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08 CADERNO TEMATICO-Direito Penal Militar

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Atualizado em ago-21 
CADERNO 
TEMÁTICO 
 
Curso Técnico em 
Segurança Pública CTSP – 2021 
08 DIREITO PENAL MILITAR 
 
 
 
 
Objetivos 
 
 
Qualificar, capacitar e orientar o Aluno-Sargento para sua atuação 
como na área penal militar (através da teoria e da prática) com abordagens 
a temas de extrema relevância, desenvolvendo a competência necessária 
para o exercício de suas atribuições. 
 
 
 
 
 
Curso Técnico em Segurança Pública CTSP – 2021 
NOTAS DE AULA 
Atualizado em ago-21 
1. CÓDIGO PENAL MILITAR – PARTE GERAL 
 
Conceitos de Direito Penal e Direito Penal Militar 
O Direito Penal é ramo do Direito voltado a limitar o poder 
punitivo do Estado, de modo a instituir infrações penais e sanções 
correspondentes, bem como regras atinentes à sua aplicação. Já o 
Direito Penal Militar é um ramo especializado, com o mesmo 
prisma, voltado às infrações penais militares, com enfoque na 
garantia de princípios basilares das Forças Armadas, constituídos 
principalmente pela hierarquia e disciplina
1
. 
Cumpre mencionar que nos termos do art. 2º. da Lei 
Complementar nº. 10.990/97, no qual dispões sobre o Estatuto dos 
Militares Estaduais do Estado do Rio Grande do Sul, a Brigada 
Militar é organizada com base na hierarquia e na disciplina, sob a 
autoridade suprema do Governador do Estado. 
1.1 Aplicação da Lei Penal Militar 
Princípios gerais do Direito Penal Militar 
1.1.1 Princípio da legalidade e da anterioridade 
Este princípio diz respeito às regras positivadas da legislação 
castrense, de modo que “está indissoluvelmente ligado ao conceito 
de Estado de Direito, a ponto de se poder dizer que não há Estado 
de Direito sem que o referido princípio não seja reconhecido.” 
2
 
Significa dizer que ao policial militar não há critérios para verificar 
situações de oportunidade ou conveniência para aplicação da lei 
penal militar. Nesse sentido, agirá de ofício após tomar ciência do 
delito militar praticado, por dever de ofício e em virtude da ação 
penal nos crimes militares ser pública incondicionada. 
Constitui a limitação básica do poder estatal, consagrado pelo 
brocardo (axioma jurídico) “nullum crimem, nulla poena sine 
praevia lege” (não há crime sem lei anterior que o defina,nem pena 
sem previa cominação legal – arts 1º do CPM e 5º, Inc. XXXIX da 
CF/88). Reserva legal: somente a lei em sentido formal pode 
taxativamente estabelecer o que é crime e cominar as respectivas 
sanções, de modo a observar o devido processo legislativo 
estatuído no artigo 59 e seguintes da CF/88. Além disso, ninguém 
pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime 
(abolitio criminis), cessando, em virtude dela, a própria vigência de 
 
1
 NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar Comentado. 2. ed. rev. atual e 
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2014, p. 19. 
2
 ALVES-MARREIROS, Adriano, Guilherme Rocha, Ricardo Freitas. Direito Penal 
Militar. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015, p. 79. 
 
Curso Técnico em Segurança Pública CTSP – 2021 
NOTAS DE AULA 
Atualizado em ago-21 
sentença condenatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de 
natureza civil (art. 2º do CPM). 
 
1.1.2 Princípio da hierarquia e da disciplina: 
A hierarquia militar é a ordenação da autoridade, em níveis 
diferentes, dentro da estrutura das Forças Armadas. A ordenação se 
faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo posto ou 
graduação se faz pela antiguidade. O respeito à hierarquia é 
consubstanciado no espírito de acatamento à sequência de 
autoridade. 
Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das 
leis, regulamentos, normas e disposições que fundamentam o 
organismo militar e coordenam seu funcionamento regular e 
harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por 
parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo. 
Assim, disciplina e hierarquia, como princípios básicos que 
regem a vida militar, traduzem valores dignos de serem 
preservados em nome da eficiência das Forças Armadas devem ser 
mantidos em todas as circunstâncias da vida entre militares da 
ativa, da reserva remunerada e reformados
3
. 
1.1.3 Irretroatividade 
A lei penal militar, como regra, não pode ser aplicada aos fatos 
ocorridos antes de sua vigência ou após sua revogação. No entanto, 
a lei posterior que, de qualquer modo, favorece o agente (lex 
mitior) aplica-se retroativamente, ainda que já tenha sobrevindo 
sentença condenatória irrecorrível (retroatividade benigna – art. 2º, 
§ 1º do CPM), inclusive em relação aos benefícios prescritos em lei 
nova, e não existentes na lei anterior. 
1.2 Tempo e lugar do crime militar 
 Definidos nos artigos 5º e 6º do CPM. 
O tempo do crime é definido pelo Art. 5º do CPM, no qual 
adotada a teoria da atividade nos ilícitos penais militares, assim, 
considera-se praticado o delito no momento da conduta, não 
importando o momento do seu resultado
4
. 
Com relação ao lugar do crime, existem três teorias: a da 
atividade, a do resultado e a mista ou da ubiqüidade. A primeira 
considera o local da infração penal onde foram praticados os atos 
 
3
 ALVES-MARREIROS, Adriano, Guilherme Rocha, Ricardo Freitas. Direito Penal 
Militar. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015, p. 79. 
4
 NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar Comentado. 2. ed. rev. atual e 
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2014, p. 34. 
 
Curso Técnico em Segurança Pública CTSP – 2021 
NOTAS DE AULA 
Atualizado em ago-21 
executórios da conduta, a segunda cita como local do crime onde 
ocorreu a consumação do delito, já por fim, a teoria mista ou da 
ubiqüidade cita como local tanto o lugar do crime, tanto quanto 
onde se deu o resultado do crime
5
. 
“Assim, em um sentido amplo, podemos afirmar que, 
relativamente ao lugar do crime, o CPM adotou um sistema misto 
que engloba a teoria da atividade e a teoria da ubiqüidade” 
6
. 
Observando-se que os crimes omissivos seguem a lógica do 
lugar em que deveria ter se realizado a ação omissiva, sem 
considerar onde se deu o resultado. 
1.3 Conceito de Militar 
 Definição do art. 22 do CPM. 
O diploma legal conceitua quem é considerado militar para 
efeitos de aplicação do CPM, embora tal definição esteja 
incompleta. Conforme disposto nos art. 42 e 144 § 5º da CF, os 
membros das Policiais Militares e Corpo de Bombeiros Militares 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios (se houver), são 
disciplinados pelo CPM
7
. 
Nos termos do § 4º do art. 125 da CF, compete à Justiça 
Militar Estadual processar e julgar os Militares dos Estados, nos 
crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos 
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a 
vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a 
perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. 
1.4 Crime militar Extravagante 
O conceito de crimes militares por extensão, última 
classificação, surgiu com o advento da Lei nº 13.491/17. Com o 
aparecimento da Lei mencionada houve a alteração da competência 
da Justiça Militar, o que, consequentemente, também alterou o 
conceito de crime militar. 
Isso porque, a referida Lei inovou ao trazer que, também são 
considerados crimes militares aqueles dispostos na legislação penal 
comum, quando praticados nas hipóteses previstas no artigo 9º do 
Código Penal Militar. 
 
