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Clínic� Médic� I Reumatologi� - Abordagem sindrômica em Reumatologia - aula 01 ➔ Avaliação do paciente reumatológico - - Metas - diagnóstico acurado, tratar adequadamente, evitar testes diagnósticos desnecessários. - ABORDAGEM - - Localização - se é articular ou não - Natureza - inflamatório ou não - Extensão - mono, oligo (até 4) ou poliarticular (5 ou +) - Local ou disseminada - sintomas sistêmicos - Cronologia - aguda ou crônica (a partir de 6 semanas) - Diagnósticos diferenciais ➔ Lembrar: - Dor mecânica - relacionada com o movimento - dói quando usa! - Dor inflamatória - é contínua - está inflamada! ➔ Classificação das doenças reumatológicas - - Artropatias inflamatórias crônicas - artrite reumatóide (AR) e espondiloartrite - Doenças difusas do tecido conjuntivo (DDTC) - LES, miopatias inflamatórias, sínd. Sjogren, esclerose sistêmica… - Outras artropatias - osteoartrose, artropatias miocristalinas, artropatias infecciosas… - Síndrome antifosfolipídeo (SAF) - é uma doença autoimune na qual os pacientes têm autoanticorpos contra as proteínas ligadas aos fosfolipídios. Podem ocorrer trombos venosos ou arteriais. A fisiopatologia não é precisamente conhecida. O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue. A anticoagulação costuma ser usada para prevenção e tratamento. - Vasculites sistêmicas - granulomatose de Wegener, poliartrite nodosa… - Reumatismo de partes moles - tendinite, bursite, fibromialgia… ➔ SÍNDROMES ARTICULARES - - Anamnese - - Idade, sexo, ocupação, história familiar - Apresentação: aguda ou crônica (>6 sem) - Evolução: progressiva ou episódica/ autolimitada - Simetria: há ou não? (não precisa ser perfeita) - Topografia:axial, periférica ou mista - Sinais flogísticos - Rigidez matinal - Tipo de dor - inflamatória ou mecânica - Condições associadas - cirurgia/ trauma, medicação, imunossupressão, infecção precedente, uveíte (lembrar!), Raynald, doenças hematológicas, endócrinas e neoplásica. - Gabriela Palauro - ATM26 - EXAME FÍSICO - “GALS” - Gait - marcha, postura - Arms - movimentação ativa dos braços - Legs - visão anterior, posterior e pés - Spine - - ➔ Osteoartrite - aula 02 ➔ A osteoartrite é a afecção reumática mais comum, sendo a causa mais frequente de incapacidade laborativa após os 50 anos. ➔ Definição - doença caracterizada pela perda quanti e qualitativa da cartilagem hialina, levando a esclerose óssea subcondral, remodelamento ósseo com formação de osteófitos marginais e inflamação sinovial crônica e inespecífica- Há diminuição do espaço articular devido à perda cartilaginosa e à formação de osteófitos. ➔ Doença de caráter crônico e evolução lenta, sem comprometimento sistêmico, afetando articulações periféricas e axiais. - desenvolve-se de maneira silenciosa. ➔ Prevalência: - Articulações acometidas: mãos, joelhos, coxofemorais e coluna vertebral - Fatores Locais - excesso de peso, ocupação e deformidade/ danos à cartilagem - Ocupação - maratonistas e agricultores (quadril), jogador de futebol (joelho e quadril) e mineiro (joelho e coluna) - Fatores sistêmicos - hormonal, genética, endócrinos e menor vitamina D e C Idade Crescente, principalmente acima dos 40 anos Sexo Mais frequente em mulheres - mãos e joelhos! Suscetibilidade genética Todos os sítios, principalmente OA de mãos Obesidade Mulheres obesas - 4 a 5 vezes mais chance de terem joelhos acometidos Trauma e ocupação Injúria aguda de joelho, lesões de ligamentos e meniscos são causas comuns de OA secundária. Deformidades preexistentes Anormalidades anatômicas - possíveis predisposições à OA precoce ➔ Fisiopatologia - - Cartilagem normal - matriz (rica em colágeno e proteoglicanos) e