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Resumo Completo Sala de Recuperação Anestésica

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1 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
Anestesiologia 
SALA DE RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA 
Definição: 
A sala de recuperação anestésica (SRPA) é 
a área que se destina à permanência do 
paciente logo após o término do ato 
anestésico-cirúrgico. 
A SRPA é o setor do centro cirúrgico onde 
são dispensados cuidados intensivos após a 
anestesia e a cirurgia. A SRPA é um 
elemento onde concentram-se os pacientes 
egressos das salas de operação para 
receberem os cuidados pós-anestésicos e 
pós-operatórios imediatos. 
Características: 
O tempo de permanência na sala de 
recuperação anestésica varia entre 1 e 6 
horas, dependendo do tipo de anestesia e do 
tipo de cirurgia as quais o paciente foi 
submetido. 
A responsabilidade da SRPA é da equipe de 
enfermagem e da equipe médica, 
especialmente do médico anestesiologista. 
As principais finalidades da SRPA são: 
- Oferecer suporte ao paciente durante o 
período de recuperação da anestesia, até 
que os sinais vitais retornem à normalidade. 
- Alcançar a recuperação da consciência e 
dos reflexos protetores do paciente. 
- Prevenir e/ou tratar possíveis complicações 
resultantes do ato anestésico ou cirúrgico. 
- Iniciar medidas para o alívio da dor pós-
operatória. 
A sala de recuperação anestésica deve estar 
localizada dentro ou próxima do centro 
cirúrgico, favorecendo o transporte do 
paciente anestesiado ou o seu retorno rápido 
à sala de cirurgia, além de possibilitar o livre 
acesso dos membros da equipe cirúrgica 
para avaliação dos pacientes quando 
necessário. 
Os principais equipamentos e materiais 
básicos da SRPA são: 
- Equipamentos básicos: monitor com 
cardioscopia, pressão arterial não invasiva, 
oximetria e termômetro. 
- Equipamentos e materiais de suporte 
cardiovascular: carrinho de parada, 
desfibrilador, adrenalina, noradrenalina, 
atropina, aparelho de ECG. 
- Equipamentos e materiais de suporte 
respiratório: ambu, laringoscópio, oxigênio, 
drogas anestésicas. 
- Camas: grades laterais, ajuste manual ou 
eletrônico da posição do paciente, encaixes 
para suporte de soros e cabeceira removível 
para facilitar o atendimento em situações de 
emergência. 
Estágios da Recuperação Anestésica: 
- Estágio 1 (Imediato): sala de cirurgia; 
reestabelecimento da atividade e dos 
reflexos respiratórios, da força muscular e da 
estabilidade cardiovascular. 
- Estágio 2 (Intermediário): SRPA e quarto; 
controle da circulação e da ventilação, 
retorno da consciência, da dor, do controle 
da temperatura e de náuseas e vômitos. 
- Estágio 3 (Tardio): SRPA, quarto ou 
residência; retorno da capacidade de 
deambulação, micção e tolerância a líquidos 
por via oral. 
Internação na SRPA: 
A responsabilidade por internação e alta da 
sala de recuperação anestésica geralmente 
é do médico anestesiologista. 
A internação na SRPA baseia-se em: 
- Identificação do paciente. 
- Identificação de problemas clínicos pré-
operatórios. 
- Administração de medicações pré-
anestésicas. 
- Relatório da anestesia: tipo de anestesia e 
tipo de cirurgia realizadas. 
- Reposição volêmica e, às vezes, 
sanguínea. 
- Complicações durante a anestesia e/ou a 
cirurgia. 
- Monitorização de cardioscopia, pressão 
arterial não invasiva, oximetria de pulso, 
temperatura, entre outros parâmetros. 
 