5
 NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar Comentado. 2. ed. rev. atual e 
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2014, p. 35. 
6
ASSIS, Jorge Cesar de. Comentários ao Código Penal Militar: comentários, doutrina e 
jusrisprudência dos tribunais militares e tribunais superiores. 6.– Curitiba: Juruá, 2008, 
p. 32 
7
 NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar Comentado. 2.ed. rev. atual e 
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2014, p. 58. 
 
Curso Técnico em Segurança Pública CTSP – 2021 
NOTAS DE AULA 
Atualizado em ago-21 
Com o crescimento dos crimes comuns com novas figuras 
penais na legislação penal (por exemplo: abuso sexual, crimes 
cibernéticos, crime organizado, crimes do estatuto do 
desarmamento, crimes contra crianças, adolescentes e idosos etc.), 
de forma atualizada e com penas mais proporcionais à 
realidade, o CPM, que é o diploma legal dos crimes militares, foi 
corrigido com a novel Lei 13.491/17. 
Com a alteração da redação do art. 9º do Código Penal Militar 
(CPM) aumentou-se o rol de crimes militares e igualmente 
ampliou-se a competência da Justiça Militar trazendo uma nova 
categoria de crimes militares. Ao lado da tradicional classificação 
dos crimes propriamente militares (aqueles previstos 
exclusivamente no CPM), contemplada na CF (art. 5º, LXI, in fine) 
e no CP (art. 64, II), e dos crimes impropriamente militares 
(aqueles que possuem igual definição no Código Penal Comum), a 
referida Lei agora instituiu os crimes militares por extensão 
(aqueles previstos exclusivamente na legislação penal comum, isto 
é, no Código Penal (CP) e na legislação extravagante) 
O desvio de conduta criminal do militar – seja ele federal 
(integrante das Forças Armadas) ou estadual (integrante da Polícia 
Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar) – quando abusando de 
suas atribuições, quando praticando crimes no exercício de suas 
funções, quando praticando crimes no interior do quartel, 
responderá por crime militar, que aqui denominamos como 
crimes militares por extensão, de forma que os superiores 
hierárquicos terão maior controle e melhores meios para apuração 
de responsabilidade de seus subordinados, com o rigor e a 
celeridade próprias das atividades militares, contando ainda com a 
eficiência das Justiças Militares, sem perder a qualidade. 
 
1.5 Crime militar em tempo de paz 
A doutrina mais moderna dividia os crimes militares em 
apenas dois grupos: própria e impropriamente militares. O crime é 
propriamente militar quando o bem jurídico tutelado é exclusivo do 
meio militar, sendo previsto exclusivamente no Código Penal 
Militar e tendo como sujeito ativo somente o militar da ativa. 
Já o crime impropriamente militar, por afetar bens jurídicos 
comuns às esferas militar e civil, tem previsão legal tanto no 
Código Penal Militar quanto na legislação comum e pode ser 
praticado por militar da ativa ou da reserva ou reformado ou por 
civil. Percebe-se que essa abordagem não fazia distinção entre os 
crimes impropriamente e os acidentalmente militares. 
A previsão de crime militar está contida no art.9º do CPM. 
Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: 
 
Curso Técnico em Segurança Pública CTSP – 2021 
NOTAS DE AULA 
Atualizado em ago-21 
I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso 
na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, 
salvo disposição especial; 
II – os crimes previstos neste Código e os previstos na legislação penal, 
quando praticados: (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017) 
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na 
mesma situação ou assemelhado; 
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à 
administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou 
assemelhado, ou civil; 
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de 
natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à 
administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou 
civil; (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996) 
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar 
da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; 
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o 
patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar; 
f) revogada. (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996) 
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, 
contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os 
compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos: 
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem 
administrativa militar; 
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de 
atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou 
da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao seu cargo; 
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, 
vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, 
acantonamento ou manobras; 
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar 
em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, 
garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, 
quando legalmente requisitado para aquêle fim, ou em obediência a 
determinação legal superior. 
§ 1o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e 
cometidos por militares contra civil, serão da competência do Tribunal do 
Júri. (Redação dada pela Lei nº 13.491, de 2017) 
§ 2o Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e 
cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da 
competência da Justiça Militar da União, se praticados no 
contexto: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017) 
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo 
Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da 
Defesa; (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017) 
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão 
militar, mesmo que não beligerante; ou (Incluído pela Lei nº 13.491, de 
2017) 
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei 
e da ordem ou de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com 
o disposto no art. 142 da Constituição Federal e na forma dos seguintes 
diplomas legais: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017) 
a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro de 
Aeronáutica; (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017) 
b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; (Incluída pela Lei 
nº 13.491, de 2017) 
c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Processo 
Penal Militar; e (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017) 
d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. (Incluída 
pela Lei nº 13.491, de 2017) 
 
Importante destacar que a Lei Federal nº. 13.491/2017 trouxe 
um novo conceito de crime militar e situações excepcionais nos 
julgamentos de crimes dolosos contra a vida de civis, 
principalmente na Justiça Militar da União. 
Pela inovação legislativa, crime militar é o delito praticado por 
militar, nas hipóteses do art. 9º do CPM, com previsão no CPM ou 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9299.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9299.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7565.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp97.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1002.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4737.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
 
Curso Técnico em Segurança Pública CTSP – 2021 
NOTAS DE AULA 
Atualizado em ago-21 
na legislação penal comum. Dessa forma, a justiça castrense teve 
ampliada a sua competência nos julgamentos de crimes militares
8
. 
 
1.6 Crime militar em tempo de guerra 
 Definido no art.10º do CPM. 
 
Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra: 
I - os especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra; 
II - os crimes militares previstos para o tempo de paz; 
III - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual 
definição na lei penal comum ou especial, quando praticados, qualquer que 
seja o agente: 
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado; 
b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a 
preparação, a eficiência ou as operações militares ou, de qualquer outra 
forma, atentam contra a segurança externa do País ou podem expô-la a 
perigo; 
IV - os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não 
previstos neste Código, quando praticados em zona de efetivas operações 
militares ou em território estrangeiro, militarmente ocupado 
1.7 Fontes do Direito Penal Militar: 
As fontes, como o próprio nome sugere, são o nascedouro, os 
instrumentos que dão início ao Direito Penal Militar. 
a. Fontes materiais: de plano, podemos definir como fonte 
material, a fonte de criação. De acordo com nossa Carta Magna, 
compete privativamente à União legislar sobre a as leis penais, e isso 
engloba o direito penal militar. 
b. Fontes formais: são aquelas que permitem o conhecimento do 
direito. É a fonte de revelação, pela qual se dá conhecimento ao povo 
sobre a criação de uma norma. Subdivide-se em imediata e mediata. 
 
