na glândula adrenal e nos ossos, principalmente 
como Vitamina B-12.
1.2.3. Cobre (Cu)
O cobre foi descoberto e usado pelo homem neolítico 
durante a última idade da pedra. A data exata desta descoberta, 
38 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
provavelmente, não será conhecida, mas acredita-se que foi por 
volta 8000 a.C. A última idade Bronze, entre 3000 a 1000 a.C., 
recebeu este nome em virtude do período em que se produziu uma 
mistura de cobre e lata.
Como resultado de uma série de estudos começados em 1925, 
Hart e associados, na Universidade de Wisconsin, descobriram que 
pequenas quantidades de cobre são necessárias, juntamente com o 
ferro, para a formação e para a síntese da hemoglobina.
Absorção, metabolismo e excreção do Cobre
O local de absorção do cobre varia conforme a espécie do 
animal, mas ela é, geralmente, maior no intestino delgado. Em 
ruminantes, apenas de 1% a 3% do Cu (Cobre) é absorvido. 
Depois da absorção no intestino, o cobre chega à corrente 
sanguínea, na qual há a ligação de cerca de 80% ou mais desse 
nutriente à ceruloplasmin, formando uma proteína complexa 
(globulina – Cu). A estocagem maior ocorre no ígado.
A excreção do Cobre é realizada em grande medida por meio 
das fezes. 
Função
O Cobre é responsável por facilitar a absorção de Ferro do 
trato intestinal e reserva-lo, armazenando-o no ígado e no sistema 
retículo endotelial. Ele também é essencial para a formação ou 
síntese da hemoglobina, apesar de não ser um de seus constituintes. 
Ademais, o cobre constitui vários sistemas enzimáticos. Ele 
desenvolve e mantém as estruturas vasculares e esqueléticas (veias, 
tendões, mielina nos nervos e ossos). Na estrutura de funcionamento 
do sistema nervoso central, é requerido para a pigmentação normal 
dos pelos e da lã. Por im, também é cofator em vários sistemas 
enzimáticos de oxirredução e atua na reprodução (fertilidade).
Minerais para ruminantes • 39
No que concerne ao seu armazenamento do cobre, tem-se 
que a maior parte ocorre no ígado. 
Apesar de o requerimento de cobre ser muito pequeno, 
muitos fatores relatados para a absorção e a utilização têm criado 
de iciência de cobre. Dentre eles, pode-se citar: o inchaço das 
juntas, diarreia, fragilidade dos ossos, condição nervosa conhecida 
como ataxia, e anemia nutricional, comumente chamada “Salt sick”. 
Apesar de possuir várias funções no organismo, o cobre é 
tóxico se ingerido em grandes quantidades. Ele se acumula no ígado 
e pode resultar em morte. De acordo com a Academia Nacional de 
Ciência Americana, o nível máximo de tolerância para o gado de 
leite é de 100 ppm de cobre.
Relações entre o Cobre e outros nutrientes
O cobre, juntamentecom certas vitaminas, está envolvido 
no metabolismo do ferro. Ademais, o excesso, na dieta, de cádmio, 
cálcio, ferro, chumbo, molibdênio, enxofre e zinco, reduz a utilização 
de cobre pelo organismo.
1.2.4. Flúor (F)
O lúor foi isolado, primeiramente, em 1886, por Henri 
Moissan, um francês, por eletrólise. O nome lúor é derivado do 
latim luo, e era usado como um fundidor em metalúrgica. Ele 
está presente, em pequenas quantidades, em praticamente todos 
os solos, suprimentos de água, plantas e minerais. Entretanto, 
sua concentração é variável. O lúor é, portanto, um constituinte 
de todas as rações normais. Por outro lado, ele também é um 
dos contaminantes atmosféricos das indústrias, as quais usam 
minérios de metais, carvão ou fosfatos naturais e fertilizantes 
fosfatados, que podem se tornar contaminantes da vegetação que 
alimenta os animais.
40 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
Absorção, metabolismo e excreção
A absorção do lúor ocorre no trato gastrointestinal, 
incluindo o rúmen. Em torno de 90% do lúor ingerido é absorvido 
principalmente no intestino delgado. 