condrócitos - Cartilagem de transição - alteração quanti e qualitativa nos proteoglicanos - Cartilagem osteoartrítica - - Fase 1 - edema e microfraturas - Fase 2 - fissuras e pontos - Gabriela Palauro - ATM26 - fase 3 - erosões - Com o passar dos anos, os componentes da matriz se alteram, irregularidades na rede de colágeno, proteoglicanos se alteram quali e quantitativamente. Ocorre rarefação de condrócitos em alguns sítios e hipertrofia, em outros, desequilibrando o processo de formação e degradação da matriz. - Cartilagem envelhecida contém menos água, condrócitos mal distribuídos, proteoglicanos alterados e colágeno fissurado - matriz menos resistente e menos elástica. - A cartilagem começa a apresentar microfissuras e, posteriormente, fissuras verticais. Fragmentos de cartilagem se desprendem e desencadeiam um processo inflamatório discreto. Esse descolamento, também expõe o osso subcondral, com microcistos e nesses locais de exposição, os osteófitos provocam neoformação óssea subcondral com esclerose do osso subcondral. A redução do volume e das propriedades da cartilagem levam a maior atrito e redução do espaço articular. - Assim, há áreas de maior pressão sobre o osso subcondral, contribuindo para a esclerose subcondral e o crescimento de espículas ósseas e osteófitos. ➔ Manifestações clínicas - - Quadro clínico - dor articular, rigidez matinal inferior a 30 min, limitação do movimento, crepitação e deformidade articular. E ocasionalmente, derrame articular e graus variados de inflamação. - Sinais - aumento ósseo, limitação do movimento, crepitação, sinais de inflamação local e nódulos de Heberden e Bouchard - Gabriela Palauro - ATM26 - Achados radiológicos - - Tríade clássica: proliferação óssea marginal (formação de osteófitos), diminuição da assimetria do espaço articular e esclerose óssea subcondral - Ressonância - é mais sensível - visualização direta da cartilagem e detecção de anormalidades de meniscos e ligamentos - “Sinal da gaivota” - Achados Laboratoriais - - Os exames laboratoriais de rotina habitualmente são normais. - Gabriela Palauro - ATM26 - Sem marcadores específicos - Prova de atividade inflamatória (velocidade de hemossedimentação e proteína C reativa) são comumente normais. ➔ Tratamento - - Princípios gerais - aliviar sintomas, manter/ melhorar a função, limitar a incapacidade física e evitar a toxicidade por drogas. - Terapia não farmacológica - terapia física e ocupacional, educação (esclarecimentos sobre a doença, motivação à prática de atividade física) e perda de peso - Farmacológica - Analgésico narcóticos ou não, AINES/ Glicocorticoide, glicosamina e condroitina e colchicina. - Local - intra-articular (CE ou ácido hialurônico) ou tópico (AINEs e capsaicina) - Cirurgia - Terapias alternativas/ experimentais - extrato insaponificável de abacate, diacereína, colágeno, curcuma longa, transplante de cartilagem. Artrite Reumatóide - aula 03 ➔ Definição - doença inflamatória autoimune sistêmica e crônica que caracteriza-se por sinovite (persistente de grande e pequenas articulações periféricas, simétrica nos MMII e MMSS) e erosões das articulações diartrodiais periféricas. ➔ A inflamação provoca danos à cartilagem e erosões ósseas - marca da doença ➔ Curso clínico da AR é bastante variável; ➔ Epidemiologia - - Incidência maior em mulheres - 2,5 a 3 vezes maior do que em homens - aumentando com a idade - Mulheres - 4ª a 6ª década - Homens - 6ª a 8ª década - AR é responsável por grande morbidade. ➔ Etiopatogênese - é uma combinação de fatores! - resposta imune e inflamatória alterada à combinação de fatores genéticos, do hospedeiro e ambientais. - A causa da AR é desconhecida e há predisposição genética - acomete 