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UFPI / DEPARTAMENTO DE BIOFÍSICA E FISIOLOGIA DISCIPLINA DE FISIOLOGIA PARA FARMÁCIA PROFESSOR: ACÁCIO VÉRAS ESTUDO DIRIGIDO SOBRE SISTEMA CARDIOVASCULAR Havanna Sousa do Nascimento - Matrícula 20199056480 1. Cite os componentes do sistema cardiovascular. Os principais componentes do sistema circulatório são: coração, os vasos sanguíneos, o sangue, os vasos linfáticos e a linfa. Além disso, temos os componentes funcionais da circulação, que são: - Artérias: Transportam sangue sob alta pressão. Possuem fortes paredes musculares e elásticas, o que permite a elasticidade característica das artérias, possibilitando maior resistência à pressão. - Arteríolas: Regulam a quantidade de sangue que passa para os capilares. Possuem parede muscular capaz de ocluir completamente o vaso ou dilatar-se para aumentar o fluxo (sistemas de esfíncteres). É um principal ponto de resistência periférica ao fluxo sanguíneo. - Capilares: São responsáveis pela troca de substâncias entre o sangue e os tecidos corporais. - Vênulas: Coletam o sangue dos capilares, e se juntam formando veias. - Veias: funcionam como o grande reservatório de sangue do corpo, devido a sua alta complacência, permitida por suas paredes finas e pouco musculares. Elas contêm a maior parte do volume sanguíneo corporal. 2. Caracterize anatomicamente o coração. Trata-se de uma bomba dupla, autoajustável, de sucção e pressão, cujas partes trabalham em conjunto para impulsionar o sangue para todos os locais do corpo. Está localizado na caixa torácica no mediastino médio. Base (lateral esquerda) é a comunicação do coração (sustentação) e o ápice está no 5° espaço intercostal. O lado direito do coração (coração direito) recebe sangue pouco oxigenado (venoso) do corpo pelas VCS e VCI, bombeando-o através do tronco e das artérias pulmonares para ser oxigenado nos pulmões. O lado esquerdo do coração (coração esquerdo) recebe sangue bem oxigenado (arterial) dos pulmões através das veias pulmonares e o bombeia para a aorta, de onde é distribuído para o corpo. O coração tem quatro câmaras: átrios direito e esquerdo e ventrículos direito e esquerdo. Os átrios são câmaras de recepção que bombeiam sangue para os ventrículos (as câmaras de ejeção). As ações de coordenadas atrioventriculares (AV) constituem o ciclo cardíaco, que começa com a diástole (alongamento e enchimento ventricular) e termina com a sístole (esvaziamento ventricular). 3. Descreva histologicamente o tecido muscular cardíaco. O tecido muscular cardíaco apresenta as seguintes características histológicas: • Células alongadas e ramificadas + estrias transversais União por meio de discos intercalares (estruturas exclusivas); • Contrações vigorosas e rítmicas e de controle involuntário. O tecido muscular cardíaco possui até dois núcleos centrais, é encontrado somente no coração, formando o miocárdio, além disso, há uma característica exclusiva do músculo cardíaco que é a presença de linhas transversais que aparecem em intervalos irregulares ao longo da célula. Algumas características gerais histológicas do músculo cardíaco são: 1) Tríades pouco frequentes e mais díades. 2) Retículo sarcoplasmático é menos desenvolvido. 3) Numerosas mitocôndrias (cerca de 40% do volume, por ser na mitocôndria que ocorre a geração de ATP). 4) Armazenamento de ácido graxo (triglicerídeos). 5) Baixa quantidade de glicogênio. 6) Grânulos secretores contendo moléculas precursoras de hormônios natriuréticos. 4. Explique as funções das valvas cardíacas. As valvas cardíacas asseguram ao corpo que a direção do sangue seja unidirecional, ou seja, a sua finalidade é garantir que o sangue flua apenas em uma direção. As válvulas do coração abrem nos momentos apropriados para permitir o fluxo para a frente do sangue e, em seguida, fecham para evitar o refluxo do sangue. As válvulas mitral e tricúspide controlam o fluxo de sangue dos átrios para os ventrículos. As válvulas aórtica e pulmonar controlam o fluxo de sangue para fora dos ventrículos. 