Da porção do lúor que não é absorvida pelos ossos e dentes, 
50% ou mais são excretados no suor e nas fezes. Como resultado, 
o nível de lúor no plasma sanguíneo é completamente constante. 
Função
A principal função do lúor é a constituição de 0,02 a 0,05% 
dos ossos e dentes, para que sejam sadios.
No que diz respeito à de iciência e toxidez do lúor, temos 
que o seu excesso no organismo afeta mais que sua de iciência. E 
isso porque uma grande quantidade desse nutriente pode acarretar 
ossos e dentes deformados, manchados e as capas dos dentes 
tornam-se irregulares. 
A toxidez pode ser combatida pela adição de cálcio e alumínio 
ou gordura na ração, visto que esses elementos parecem reduzir 
a absorção de lúor pelo organismo. Ademais, esse nutriente é um 
tóxico cumulativo, conhecido como luorose. 
Principal inter-relação
Como dissemos no tópico anterior, grandes quantidades 
de cálcio, alumínio ou gordura na dieta podem diminuir a 
absorção de flúor.
1.2.5. Iodo (I) 
O iodo foi o primeiro nutriente a ser reconhecido como 
essencial para animais e humanos. Nos primórdios de 3000 a. C, 
Minerais para ruminantes • 41
os chineses tratavam do chamado bócio alimentando-se com ervas 
marinhas e esponja queimada.
Em 1811, Bernard Courtois, um químico francês, descobriu 
iodo em ervas marinhas e descreveu algumas de suas propriedades 
básicas. Depois, o hidriodato de potássio foi introduzido por Prout 
como um tratamento de bócio. Entretanto, o aparecimento do bócio 
foi recorrente no mundo por muitos anos.
Em 1914, Kendall, Clínica Mayo, em Minnesota, reportou o 
isolamento de um composto Cristalino que possuía 65% de iodo 
na glândula tireoide, nomeando-lhe de tiroxina. Em virtude dessa 
descoberta e da realização de outros estudos, a inclusão do iodo na 
dieta de animais e humanos levou a uma grande redução do bócio 
nos U.S.A. e em outros países desenvolvidos. Kendall recebeu o 
prêmio Nobel por seu trabalho sobre a tiroxina e outros hormônios.
O iodo é reconhecido como um nutriente essencial para 
todas as espécies animais. A maior quantidade de iodo no 
organismo animal encontra-se na glândula tireoide, em que ele 
é um componente integral dos hormônios tireoidianos tiroxina 
e triiodotironina, os quais têm importante função metabólica. 
Ademais, a disponibilidade de iodo é um dos fatores essenciais para 
a liberação de hormônios pela glândula tireoide. 
Entretanto, na ausência de iodo su iciente, a glândula tenta 
compensar a de iciência com o aumento de sua atividade secretora, 
o que ocasiona a faz aumentar de tamanho. Esta condição é 
conhecida como papo simples ou endêmico. 
Absorção, metabolismo e excreção
A absorção do iodo é muito e iciente, perto de 100%. Apesar 
de ser absorvido por meio do trato gastrointestinal, ocorrendo 
maior absorção no intestino delgado, ele também é absorvido 
por meio dos pulmões e da pele. Nesse processo, o iodo tem 
dois caminhos principais dentro organismo: aproximadamente 
42 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
30% é removido pela glândula tireoide e usado para a síntese de 
hormônio; do restante, a maior parte é excretada na urina, sendo 
que pequenas quantidades podem ser perdidas nas fezes e no suor. 
Desse modo, tem-se que a maior concentração de iodo, cerca de 
70% a 80%, ocorre na tireoide. 
Ademais, um ponto importante a ser citado é que, quanto 
maior o nível de iodo na dieta do animal, maior é a quantidade 
desse nutriente no leite. 
Função
A única função do iodo é entrar na composição dos hormônios 
tiroxina e triiodotironina, secretados pela glândula tireoide, a qual 
regula a taxa de oxidação dentro das células, in luenciando no 
crescimento, no funcionamento de nervos e tecidos musculares, na 
atividade circulatória e no metabolismo de todos nutrientes.
