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[GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes PROBLEMA 09 – “QUE DOR É ESSA” – LOCOMOÇÃO 1. DIAGNÓSTICO DAS ARTRITES - O diagnóstico preciso das artrites é necessário para o tratamento efetivo; - O diagnóstico das artrites se fundamenta na anamnese, exame físico, procedimentos laboratoriais e imagens auxiliares; - Busca definir se é uma doença na articulação, uma manifestação de doença sistêmica de origem reumática ou uma afecção de tecidos moles (bursite e tendinite), se o caso trata-se de uma artrite e o seu tipo; a. ANMNESE - Averigua a presença de manifestações clínicas características do quadro articular presente na artrite: edema, dor e aumento da temperatura das articulações; - Determina o número de articulações acometidas (monoartrite ou poliartrite), o acometimento axial ou não, se o quadro é agudo ou crônico e se existe algum envolvimento sistêmico; - Busca manifestações sistêmicas, como: febre, lesões cutâneas, mialgia (dor muscular), emagrecimento, entre outras; - Pesquisar episódios anteriores de dor articular e trauma; - Averiguar os hábitos de vida do paciente e a prosmicuidade sexual; - Pesquisa fatores de risco predisponentes ao desenvolvimento da artrite, ex: diabetes melito, corticoterapia, uso abusivo de álcool e uso de drogas injetáveis; - Perguntar sobre antecedentes familiares de artrite ou de dor lombar; b. EXAME FÍSICO - Pesquisa: edema, dor e aumento da temperatura das articulações; - Diferenciar manifestações articulares de periarticulares e quadros de artrite de quadros de dor articular; - Definir o padrão de envolvimento articular – tamanho das articulações envolvidas (pequenas ou grandes), acometimento simétrico ou assimétrico, envolvimento aditivo ou migratório e número de articulações envolvidas; c. EXAMES LABORATORIAIS - Artrocentese – retirada de líquido sinovial após a punção articular, obrigatória em casos de suspeita de infecção nos quadros de monoartrite – indicação: casos de monoartrite aguda inexplicada; - Análise do Líquido Sinovial – contagem total e diferencial de leucócitos, contagem de hemácias, exame bacterioscópico, cultura de bactérias, micobactérias e fungos, coloração de Gram, bioquímica, microscopia com luz polarizada para a pesquisa de cristais; - Hemartrose – evidencia de sangue no líquido sinovial – causa: traumatismo da articulação, pacientes que usam coagulantes, deficiências de fatores de coagulação e sinovite vilonodular pigmentada; - Hemograma Completo - hemocultura (indicação: suspeita de artrite séptica), níveis séricos de eletrólitos e creatinina, prova de função hepática, medida de UHS e PCR, pesquisa para fator reumatóide e dosagem de anticorpos contra antígenos estreptocócicos (indicação: suspeita de febre reumática aguda ou artrite pós-estreptocócica), anti-CCP e antinucleares; **ecocardiografia transesofágica – indicação: possibilidade de endocardite bacteriana** - Exame de Urina; **pode-se solicitar exames para o diagnóstico de infecções virais específicas, conforme o contexto clínico** - Culturas da faringe, uretra, cérvice e reto – para N.gonorrhoeae e Clhlamydia; - Biópsia da Membrana Sinovial – indicação: pacientes sem diagnóstico após investigação clínico-laboratorial – realização: a membrana sinovial, por ser a sede da maioria das doenças inflamatórias articulares, é o local ideal para o estudo histopatológico, permitindo identificar doenças infiltrativas, como amiloidose, sarcoidose, sinovite pigmentada vilonodular ou tumor; - Diferenciação da artrite inflamatória e não inflamatória – número de leucócitos no líquido sinovial < 2.000/mm³ na não inflamatória e > 2.000/mm³ na inflamatória; - Exame de Imagem – essencial para o diagnóstico diferencial e para avaliação da monoartrite ou da oligoartrite crônica – pode evidenciar fraturas, condrocalcinose (pseudogota), erosões características da gota e osteoartrite; d. QUADRO CLÍNICO DE ARTRITE - Modo de início: agudo ou insidioso; - Duração dos sintomas: agudo (4 a 6 semanas – inflamatória ou traumática) ou crônico (> 6 semanas); - Número de articulações: monoartrite (1 articulação), oligoartrite ( 2 a 4 articulações) e poliartrite ( + de 4 articulações); - Distribuição: simétrica ou assimétrica; - Localização: axial, periférica ou ambas; - Categorias Classificatórias: artrite por distúrbios degenerativos, inflamatórios, funcionais, infecciosos e de origem desconhecida; [GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes - Características da Artrite Inflamatória – dor e rigidez nas articulações acometidas + piora dos sintomas pela manhã ou após períodos de inatividade, melhorando com atividade