5. Descreva as diferenças existentes entre um vaso arterial e um venoso. As artérias possuem maior quantidade de tecido elástico e músculo liso em sua formação que os vasos venosos. Além disso as artérias possuem o diâmetro médio de 4mm e espessura média de sua parede 1 mm, enquanto que, as veias possuem 5 mm o diâmetro médio e 0,5 de espessura de sua parede. Por causa disso os vasos venosos são oito vezes mais distensíveis que vasos arteriais, e também conseguem armazenar um volume três vezes maior de sangue do que o sistema arterial e as veias apresentam uma complacência (capacitância vascular) 24x maior do que as artérias. Devido a isto, o sistema venoso tem como principal função funcionar como reservatório de sangue. Os vasos sanguíneos que conduzem o sangue para fora do coração são as artérias, enquanto que as veias trazem o sangue do corpo para o coração. As artérias são vasos mais profundos, a medida que se afastam do coração se ramificam formando arteríolas e capilares, levam o sangue venoso para a troca gasosa no pulmão. Os vasos venosos à medida que se aproximam do coração aumentam seu calibre. 6. Descreva, em detalhes, o processo de acoplamento excitação-contração e relaxamento das células do tecido muscular cardíaco. Sabemos da importância do sódio, do cálcio e do potássio para que haja a contração muscular. O processo pelo qual o potencial de ação dos miócitos cardíacos leva à contração é denominado acoplamento excitação - contração, ou seja, o acoplamento excitação-contração no músculo cardíaco traduz o potencial de ação em produção de tensão. As seguintes etapas estão envolvidas no processo de excitação- contração: Fase 1: O potencial de ação cardíaco se inicia na membrana da célula miocárdica, e a despolarização se dissemina para o interior da célula pelos túbulos T. Após a excitabilidade do músculo há o platô (fase 2) que é durante o platô do potencial de ação, que a permeabilidade do sarcolema ao Ca2+ aumenta. O Ca2+ flui a favor de seu gradiente eletroquímico e penetra na célula pelos canais de cálcio (tipo L) no sarcolema e nos túbulos T, que resulta do aumento na gCa e da corrente de influxo de Ca 2+, no qual o Ca 2+ flui pelos canais de Ca 2+ do tipo L (receptores de di-hidropiridina) do líquido extracelular (LEC) para o líquido intracelular (LIC). Fase 2: Entrada de Ca 2+ na célula miocárdica produz um aumento na concentração de Ca 2+ intracelular. Esse aumento na concentração de Ca 2+ intracelular não é suficiente, por si só, para iniciar a contração, mas ela provoca a liberação de mais Ca 2+ , a partir dos estoques no retículo sarcoplasmático pelos canais de liberação de Ca 2+ (receptores 261 rianodina). Esse processo é chamado de liberação de Ca 2+ induzida por Ca 2+ e o Ca 2+ que entra, durante o platô do potencial de ação, é chamado de Ca 2+ desencadeador, ou gatilho. Dois fatores determinam quanto Ca 2+ é liberado do retículo sarcoplasmático nessa etapa: a quantidade de Ca 2+ previamente armazenada e a amplitude da corrente de influxo do Ca 2+, durante o platô do potencial de ação. Fase 3 e 4: Liberação de Ca 2+ pelo retículo sarcoplasmático faz com que a concentração de Ca 2+ intracelular aumente ainda mais. Ca 2+, agora, se liga à troponina C, a tropomiosina é deslocada, e a interação de actina e miosina pode ocorrer. Actina e miosina se ligam, pontes cruzadas se formam e depois se rompem, os filamentos finos e espessos deslizam uns sobre os outros e é gerada tensão. O ciclo de pontes cruzadas continua enquanto a concentração de Ca 2+ intracelular for suficientemente alta para ocupar os locais de ligação de Ca 2+ na troponina C. Fase 5: Conceito extremamente importante é que a intensidade da tensão desenvolvida, pelas células miocárdicas, é proporcionalà concentração de Ca 2+ intracelular. Portanto, é razoável que se espere que os hormônios, neurotransmissores e fármacos que alteram a corrente de influxo do Ca 2+ , durante o platô do potencial de ação, ou que alteram os estoques de Ca 2+ do retículo sarcoplasmático, alterem a quantidade de tensão produzida pelas células do miocárdio. O relaxamento ocorre quando o Ca 2+ é reacumulado no retículo sarcoplasmático pela ação de Ca 2+ ATPase. Esse novo acúmulo faz com que a concentração de Ca 2+ intracelular diminua para os níveis de repouso. Além disso, Ca 2+ , o que entrou na célula, durante o platô do potencial de ação, é expulso da célula pela Ca 2+ ATPase e pela troca de Ca 2+ -Na + na membrana sarcolêmica. Esses transportadores sarcolêmicos bombeiam Ca 2+ para fora da célula contra o seu gradiente eletroquímico, e a Ca 2+ ATPase utiliza diretamente o ATP e o trocador Ca 2+ -Na + utiliza energia do gradiente de Na + dirigido para o interior. 