Quando a quantidade de hormônio da tireoide aumenta 
no sangue, a taxa de metabolismo aumenta. Portanto, a taxa de 
produção de leite também cresce. 
Se a ingestão de nutrientes da dieta não é su iciente para a 
necessidade requerida, o estoque de nutrientes do organismo será 
mobilizado. Esse processo tem como um de seus principais efeitos a 
diminuição do peso corporal. Eventualmente, o emagrecimento e os 
problemas de saúde ocorrem se a de iciência da dieta é prolongada.
Desse modo, uma ingestão inadequada de iodo na dieta 
ocasiona no impedimento de produção de hormônios pela a 
glândula tireoide. Ademais, sob a ação do hormônio estimulante 
da tireoide, originário da glândula hipó ise, a glândula tireoide 
aumenta em uma tentativa de responder às necessidades do 
organismo. O aumento da glândula tireoide é chamado de bócio. 
Outros sintomas da de iciência são: redução da taxa de crescimento, 
pele seca e pelo quebradiço, fêmeas com estro anormal, redução da 
libido e sêmen de baixa qualidade.
Minerais para ruminantes • 43
O tratamento da de iciência de iodo pode não ter sucesso, 
se houver efeito sobre a tireoide e outros tecidos estiverem 
progredindo muito. A prevenção é melhor e mais fácil medida, desde 
que o iodo esteja prontamente disponível na forma inorgânica ou 
orgânica, os quais são fornecidos como suplementos na ração. 
O uso de sal iodado como parte da ração é o mais econômico 
meio de suplementar as rações em que os alimentos tenham baixos 
níveis de iodo. 
Já a toxidez de iodo, por sua vez, é ocasionada pela ingestão 
excessiva desse elemento durante longos períodos. Isso pode 
ocasionar a interrupção da utilização de iodo pela glândula tireoide. 
Uma das consequências da toxidez desse nutriente no organismo 
dos mamíferos é o aborto.
Principais inter-relações
Longos períodos de ingestão crônica de grandes quantidades 
de iodo reduzem a capacidade de absorção desse elemento pela 
glândula tireoide.
1.2.6. Ferro (Fe)
O elemento ferro é conhecido desde os tempos pré-
históricos. Aproximadamente em 1.200 a.C., o ferro era obtido 
dos minérios, marcando o começo da idade do ferro. Ademais, os 
primitivos gregos estavam cientes das propriedades do ferro para 
a saúde. Desde então, ele tem sido o tônico predileto para saúde. 
No século 17, na Inglaterra, o ferro foi usado para o 
tratamento de anemia em humanos. Em 1867, Jean Baptiste 
Boussingaut, químico francês, obteve, experimentalmente, a 
evidência da natureza essencial do ferro na nutrição. 
O organismo contém somente 0,004% de ferro, do qual, em 
torno de 70% está presente na hemoglobina, um pigmento que 
44 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
contém ferro e está presente nas células vermelhas do sangue, que 
transportam oxigênio. Do restante, a maior parte constitui uma 
reserva estocada no ígado, baço e na medula óssea.
Apesar de ser encontrado em pequena quantidade no 
organismo, o ferro é um dos mais importantes elementos na 
nutrição, sendo essencial à vida. Ele é um componente da 
hemoglobina, mioglobina (globina do músculo) e de enzimas, 
citocromos, catalases e peroxidases. Comoparte desses “heme” 
complexos de metaloenzinas, ele vem a desempenhar importante 
função no transporte de oxigênio e na respiração celular.
Absorção, metabolismo e excreção
A maior absorção de ferro ocorre em todo o trato digestivo, 
principalmente, na parte superior do intestino delgado, duodeno e 
jejuno.
É digno de nota que há duas formas de ferro no alimento – 
“heme” (orgânica) e “nonheme” (inorgânica). O “heme” é absorvido do 
alimento mais e icientemente que o ferro inorgânico e é independente 
da vitamina C ou do ferro ligado a agentes quelatizantes.
Apesar da proporção de ferro “heme” em tecidos animais 
variar, ela está na quantidade de 1/3 na constituição da carne de 
boi, fígado, galinha e peixe. O restante, 2/3 do ferro, em tecido 
animal e todo o ferro de produtos vegetais é considerado como 
ferro “não heme”. 