leve a moderada + calor nas articulações maiores + eritema da pele em inflamações graves + alterações nos exames laboratoriais, como aumento da velocidade de hemossedimentação (VHS) e da proteína C reativa (PCR) + febre + perda de peso; - Características da Artrite Não Inflamatória: dor que piora com a atividade e melhora com repouso + rigidez de curta duração (não é um sintoma dominante) + VHS e PCR normais + raros sintomas constitucionais (febre e perda de peso); - O envolvimento sistêmico, quando comprovado, é importante para o esclarecimento e diagnóstico da artrite; **manifestações extra-articulares (ex: glomerulonefrite, anormalidades pulmonares, inflamações ocular e neuropatia periférica) podem indicar que a artrite é manifestação de uma doença reumática sistêmica ou de uma vasculite** - Tipos de envolvimento articular sem desenvolver processo inflamatório articular: artrite traumática, necrose asséptica, tumores, discrasias sanguíneas e anormalidades mecânicas; Monoartrite [GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes - Artrite que atinge uma única articulação; - Pode necessitar de tratamento urgente, quando se estabelece de forma aguda – há preocupação diagnóstica com a artrite séptica; - Anamnsese: determinar a duração e o curso dos sintomas; - Exames Laboratoriais – realiza-se artrocentese e em caso de dúvida a biópsia da membrana sinovial; - Monoartrite inflamatória – causas: infecção e artrite por cristais – deve ser tratada como artrite séptica até que se estabeleça fortes evidências contra a infecção bacteriana; - Processo Inflamatório Monoarticular Agudo – deve ser investigada infecção bacteriana, devido às possíveis consequências danosas em curto período de tempo; - Monoartrite não inflamatória – causas: lesões internas, como a laceração do menisco do joelho – produz queixas crônicas; - Artrite reumatóide, artrite psoriástica e espondilite anquilosante – podem cursar com monartrite, porém o quadro articular dessas ocorre de forma crônica, podendo realizar o diagnóstico diferencial a partir da história clínica, exame físico e alterações laboratoriais; - Artrite Reacional – indícios: rash cutâneo, diarréia, uretrite ou uveíte; - Doença de Lyne – possíveis sintomas articulares: artralgia, oligoartrite e monoartrite crônica – acomete mais frequentemente os joelhos; Monoartrite Infecciosa - Forma de artrite séptica; - Monoartrite crônica, com período mais longo de doença; - Causa: tuberculose e blastomicose – agente causador: bactérias; - Diagnóstico: anamnese revelando contatos contaminantes, exame físico evidenciando o envolvimento de outros órgãos (como os pulmões) e exame do líquido sinovial ou biópsia sinovial demonstrando a presença de granulomas específicos; Artrite Viral - Ocorre antes ou durante à infecção viral sistêmica; - Desenvolve-se como uma monoartrite aguda que se resolve espontaneamente; - Líquido Sinovial – pode apresentar características inflamatórias, com predomínio de células mononucleares ou neutrófilos; Gota - Doença microcristalina, decorrente da hiperuricemia crônica, que ocasiona o depósito de urato de sódio nas articulações e em outros tecidos; - Epidemiologia – predomina em homens,relaciona-se com o consumo crônico de álcool; - Quadro Clínico Inicial: crise monoarticular aguda, principalmente, nas extremidades inferiores (acomete tipicamente a 1ª metatarsofalangiana), com duração de 7 a 15 dias, quando os sinais e sintomas desaparecem totalmente; - Após longo período de remissão, a crise de monoartrite retorna, repetindo o ciclo com redução gradativa do período assintomático, até atingir a forma poliarticular crônica; - Poliartrite Crônica Gotosa – forma-se tofos e pode haver envolvimento renal com litíase; - Líquido Sinovial – apresenta características inflamatórias com celularidade de 10 a 60 mil leucócitos/mm³ e cristais de urato de sódio (responsáveis pelo diagnóstico diferencial com condrocalcinose/pseudogota); - Exame radiológico – apresenta calcificações da interlinha articular; - A presença de gota não exclui a possibilidade de infecção, pois esta doença articular pode coexistir ou predispor à artrite séptica; Oligoartrite - Atinge 2 a 4 articulações; - Costuma ser causada por processo inflamatório – causas: infecção gonocócica disseminada, artrite séptica não –gonocócica (20% dos casos), espondiloartropatias (oligoartrite assimétrica), artrite reumatóide nos estágios iniciais e alguns casos de infecção por parvovírus B19; Diagnóstico Diferencial - Infecção Gonocócica – apresenta-se como uma tenossinovite migratória com lesões de pele características; - Endocardite Bacteriana – pode cursar com dor lombar e com