8
Apelação (criminal) - 1000566-56.2018.9.21.0001 
Relator: Juíza Civil Maria Emília Moura da Silva 
Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE TORTURA. LEI 9455/97. PRELIMINARES. NULIDADES. 
INTIMAÇÃO. ATOS PROCESSUAIS. EMAIL. APLICATIVO WHATSAPP. POSSIBILIDADE. 
VALIDADE. PACIFICAÇÃO JURISPRUDENCIAL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 
COMPETÊNCIA REGULATÓRIA. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. ARTIGO 196, CPC. 
CERCEAMENTO DE DEFESA. REABERTURA DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL. PROVA. JUNTADA 
EXTEMPORÂNEA. FALTA DE ARGUIÇÃO. PRECLUSÃO. PREJUÍZO. AUSÊNCIA. DECLINAÇÃO DE 
COMPETÊNCIA. LEI 13.491/17. RATIFICAÇÃO DE ATOS. ARTIGO 64, §4º, CPC. EFICÁCIA. MÉRITO. 
TIPO PENAL. TORTURA. SUBSUNÇÃO FÁTICA. INOCORRÊNCIA. PROVIMENTO AOS APELOS 
DEFENSIVOS. ABSOLVIÇÕES. ARTIGO 439, C E E, CPPM. DECISÃO MAJORITÁRIA DO 
COLEGIADO. 1. É entendimento já pacificado nas Cortes Superiores e no Conselho Nacional de Justiça sobre a 
possibilidade e a favorabilidade do uso dos meios eletrônicos e das plataformas de comunicação, no âmbito do 
Poder Judiciário, como meio de intimação dos atos processuais às partes. 2. A juntada de prova extemporânea à 
fase instrutória não traz a nulidade pelo cerceamento de defesa, se as partes, contra o ato, não se insurgiram no 
tempo e modo devidos. 3. Não há nulidade na ratificação de atos e decisões processuais praticados na Justiça 
Comum, cuja declinação para o foro castrense se deu com a edição da Lei 13.491/17. 4. Conjunto probatório, 
oral e pericial, inapto à subsunção das condutas denunciadas ao crime de tortura-castigo, descrito no artigo 1º, 
inciso II da Lei 9.455/97, como “submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de 
violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou 
medida de caráter preventivo”. 5. Decisão majoritária do Colegiado para dar provimento aos apelos defensivos, 
com escopo no artigo 439, letra "c" e "e", do CPPM. 
 
 
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NOTAS DE AULA 
Atualizado em ago-21 
- Fontes imediatas: a fonte imediata de direito penal militar é a lei, 
em sentido estrito. 
- Fontes mediatas: são os costumes, princípios gerais de direito, 
analogias e inclusa também, a jurisprudência. 
1.8 Critério Específico de aplicação do crime militar por meio 
do Art. 9º do CPM 
1.8.1Definição 
Diferente do que ocorre no Direito Penal Comum, em que diante 
de uma conduta típica, ilícita e culpável teremos crime, o Direito 
Penal Militar necessita, além disto, que a conduta se adeque ao que 
dispõe o Art. 9º do CPM, para que o crime seja considerado militar. 
Destarte, o artigo 9º traz as hipóteses de crimes militares em tempo 
de paz. 
Cabe ressaltar que as mesmas disposições aplicáveis ao tempo 
de paz são aplicáveis ao tempo de guerra, contudo o Art. 10 do CPM 
dispõe sobre os crimes militares em tempo de guerra. 
Para conceituar o crime militar a doutrina estabeleceu também 
outros critérios: rationemateriae, ratione personae, ratione temporis 
e ratione loci. O critério ratione materiae exigeque se verifique a 
dupla qualidade militar – no ato e no agente. Por outro lado, são 
delitos ratione personae aqueles cujo sujeito ativo é militar 
atendendo exclusivamente à qualidade demilitar do agente (militares 
envolvidos). Por exemplo, desafio para duelo (art. 224, do CPM). Já 
o critério ratione loci leva em conta o lugar do crime, bastando, 
portanto, que o delito ocorra em lugar sob administração militar. Por 
fim, delitos militares ratione temporis praticados em determinada 
época, como, por exemplo, os ocorridos em tempo de guerra ou 
durante o período de manobras ou exercício. 
Reforça-se que a classificação do crime militar se faz pelo 
critério ratione legis, ou seja, é crime militar aquele que o Código 
Penal Militar diz que é, ou melhor, enumera em seu art. 9.º. Já as 
alíneas do inciso II do aludido artigo colocam outros critérios, quais 
sejam, em razão da matéria, da pessoa, do lugar e do tempo. 
1.8.2Competências 
A base legal para a competência da Justiça Militar está inserida 
na Constituição Federal de 1988 (Art. 125, §§ 3º e 4º), Constituição 
Estadual do Rio Grande do Sul de 1989 ( arts. 104, 105 e 106) e no 
Código de Organização Judiciária do RS (Lei nº 7.356/80 - COJE) – 
arts. 230 a 302) 
A Justiça Militar Estadual de 1º Grau existe em todos os Estados 
da Federação, e os Tribunais Militares existem como órgãos de 2ª 
instância nos Estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas 
 
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NOTAS DE AULA 
Atualizado em ago-21 
Gerais, com a competência para julgar os militares estaduais (ativos 
e inativos) que cometem crimes militares, exceto homicídios dolosos 
contra civis, que são julgados pela Justiça Comum, em Júri Popular. 
Além disso, a Emenda Constitucional nº 45 passou a designar os 
Juízes-Auditores de Juízes de Direito do Juízo Militar, estabelecendo 
a sua competência para processar e julgar, singularmente, os crimes 
militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos 
disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a 
presidência de Juiz de Direito, processar e julgar os demais crimes 
militares. 
Trata-se de Justiça especializada que possui como 
jurisdicionados os policiais e bombeiros militares, ativos e inativos, e 
uma organização judiciária especializada (justiça castrense) 
segmento do Poder Judiciário, com base na Constituição Federal de 
1988, disponha, em seu artigo 125, §3º, que pode haver tribunais de 
justiça militar em estados cujo efetivo militar seja superior a vinte 
mil integrantes, na maioria dos estados brasileiros, a Justiça Militar 
limita-se ao primeiro grau de jurisdição (Conselhos de Justiça), 
correspondendo à segunda instância o próprio Tribunal de Justiça 
Estadual, sendoque no Rio Grande do Sul, existe o Tribunal de 
Justiça Militar é estruturado em duas instâncias: a Primeira 
constituída pelos Juízes de Direito do Juízo Militar e os Conselhos 
de Justiça, os quais atuam nas auditorias militares; e a Segunda, pelo 
Tribunal de Justiça Militar, composta por juízes que integram esses 
órgãos. 
No tocante a atividade de polícia judiciária no âmbito das 
polícias militares, destaca-se que sua competência está prevista no 
artigo 129, caput, da Constituição Estadual de 1989. 
No âmbito da Brigada Militar, a análise dos crimes militares 
cometidos obedece a determinadas regras e procedimentos de 
exercício de polícia judiciária militar no âmbito de sua jurisdição. A 
NI Temática Administrativa n. º 028.1, de 29 de novembro de 2006, 
determina a adoção de procedimentos de polícia judiciária militar, 
quando da ocorrência de crime militar, no âmbito da Brigada Militar. 
Tomando-se por base as Constituições Federal e Estadual, o 
CPM (Lei n. º 1.001, de 21.10.69), o CPPM (Lei n.º 1.002, de 
21.10.69), diretrizes e determinações de ordem interna, bem como a 
aplicação subsidiária do CP, CPP e leis especiais federais e 
estaduais, a autoridade militar a quem compete a apuração e que 
constatar a ocorrência de crime militar definido em lei, tem por 
dever de tomar providências em relação à prática do ilícito e à prisão 
do respectivo autor, de imediato. 
Não podemos dizer que o crime militar é somente aquele 
cometido por militar, uma vez que o crime pode ser cometido por um 
civil como por exemplo, contra a administração militar, ensejando 
este numa das espécies de crime militar. 
 