7. Descreva a pequena e a grande circulação. Pequena circulação: Consiste no transporte do sangue aos pulmões. A pequena circulação (pulmonar) inicia-se na artéria pulmonar (que sai do ventrículo direito), seguindo pelas arteríolas pulmonares, capilares pulmonares (até os alvéolos, onde ocorrem as trocas gasosas). Até os alvéolos, o sangue é rico em gás carbônico; após a hematose, passa a ser rico em oxigênio. O sangue continua seu trajeto pelas vênulas pulmonares, veias pulmonares, até desembocar no átrio esquerdo do coração. Grande circulação: Consiste no transporte do sangue a todo o corpo. A grande circulação (sistêmica) inicia-se no ventrículo esquerdo, onde o sangue é bombeado para a artéria aorta, cujas ramificações que reduzem seu calibre em artérias, arteríolas e capilares chegam a todos os tecidos. O sangue, rico em oxigênio e em nutrientes, é distribuído às células, que liberam suas excretas e gás carbônico, tornando o sangue rico nessas substâncias. Nesse momento, o sangue é capturado pelos capilares, pelas vênulas e pelas veias que desembocam no átrio direito. 8. Cite em ordem de ocorrências as fases do ciclo cardíaco. 1. Sístole atrial: É nesta fase em que os átrios contraem e é a fase final do enchimento ventricular 2. Contração ventricular isovolumétrica: nesta fase ocorre a contração dos ventrículos, pressão ventricular aumenta e o volume ventricular é constante (todas as valvas fechadas). 3. Ejeção ventricular rápida: Os ventrículos contraem, a pressão ventricular aumenta e atinge o máximo; os ventrículos ejetam sangue para as artérias; O volume ventricular diminui; Pressão aórtica aumenta e atinge o máximo. 4. Ejeção ventricular reduzida: Os ventrículos ejetam sangue para as artérias (velocidade mais lenta); Volume ventricular atinge o mínimo; Pressão aórtica começa a cair à medida que o sangue sai para as artérias. 5. Relaxamento ventricular isovolumétrico: Nesta fase os ventrículos estão relaxados, a pressão ventricular é reduzida e o volume ventricular é constante; 6. Enchimento ventricular rápido: Ventrículos permanecem relaxados, mas se enchem passivamente com sangue dos átrios, o volume ventricular aumenta e a pressão ventricular baixa e constante 7. Enchimento ventricular reduzido, ou diástase: Nesta última fase do ciclo cardíaco os ventrículos estão relaxados e é a fase final do enchimento ventricular. 9. Explique as funções do nodo sinoatrial. nodo atrioventricular e sistema de Purkinje. O nodo sinoatrial a sua função é ser o marcapasso normal do coração e sua velocidade de despolarização controla a frequência cardíaca global, atua controlando a frequência dos batimentos cardíacos através da emissão de um sinal elétrico que se propaga pelo órgão. O nodo atrioventricular tem a função de retardo na condução do impulso dos átrios para os ventrículos, sendo assim importante para a sincronia. Atrasa o sinal elétrico iniciado na nota sinoatrial (o marcapasso de coração) e assim permitindo o ventrículo bastante encher-se pelo sangue. A principal função do sistema de Purkinje é a de transmitir o impulso cardíaco com muita rapidez pelos átrios e, após pequena pausa no nodo AV, também com muita rapidez pelos ventrículos. A condução rápida do impulso fará com que todas as porções de cada sincício de músculo cardíaco – o sincício atrial e o sincício ventricular – contraiam ao mesmo tempo, de modo a exercerem esforço coordenado de bombeamento. Se não fosse o sistema de Purkinje, o impulso seria propagado, muito mais lentamente, pelo músculo cardíaco, o que permitiria que algumas fibras musculares contraíssem muito antes das outras e, também, relaxassem antes das outras. Obviamente, isso resultaria em compressão reduzida do sangue e, por conseguinte, em eficácia diminuída do bombeamento. 10. Descreva e esquematize o Potencial de Ação da célula cardíaca e que consequência mecânica ela traz favorável ao indivíduo comparado ao músculo esquelético. O potencial de ação cardíaco é iniciado no nodo sinoatrial e se propaga por todo o miocárdio, o potencial de ação se dispersa por todo o miocárdio na seguinte sequência: 1. Nodo sinoatrial AS: Normalmente, o potencial de ação do coração é iniciado no tecido especializado do nodo SA, que serve como marca-passo. Após o potencial de ação ser iniciado no nodo SA, ocorre sequência temporal muito específica para a condução dos potenciais de ação para o restante do coração. 