oligoartrite com articulações sépticas, resultante da disseminação hematogênica ou com líquido sinovial inflamatório estéril secundários à deposição de imunocomplexos; - Artrite Reativa – ocorre 1 a 4 semanas após infecções entéricas ou genitourinárias; - Artrite Psoriática – geralmente o paciente teve ou tem psoríase, podendo a artrite anteceder a doença cutânea em 15%; - Febre Reumática – artrite pós-estreptocócica, após seu período agudo (artrite migratória), que não é migratória e geralmente não se associa a outras manifestações distintas de febre reumática; [GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes Poliartrite - Envolve 4 ou + articulações; - Faz-se presente em uma grande variedade de doenças; - Doenças com possível envolvimento poliarticular: gota, lúpus eritematoso sistêmico (pode apresentar padrão de envolvimento articular semelhante ao da artrite reumatóide), esclerose sistêmica, dermatopolimiosite e doença mista do tecido conjuntivo – diagnóstico diferencial pelas demais características clínicas; - Febre Reumática – poliartrite migratória aguda, com histórico prévio de infecção de orofaringe por estreptococos beta-hemolíticos do grupo A, acometendo principalmente o coração de crianças; - Artrite Reumatoide Juvenil (ARJ) – poliartrite crônica fixa, bilateral e simétrica, com ou sem fator reumático positivo; - Síndrome de Reiter – caracterizada por artrite assimétrica de membros inferiores, uretrite inespecífica, conjuntivite, balanite circinada, ceratodermia blenorrágica e espondilite anquilosante (acomete a coluna vertebral com sindesmófitos e sacroiliíte simétricos, diminuindo a mobilidade da coluna); Artrite Reumatóide - Epidemiologia: 2ª forma de artropatia crônica mais comum, afetando cerca de 1% da população adulta mundial, com prevalência entre mulheres em idade fértil (3:1) e homens entre os 60 e 80 anos; - Doença inflamatória predominanteimente articular, de etiologia desconhecida, que é potencialmente incapacitante; - Pode apresentar envolvimento sistêmico, mas apresenta como alvo primário a sinóvia articular; - Possíveis Manifestações Sistêmicas: fadiga, febre baixa (até 38°C), anemia e elevação dos reagentes de fase aguda; - Fisipatologia: aumenta-se a produção de líquido sinovial, ocorre erosão subcondral e lesão de tendões e ligamentos; - Pode apresentar-se com início insidioso (mais comum – demora semanas ou meses) ou como uma poliartrite aguda; [GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes - Pode cursar com monartrite, porém o quadro articular dessa ocorre de forma crônica, podendo realizar o diagnóstico diferencial a partir da história clínica, exame físico e alterações laboratoriais; - Na maioria dos casos se manifesta como poliartrite, atingindo inicialmente as pequenas articulações das mãos (interfalangianas proximais e metatarsofalangianas), punhos, pés (interfalangianas e metatarsofalangianas), com acometimento mais tardio dos joelhos, cotovelos, tornozelos, quadris e ombros (nessa ordem); **na maioria dos casos a artrite reumatoide poupa as articulações interfalangianas distais, que são geralmente envolvidas na osteoartrite e na artrite psoriática** - Características Clássicas: artrite crônica (dura pelo menos 6 semanas), bilateral, simétrica e fixa, que evolui para deformidades articulares, como desvio ulnar, subluxação, dedo em pescoço de cisne e em botoeira; - Dados Clínicos Mais Importantes: rigidez matinal duradoura (> 1 hora), artrite de 3 ou + articulações, artrite fixa e artrite bilateral/simétrica – firmam o diagnóstico de artrite reumatoide; - Exames Laboratoriais: anemia, elevação da VHS e/ou da PCR, trombocitose e fator reumatóide positivo em 60 a 80% dos casos; - Cistos Sinoviais – massas flutuantes adjacentes às articulações acometidas pela artrite reumatóide; - Cisto de Baker – acúmulo do excesso do líquido sinovial produzido pelo joelho inflamado, comprimindo nervo, artéria e veias poplíteas ao dissecar para o interior dos tecidos da panturrilha e romper, extravasando conteúdo inflamatório e gerando dor associada ao aumento significativo de volume; - Outros Critérios Diagnósticos: nódulo reumatóide subcutâneo sobre os pontos de pressão (nódulo firme e normalmente indolor - ocorre em 20% dos casos), fator reumatóide sérico (indica pior prognóstico) e alterações radiográficas (ex: aumento de partes moles, diminuição do espaço articular de maneira simétrica, erosões justarticulares, osteoporose subcondral, subluxação, luxação e anquilose); - Diagnóstico – é clínico, utilizando como base os critérios do Colégio Americano de Reumatologia - firmado pela presença de no mínimo 4 critérios por pelo menos 6 semanas – exceção: artrite reumatóide monoarticular e oligoarticular; - Possíveis consequências das alterações induzidas pela artrite reumatoide: desvio ulnar dos quirodáctilos, deformidades em pescoço de cisne, deformidades em botoneira dos quirodáctilos, síndrome do túnel do carpo, subluxação ulnar, tenossinovite, deambulação dolorosa; - Tratamento – é realizado com medicamentos de uso contínuo e fisioterapia – objetivo: induzir a remissão e limitar o número de articulações envolvidas pela artrite reumatoide – categorias de terapias clínicas: anti- inflamatórios não-esteróides (AINE – alívio sintomático, não devendo ser usado de modo concomitante com FARMD), glicocorticóides (alívio sintomático e reduzem a progressão da doença – compõe a terapia de ponte: controla os sinais inflamatórios rapidamente com glicocorticídes, reduzindo-os gradualmente a medida que os FARMD de ação mais lenta começarem a fazer efeito), fármacos anti-reumáticos modificadores de doença (FARMD – paralisa ou lentifica a progressão radiográfica da artrite reumatóide) convencionais/sintéticos e FARMD biológicos; - Os pacientes com artrite reumatoide apresentam maior risco de osteoporose; - Pacientes com diagnóstico estabelecido de artrite reumatoide que desenvolvem quadro de monoartrite intensa desporporcional ao das outras articulações – avalia-se à artrite infecciosa; [GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes Artrite Psoriásica - Artropatia da psoríase, em que as lesões cutâneas da psoríase são acompanhadas de envolvimento articular; **na maioria dos casos a artropatia ocorre após as lesões cutâneas** - Tipos: poliarticular(semelhante à artrite reumatóide), oligoarticular, clássica (artrite das interfalangeanas proximais – mais frequente), mutilante (erosões intensas com graves deformidades) e espondiloartropáticas (envolvimento axial com sacroiliíte assimétrica, com formação de sindesmófitos e HLA B27); - Apresenta sacroiliítise assimétrica; e. CAUSAS DAS ARTRITES INFECCIOSAS - Diferentes microrganismos causam artropatias inflamatórias com maior ou menor intensidade; - Mecanismos de geração das manifestações reumáticas: ação direta, reação cruzada, reação imune e mecanismo misto; Artrites Causadas por Vírus - Manifesta-se em sua maioria como poliartropatia, resolvendo-se em dias ou poucas semanas; - Curso clínico: autolimitado, transitório e com duração de poucas semanas – em geral não causam dano articular permanente; **ocasionalmente pode se tornar prolongado ou crônico, porém em sua maioria a possibilidade da poliartrite ser viral é inversamente proporcional a sua duração** - É prevalente em mulheres; - Patogenia – mecanismos: infecção viral direta (induz reação inflamatória via efeitos líticos, formação de imunocomplexos e indução de citocinas inflamatórias) e indução ou amplificação da autoimunidade pelo vírus (mecanismos: mimetismo molecular ou expansão de epítopos); - Agentes causadores: togavírus (chikungunya e rubella), parvovírus, flavivírus (dengue, hepatite C), hepadnavírus (hepatite B), retrovírus (HIV), herpesvírus (citomegalovírus, herpes simples, varicela), paramixovirus (caxumba), coxsackievírus B, ecovírus, influenza, adenovírus e vaccínia vírus; - Tratamento dos sintomas articulares agudos: anti-inflamatórios não hormonais (AINH), corticosteróides em baixas doses e hidroxicloroquina; - Tratamento dos sintomas articulares crônicos: imunoglobulina endovenosa; **antivirais – seu uso deve ser avaliado com cautela, pois podem induzir o desenvolvimento ou a piora das desordens autoimunes envolvendo as articulações** Artrites Causadas por Fungos Patogênicos - Fungos que penetram no organismo por via inalatória ou por implantação transtegumentar, causando micoses; - Grupos de Micoses: micoses superficiais (pitiríase versicolo, tinha negra), micoses cutâneas (candidose), micoses subcutâneas (esporotricose), micoses sistêmicas (blastomicose, coccidioidomicose, histoplasmose e paracoccidioidomicose) e micoses oportunísticas (aspergilose, candidose e criptococose – instalam-se em pacientes imunossuprimidos); - Não representam causa comum de infecção musculoesquelética, mas quando presentes se manifestam como monoartrite crônica, osteomielite ou tenossinovite; - Tratamento: cetoconazol, anfotericina B ou intracnazol; Artrites Causadas por Hanseníase - Doença causada pelo Mycobacterium leprae que apresenta manifestações reumatológicas em 3/4 dos pacientes, variando sua porcentagem entre 1 e 77%; - A artropatia inflamatória só ocorre nas fases reacionais; - Patogênese: estados reacionais tipo I e tipo II, infiltração direta da sinóvia e neuropatia periférica sensitiva -> destrói a articulação; - Formas