4 vezes mais os parentes de 1º grau de outros pacientes com AR do que a população em geral - Os mais importantes fatores genéticos envolvidos estão relacionados aos alelos do complexo principal de histocompatibilidade (MHC), principalmente alelos do HLA-DR1 e HLA-DR4 - Fatores hormonais - - Fatores imunológicos - - Linfócitos T autorreativos chegam à articulação e produzem gama- interferon, o qual estimula fibroblastos e macrófagos a produzir diversas citocinas pró-inflamatórias, como interleucina 1 e 6 (IL-1 e IL-6), fator de necrose tumoral alta (TNF-alfa), prostaglandina E2 e metaloproteinases. - A IL-1 e TNF-alfa podemestimular sua auto-produção e perpetuar o processo. - Gabriela Palauro - ATM26 - Resultando em - edema, congestão, exsudação e hiperplasia das células sinoviais. - IL-1 e TNF-alfa estimulam fibroblastos e condrócitos locais a produzir enzimas proteolíticas (colagenases e metaloproteinases), inibem a síntese de novas moléculas da matriz e estimulam osteoclastos, promovendo a desmineralização óssea por absorção. - Fatores ambientais e sociais - AR pode estar relacionada a resposta a agente infeccioso em indivíduo geneticamente suscetível - possíveis agentes: micoplasma, vírus epstein-Barr (EBV), citomegalovírus, parvovírus e vírus da rubéola; - Gatilhos ambientais - tabagismo ➔ Patogênese - - Transformação da membrana sinovial em PANNUS - já que com a progressão da lesão, a sinóvia se espessa e avança para o espaço articular através de projeções vilosas, invade a cartilagem e o osso - constituindo o pannus. - Há a formação de “centros germinativos” de tecidos linfóides secundários, com plasmócitos produzindo imunoglobulina policlonal, inclusive fator reumatóide. Os complexos imunes formados acabam por entrar na circulação e levam a várias manifestações da doença - por exemplo, vasculite sistêmica. - Somado ao fato de que há a produção de citocinas pró-inflamatórias (Il-1, IL-6, TNF-alfa, TGF-beta) - que acabam por levar a erosão óssea e cartilaginosa. ➔ QUADRO CLÍNICO - - AR possui início insidioso + sintomas constitucionais inespecíficos, como fadiga, anorexia, fraqueza generalizada, perda de peso e febre baixa. - Inicialmente, os sintomas musculoesqueléticos são vagos até o aparecimento de sinovite - Gabriela Palauro - ATM26 - Quadro clínico de AR envolve dor articular, com piora ao repouso e melhora ao movimento, rigidez matinal prolongada superior a 1 hora, edema e espessamento articular. - IMPORTANTE - na AR, as interfalangeanas distais são geralmente poupadas, o que pode ajudar na distinção de doenças como osteoartrite e artrite psoriática; - Os sintomas específicos normalmente surgem gradualmente em várias articulações, especialmente, mãos, punhos, joelhos e pés, de forma simétrica. - Inicialmente - tem predileção por mãos!! ➔ CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO - necessita ter pelo menos 4 1. Rigidez matinal - maior que 1h 2. Poliartrite (envolvendo mais de 3 articulações) 3. Envolvimento de mãos (IFP, MCF e punhos) 4. Simetria 5. Nódulos reumatismo 6. Fator reumatóide sérico 7. Erosões e/ou osteopenia periarticular ao RX ➔ Deformidades típicas - - Dedo em boutonier - Dedo em pescoço de cisne - Gabriela Palauro - ATM26 - Desvio ulnar - “Dedos em martelo” - que podem acarretar em úlceras de atrito - ocorre também desabamento de arco plantar (pé fica plano) - Tenossinovite - a qual pode ser tão extensa que acarreta em no rompimento de tendão - “dedo caído” - Artrite mutilante - a erosão é tanta que apaga o osso - é extremo! ➔ Manifestações extra-articulares - ocorre em uma frequência significativa, principalmente, em pacientes com FR positivo, anti-CCP positivo, HLA classe II DRB1 e nódulos