A absorção de ferro é controlada pelo bloqueio da mucosa 
intestinal, a cortina de ferritina, da qual não se conhece o exato 
mecanismo. Sabe-se que a necessidade aumenta com o crescimento 
do animal, a prenhes e quando aumenta-se a síntese de hemoglobina, 
seguido de hemorragias.
A absorção de ferro é prejudicada pela ingestão de 
alimentos ricos em ferro “não heme”. Além disso, há prejuízo 
também quando muito ferro é depositado na mucosa intestinal 
Minerais para ruminantes • 45
cortina de ferritina, pelo excesso de fosfatos, de itatos, de oxalatos 
e de ácidos tânicos, os quais formam compostos insolúveis que 
não são facilmente absorvidos.
No que concerne ao metabolismo, temos que a mucosa 
libera Fe++ para o sistema sanguíneo portal. Desse sistema, pouca 
quantidade desse nutriente é convertida e volta como Fe+++, em 
estado oxidado. Como íon férrico, ele combina com a proteína no 
plasma, formando a combinação conhecida como transferrina.
Nessa forma, o ferro é transportado para a medula óssea, 
na qual será incorporado em novas moléculas sintetizadas de 
hemoglobina, ou pode entrar no ígado e no baço. É também na 
medula óssea que ele se combina com a proteína. Ele é armazenado, 
principalmente, no sistema reticuloendotelial e nas células 
parenquimatosas do ígado, depositadas como ferritina. 
A excreção do Ferro, por sua vez, ocorre das seguintes maneiras: 
por descamação, pela urina, pelo trato respiratório e na perda de 
pele e pelo. Do total ingerido, 90% é excretado nas fezes. Somente 
uma pequena quantidade de ferro é excretada na urina. O organismo 
conserva e reutiliza o ferro, uma vez que ele tenha sido absorvido.
Fezes, urina, suor, pelo, e se houver hemorragia, ela pode 
resultar em uma maior perda. 
Função
O Ferro “heme” combina com a proteína formando uma 
cadeia polipeptídica muito longa, chamada globina que se torna 
hemoglobina. A hemoglobina é um composto contendo ferro nas 
células avermelhadas do sangue, que transporta oxigênio para 
todas as células e tecidos do organismo como parte da molécula 
hemoglobina. A mioglobina, por sua vez, é um composto pigmentado 
similar à hemoglobina, mas menor em tamanho, é encontrada no 
músculo. Ela contém ferro e por tal motivo tem habilidade de captar 
oxigênio da mesma maneira que a hemoglobina.
46 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
Além de sua função de transporte de oxigênio, o ferro é 
também uma parte especial de uma variedade de enzimas. Dentre 
elas, podemos citar: citocromo oxidase, catalase e peroxidade. 
Ademais, ele também funciona como um ativador para a enzima 
arginase.
No que diz respeito aos sintomas de de iciência desse 
nutriente no organismo, temos a ocorrência de Anemia por 
de iciência de ferro. Quando há um número menor que o normal 
de células vermelhas há, também, uma quantidade menor que o 
normal de hemoglobina. Há palidez da membrana mucosa, apetite 
depravado, diarreia, perda do apetite para alimentos normais, 
respiração di ícil, taxa de crescimento reduzida e um aumento da 
sensibilidade ao estresse e doenças. 
O excesso de ferro no organismo, por outro lado, também 
provoca toxidez. E isso porque o íon de ferro livre é muito tóxico. 
Então, o ferro é sempre transportado em combinação com uma 
proteína. Dois átomos de íon ferro são ligados por uma molécula 
de Beta Globulina = apotransferrina, e esta combinação forma 
a transferrina, que é, então, transportada no plasma. Quando o 
nível de íon ferro excede a capacidade de ligação da transferrina, 
a toxemia pelo ferro ocorre. Normalmente, a quantidade de ferro 
no plasma é su iciente para ligar somente 1/3 da transferrina, os 
remanescentes 2/3 representam a reserva não ligada.
Principal inter-relação
O ferro é associado à hemoglobina e a várias enzimas. 