de manifestação: artropatia de Charcort, artrite séptica, poliartrite aguda do estado reacional e artrite crônica; - Artropatia de Charcort/Neuropática – deslocamento articular, fraturas patológicas e deformidades das articulações dos tornozelos e joelhos; - Poliartrite Aguda – tem início agudo, é poliarticular, simétrica e acomete principalmente as pequenas articulações das mãos e pés; - Tratamento: poliquimioterapia, analgésicos, anti-inflamatórios não hormonais e corticosteróides em altas doses; Artrites Causadas por Tuberculose - Doença infecciosa que dos casos extrapulmonares apresenta cerca de 10 a 11% de acometimento dos ossos e articulações, devido à disseminação hematogênica a partir do foco primário; - Acomete principalmente as vértebras (50% dos casos – principalmente na região toracolombar) e as articulações periféricas com seus tendões circundantes (menor frequência – ocorre de forma mais lenta, apenas quando a tuberculose não é tratada adequadamente); - Fatores de risco para acometimento osteoarticular: baixo nível socioeconômico, indivíduos imunocomprometidos, trauma cirúrgico, uso de droga endovenosa e doença óssea ou articular preexistente; - Formas de tuberculose vertebral: forma clássica de espondilodiscite e forma atípica de espondilite sem envolvimento discal; **envolvimento do disco intervetebral – nas crianças pode ocorrer de forma primária, enquanto nos adultos ocorre de forma secundária** - Possíveis consequências da tuberculose vertebral: destruição óssea progressiva, colapso vertebral cifose, formação de abscesso, estreitamento do canal vertebral e invasão dural direta (compromete a medula e gera déficits neurológicos); - Manifestações clínicas típicas da tuberculose vertebral: dor local, rigidez, espasmo muscular, abscesso, frio, giba e deformidade proeminente; - Progressão: 4 a 11 meses; [GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes - Apresentação Clínica da Artrite Periférica: monoartrite crônica de grandes ou médias articulações (joelho, quadril, sacroilíaca, ombros, cotovelos, carpo e tarso); - Tratamento: isoniazida, rifampicina, piranamida e etambunol - comum ao da tuberculose pulmonar - Recomendação Cirúrgica na Tuberculose Vertebral: lesões panvertebrais, doença refratária e cifose grave com evolução para déficit neurológico, deterioração ou ausência de melhora clínica; Artrites Causadas por Sífilis - A sífilis é uma doença infectocontagiosa, causada pelo Treponema pallidum, que apresenta manifestações cutâneas e sistêmicas em seus 5 estágios (primário, secundário, latente, terciário e congênito); - A artrite se manifesta no estágio secundário da sífilis como poliartrite, enquanto na fase terciária se manifesta como artrite crônica ou artrite com goma; - Poliartrite da Sífilis Secundária – ocorrem em 10% dos casos, ocorrendo de forma a simular a artrite reumatóide; - Pacientes com sífilis podem apresentar artrite monoarticular e migratória; - Artrite Gomosa – forma mais comum que se manifesta com aumento do volume difuso ou localizado em grandes articulações, com ou sem dor, que pode supurar; - Tratamento – comum ao tratamento da sífilis correspondente; Artrites Causadas pela Doença de Lyne / Borreliose de Lyne - Doença causada pelo Borrelia burgdorferi, que desde seu estágio inicial apresenta envolvimento do sistema musculoesquelético, marcado por dor recorrente nos ossos, articulações e partes moles periarticulares; - Manifestação típica da artrite: simétrica, grandes articulações, edema articular, ausência de eritema, semanas de remissão e recorrências; - Tratamento: antibióticos + ceftriazona/cefalosporina, doxiciclina e hidroxicloroquina (em caso de artrite recorrente); 2. ARTRITE SÉPTICA / PIOGÊNICA / INFECCIOSA / BACTERIANA / PURULENTA - Doença classificada como emergência médica, uma vez que se trata de uma infecção potencialmente fatal e que o atraso no tratamento em poucos dias pode ocasionar a destruição irreparável das estruturas articulares (principalmente na artrite séptica não gonocócica); - Definição: processo inflamatório da membrana sinovial de caráter supurativo; - Fatores Determinantes do Desenvolvimento: virulência, tropismo dos microrganismos e resistência ou suscetibilidade da membrana sinovial à invasão do agente infeccioso; - Porta de Entrada para o Agente Bacteriano: lesão cutânea em área próxima à articulação, via hematogênica, osteomielite, infecção em tecidos próximos e pós-procedimentos; - Fatores de Risco: baixo nível socioeconômico, idade avançada, diabetes, alcoolismo, uso de drogas endovenosas, doenças que comprometem o sistema imune, uso de drogas imunossupressoras, alterações nas estruturas