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Resenha crítica - História da saúde pública no Brasil

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RESENHA CRÍTICA 
Documentário: História da saúde pública no Brasil - Um século de luta 
pelo direito à saúde. 
 
O documentário “História da saúde pública no Brasil – Um século de luta pelo 
direito à saúde” mostra a implementação de políticas públicas na área da 
saúde durante todo o século XX e o início do século XXI no Brasil, 
apresentando o contexto histórico-social e político de cada época. Relata vários 
momentos históricos de luta da população em torno do acesso a saúde, por 
exemplo, na Revolta da Vacina e quando a saúde passou a ser um direito de 
todo cidadão, reconhecido na Constituição Federal Brasileira de 1988. 
No início do século XX a economia brasileira iniciava suas exportações, com 
isso, os portos ficavam sujeitos à disseminação de doenças. Várias epidemias 
se espalharam pelo país, principalmente em cidades como Rio de Janeiro e 
São Paulo, visto que o sistema de saúde da época era carente. Doenças como 
Malária, Tuberculose, Febre Amarela, Varíola e Cólera atormentavam a 
sociedade, que apresentava uma desigualdade social ao direto à saúde. As 
pessoas de baixa renda eram as mais afetadas, pois viviam na pobreza, em 
condições precárias de moradia, sem saneamento básico, trabalho insalubre e 
outros. A população pobre só dispunha de atendimento filantrópico nos 
hospitais de caridade mantidos pela igreja, como mostra em uma fala do 
documentário “Os ricos têm seus médicos e doutores, nós só temos as 
benzedeiras e a caridade”. 
Um momento histórico retratado no documentário foi a Revolta da Vacina. As 
epidemias poderiam prejudicar as exportações do café e a economia do país, 
pois os trabalhadores ficaram doentes. Com isso, para controlá-las, o médico 
Oswaldo Cruz aplicou a vacinação obrigatória, medida que não foi aceita por 
algumas pessoas, o que gerou a revolta. Essa medida e a destruição de 
cortiços nos centros do Rio de Janeiro não foram aceitas pela população, o que 
gerou a revolta. Ao invés de um esclarecimento sobre a imunização as pessoas 
foram reprimidas violentamente, como foi retratado em cenas do documentário. 
Durante esse período houve várias mudanças no poder do país. No governo de 
Getúlio Vargas, inauguraram uma assistência médica e a previdência social. 
Porém, o interesse econômico sempre era superior do que as necessidades 
básicas de saúde. O Brasil passou a aplicar um modelo de saúde norte-
americano, baseado em grandes hospitais, com médicos de várias 
especialidades e equipamentos modernos, mas somente a população de 
classe alta tinha acesso. Nos anos de ditadura militar as pessoas sofriam 
repressão, tortura, censura da mídia e a saúde pública era comprometida com 
altas taxas de mortalidade infantil e doenças. Uma mulher no documentário 
diz “O governo está sucateando a saúde pública, serviços que existem a anos 
ficando sem verbas, programas de saneamento básico sendo abandonados...a 
saúde é um bem público ou privado?”, com isso, nós percebemos a 
desigualdade ao acesso a saúde. Nessa época o dinheiro arrecadado na 
previdência era investido em grandes obras e na construção de hospitais 
particulares visando o crescimento econômico do país, e não na saúde pública. 
Nesse cenário os movimentos sociais ganham força. Estudantes, sanitaristas, 
professores e pessoas das comunidades começam a questionar o sistema de 
saúde vigente, como dito no documentário “Não temos postos de saúde para 
levar nossos filhos... Essa miséria está aumentando as doenças e matando as 
nossas crianças”. Organizaram vários protestos pelo país em que a população 
reivindicava o direito de saúde para todos. Logo, em 1986 ocorreu 8ª 
Conferencia Nacional de Saúde, os movimentos sociais, trabalhadores da 
saúde e gestores se uniram na busca de um sistema único de saúde pública e 
de qualidade, para todos, com equidade e controlado pela sociedade. 
Em 1988, através da luta popular, o SUS foi implementado na Constituição 
Federal Brasileira e em 1990 aprovaram a sua regulamentação. O SUS possui 
como princípios a universalidade, integralidade, equidade e a participação 
social, com ele a saúde surge como um direito e não mais como um privilégio, 
favor ou caridade. Ou seja, todas as classes sociais e econômicas tinham o 
acesso ao SUS. 
O documentário aborda a história da saúde pública no Brasil, a criação e 
importância do SUS, que apesar da grande demanda e sucessivos cortes de 
verbas, o sistema oferece diversos programas como, campanhas de vacinação, 
atendimento de urgência, distribuição de medicamentos, vigilância 
epidemiológica, consultas médicas, transplantes, vigilância da qualidade da 
água para consumo, vigilância sanitária, entre outros. Logo, percebemos a 
importância de um sistema universal, que atua em diversos setores em prol da 
saúde coletiva e que atende toda a população, independente da classe social e 
econômica. Atualmente, apesar do governo Bolsonaro negar a ciência e 
realizar vários cortes na área da saúde e pesquisa, o SUS mostrou sua 
importância no contexto de pandemia da COVID-19. Visto que, com a 
campanha universal e pública de vacinação as pessoas tiveram o direito à vida, 
presente na Constituição Federal Brasileira. Logo, percebemos que é 
necessário continuar a luta pela proteção desse sistema único de saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
Documentário: História da saúde pública no Brasil - Um século de luta 
pelo direito à saúde. 
Ano: 2006; 
Duração do Vídeo: 1 hora; 
Roteiro e direção: Renato Tapajós; 
Produção executiva: Andre Alvarez; 
Edição: Júlio Matos e Daniel Seda; 
Consultores: João Palma, Emerson Merhy e Túlio Franco.

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