2. Tratos internodais atriais e átrios: O potencial de ação se propaga a partir do nodo SA para os átrios direito e esquerdo, por meio dos tratos internodais atriais. Simultaneamente, o potencial de ação é conduzido para o nodo atrioventricular AV. 3. Nodo AV: A velocidade de condução pelo nodo AV é consideravelmente mais lenta do que nos outros tecidos cardíacos. A condução lenta pelo nodo AV assegura tempo suficiente para que os ventrículos se encham de sangue, antes de serem ativados e contraírem. Os aumentos da velocidade de condução do nodo AV podem levar à diminuição do enchimento ventricular e redução do volume sistólico e débito cardíaco. 4. Fascículo atrioventricular, ramos subendocárdicos e ventrículos: A partir do nodo AV, o potencial de ação entra no sistema de condução especializado dos ventrículos. O potencial de ação é, primeiramente, conduzido para o fascículo atrioventricular por meio de feixe comum. Em seguida, ele invade os ramos direito e esquerdo do feixe e, depois, os ramos menores dos ramos subendocárdicos. A condução pelo fascículo atrioventricular e ramos subendocárdicos é extremamente veloz e rapidamente distribui o potencial de ação para os ventrículos. O potencial de ação também se estende de uma célula muscular do ventrículo para a próxima, por vias de baixa resistência entre as células. A condução rápida do potencial de ação, ao longo dos ventrículos, é essencial e possibilita contração e ejeção eficientes do sangue. O músculo cardíaco atua como um sincício, e isso é muito vantajoso para ele, pois dessa forma em que o músculo cardíaco é formado por muitas células musculares cardíacas, no qual as células cardíacas estão interligadas de modo tal que, quando uma dessas células é excitada, o potencial de ação se propaga para todas as demais, passando de célula a célula, bem como todas as interconexões da treliça muscular. Além disso os discos intercalares permitem a contração sincronizada do tecido cardíaco, e proporcionam maior adesão entre as células musculares cardíacas. São compostos de Junções comunicantes e Junções de adesão. Esses discos intercalares são peculiaridades do músculo cardíaco, assim não havendo no músculo esquelético e tendo uma consequência mecânica muito favorável para o coração. 11. O que é período refratário? E por que ele é necessário ao processo normal de contratilidade? O período refratário é o período após um potencial de ação durante o qualum estímulo normal não pode desencadear um segundo potencial de ação, ou seja, o período refratário do músculo cardíaco é o intervalo de tempo durante o qual o impulso cardíaco normalmente não pode re-excitar uma área já excitada do miocárdio. Ele é necessário ao processo normal de contratilidade, pois proporciona que o músculo cardíaco tenha contrações e relaxamentos alternados em várias áreas, fazendo assim que as contrações prematuras não se somem às contrações precedentes, como acontece no músculo esquelético. 12. Descreva como ocorre os potencias de ação no miocárdio contrátil e exemplifique graficamente. O potencial de ação, registrado na fibra ventricular cardíaca mostrado na Figura 9-3, tem em média 105 mili- volts, o que significa que o potencial intracelular passa de valor muito negativo, por volta de -85 milivolts entre os batimentos, para valor ligeiramente positivo, em torno de +20 milivolts, durante cada batimento. Após o potencial em ponta (spike) inicial, a membrana permanece despolarizada durante cerca de 0,2 segundo, exibindo um platô, como mostrado na figura, ao qual se segue repolarização abrupta. A presença desse platô no potencial de ação faz a contração muscular ventricular durar até 15 vezes mais que as contrações observadas no músculo esquelético. Exemplo gráfico: 13. Caracterize a ocorrência da fase de retardo do impulso no nodo atrioventricular. A estimulação do sistema nervoso parassimpático produz diminuição da velocidade de condução pelo nodo AV (efeito dromotrópico negativo), o que diminui a velocidade com que os potenciais de ação são conduzidos dos átrios para os ventrículos. O mecanismo do efeito parassimpático é a combinação de redução da lCa (redução da corrente de fluxo) e aumento da IK -ACh (aumento da corrente de efluxo de K+, o que reduz, ainda mais, a corrente efetiva de influxo). Além disso, o PRE das células nodo AV é prolongada. Se a velocidade de condução, pelo nodo AV, for retardada o suficiente (p. ex., por meio do aumento da atividade parassimpática ou por lesão ao nodo AV), alguns potenciais de ação podem não ser conduzidos a partir dos átrios para os ventrículos, produzindo bloqueio cardíaco. 