intra-articulares (ocorre na artrite reumatóide e na osteoartrite – torna o ambiente favorável à proliferação do agente infeccioso),próteses articulares, pacientes com gota tofácea, cateteres intravenosos de demora e câncer; - Início dos Sintomas: pode ocorrer em 1 a 2 dias, dependendo do local de infecção e do agente; - Não precisa estar associada à história anterior de artrite crônica; - Líquido Sinovial: aspecto purulento, com predomínio de neutrófilos e presença de agente etiológico (definido a partir da cultura de líquido sinovial para bactérias e fungos) – presença de 100 mil leucócitos /mm³ é altamente sugestivo de infecção; a. EPIDEMIOLOGIA - Incidência na população geral: 2 a 10 casos por 100 mil pessoas; - Incidência nos portadores de desordens imunológicas e próteses: 30 a 70 casos em 100 mil pessoas; - Próteses Articulares – proporcionam um nicho fisiológico para microrganismos, podendo se tornar local de infecção -> a taxa de infecção nos primeiros 2 anos em pacientes com substituição da articulação é de 1% no quadril e articulações do ombro, 2% nos joelhos e 9% nos cotovelos; - Artrite séptica bacteriana – representa 10 a 27% dos casos de articulação dolorida e agudamente edemaciada; - A artrite séptica não-gonocócica é a forma mais comum de apresentação – mais comum em homens; [GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes b. ETIOLOGIA - Bactérias Causadoras Mais Frequentes: Staphylococcus aureus (60% dos casos – predomina a partir dos 6 meses de idade até o início da atividade sexual), Neisseria gonorrheae (frequente em adultos jovens) e espretococos beta-hemolíticos (15%), gram- negativos anaeróbicos (frequentes em neonatos e crianças até 6 meses) – são mais frequentes, pois apresentam alta seletividade para a membrana sinovial; **90% dos casos são devido estafilococos ou estreptococos** c. FISIOPATOLOGIA - A bactéria coloniza a articulação e se prolifera rapidamente, produzindo uma reação inflamatória aguda na membrana sinovial; - Resposta Imune do Hospedeiro – as citocinas IL-6, IL-Beta, TNF-Alfa, IL-8 e fator estimulante de crescimento dos macrófagos e granulócitos surgem no líquido sinovial e ativam proteínas de fase aguda vindas do fígado (ex: PCR), induzindo o fluxo de células inflamatórias buscando opsonizar, ativar o sistema complemento e fagocitar a bactéria; - Células T – fazem-se presentes em poucos dias após o início da infecção, sendo o CD4+ ativado pelos antígenos bacterianos em associação com células apresentadoras de antígeno do hospedeiro - IFN-Gama – é produzida por ativação das células T, podendo aumentar a frequência e a severidade da artrite séptica; - Destruição Articular – ocasionada pela potente ativação do sistema imune, os altos níveis de citocinas e o aumento dos níveis de metaloproteinases (estromelisina, gelatinases e colagenases), quando a resposta inflamatória não é suficientemente rápida para debelar o agente infeccioso, ocasionando a degradação da cartilagem em associação a toxinas bacterianas; d. QUADRO CLÍNICO - Articulações Mais Acometidas: joelho (40 a 50%), coxofemorais (20 a 25%), punho (10%) ombros, tornozelos e cotovelos (juntos somam 10 a 15% das infecções) – qualquer articulação pode ser infectada; - Relação do acometimento articular com fatores de risco: em usuários de drogas as infecções tendem a envolver grandes articulações que suportam peso (ex: acromioclavicular, crondrocostal e sacroilíaca), em pacientes com próteses articulares a infecção tende a ocorrer na articulação local, em pacientes que foram submetidos a cirurgia prévia de trato urinário pode ocorrer a infecção da sínfise púbica; - Em sua maioria é monoarticular (>80%), podendo assumir padrão poliarticular em pacientes com septicemia ou comprometimento imunológico grave; - Consequências do processo infeccioso: derrame articular com aumento da pressão local, redução da nutrição da articulação, destruição do espaço articular (destrói a sinóvia e a cartilagem em poucos dias); - Possíveis consequências adicionais do processo infeccioso: destruição da cartilagem de crescimento (afeta o crescimento de crianças e adolescentes), destruição óssea e dos tecidos moles (lesa ligamentos e tendões) adjacentes; - Manifestações sistêmicas: febre, sensação de doença, descompensação cardiovascular; Gonocócica - Causa: infecção por Neisseria gonorrheae; - Mais frequente infecção articular em homens e mulheres adultos-jovens sexualmente ativos; - A bactéria gonocócica (Neisseria gonorrheae) após transmissão sexual em pessoas sexualmente ativas é disseminada por via hematogênica, acometendo as articulações; - O acometimento articular pode ser acompanhado de doença