Entretanto, a produção de hemoglobina no organismo também 
necessita de proteína, cobre, VIT-C, VIT-B-6 (piridoxina), ácido 
fólico e VIT-B12. Um excesso de ferro na dieta pode ligar o fósforo a 
um complexo insolúvel ferro-P, criando uma de iciência de fósforo. 
Além disso, o ferro relaciona-se também com o cobre, já que este é 
necessário para o metabolismo daquele. 
Minerais para ruminantes • 47
Animais Jovens nascem com um estoque de ferro no ígado. 
Mas, o leite é baixo em teor de ferro. Então, quando animais jovens 
continuam com a dieta de leite particularmente sob condições 
con inadas, com pouca ou nenhuma suplementação alimentar, é 
provável que se desenvolva a anemia nutricional.
1.2.7. Manganês (Mn)
O manganês foi primeiro reconhecido como um elemento, 
em 1774, pelo notório químico sueco Carl W. Scheele. Ele foi isolado 
no mesmo ano pelo seu colaborador, Johann G. Ghan. O nome 
“manganês” é uma forma alterada de uma palavra em latim para a 
fórmula de pedra magnética, magnésio.
O manganês é essencial para o crescimento das plantas e 
é encontrado em pequenas quantidades em grandes animais, nos 
quais ele ativa muitas enzimas envolvidas no processo metabólico. 
Em 1931, pesquisadores da Universidade de Wisconsin informa-
ram que esse nutriente é um elemento essencial para o crescimento 
de ratos.
Por im, demonstrou-se que ele é essencial para ruminantes 
e para outros animais. E isso porque ele é um ativador de vários 
sistemas enzimáticos, por exemplo, o superóxido dismutase, 
envolvido na fosforilação oxidativa, metabolismo de aminoácidos e 
na síntese de ácidos graxos. O manganês atua ainda no metabolismo 
da proteína, na energia e na formação de mucopolissacarídeos. 
Absorção, metabolismo e excreção
Por meio de todo o trato gastrointestinal, o manganês é, 
preferencialmente, absorvido no intestino delgado. Em média, na 
dieta, 45% do manganês ingerido é absorvido e 55% excretado 
nas fezes. A absorção pode ser diminuída, quando quantidades 
excessivas de cálcio, fósforo e ferro são consumidas.
48 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
Depois da absorção, o manganês é ligado à proteína e trans-
portado como transmanganin. Os ossos e, em menos grandeza, o 
ígado, os músculos e a pele servem como local reserva.
A concentração de manganês em vários tecidos do organismo 
é completamente estável sob condições normais, um fenômeno 
atribuído à excreção controlada e pela absorção regulada.
No que concerne à excreção, esse nutriente é eliminado do 
organismo nas fezes, como um constituinte da bile. Entretanto, 
parte do manganês excretado é novamente reabsorvida, indicando 
uma efetiva conservação no organismo. Quanto à urina, a excreção 
de manganês é bem menor.
 
Função 
Dentre as funções do manganês, podemos citar a formação 
de ossos, a constituição de matriz orgânica, o crescimento de outros 
tecidos conectivos e coagulação sanguínea. Além disso, ele age nas 
atividades de insulina, na síntese de ácidos graxos, na síntese de 
colesterol e nas atividades de várias enzimas no metabolismo de 
carboidratos, gorduras, proteínas e ácidos nucléicos (DNA e RNA).
A de iciência de manganês na dieta pode ocasionar 
crescimento de iciente, mancar (coxo), pernas menores e curvadas 
e juntas grossas. Ademais, problemas como o retardamento no 
estro, falha na concepção e decréscimo da libido e espermatogenese 
anormal em machos podemocorrer.
Por im, tem-se que o excesso de manganês no organismo do 
animal não produz toxidez. 
Principal inter-relação
Dentre as relações estabelecidas pelo manganês com outros 
nutrientes, pode-se citar que sua absorção pode ser comprometida, 
caso haja excesso de cálcio e fósforo. A função do manganês, cobre, 
Minerais para ruminantes • 49
zinco e do ferro pode ser trocada ou intercambiada entre eles, em 
certos sistemas enzimáticos.
O manganês e a VIT-K trabalham juntos com promoção da 
coagulação de sangue.