14. Cite os componentes do sistema excito-condutor cardíaco. O sistema excito condutor é formado por células especializadas condutoras, que não se contraem, nem geram força. Geram espontaneamente potencial de ação e o conduzem rapidamente para todo o miocárdio. O coração é dotado de um sistema especial para gerar impulsos elétricos rítmicos que causam contrações rítmicas do miocárdio conduzindo esses impulsos rapidamente por todo o coração. Outra característica desse sistema é que ele faz com que diferentes porções do ventrículo se contraiam quase que simultaneamente, o que é essencial para gerar pressão, com eficiência máxima, nas câmaras ventriculares. Seus componentes são: Potenciais de ação rítmicos (em milivolts) de fibra de Purkinje e de fibra muscular ventricular registrados por meio de microeletrodos. - nodo sinoatrial → gera o PA (“marcapasso”). - fibras internodais. - nodo átrio-ventricular → condução lenta. - feixe de His. - ramificações de Purkinje. 15. Desenhe e denomine as ondas do traçado eletrocardiográfico e diga qual o evento mais importante em cada urna delas. O eletrocardiograma normal é composto pela onda P, pelo complexo QRS e pela onda T. O complexo QRS apresenta com frequência, mas não sempre três ondas distintas: a onda Q, a onda R e a onda S. A onda P é produzida pelos potenciais elétricos gerados quando os átrios se despolarizam, antes de a contração atrial começar. O complexo QRS é produzido pelos potenciais gerados quando os ventrículos se despolarizam antes de sua contração, isto é, enquanto a onda de despolarização se propaga pelos ventrículos. Portanto, tanto a onda P como os componentes do complexo QRS são ondas de despolarização. A onda T é produzida pelos potenciais gerados, enquanto os ventrículos se restabelecem do estado de despolarização. Esse processo no músculo ventricular normalmente ocorre 0,25 a 0,35 segundo após a sua despolarização, e a onda T é conhecida como onda de repolarização. Assim, o eletrocardiograma é formado por ondas de despolarização e por ondas de repolarização. 16. Quais patologias podem ser diagnosticadas pelo eletrocardiograrna? O eletrocardiograma também é chamado de ECG ou eletrocardiografia. É um exame que avalia a atividade elétrica do coração por meio de eletrodos fixados na pele. Através desse exame, é possível detectar o ritmo do coração e o número de batimentos por minuto. Por meio dele pode-se diagnosticar a existência de vários problemas cardíacos. Como por exemplo: • Irregularidades no ritmo cardíaco (arritmia), seja por um coração acelerado (taquicardia), devagar (bradicardia) ou fora do ritmo; • Aumento de cavidades cardíacas; • Patologias coronarianas; • Infarto do miocárdio; • Distúrbios na condução elétrica do órgão; • Problemas nas válvulas do coração; • Pericardite - Inflamação da membrana que envolve o coração; • Hipertrofia das câmaras cardíacas - átrios e ventrículos; • Doenças que isolam o coração - derrame pericárdico ou pneumotórax; • Infarto em situações emergenciais; • Doenças genéticas; • Doenças transmissíveis (Doença de Chagas). 17. Explique como ocorre a ação dos neurotransmissores Acetilcolina e Noradrenalina sobre a frequência cardíaca. O sistema nervoso autonômico influencia tônica e reflexamente o sistema cardiovascular, uma vez que, tanto a noradrenalina como a acetilcolina liberadas no coração, modificam o débito cardíaco por alterar a força de contração das fibras miocárdicas e a frequência cardíaca. A acetilcolina (neurotransmissor no sistema nervoso parassimpático) tem efeito antagônico ao da noradrenalina, no caso, reduz a frequência cardíaca, enquanto que, a noradrenalina aumenta a força de contração cardíaca. A acetilcolina (ACh) é o mediador químico do sistema nervoso parassimpático, e no coração ativa receptores pós-sinápticos específicos, chamados muscarínicos, gerando redução da frequência cardíaca, diminuição da força de contração e do metabolismo celular. A noradrenalina atua como um importante vasoconstritor, ou seja, na contração dos vasos sanguíneos. Sua ação ocorre principalmente na modulação da pressão sanguínea, sendo utilizada, assim, em tratamentos médicos, como em casos de choque séptico, como veremos mais adiante. 