venérea (não necessariamente apresenta sinais clínicos), manifestando-se com tenossinovite e pequenas pústulas não dolorosas na pele; - Articulações mais acometidas: joelhos, quadris, cotovelos e punhos; - Fatores de risco: contato sexual suspeito; Processo Infeccioso - A bactéria se fixa no epitélio do hospedeiro a partir de finas proteínas presentes na membrana, sendo as principais a proteína variante IA e IB; - Proteína Variante IA - impede a fusão dos leucócitos em fagolisossomo, de modo a reduzir a capacidade oxidativa, permitindo a sobrevivência da bactéria no interior da célula; e desativa o C3b e o iC3b, reduzindo a eficácia do sistema complemento -> gera infecções disseminadas; - Proteína Variante IB – associada a infecções localizadas; - Proteína Gonocócica II – proteína extracelular que participa do processo de ligação íntima após a interação com a proteína variante IA e IB, permitindo a formação de microcolônias ao se anexar a lipo-oligossacarídeos de outros microrganismos de N.gonorrhoeae; [GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes Não Gonocócica / Granulomatosa - Causa: infecção por Staphylococcus aureus; - Fator de risco: infecção de pele; - Pode ocorrer em qualquer idade; - Exame do Líquido Sinovial – apresenta contagem de leucócitos > 50.000/mm³, podendo atingir número superior a 100.000/mm³; Processo Infeccioso - A bactéria de estafilococos possui uma grande variedade de receptores de superfície que reconhecem as moléculas de adesão na matriz cartilaginosa (ex: fibronectina, a elastina, o colágeno e o ácido hialurônico); e. DIAGNÓSTICO Avaliação Clínica - Presença de sinais inflamatórios – ex: febre com ou sem calafrios, que é um achado importante nos processos infecciosos; **a febre pode não se fazer presente em imunossuprimidos ou ser de pouca intensidade na crise de gota** - Definição do padrão e extensão do processo inflamatório - deve-se realizar exame acurado de todas as articulações e tecidos periarticulares; - Procura de porta de entrada – avalia-se as regiões cutâneas periarticulares; - Manifestação em Crianças – apresentam sinais inflamatórios menos intensos, podendo manifestar febre, inapetência, irritabilidade, vômitos, dor abdominal e cefaléia, sem muitas alterações no exame articular – deve-se pesquisar infecções à distância, como na região do ouvido e garganta; Exames Laboratoriais - Hemograma – demonstra aumento periférico de neutrófilos e outras células brancas (característica de infecção bacteriana), elevação da proteína C reativa e maior velocidade de hemossedimentação; - Cultura Sanguínea – indicação: em casos de suspeita de artrite séptica, principalmente na presença de febre – material de coleta: preferencialmente coletado da orofaringe, uretra e reto, que apresentam maior positividade para gonococos, ou em pústulas (quando presentes) – positiva em até 50% dos casos com artrite séptica bacteriana; - Prova de Função Renal e Hepática – solicitadas para ajudar a definição do contexto clínico do paciente; - Exames de ácido úrico – pode indicar diagnóstico alternativo de gota; - Análise do Líquido Sinovial – achados que podem indicar artrite séptica, artrite reativa ou artrite por microcristais: líquido turvo, com baixa viscosidade e contagem de leucócitos acima de 50.000/mm³- artrite não gonocócica: polimorfos nucleares em 90% das células, com cultura positiva (90%) e teste de Gram (50%) – artrites gonocócicas: polimorfos nucleares em no máximo 50% dos casos, com teste de Gram pouco fidedigno - exame complementar mais importante, auxiliando a diferenciar a infecção gonocócica da não gonocócica; - Radiografia – avalia os ossos próximos e o espaço articular - as alterações radiológicas são raras no início dos sintomas, devendo ser analisadas comparativamente de forma bilateral - são úteis para acompanhar a evolução do caso; Diagnóstico Diferencial - Artrite Microcristalina (gota, pseudogota, artrite psoriástica e artrite reativa)– também pode gerar sintomas de dor articular aguda, edema e febre, com aumento em reagentes de fase aguda; - Febre – sua presença ou ausência não é um indicador confiável de uma articulação infeccionada; f. TRATAMENTO - Emergência médica que apresenta alta morbidade e mortalidade; - Critérios para Bom Prognóstico: reconhecimento imediato e rápido com tratamento agressivo; [GABRIELA BARBOSA] Turma 74 – Medicina Unimontes Terapia Antibiótica - Deve ser introduzido imediatamente após a obtenção da aspiração articular e das hemoculturas; - Critérios para Escolha Antibiótica: apresentação clínica (pode conduzir a suspeita de um agente patogênico), história detalhada e análise do líquido sinovial (pesquisa do