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Atualizado em ago-21 
1.8.3Competência jurisdicional para processo e julgamento 
Importante se ter em mente a competência estadual para 
apuração de crimes militares. Em matéria de competência 
jurisdicional, a JME sofreu importantes alterações com a 
Emenda Constitucional n. º 45/2004, que modificou 
substancialmente o artigo 125, em seus parágrafos 4º e 5º da 
Constituição Federal de 1988: 
§4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os 
militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e 
as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada 
a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao 
tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente 
dos oficiais e da graduação das praças. 
§5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e 
julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra 
civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, 
cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de 
direito, processar e julgar os demais crimes militares. 
Assim, a JME, além dos Conselhos de Justiça possui a 
competência para o processo e julgamento dos crimes militares em 
geral, conferiu-se ao juiz de Direito, singularmente, a competência 
para processar e julgar crimes militares cometidos contra civis e, 
ainda, para o conhecimento e julgamento das ações cíveis que 
versem sobre atos disciplinares militares. Até então tais ações 
pertenciam às Varas da Fazenda Pública, na Capital. Salienta-se, que 
em relação à Justiça Militar Federal esse acréscimo de competência 
não ocorreu, remanescendo sua competência tão somente, às ações 
penais. 
Logo, diferentemente da Justiça Militar Federal, jamais a Justiça 
Militar Estadual poderá submeter a processo e julgamento cidadãos 
civis pelo cometimento de crime militar, porquanto sua competência 
se restringe a crimes militares cometidos por policiais militares e 
bombeiros militares (RS), incluindo os da reserva e reformados (por 
força do artigo 13 do CPM – “o militar da reserva ou reformado, 
conserva as responsabilidades e prerrogativas do posto ou graduação, 
para efeito da aplicação da lei penal militar, quando pratica ou contra 
ele é praticado crime militar”), conforme o artigo 125, parágrafo 4º 
(supra). 
1.9 Competência de julgamento de crimes dolosos cometidos por 
militares contra a vida de civil 
Cabe ressaltar a alteração legislativa trazida pela Lei nº 13.491, 
de 2017, no que diz respeito ao antigo parágrafo único do art. 9º, o 
qual foi dividido em parágrafos primeiro e segundo. 
§1
o
 Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a 
vida e cometidos por militares contra civil, serão da 
competência do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei nº 
13.491, de 2017) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
 
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§2
o
 Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a 
vida e cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, 
serão da competência da Justiça Militar da União, se praticados 
no contexto: (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017) 
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas 
pelo Presidente da República ou pelo Ministro de Estado da 
Defesa; (Incluído pela Lei nº 13.491, de 2017) II – de ação que 
envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, 
mesmo que não beligerante; ou (Incluído pela Lei nº 13.491, de 
2017) 
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de 
garantia da lei e da ordem ou de atribuição subsidiária, 
realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da 
Constituição Federal e na forma dos seguintes diplomas legais: 
(Incluído pela Lei nº13.491, de 2017) 
a) Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986 - Código Brasileiro 
de Aeronáutica; (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017) 
b) Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999; (Incluída 
pela Lei nº 13.491, de2017) 
c) Decreto-Lei nº 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de 
Processo Penal Militar; e (Incluída pela Lei nº 13.491, de 2017) 
d) Lei n
o
 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. 
(Incluída pela Lei nº 13.491,de 2017). 
No primeiro parágrafo manteve-se a competência do Tribunal 
do Júri para o processamento e julgamento dos crimes dolosos contra 
a vida, cometidos por militares estaduais e federais, contra civis. 
Com relação ao segundo parágrafo, houve uma ampliação dos casos 
de exceção à competência do Tribunal do Júri, quanto aos crimes 
dolosos contra a vida, praticados por militares das Forças Armadas, 
contra civis, nas hipóteses elencadas nos incisos I, II e III e alíneas. 
Assim, em todas as hipóteses referidas, havendo o emprego das 
Forças Armadas e ocorrendo situações de crimes dolosos contra a 
vida de civis, a competência passa a ser da Justiça Militar da União. 
Os crimes dolosos contra a vida estão nos artigos 205 
(homicídio), 207 (instigação, induzimento ou auxílio ao suicídio) e 
208 (genocídio) do Código Penal Militar - a competência para a 
apuração é da Brigada Militar, eis que a Lei Federal n.º 9.299, de 07 
de agosto de 1996, somente deslocou a competência para a justiça 
comum, para o processo e julgamento. Disso decorre que os crimes 
continuam sendo militares apuráveis de acordo com o estabelecido 
na legislação processual penal militar. 
1.10 Teoria geral do crime militar 
Partindo do pressuposto de que o Brasil adota a teoria analítica 
tripartida para definição do que é crime, cabe diferenciar os três 
elementos formadores do crime e diferenciá-los: 
1.10.1 Tipicidade 
A tipicidade nada mais é do que adequação da conduta ao tipo 
penal. Sendo assim, não há crime quando a conduta é atípica, não 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7565.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp97.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp97.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1002.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4737.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13491.htm#art1
 
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prevista em lei. Condutas como jogar um cigarro no chão, embora 
sejam desprezíveis do ponto de vista ambiental, não têm previsão 
normativa como responsabilização criminal, desta forma, não sendo 
criminalizadas. 
A tipicidade se divide em conduta, que pode ser uma ação ou 
omissão, um nexo de causalidade, resultado e tipicidade. A conduta 
ativa também conhecida como comissiva se caracteriza quando o 
agente pratica algo de forma ativa. Já a conduta omissiva se 
caracteriza quando o agente deixa de praticar algo. 
O nexo de causalidade é o elo entre a conduta e o resultado. O 
resultado é aquilo que foi produzido pela conduta, podendo ser 
jurídico ou normativo. 
Por fim, a tipicidade, divide-se em formal e material. A 
tipicidade formal é a adequação do fato à norma penal, enquanto que 
a tipicidade material é a efetiva lesão à bem jurídico tutelado. 
Ressalta-se que o Direito Penal Comum adota a teoria finalista 
da ação que situa o dolo e a culpa na conduta, ou seja, na tipicidade; 
o Direito Penal Militar, por sua vez, insere o dolo e a culpa na 
culpabilidade, adotando assim, a teoria causalista da ação. Essas 
alterações teóricas trazem inúmeras implicações e mudanças na 
prática, como por exemplo, a questão da coação física irresistível. 
No direito Penal Comum, não haverá dolo ou culpa do agente 
quando ele praticar fato sob coação física irresistível. Sendo assim, 
não há tipicidade e a análise do caso se resume ao primeiro elemento 
do crime. Já no Direito Penal Militar, pelo fato de que o dolo e a 
culpa estão alocados na culpabilidade, se caso o agente praticar algo 
em razão de ser coagido de forma física e essa coação for impossível 
de oferecer resistência, temos ainda assim um fato típico e ilícito que 
será analisado, e a não responsabilização do agente será verificada 
apenas na culpabilidade, para verificar se dele não era exigível 
conduta diversa. 
1.10.2 Ilicitude 
A ilicitude ou antijuridicidade nada mais é do que o fato que foi 
praticado e é previsto em lei, ou seja, típico, que é contrário ao 
direito. Destarte, quando uma conduta prevista em lei, como, por 
exemplo, o roubo, for contrária ao direito, estaremos diante de uma 
situação típica e ilícita. 
1.10.2.1 Excludentes de ilicitude 
Os artigos que tratam das excludentes de ilicitude estabelecem 
norma semelhante ao contido no Código Penal Brasileiro. Segundo o 
estabelecido na norma penal, o agente não praticará crime quando 
agir ou se encontrar tutelado pelo estado de necessidade, a legítima 
defesa, o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular de 
direito, circunstâncias que afastam a responsabilidade penal do 
 