1.2.8. Molibdênio (Mo)
Em 1778, Karl Scheele, da Suécia, reconheceu o molibdenite 
como um minério de um novo elemento: o molibdênio. 
Posteriormente, em 1782, P. J. Hjelm obteve o metal e chamou-o de 
molibdênio. O nome molibdênio é derivado do grego molybdos, que 
signi ica conduzir, o cabo condutor.
O Molibdênio foi, por muito tempo, conhecido como essencial 
para o crescimento de plantas superiores. Em 1953, ele foi encontrado 
em uma enzima essencial, chamada xantina desidrogenase.
A função essencial do molibdênio em plantas é bem 
conhecida. Em leguminosas, o molibdênio ajuda na ixação do 
nitrogênio. Evidencia-se que o molibdênio é um elemento essencial, 
já que ele faz parte da estrutura molecular de duas enzimas: xantina 
oxidase, envolvida na oxidação da xantina para ácido úrico, e aldeído 
oxidase, envolvida na oxidação de aldeído para ácido carboxílico. 
Dietas com baixo nível de molibdênio afetam, desfavoravelmente, o 
crescimento de pequenos animais.
Absorção, metabolismo e excreção
O Molibdênio é prontamente absorvido como molibdato 
no intestino delgado, embora alguma absorção ocorra também 
por meio do trato intestinal. A taxa de absorção pode ser 
drasticamente diminuída pela presença de sulfatos nos alimentos. 
Há pouca retenção deste elemento no ígado, adrenal, rins e ossos. 
O molibdênio é excretado rapidamente na urina e, em quantidade 
limitada, na bile e nas fezes.
50 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
Função
O transporte de elétrons, importante no metabolismo 
das purinas, é função do molibdênio, como um componente 
de três diferentes sistemas enzimáticos, que são envolvidos no 
metabolismo de carboidrato, gorduras, proteínas, aminoácidos que 
contêm enxofre e ácidos nucléicos (DNA e RNA). 
Tem-se observado, em carneiros em fase de crescimento, 
que o molibdênio promove um maior crescimento desses animais. 
Apesar de a base para tal ação não ser conhecida, tem sido 
observado que o molibdênio tem tido um efeito estimulante sobre a 
degradação da celulose pelos microrganismos no rúmen. Ademais, 
esse elemento também é um componente dos esmaltes dos dentes.
Não de observa, em circunstâncias naturais, a de iciência de 
molibdênio em animais, exceto se a utilização deste mineral seja 
interferida por excesso de cobre e sulfato. 
A de iciência de molibdênio em animais é especialmente 
susceptível para o efeito tóxico do bisul ite, caracterizando-se por 
di iculdades na respiração e por doenças neurológicas.
No que concerne à toxidez de molibdênio, temos que ela 
é de maior interesse prático que a de iciência. A molibdenose, 
particularmente, ocorre sempre que as gramíneas estão crescendo 
sobre solos com alto teor de molibdênio.
Principais inter-relações
O molibdênio relaciona-se com o cobre e o sulfato de maneira 
que sua utilização pelo organismo é reduzida, caso haja excesso de 
cobre e sulfato.
Além disso, sempre que houver uma ingestão excessiva de 
molibdênio pelo animal, há uma signi icante perda de cobre por 
meio da urina. Portanto, o requerimento de cobre é aumentado. 
Em outros casos, a toxidez em virtude do excesso de cobre é 
Minerais para ruminantes • 51
contrabalanceada pela ação do molibdênio, que possui ação 
microbiana em ruminantes. 
1.2.9. Selênio (Se) 
Em 1817, o químico Sueco Berzelius descobriu o elemento 
selênio.
Em 1940, cientistas Alemães testaram um tipo europeu 
de levedura de cerveja para uso como suplemento proteico, e 
constataram que isto poderia produzir uma doença no ígado de 
ratos, a qual foi evitada por alimentação de germe de trigo ou 
outras fontes de VIT-E.