Gram e contagem celular) – baseia-se nos microorganismos mais frequentemente relacionados à artrite séptica; - Cultura – tem resultado tardio, não determinando a escolha do antibiótico em um primeiro momento – seu resultado auxilia na troca medicamentosa e no ajuste terapêutico, caso seja necessário; - Esquema Terapêutico – tratamento intravenoso com tempo de duração entre 2 a 3 semanas (medicação para H. influenza) ou 3 a 4 semanas (medicação para a S.aureus e gram-negativos); **não há demonstração de vantagem entre os esquemas antibióticos** - Gera resposta clínica na maioria dos portadores de artrite piogênica; - Tratamento Medicamentoso para Infecção Não Gonocócica – administração intravenosa de antibióticos por 3 a 4 semanas; - Tratamento Medicamentoso para Infecção Gonocócica Disseminada – antibiótico intravenoso (a escolha apropriada do antibiótico está diretamente ligada à eficácia no tratamento – emprega inicialmente o ceftriazone 1g intramuscular a cada 24 horas ou as tetracicilinas e penicilina)+ cefalosporina de 3ª geração por 24 a 48 horas após o início da melhora (ex: ceftriaxona) – a internação inicial pode durar de 1 a 2 dias dependendo dos sintomas ou em casos que não se pode completar adequadamente a terapia, mas devendo ser realizada uma reavaliação clínica e do líquido sinovial em uma semana; **as tetraciclinas não devem ser utilizadas em grávidas** - Cocos Gram-positivos – recomenda-se vancomicina, iniciando a terapia rapidamente; - Cocos Gram-negativos – recomenda-se agente de cobertura ampla, como ceftazidima, cefepima, imipenem, meropenem, piperacilina- tazobactam e ciprofloxacina intravenosa – a vancomicina só é indicada em gran-negativa em pacientes imunocomprometidos; Drenagem / Punção Articular - Primeira conduta se a articulação for acessível, removendo o material purulento; - Punções Repetidas – realizadas durante os primeiros sete dias de tratamento – demonstra a adequação da conciliação da drenagem com a terapia antibiótica quando a análise comparativa demonstrar diminuição do líquido sinovial, da contagem de células e da porcentagem de polimorfonucleares; Intervenção Cirúrgica - Fatores que aumentam a necessidade de intervenção cirúrgica: longa duração entre os sintomas iniciais e o tratamento, complicações locais, idade avançada, muito jovem, comorbidades, uso de imunossupressores, osteomielite, falência de métodos menos invasivos e manutenção da positividade das culturas de sangue e líquido sinovial -> indicam prognóstico negativo; - Indicação de artroscopia ou drenagem aberta: persistência do derrame sem mudança significativa na celularidade; - A irrigação contínua e a artroscopia com lavagem são realizadas principalmente em joelhos, apresentando resultados efetivos; - Contraindicação de Irrigação Contínua: necessidade de descompressão urgente, doença articular, osteomielite, articulação de difícil acesso e infecção por pseudômonas – indica-se a artrotomia para melhorar os níveis de oxigênio local e o pH; - Raramente indicado em infecção gonocócica; Retirada de Próteses - As próteses devem ser retiradas quando a infecção acomete a articulação com prótese; - Antibioticoterapia – deve ser realizada até a obtenção da esterilidade local, podendo reimplantar a prótese; Terapia Física - É importante na recuperação rápida e sem sequelas; - Splints e Fisioterapia – baseia-se na intensa mobilização precoce - previne deformidades e contraturas em flexão; - Posicionamento Articular: quadril em rotação neutra e pouca abdução, joelho em extensão total e cotovelo em flexão em 90°; g. PROGNÓSTICO - Fatores de Pior Prognóstico: início do tratamento após 7 dias ou mais do ataque dos sintomas, pouca mobilização, demora na esterilização do ambiente articular maior que 6 dias, idade avançada, comorbidades, alterações articulares prévias e deficiências imunológicas adquiridas ou inatas; - Perda de função articular – 40% dos casos de infecção não gonocócica, podendo variar entre 10 e 73% baseado no tempo de início da terapia e na agressividade da bactéria; - Mortalidade – entre 5 e 20%; - Prognóstico Artrite Gonocócica – quando os procedimentos são realizados a tempo o prognóstico é favorável com rápida diminuição dos sintomas e completa recuperação do paciente; 3. REFERÊNCIAS - CARVALHO, M. A. P. Reumatologia: Diagnóstico e Tratamento. 4 ed. 2014. Capítulos 7 (pg 143 a 146), 38 (pg 612 a 616) e 39 (pg 617 a 630); - GOLDMAN. Cecil Medicina. 24 ed. 2014. Vol. 2. Capítulo 280 (pg 1421 a 1431); - CURRENT. Reumatologia – Diagnóstico e Tratamento. 2 ed. Capítulos 5 (pg 57 a 66), 15 (pg 185 a 193) e 16 (pg 194 a 198).
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