18. Caracterize os seguintes termos: Frequência Cardíaca, Volume Sistólico, Débito Cardíaco, Volume Diastólico Final e Volume Sistólico Final. A frequência cardíaca é caracterizada pelo número de vezes que o coração se contrai e relaxa, ou seja, o número de vezes que o coração bate por minuto. E se subdivide em frequência cardíaca basal (número de vezes que o coração bate para manter o organismo com suas funções vitais num estado de vigília), frequência cardíaca de repouso, frequência cardíaca de reserva, frequência cardíaca sub -máxima e, frequência cardíaca máxima. O volume de sangue ejetado em cada contração ventricular é o volume sistólico. O volume sistólico é a diferença entre o volume de sangue, no ventrículo antes da ejeção (volume diastólico final), e o volume restante no ventrículo após a ejeção (volume sistólico final). Tipicamente, o volume sistólico é de cerca de 70 mL. O volume total de sangue, ejetado por unidade de tempo, é o débito cardíaco. Assim, o débito cardíaco depende do volume ejetado em um batimento (volume sistólico) e o número de batimentos por minuto (frequência cardíaca). O débito cardíaco é de cerca de 5.000 mL/min em homem de 70 kg (baseado em volume sistólico de 70 mL e frequência cardíaca de 72 batimentos/min). Volume Diastólico Final é o volume desangue que está no ventrículo ao final da diástole (antes da contração), no qual o ventrículo já completou seu enchimento. É diretamente dependente da quantidade de sangue que retorna ao coração (retorno venoso). O volume sistólico final é o quanto fica de sangue dentro do ventrículo após contração (sístole) do coração, quando essa contração é vigora o volume sistólico final pode ser reduzido a apenas 10 - 20 ml o que é normal. 19. Explique os fatores fisiológicos que interferem com o raio arteriolar. Os principais fatores que interferem no raio arteriolar é o sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático. Fluxo sanguíneo é a quantidade de sangue que passa por um vaso em um determinado período de tempo, dependendo de o individuo estar ou não em repouso afeta o raio arteriolar influenciando na sua dilatação ou vasoconstrição. Outro fator que afeta o raio arteriolar é a adrenalina plasmática. 20. O que é Pressão Arterial? Como é feita a determinação pelo método palpatório e auscultatório? A pressão arterial é a pressão exercida pelo sangue dentro dos vasos sanguíneos, com a força proveniente dos batimentos cardíacos. Quanto mais sangue for bombeado do coração por minuto, maior será esse valor, que tem dois números: um máximo, ou sistólico, e um mínimo, ou diastólico. A pressão arterial é medida pelo débito cardíaco x resistência periférica. Segue abaixo o procedimento do métodos palpatório e auscultatório: 1) Método palpatório a. Desinflar o manguito e aplicá-lo contornando o braço de um membro do grupo, de forma que o bordo inferior do manguito esteja 2 ou 3 cm acima do cotovelo. b. Palpar o pulso da artéria radial ao nível da extremidade distal do rádio. c. Inflar o manguito 30 mmHg acima do nível em que se verificar o desaparecimento do pulso radial. d. Desinflar lentamente o manguito e verificar no manômetro o nível do reaparecimento do pulso radial. A pressão lida neste exato momento corresponderá à pressão sistólica (única perceptível por este método). Obs. No método palpatório podemos apenas aferir a pressão sistólica; 2) Método auscultatório a. Desinflar o manguito e aplicá-lo contornando o braço de um membro do grupo, de forma que o bordo inferior do manguito esteja 2 ou 3 cm acima do cotovelo. uma manga insuflável – manga de Riva Rocci – fixada a um esfignomanometro. b. A manga é colocada em volta do braço e o estetoscópio sobre a artéria baquial no cotovelo; Palpar o pulso da artéria braquial medialmente ao tendão de inserção do bíceps. Colocar nesta região a membrana do estetoscópio já devidamente adaptado aos ouvidos. c. Inflar o manguito até 200 mmHg. Desinflar lentamente, olhando para o manômetro e com a atenção voltada para os sons que logo você ouvirá. A pressão sistólica será aquela indicada no manômetro no momento exato em que o som da pulsação braquial começar a ser ouvida. A pressão diastólica será aquela indicada no momento em que o som deixar de ser ouvido ou mudar de intensidade (ou tonalidade). 