reumatóides - Sintomas constitucionais - fadiga, perda de peso e febre baixa. - Nódulos reumatoides - que ocorrem em estruturas periarticulares, superfícies extensoras ou em áreas expostas à pressão mecânica. Mas também podem ocorrer em outras regiões como coração, pleura (pulmão), olhos e meninges. - Locais incomuns - bursa do olécrano, face extensora proximal do antebraço, tendão de aquiles e occípito. - Raramente são sintomáticos. - Ocorrem quase que exclusivamente em pacientes com FR + - Uso de metotrexato pode aumentar ou acelerar o desenvolvimento, provocando a síndrome de hipernodulose. - Vasculite reumatoide - pode afetar qualquer órgão, é mais comum em pacientes com AR grave ou títulos elevados de FR. - Formas mais agressivas - se manifestam como polineuropatia, mononeurite múltipla, úlceras cutâneas, necrose dérmica, gangrena digital e infarto visceral. - Formas mais frequentes - a apresentação são pequenas manchas acastanhadas ungueais, e periungueais e nas polpas digitais das mãos, além de úlceras isquêmicas, principalmente nos MMII. - Manifestações pleuropulmonares - mais comuns em homens, e incluem pleurite, fibrose intersticial, nódulos pleuropulmonares e pneumonite. - A fibrose pulmonar provoca alterações discretas e é assintomática. Porém, pode evoluir, reduzindo a difusão pulmonar e causar dispneia. Na tomografia - padrão de “vidro fosco” - Gabriela Palauro - ATM26 - Nódulos pulmonares - podem aparecer isolados ou em grupos, e evoluir com cavitação, que podem infectar, calcificar ou produzir pneumotórax ou fístula broncopleural. - O encontro isolado de um nódulo do pulmão - deve-se investigar CA - Pode ocorrer obstrução da via por este nódulo - OBS - Síndrome de Caplan - ocorre em pacientes com AR e pneumoconiose, relacionado a exposição a poeiras minerais (sílica, asbesto, carvão). Se caracteriza pelo rápido desenvolvimento de múltiplos nódulos basais periféricos em associação a leve obstrução do fluxo aéreo. - Manifestações cardíacas - comumente assintomáticas. - Pericardite pode acometer mais de 50% dos pacientes, geralmente sem clínica. - Derrame pericárdico - líquido com baixo pH e conc de glicose. - Doença vascular, principalmente a coronariana, é responsável por grande morbidade nos pacientes com AR. - Manifestações neurológicas - a AR tende a poupar SNC. Porém, pode haver mononeurite múltipla por vasculite, compressão dos nervos periféricos (como o ulnar, levando a síndrome do túnel do carpo) por sinovite ou deformidades e acometimentos ou compressão medular devido à instabilidade da coluna cervical. - Manifestações oculares - é comum, e a manifestação mais frequente é a ceratoconjuntivite seca (síndrome de Sjogren secundária) - em 15% dos pacientes. Ocasionalmente, ocorre uveíte e episclerite - que eventualmente perfura a esclera (escleromalácia perfurante) - Pode levar a xeroftalmia também. - Manifestações hematológicas - - A mais comum é a anemia de doença crônica. - Síndrome de Felty - associação de AR, esplenomegalia e neutropenia - estima-se que ocorra em <1% dos pacientes com AR. - Gabriela Palauro - ATM26 ➔ EXAMES COMPLEMENTARES - - Não existe marcador específico para AR. - O FR é achado em mais de 85% dos pacientes com a doença, porém não é específico. Uma vez que o FR +, é encontrado em 20% dos idosos saudáveis. A presença de FR pode ter significado prognóstico, pois os pacientes com títulos elevados tendem a ter doença articular mais grave e progressiva, associada a manifestações extra-articulares. - Anti-CCP - apresentam sensibilidade de 70-75% e especificidade de 95%. - Indicação - esclarecer quadros sugestivos de AR inicial, ainda sem erosão ou doença estabelecida, ou para diagnóstico de pacientes com