2 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
OBS.: O controle dos sinais vitais do 
paciente deve ser realizado a cada 15 
minutos. 
Complicações Pós-Anestésicas: 
- Náuseas e vômitos. 
- Dor. 
- Hipotermia. 
- Complicações cardiovasculares. 
- Complicações respiratórias. 
- Alterações neurológicas. 
Náuseas e Vômitos: 
As náuseas e os vômitos representam uma 
complicação pós-anestésica comum. As 
principais causas são: 
- Relacionadas ao paciente: mulheres, 
obesos, pacientes com estômago cheio e 
história prévia de náuseas e vômitos pós-
operatórios. 
- Relacionadas à anestesia: hipotensão 
arterial, hipoxemia, uso de anestésicos 
inalatórios e duração prolongada da 
anestesia/cirurgia. 
- Relacionadas à cirurgia: laparoscopia, 
correção de estrabismo e cirurgia de ouvido 
médio. 
As principais consequências associadas à 
presença de náuseas e vômitos pós-
anestesia são: 
- Insatisfação do paciente. 
- Atraso na alta hospitalar. 
- Hipertensão venosa. 
- Aumento do risco de sangramentos. 
- Aumento da tensão na linha de sutura. 
- Aumento da pressão intracraniana. 
- Aumento da pressão intraocular. 
- Desidratação. 
- Distúrbios hidroeletrolíticos. 
- Distúrbios ácido-base. 
- Pneumonia aspirativa. 
O tratamento baseia-se na administração de 
antieméticos EV. Os principais são: 
- Dexametasona. 
- Difenidramina. 
- Droperidol. 
- Metoclopramida. 
- Ondasentrona. 
Hipotermia: 
A hipotermia é definida como temperatura 
corporal < 36ºC. O paciente da sala de 
recuperação anestésica pode perder calor 
corporal por evaporação, condução, 
convecção e irradiação, dependendo da 
temperatura ambiente, da presença de 
ventilação mecânica, da presença de 
reposição volêmica e do tipo de 
anestesia/cirurgia. 
As principais complicações associadas à 
hipotermia são: 
- Aumento da atividade do sistema nervoso 
simpático. 
- Aumento da resistência vascular sistêmica, 
resultando em hipertensão arterial. 
- Redução da perfusão periférica. 
- Tremores, que resultam em aumento do 
consumo de oxigênio (O2). 
- Arritmias. 
- Coagulopatias. 
- Diminuição do metabolismo das drogas. 
Complicações Cardiovasculares: 
- Hipovolemia. 
- Vasodilatação devido ao bloqueio do 
sistema nervoso simpático, ao uso de drogas 
vasodilatadoras, ao reaquecimento corporal 
pós-hipotermia e à reação transfusional. 
- Diminuição do inotropismo (contratilidade 
miocárdica) devido à isquemia, IAM, ICC e 
uso de β-bloqueadores ou bloqueadores de 
canais de cálcio. 
- Hipertensão arterial devido a dor, 
hipoxemia, hipotermia, hipercarbia, 
reposição excessiva de fluidos, não 
utilização dos anti-hipertensivos diariamente, 
etc. 
Complicações Respiratórias: 
- Diminuição da resposta à hipóxia. 
- Diminuição da resposta à hipercarbia. 
- Diminuição da capacidade residual 
funcional. 
 
3 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Hipoventilação e hipoxemia. 
- Diminuição dos reflexos protetores das vias 
aéreas, podendo resultar em 
broncoaspiração de conteúdo gástrico. 
As principais causas de hipoventilação 
(aumento da pCO2) são: 
- Efeito residual dos anestésicos: 
→ Benzodiazepínicos: administrar 
flumazenil. 
→ Opioides: administrar naloxona. 
- Efeito residual dos bloqueadores 
neuromusculares: administrar atropina + 
neostigmina. 
- Causas pulmonares: doenças pulmonares 
preexistentes, broncoespasmo, 
pneumotórax, obstrução de via aéreas 
superiores. 
- Interações medicamentosas com 
sinergismo de drogas anestésicas. 
As principais causas de hipoxemia (SpO2 < 
90% e/ou PaO2 < 60 mmHg) são: 
- Hipoventilação. 
- Obstrução de vias aéreas superiores. 
- Atelectasias. 
- Broncoespasmo. 
- Broncoaspiração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alta da SRPA: 
A alta da sala de recuperação anestésica 
baseia-se na aplicação da Escala de Aldrete 
e Kroulik, que avalia os seguintes critérios: 
- Nível de consciência. 
- Atividade motora. 
- Circulação. 
- Respiração. 
- SpO2. 
Cada critério recebe uma pontuação de 0 a 2 
pontos, totalizando 10 pontos. A alta do 
paciente da SRPA baseia-se na presença de 
pontuação ≥ 8 na Escala de Aldrete e Kroulik.