21. Defina matematicamente pressão arterial desdobrando a sua fórmula em seus componentes e especificando-os. A pressão arterial é determinada pela relação entre PA= DC x RP. - Onde DC é o débito cardíaco. - RP é a resistência periférica Onde cada um desses fatores sofre influencia de vários outros. 22. Quais os principais focos de ausculta cardíaca e os elementos causais da 1a e 2a bulhas. Os principais focos de ausculta cardíaca são: • Foco aórtico: 2° espaço intercostal direito, na linha paraesternal. • Foco tricúspide: base do apêndice xifoide, ligeiramente para a esquerda. • Foco pulmonar: 2° espaço intercostal esquerdo, na linha paraesternal. • Foco aórtico acessorio: 3° espaço intercostal esquerdo, na linha paesternal. • Foco mitral: 5° espaço intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular. Primeira bulha (B1): Fechamento das valvas mitral e tricuspide, componente mitral antecede tricúspide, coincide com ictus cordis e pulso carotídeo, timbre mais grave, representação - TUM; Segunda bulha (B2): Fechamento das valvas aórtica e pulmonar, timbre mais agudo, representação – TA. 23. O que é débito cardíaco? Como ele e os seus determinantes (FC e VS) se comportam durante o exercício físico de intensidade progressiva, em indivíduos treinados e destreinados? O débito cardíaco foi definido como o volume ejetado pelo ventrículo esquerdo por unidade de tempo e é calculado como produto do volume sistólico pela frequência cardíaca. O débito cardíaco (DC) aumentará por duas causas: maior volume sistólico e maior FC durante o exercício, em virtude da demanda de fluxo sanguíneo e O2 dos músculos que estão trabalhando. Em indivíduos treinados a frequência cardíaca se mostrará mais constante, assim como seu débito cardíaco, enquanto que, em indivíduos destreinados a frequência cardíaca aumentaria drasticamente podendo causar um aumento significativo do seu volume sistólico. 24. Quais os valores normais em repouso de indivíduos normais dos seguintes parâmetros: pressão arterial sistólica; pressão arterial diastólica; pressão arterial média; frequência cardíaca; volume sistólico e débito cardíaco? • Pressão arterial sistólica: É considerada normal quando a pressão sistólica (máxima) não ultrapassa 130 mmHg. • Pressão arterial diastólica: Inferior a 85 mmHg. • Pressão arterial média: A pressão arterial saudável ideal para um adulto que está em repouso abaixo de 140/40 mmHg, sendo o ótimo em torno de 120/80 mmHg. • Frequência cardíaca: Situa-se entre 60 bpm e 100 bpm num indivíduo em repouso ou atividades habituais. • Volume sistólico: Os volumes sistólicos para cada ventrículo são geralmente iguais, sendo ambos cerca de 70 mL em um homem saudável de 70 kg. • Débito cardíaco: O débito cardíaco médio em repouso é 5 L/min. 25. O que é retorno venoso e quais os fatores fisiológicos que mais o influenciam? Retorno venosos é a volta do sangue ao coração pelo interior das veias, pois quando a pressão do sangue ao atingir as veias é baixa há a contração dos músculos das pernas e pressiona as veias profundas onde o sangue é forçado a seguir o sentido no coração. Três fatores afetam o retorno venoso: (1) a contração ou compressão das veias que levam o sangue para o coração (bomba do músculo esquelético). (2) a mudança na pressão no abdome e no tórax durante a respiração (a bomba respiratória). (3) a inervação simpática das veias. 26. Quais são os componentes do arco reflexo envolvidos na regulação da Pressão Arterial? O arco reflexo consiste em sensores de pressão arterial, neurônios aferentes, que levam as informações para o tronco encefálico, centros do tronco encefálico, que processam as informações e coordenam a resposta adequada e neurônios eferentes, que direcionam as variações para o coração e os vasos sanguíneos. Os principais componentes neurais envolvidos na regulação da pressão arterial compreendem as terminações nervosas aórticas e carotídeas que se projetam através dos nervos vago e glossofaríngeo, respectivamente, e convergem para a região do núcleo do trato solitário (NTS), considerado, então, a primeira estação central dos sinais sensoriais originados do sistema periférico. 