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agente. As situações estabelecidas neste dispositivo alcançam tanto 
os militares federais como os militares estaduais. Ressalta-se que no 
caso das excludentes de ilicitude, a sua ocorrência é um ônus que 
não pertence ao Ministério público, mas exclusivamente ao agente 
que alega a sua ocorrência (ônus da prova). 
De acordo com o Art. 42, do CPM, não há crime quando o 
agente pratica o fato: 
a. Em estado de necessidade justificante: 
O militar estadual pode alegar o estado de necessidade, a não ser 
que se encontre no exercício de suas funções constitucionais em 
razão do “tributo de sangue”. Nesse sentido, não pode o PM ou o 
bombeiro militar alegar esta excludente para deixar de cumprir com 
suas funções, dentre elas a preservação da ordem pública e a 
segurança da comunidade. Não se admite, por exemplo, o PM alegar 
que deixou de participar de ocorrência de tiroteio em razão da opção 
que fez entre a sua vida ou a vida da vítima. Também, não pode o 
bombeiro militar deixar de atender ocorrência de incêndio, alegando 
não salvar vítima, pois coloca sua vida em perigo. Entendemos que o 
cão que ataca o PM em ocorrência e este desfere tiros para salvar sua 
integridade física, matando o animal, age em estado de necessidade. 
São requisitos do estado de necessidade justificante
9
: 
a) Perigo de lesão que o agente não provocou e nem podia de 
outro modo evitar (resultante de caso fortuito ou força maior); 
b) Inevitabilidade da lesão ao bem próprio ou de outrem (perigo 
certo e atual); 
c) Conflito entre bens protegidos pela ordem jurídica; 
d) Balanceamento dos bens e deveres em conflito. Nesse aspecto 
assinala Francisco de Assis Toledo (1994: 184), que se afasta, pois, 
nesta área, qualquer possibilidade de justificação do sacrifício dobem 
maior para salvação do menor, transferindo-se, nesta ultima 
hipóteses, a solução para o juízo da culpabilidade (é o caso do art. 
39); 
e) Elemento subjetivo do agente, ou seja, 0 seu agir visando a 
salvar 0o bem ameaçado; 
.I) Inexigibilidade de dever do agente em enfrentar o perigo; 
militares,policiais e bombeiros terno dever de enfrentar perigo – 
Dever Jurídico de Agir. 
b. Em legítima defesa: 
 
9
ASSIS, Jorge Cesar de. Comentários ao Código Penal Militar: comentários, doutrina e 
jurisprudência dos tribunais militares e tribunais superiores. 6 ed.– Curitiba: Juruá, 
2008 
 
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A legítima defesa não significa necessariamente o emprego da 
força, mas a utilização dos meios necessários para repelir uma 
injusta agressão. Na maioria das vezes, a legítima defesa é 
representada pelo emprego da força, e no caso dos policiais militares 
pelo emprego das armas, principalmente arma de fogo. 
Requisitos da legitima defesa: agressão atual ou iminente); 
direitos do agredido ou de terceiros, atacado ou ameaçado de dano 
pela agressão; repulsa com os meios necessários; uso moderado de 
tais meios; conhecimento da agressão e da necessidade de defesa 
(vontade de defender-se). A ausência de qualquer dos requisitos 
exclui a legitima defesa
1011
. 
c. Em estrito cumprimento do dever legal: 
O militar em serviço poderá utilizar do exercício de suas 
funções constitucionais em razão de previsão legal, desde que 
observe o uso moderado dos meios. Tal excludente possibilita ao 
profissional, em razão da função, fazer cumprir a lei quando estiver 
diante de um caso concreto. Exemplo temos quando o PM intervém 
em uma ocorrência de roubo a pedestre ou a estabelecimento 
comercial
12
. 
 
10
ASSIS, Jorge Cesar de. Comentários ao Código Penal Militar: comentários, doutrina 
e jurisprudência dos tribunais militares e tribunais superiores. 6 ed.– Curitiba: Juruá, 
2008 
11
EMENTA: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. MPM. LESÃO CORPORAL. ART. 
209 DO CPM. LEGÍTIMA DEFESA. EXCLUDENTE DE ILICITUDE. COMMODUS 
DISCESSUS. REJEIÇÃO DE DENÚNCIA. MANUTENÇÃO DA DECISÃO A QUO. 
RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. UNANIMIDADE. 1. O Código Penal não 
exige que a agressão causadora da legítima defesa seja inevitável, de modo que o agentenão está obrigado a retirar-se ileso, evitando o ataque. Assim, estará albergado pela 
excludente, caso opte por permanecer no cenário de confronto e reprimir a injusta 
agressão, atual ou iminente, desde que o faça moderadamente com os meios necessários. 
2. Afigura-se desarrazoada a conduta do militar que inflige agressões verbais e físicas em 
colega de farda sob o pretexto de repreendê-lo, ignorando a solução de conflito por 
intermédio da cadeia de comando. 3. In casu, a insistência do Ofendido em afrontar o 
Indiciado, de forma agressiva, por mais de uma vez, revelou-se suficiente para justificar a 
conduta moderada do Indiciado que objetivou, unicamente, fazer cessar a injusta agressão 
sofrida. 4. Age em legítima defesa aquele que, a fim de repelir injusta agressão, utiliza-se 
dos meios proporcionais e moderados unicamente para extirpar o injusto, sendo 
descabida, por falta de justa causa, a submissão do indiciado a um processo penal quando 
cristalina a sua atuação pautada na excludente. 5. Decisão a quo que reconheceu a 
inexistência do crime pela excludente da legitima defesa mantida in totum. 6. Recurso 
Ministerial conhecido e não provido. Decisão unânime. (STM ʹ RSE 7000079-
37.2018.7.00.0000, Relator Ministro CARLOS AUGUSTO DE SOUSA. Publicação em 
12/04/2018.) 
12
APELAÇÃO. MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR. ABSOLVIÇÃO EM PRIMEIRA 
INSTÂNCIA. LESÃO CORPORAL CULPOSA DECORRENTE DE INGRESSO 
CLANDESTINO EM ÁREA MILITAR. ALEGAÇÃO DE IMPRUDÊNCIA. NÃO 
CONFIGURAÇÃO. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL. OBSERVÂNCIA 
 