Então, em 1951, o pesquisador e médico alemão, Klaus 
Schwarz, que, naquele tempo, foi em visita cienti ica ao Instituto 
de Saúde Nacional Americano, descobriu que um tipo de levedura 
americana de cerveja continha um fator 3 não identi icado, o 
qual, aparentemente, atuava junto com a VIT-E e os aminoácidos 
contendo enxofre na proteção do ígado contra danos ocasionados 
por certos tipos de dietas. Schwarz permaneceu na América do 
Norte, para continuar suas pesquisas e, em 1957, ele, Foltz, e seus 
colaboradores reportaram que o fator 3 continha selênio.
Outros estudos feitos pelo grupo do Instituto de Saúde e por 
Scott com seus colaboradores, no Depto. de Poultry Husbandry at 
Cornell, mostraram que a adição de sais de “Selênio” na dieta de 
pintos evitava certas doenças resultantes da de iciência de VIT-E.
O passo da descoberta apressou Old ield e outros pesquisa-
dores, que observaram que o selênio protegia bezerros e cordeiros de 
doenças musculares, nutricionais e de distro ia muscular.
Finalmente, em 1973, Rotruck e seus colaboradores, na 
Universidade de Wisconsin, a irmaram que o selênio atuava como um 
cofator para a recente descoberta da enzima Glutatione peroxidase, 
que quebrava e atuava em moléculas de peróxidos tóxicos, cuja 
maioria é formada da oxidação de gorduras polinsaturadas. Então, 
52 • Sebastião Luiz de Almeida Filho
a ligação entre o selênio e a VIT-E foi demonstrada e provou-se 
que esse elemento participou da quebra de compostos altamente 
tóxicos e, juntamente com a VIT-E, prevenia a sua formação. 
Pesquisas recentes sugerem que há outras funções para esse 
elemento essencial.
Absorção, metabolismo e excreção
O selênio ingerido é absorvido no intestino, principalmente, 
no duodeno e no ceco. Após esse processo, ele é ligado à proteína 
e transportado no sangue para os tecidos, onde é incorporado à 
proteína como selenocísteina e selenometionina. Depois, no último 
processo, o selênio substitui o enxofre nos aminoácidos cisteina 
e metionina. A excreção de selênio ocorre em maior parte por 
meio dos rins, na urina, apesar de quantidades pequenas serem 
excretadas nas fezes e no suor. Quando há toxidade, a eliminação 
do selênio pela via respiratória aumenta.
Função
Como componente da enzima glutationa peroxidase, a função 
metabólica do selênio é proteger contra a oxidação de ácidos graxos 
poliinsaturados, que ocasionam danos nos tecidos.
Ademais, esse elemento protege os tecidos de certas 
substâncias venenosas, como o arsênio, o cádmio e o mercúrio. Inter-
relaciona-se com a VIT-E e com aminoácidos que contenham enxofre. 
No que concerne ao seu armazenamento, tem-se que ele 
ocorre nos rins, ígado e outros tecidos glandulares. 
Deve-se notar que a de iciência de selênio pode causar, em 
bezerros, uma condição chamada de “músculo branco”. O excesso 
de selênio na dieta, por sua vez, resulta na perda de pelo, feridas 
dos cascos, manqueira, anemia, salivação em excesso, ranger dos 
dentes, cegueira e paralisia, podendo levar, muitas vezes, à morte.
Minerais para ruminantes • 53
Principais inter-relações
O Selênio auxilia as VIT-E e os aminoácidos que contém 
enxofre em sua constituição. Ele protege contra os efeitos tóxicos 
do arsênico, do cobre e do mercúrio. Igualmente, estes elementos 
agem contra os efeitos tóxicos do selênio. 
Uma dieta de alto teor em proteína e alto teor em sulfato 
promove alguma proteção contra o envenenamento por selênio. 
Dietas ricas em ácidos graxos poliinsaturados, mas pobres em 
VIT-E, podem aumentar o requerimento por selênio. 
Vitamina E e Selênio
Durante o ano de 1950, uma inter-relação entre selênio 
e VIT-E foi estabelecida. Descobriu-se que o selênio prevenia 
necrose no ígado com de iciência de VIT-E em ratos. Uma pesquisa 
posterior demonstrou que ambos, selênio e VIT-E, protegiam a 
célula do efeito detrimental da peroxidação, mas

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