27. Como é realizada a regulação da pressão arterial de um indivíduo que sofreu uma significante perda de sangue (hemorragia)? A perda de sangue e, consequentemente, a diminuição do volume de sangue, leva à queda da pressão arterial. A diminuição do retorno venoso (quantidade de sangue que chega ao coração) diminui o débito cardíaco (quantidade de sangue que o coração envia para a periferia). Isso faz abaixar a pressão arterial e os barorreceptores, situados no seio carotídeo e no pescoço, tentam retornar a pressão para os valores normais. Aumenta também a frequência cardíaca (número de vezes que o coração bate por minuto) e a contratilidade(força com que o coração bate). Ocorre ainda uma vasoconstrição generalizada das artérias e veias, mecanismo que também tenta aumentar a pressão. Só são poupados dessa vasoconstrição os órgãos vitais, como cérebro, coração e rins. E após o início da hemorragia, outras respostas também atuam, com a finalidade de aumentar a produção de aldosterona, que irá contribuir na tentativa de aumentar a pressão arterial. 28. Descreva o comportamento (redistribuição) do débito cardíaco em repouso e durante o exercício físico? Em repouso, em torno de 4 a 7 mL de sangue são fornecidos a cada minuto para cada 100 g de músculo. Esse débito aumenta constantemente; com esforço máximo, o fluxo sanguíneo muscular pode ser tão alto quanto 50 a 75 Ml por 100 g de tecido. Isso representa em torno de 85% do débito cardíaco total. A redistribuição do fluxo sanguíneo durante o exercício será proporcional a demanda metabólica no músculo ativo. O DC aumenta proporcionalmente à intensidade do exercício, desde 5 L em condições de repouso a um máximo de 20 a 25 L/min em homens jovens e que realizam atividade física; em esportistas de elite o DC é maior, sendo mais evidente nos esportistas de resistência, que podem ter entre 35 e 40 L/min de sangue de DC. Essas diferenças devem-se inteiramente ao grande volume sistólico de indivíduos treinados, já que o exercício físico contínuo de características aeróbias produz hipertrofia fisiológica do ventrículo esquerdo, com aumento do volume sistólico, gerando um batimento mais forte. Em consequência disso, aqueles que realizam exercícios aeróbios possuem um DC de repouso mais econômico, com menor FC do que pessoas sedentárias, uma vez que seu VS é maior (de 70 a 71 mL em indivíduos sedentários e de aproximadamente 100 mL em indivíduos treinados). Os valores médios do DC em condições de repouso são resumidos a seguir: Repouso –Débito cardíaco = frequência cardíaca x volume sistólico –Indivíduos sedentários: 4.970 mL/min = 70 bpm x 71 mL/batimento –Indivíduos treinados: 5.000 mL/min = 50 bpm x 100 mL/batimento Durante o exercício máximo, a diferença não é só de economia, mas também de quantidade e qualidade do DC. Ao possuir um VS maior, a pessoa treinada tem um DC maior diante de um esforço máximo. Em homens sedentários, o VS médio fica entre 103 e 113 mL de sangue por batimento, enquanto em pessoas treinadas pode ser entre 150 e 210 mL/batimento. Como exemplo, consideremos duas pessoas que realizam um esforço máximo de 195 bpm: Esforço máximo –Débito cardíaco = frequência cardíaca x volume sistólico –Indivíduos sedentários: 21.450 mL/min = 195 bpm x 110 mL/batimento –Indivíduos treinados: 34.950 mL/min = 195 bpm x 179 mL/batimento 29. Faça um esquema e explique como ocorre o processo de filtração e absorção em um capilar sistêmico. A filtração é um processo que ocorre pela pressão exercida no capilar, que é a pressão hidrostática capilar. O normal é que sejam filtrados 10ml a cada minuto. Já a reabsorção ocorre por influência da pressão coloidosmótica ou pressão oncótica. A principal proteína que exerce essa função é a albumina. 30. Explique o mecanismo do edema na desnutrição proteica (Kwashiokor) utilizando a interação das pressões efetiva de filtração e reabsorção num capilar sistêmico nas porções arterial e venosa respectivamente.
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