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d. Em exercício regular de direito. 
Excludente que possibilita ao policial militar em atividade 
realizar ações próprias de sua função, tais como a condução 
coercitiva à busca pessoal. Assim, por intermédio de seu agente, o 
Estado estará exercendo seu poder de fiscalizador e aplicador da lei, 
proporcionado ao cidadão o exercício de seus direitos e as garantias 
fundamentais constitucionais. Essa excludente exige do PM preparo 
técnico-profissional, a fim de evitar abusos ou excessos de poder. 
1.10.3 Culpabilidade 
A culpabilidade é o juízo de reprovação social sobre o fato 
típico e ilícito. Desta forma, o fato pode ser previsto em lei e 
contrário ao Direito, que ainda assim em determinadas situações não 
teremos crime. 
A culpabilidade se divide em imputabilidade, potencial 
consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. 
1.9.3.1 Estado de necessidade exculpante – art. 39 CPM
13
 
Esta hipótese, descrita no art. 39 do CódigoPenal Militar, não 
possui similar no Código Penal comum. Entretanto, a doutrina 
apregoa, como causa supralegal de exclusão da culpabilidade, o 
estado de necessidade exculpante, constituído dos elementos 
constantes deste artigo. Nesse ponto, o Código Militar encontra-se 
mais avançado do que o comum. Estipula, expressamente, a ausência 
de culpabilidade nesse caso, permitindo a absolvição do agente. 
Requisitos do estado de necessidade exculpante: a) existência 
de uma situação de perigo certo e atual (risco de dano determinado e 
presente); b) perigo gerado involuntariamente(nem dolo, nem culpa) 
pelo agente do fato necessário; c) perigo inevitável (há o dever de 
fuga no estado de necessidade, de modo a não prejudicar, 
gratuitamente, bem alheio); d) proteção a bem próprio ou de terceiro, 
a quem se liga por relação de afeto ou parentesco (cuidando-se de 
 
DA NORMA INTERNA DA ORGANIZAÇÃO MILITAR. NEGADO PROVIMENTO 
AO APELO. UNANIMIDADE. Para a caracterização do delito descrito no artigo 210 do 
Código Penal Militar, é necessária a presença de todos os elementos do fato típico culposo, 
entre os quais a imprudência, que consiste na prática de um ato sem os cuidados que o caso 
requer. Não é reprovável a conduta do agente que atua no intuito de defender a segurança 
da Organização Militar, cumprindo todos os procedimentos estabelecidos pela Norma 
Interna da Unidade. Embora típica, a atitude não é ilícita, porquanto a lei impõe esse 
comportamento àquele que se encontra em serviço, agindo amparado pela excludente de 
ilicitude do estrito cumprimento do dever legal. A condenação do militar que age em estrito 
cumprimento do dever legal resultaria no esvaziamento dos serviços armados das Unidades 
Militares, fomentando o desrespeito às forças de defesa do país, sendo a absolvição medida 
que se impõe. Apelo a que se nega provimento. Unanimidade. (STM; 0000110-
41.2012.7.01.0201; Relator: CLEONILSON NICÁCIO SILVA; DJ:25/03/2015) 
13
 NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar Comentado. 2. ed. rev. atual e 
ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2014, p. 58. 
 
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situação exculpante, demanda-se ligação afetiva entre o agente do 
fato necessário e a pessoa em perigo); e)sacrifício de direito alheio 
de valor superior ao bem protegido (se o sacrifício fosse de bem de 
igual valor ou de valor inferior, estaria figurado o autêntico estado de 
necessidade, como excludente de ilicitude); f) existência de situação 
de inexigibilidade de conduta diversa (a situação é dramática o 
suficiente para não permitir que o agente do fato necessário tenha 
condições de discernir, com clareza, qual bem merece ser salvo, 
optando, então, pelo que lhe parece mais importante). Ex.: num 
naufrágio, havendo possibilidade de salvar uma pessoa estranha ou 
um cão-guia, o deficiente visual, provavelmente, concentra-se neste 
último, pois não lhe seria exigível comportamento diverso em 
momento trágico e gerador de intensa emoção. 
1.10 Excludente de culpabilidade 
É a capacidade que o agente tem ou não de ser responsabilizado 
penalmente em razão da prática de um ilícito penal, 
responsabilização esta que poderá ou não ocorrer em razão da idade, 
desenvolvimento mental incompleto e da embriaguez (Art. 48 ao 52 
do CPM). 
1.12 Punibilidade 
Art. 123 ao 135 do CPM. 
1.13 Causas Extintivas de Punibilidade: 
Estão inseridas nos artigos do CPM (art. 123) e de plano, 
direciona-se a anistia, indulto, e a abolitio criminis, uma vez que as 
restantes são auto afirmativas. 
a. Anistia: 
É de competência da União (Congresso Nacional). Afeta ao fato, 
e não o autor. Afasta os efeitos penais da sentença condenatória, mas 
não os civis. Pode ser concedida a qualquer tempo. Destina-se 
precipuamente, a crimes políticos. (Art. 123, II, CPM) 
b. Indulto: 
É concedido mediante decreto presidencial, geralmente a pessoa 
certa. Pode-se diferentemente ser concedido em caráter coletivo, 
cujo é mais conhecido. A novel carta constitucional, não se refere 
mais a graça, mas indulto individual. Não extingue a punibilidade. 
Somente se aplica após o trânsito e julgado da decisão condenatória. 
c. Abolitio Criminis: 
 
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Em especial, de amplo conhecimento no meio jurídico, 
especificamos o abolitio criminis, que é a abolição do crime, em 
tradução livre. Este termo latino refere-se no instante em que uma lei 
posterior revoga uma lei anterior. 
Assim, uma lei penal que estava vigendo, já com a aplicação da 
condenação, se fosse o caso, e vigora a partir de então, lei posterior 
que revoga o determinado dispositivo legal penal, configura-se a 
abolitio criminis, inclusive em sua condenação. Alusão ao art. 2º do 
CPM. 
1.14 Concurso de pessoas e concurso de crimes 
1.14.1 Concurso de pessoas 
Ocorre o concurso de pessoas, quando o ilícito penal é praticado 
por mais de uma pessoa. Cabe salientar que cada agente será 
responsabilizado, tanto na ação como na omissão, em razão de sua 
participação no crime praticado. (Art. 53 e 54 do CPM) 
a) Requisitos doconcurso de pessoas de acordo com a teoria 
monista
14
 
a) Pluralidade de pessoas e de condutas. Deve haver uma 
pluralidade de agentes praticando diversas condutas. 
b) Relevância causal de cada conduta. Exige-se um nexo causal 
eficaz de cada conduta para a produção do resultado. 
c) Liame subjetivo ou psicológico entre as pessoas. Deve haver 
um vínculo psicológico entre os concorrentes, que se traduz na 
comum resolução para o fato. A convergência subjetiva corresponde 
à consciência e à vontade que devem ser comuns, ou seja, na unidade 
de desígnios para todos os concorrentes a contribuir para uma obra 
coletiva. Não há necessidade de ajuste prévio entre os concorrentes. 
d) Identidade do ilícito penal. O delito deve ser idêntico ou uma 
unidade jurídica para todos. Os agentes, unidos pelo liame subjetivo, 
concorrem para a realização da mesma infração penal. 
1.14.2 Concurso de Crimes 
Ocorre o concurso de crimes quando o agente pratica, por uma 
ou mais ação ou omissão, mais de um ilícito penal. (Art. 79 e 80 do 
CPM) 
1.15 Espécies de penas 
1.15.1 Penas principais: 
 
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FARIA, Marcelo Uzeda de. Direito Penal Militar. 5 ed. São Paulo: Editora Jus Podivm, 
2019 
 
 
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O policial militar está sujeito a várias espécies de pena. Cabe 
salientar que a pena aplicada será proporcional à gravidade do delito 
cometido, indo desde a uma pena de morte (crimes em tempo de 
guerra) até uma pena de impedimento ou suspensão de um direito. 
(Art. 55 a 68 do CPM) 
1.15.2Penas acessórias - Art. 98 a 108 do CPM
15
. 
a) Perda do posto e da patente- 
A perda de posto e de patente resulta da condenação à pena 
privativa de liberdade por tempo superior a dois anos, e importa a 
perda das condecorações*. 
b) Indignidade e incompatibilidade para com o oficialato 
O legislador penal militar elegeu alguns crimes que entendeu 
indigno, ou incompatível, com a condição de oficial, determinando 
que, caso o oficial seja condenado por um deles (qualquer montante 
de pena), seja submetido ao julgamento pelo Conselho de 
Justificação. 
c) Exclusão das Forças Armadas 
Exige-se para a decretação da perda do posto e da patente dos 
oficiais e da graduação das praças, procedimento específico perante 
Tribunal competente, estando derrogado o art. 102, CPM, salvo se a 
condenação for por crime comum. 
d) Suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela 
Nos casos de condenação à pena privativa de liberdade superior 
a dois anos, durante o cumprimento da pena, em decorrência da 
impossibilidade de o titular exercer o poder familiar. 
1.16 Suspensão condicional da pena e livramento condicional 
1.15.1Suspensão condicional da pena - Art. 84 a 88 do CPM
16
. 
a) Conceito - A suspensão condicional da pena, também 
conhecida por sursis, é um instituto pelo qual a execução da pena 
privativa de liberdade é suspensa sob certas condições e durante 
determinado período de tempo, findo o qual, não havendo causa de 
revogação, é extinta a pena. É direito subjetivo do condenado. Uma 
 
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Prestes, Fabiano Caetano; Nascimento, Mariana Lucena; Giuliani Ricardo Henrique 
Alves. Direito Penal Militar Parte Geral E Especial. 6º Ed. Ed. Juspodivm. 2021. 
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 Prestes, Fabiano Caetano; Nascimento, Mariana Lucena; Giuliani Ricardo Henrique 
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vez presentes os seus requisitos, deve ser concedida, não podendo o 
juiz negar sua concessão ao acusado. 
Nos termos do art. 157 da Lei de Execução Penal e art. 85, 
CPM, o juiz ou tribunal deverá se pronunciar, motivadamente, sobre 
o sursis na sentença que aplicar pena privativa de liberdade, devendo 
especificar as condições a que fica subordinada a suspensão. 
b) Requisitos – 
- Condenado a pena de reclusão ou detenção por tempo igual ou 
superior a 2 (dois) anos, desde que tenha cumprido a metade da 
pena, se primário; e dois terços, se reincidente; 
- tenha reparado, salvo impossibilidade de fazê-lo, o dano 
causado pelo crime; 
- sua boa conduta durante a execução da pena, sua adaptação ao 
trabalho e às circunstâncias atinentes à sua personalidade, ao meio 
social e à sua vida pregressa permitam supor que não voltará a 
delinquir. 
c) Causas de revogação 
- Obrigatórias - a condenação por sentença irrecorrível por 
crime ou contravenção penal se condenado a pena privativa da 
liberdade; 
- Facultativas - deixar de cumprir quaisquer das obrigações 
constantes da sentença; for irrecorrivelmente condenado, por 
motivo de contravenção penal, embora a pena não seja privativa da 
liberdade; sofrer, se militar, punição por transgressão disciplinar 
considerada grave 
d) Extinção da pena - 
O juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, do 
Ministério Público ou do Conselho Penitenciário, julgará extinta a 
pena privativa da liberdade, se expirar o prazo do livramento sem 
revogação ou se for o liberado absolvido por sentença irrecorrível. 
1.16.2Livramento condicional: 
Art. 89 a 97 do CPM. 
1.17 Medidas de segurança - Art. 110 ao 120 do CPM
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. 
 
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a) Conceito 
É a restrição à liberdade, para fim de tratamento, àqueles indivíduos 
inimputáveis ou semi-imputáveis que cometem um delito penal e que 
apresentam periculosidade que o justifique. 
b) Detentivas 
Internação em manicômio judiciário e a internação em 
estabelecimento psiquiátrico anexo ao manicômio judiciário ou ao 
estabelecimento penal. 
c) Requisitos para aplicação 
- A prática de fato descrito como crime, 
- a inimputabilidade do agente e a existência de perigo à 
incolumidade alheia, tendo como base as condições pessoais e o fato 
praticado. 
- O fato precisa ser típico, antijurídico e culpável. 
1.18 Ação penal nos casos de crime militar 
Consoante o Artigo 29 do CPM e 121 do CPPM, a ação penal 
militar é pública incondicionada. 
A Ação penal somente pode ser promovida pela denúncia do 
Ministério Público (é o titular da ação penal). 
Importante salientar que as regras da Lei n 9.099/95 não são 
aplicadas à legislação militar. Imaginemos a hipótese do promotor de 
Justiça junto à Auditoria Militar, propondo a aplicação de pena de 
multa (inexistente no Direito Penal Militar), ou restritiva de direitos 
(igualmente inexistente), para o soldado que comparecesse a uma 
formatura uniformizado de oficial, cometendo assim o crime do art. 
172, do CPM – uso indevido de uniforme – cuja pena é de detenção 
até seis meses; ou para militar que abandona o posto ou serviço que 
está designado (art. 195, do CPM), cuja pena é de três meses de 
detenção a um ano; ou militar que desafiasse outro para duelo (art. 
224, do CPM), que tem pena prevista de detenção até três meses. Em 
sede de Direito Penal Militar, inexiste infração de menor potencial 
ofensivo
18
. 
 
18
Habeas corpus - 1000649/2014 
Relator: Juiz Civil Fernando Guerreiro de Lemos 
Ementa: HÁBEAS-CÓRPUS. LEI Nº 9099/95. INAPLICABILIDADE NA JUSTIÇA MILITAR. 
UNÂNIME. In casu, o paciente, ao ofertar resposta à acusação por escrito, postulou a aplicabilidade 
da Lei nº 9.099/95 aos crimes militares, pedido que foi indeferido pelo juízo a quo. Ocorre que o 
legislador infraconstitucional, através da Lei 9.839/99, vetou a aplicação da Lei nº 9099/95 no 
âmbito da Justiça Militar, inserindo o art. 90-A na referida lei. Ademais, o Plenáriodo Supremo 
Tribunal Federal declarou a constitucionalidade do art. 90-A da Lei nº 9.099/95. Portanto, estreme 
 
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Ressalta-se que por expressa disposição constitucional, a ação 
penal privada subsidiária da pública, ou seja, aquela existente em 
face da inércia do Ministério Público que não se manifesta no prazo 
legal, é admitida no Direito Penal Militar. 
 
1.19 Aspectos contemporâneos da legislação penal militar 
Atualizações doutrinárias e jurisprudenciais – súmulas: 
a. Supremo Tribunal Federal: 
 Súmula nº 297 - Oficiais e praças das milícias dos Estados, no 
exercício de função policial civil, não são considerados militares 
para efeitos penais, sendo competente a Justiça Comum para julgar 
os crimes cometidos por ou contra eles. 
 Súmula nº 298 - O legislador ordinário só pode sujeitar civis à 
Justiça Militar, em tempo de paz, nos crimes contra a segurança 
externa do país ou as instituições militares. 
 Súmula nº 385 - Oficial das Forças Armadas só pode ser 
reformado, em tempo de paz, por decisão de Tribunal Militar 
permanente, ressalvada a situação especial dos atingidos pelo art. 
177 da Constituição de 1937. 
 Súmula nº 555 - É competente o Tribunal de Justiça para julgar 
conflito de jurisdição entre Juiz de Direito do Estado e a Justiça 
Militar local. (Obs.: sobre conflito de competência: art. 102, I, "o"; 
art. 105, I, "d"; art. 108, I, "e", todos da CF/88). Em caso de 
ocorrência de crimes de lesões corporais leves (Art. 209, caput, do 
CPM), levíssimas (Art. 209, § 6º, do CPM) ou culposas (Art. 210, 
caput, do CPM), deve-se considerar que o Art. 88 da Lei Federal n. 
º 9.099/95 não tem incidência, como já vislumbramos 
anteriormente. 
 Súmula nº 694 - Não cabe habeas corpus contra a imposição da 
pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função 
pública. 
b. Superior Tribunal Militar 
 Súmula nº 3 - Não constituem excludentes de culpabilidade, nos 
crimes de deserção e insubmissão, alegações de ordem particular 
ou familiar desacompanhadas de provas. 
 
de dúvidas, inaplicável a Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça 
Militar. Habeas-Corpus denegado. Unanimidade. 
 
 
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 Súmula nº 7 - O crime de insubmissão, capitulado no art. 183 
do CPM, caracteriza-se quando provado de maneira inconteste o 
conhecimento pelo conscrito da data e local de sua apresentação 
para incorporação, através de documento hábil constante dos autos. 
A confissão do indigitado insubmisso deverá ser considerada no 
quadro do conjunto probatório. 
 Súmula nº 8 - O desertor sem estabilidade e o insubmisso que, 
por apresentação voluntária ou em razão de captura, forem julgados 
em inspeção de saúde, para fins de reinclusão ou incorporação, 
incapazes para o Serviço Militar, podem ser isentos do processo, 
após o pronunciamento do representante do Ministério Público. 
 Súmula nº 9 - A Lei nº 9.099, de 26.09.95, que dispõe sobre os 
Juízos Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências, não 
se aplica à Justiça Militar da União. 
 Art. 90-A da Lei 9.839/99 – As disposições da lei 9.099/95 não 
se aplicam no âmbito da Justiça Militar. 
 Súmula nº 10 - Não se concede liberdade provisória a preso por 
deserção antes de decorrido o prazo previsto no art. 453 do CPPM. 
 Súmula nº 11 - O recolhimento à prisão, como condição para 
apelar (art. 527, do CPPM), aplica-se ao Réu foragido e, tratando-
se de revel, só é aplicável se a sentença houver negado o direito de 
apelar em liberdade. 
 Súmula nº 12 - A praça sem estabilidade não pode ser 
denunciada por deserção sem ter readquirido o status de militar, 
condição de procedibilidade para a persecutio criminis, através da 
reinclusão. Para a praça estável, a condição de procedibilidade é a 
reversão ao serviço ativo. 
 Súmula nº 13 - A declaração de extinção de punibilidade em 
IPI, IPD e IPM deve ser objeto de decisão, que, também, 
determinará o arquivamento dos autos. 
c. Superior Tribunal de Justiça 
 Súmula nº 47 - Compete à Justiça Militar processar e julgar 
crime cometido por militar contra civil, com emprego de arma 
pertencente à corporação, mesmo não estando em serviço. (Obs.: 
esta súmula não foi cancelada, mas não é mais aplicável. Ela surgiu 
com base no art. 9º, II, "f" do CPM, que foi revogado pela Lei nº 
9.299/96). 
 Súmula nº 53 - Compete à Justiça Comum Estadual processar e 
julgar civil acusado de prática de crime contra instituições militares 
estaduais. 
 
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Atualizado em ago-21 
 Súmula nº 78 - Compete à Justiça Militar processar e julgar 
policial de corporação estadual, ainda que o delito tenha sido 
praticado em outra unidade federativa. 
 Súmula nº 192 - Compete ao Juízo das Execuções Penais do 
Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça 
Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos 
sujeitos à administração estadual. 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRASIL. Decreto-Lei nº 1.101, de 21 de outubro de 
1969. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/Del1001.htm. Acesso em 27 Jan 2019. 
 
________. Emenda Constitucional nº 45, de 30 de dezembro de 
2004. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ 
constituição/emendas/emc/emc45.htm. Acesso em 27 Jan 2019. 
 
Rio GRANDE DO SUL. Brigada Militar – Nota de Instrução n. º 
7.2, de 01 Ago18. 
 
NEVES, Coimbra, C. R. Manual de direito penal militar, 4ª edição. 
São Paulo; Saraiva, 2014. Edição digital. 
 
VENOSA, Silvio de Salvo. Introdução ao estudo do direito: 
primeiras linhas. 2ª edição; São Paulo. Atlas. 2006. 
 
SOUZA, Luiz Antônio de. Direito Penal 4. 2ª ed. rev. e atual. São 
Paulo: Saraiva, 2009. – (Coleção OAB Nacional. Primeira fase) 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar. 2.ed.rev., 
atual. e ampl. – Rio de Janeiro : Forense, 2014. 
 
ALVES-MARREIROS, Adriano, Guilherme Rocha, Ricardo Freitas. 
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1001.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
 
Curso Técnico em Segurança Pública CTSP – 2021 
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Atualizado em ago-21 
ASSIS, Jorge Cesar de. Comentários ao Código Penal Militar: 
comentários, doutrina e jurisprudência dos tribunais militares e 
tribunais superiores. 6 ed.– Curitiba: Juruá, 2008. 
 
Prestes, Fabiano Caetano; Nascimento, Mariana Lucena; Giuliani 
Ricardo Henrique Alves. Direito Penal Militar Parte Geral E 
Especial. 6º Ed. Ed. Juspodivm. 2021. 
 
ROSA, Paulo Tadeu Rodrigues. Código Penal Militar Comentado. 
Ed. Líder. 2009 
 
https://intranet.bm.rs.gov.br/Estrutura/CorGeral/Index.aspx

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