AR e FR negativo. ➢ Tanto os títulos de FR quanto os de anti-CCP apresentam valor prognóstico no paciente com AR. - Outros anticorpos inespecíficos podem estar presentes, como FAN e o ANCA, ambos em 30% dos casos. - Hemograma com plaquetas - normalmente, a anemia e a plaquetose se correlacionam com atividade. - VHS aumentada em quase todos os pacientes com AR ativa. A PCR também fica acentuadamente aumentada e geralmente se relaciona com a atividade da doença e probabilidade de lesão articular progressiva - Análise do líquido sinovial - normalmente o líquido é turvo, com viscosidade reduzida, proteínas aumentadas e redução discreta da glicose em relação à glicemia sérica. Além de leucócitos entre 5 e 50.000 cél/ml, com predomínio de polimorfonucleares. ➔ EXAMES DE IMAGEM - - Os sinais radiológicos mais precoces são edema de partes moles, osteopenia justa-articular (critério radiográfico da doença) e cistos subcondrais nas articulações. - A perda de cartilagem articular (redução do espaço articular) e as erosões ósseas (outro critério radiográfico da doença) se desenvolvem com meses. - Erosões - acontecem como soluções de continuidade na superfície articular e devem ser pesquisadas nas articulações tradicionalmenteacometidas das mãos e pés. As alterações radiológicas nos pés costumam ser mais precoces que as das mãos. - Com a evolução da doença, os desvios ósseos e as subluxações ficam aparentes, e pode haver grande destruição óssea subcondral. - Ultrassom e Ressonância magnética - são mais sensíveis na detecção do dano estrutural articular. - Avaliação radiológica é importante para determinar a extensão da destruição da cartilagem e erosão óssea, além de monitorar o - Gabriela Palauro - ATM26 impacto da terapia com drogas modificadoras do curso da doença (DMCDs) e definir o momento da intervenção cirúrgica. ➔ TRATAMENTO - as metas são o alívio da dor, redução da inflamação, proteção das estruturas articulares, preservação articular e controle do envolvimento sistêmico. ➔ Os pacientes devem ser avaliados antes do início do tratamento, com hemograma, creatinina, AST/ALT (TGO/TGP), VHS e PCR. ➔ Pacientes que usarão biológicos - devem ser investigados de tuberculose - raio-x de tórax e PPD (derivado de proteína purificada - para identificar TB latente) - Esclarecimento e orientações - Fisioterapia e terapia ocupacional - Exercícios!! - Medicamentosas - analgesia e anti-inflamatórios - Drogas anti-reumáticas modificadoras da doença (DMARD) - possuem a capacidade de reduzir e prevenir o dano articular DMCDs Tempo médio de ação Doses usuais Hidroxicloroquina 3 a 6 meses 6 mg/kg/d Difosfato de cloroquina 3 a 6 meses 4 mg/kg/d Sulfassalazina 1 a 3 meses 1-3 g/d Metotrexato 1 a 3 meses 10-30 mg/sem Leflunomida 1 a 2 meses 20 mg/d ou em dias alternados Azatioprina 2 a 3 meses 1-2 mg/kg/d Ciclosporina 2 a 4 meses 3-5 mg/kg/d - Gabriela Palauro - ATM26 - Agentes biológicos - - Anti-TNF-alfa - certolizumabe, adalimumabe, etanercepte, golimumabe, infliximabe - o alvo é o TNF-alfa, citocina pró-inflamatória francamente ligada à AR. São medicações de alto custo, com resposta terapêutica rápida, porém, possuem como efeito colateral a maior suscetibilidade a infecções, tanto por germes comuns quanto por germes intracelulares atípicos (TB, inf. fúngicas e virais) - pelo risco de desencadearem TB latente - deve-se investigar contato prévio e solicitar radiografia de tórax e pesquisa de PPD. - Para uso de anti-TNF- alfa - Se TB latente (RX suspeito, PPD + > 5mm ou história de contato) - profilaxia com isoniazida por 6 meses e após 1 mês, já pode iniciar o tratamento. - Efeitos colaterais - insuficiência cardíaca congestiva, doença desmielinizante do SNC e maior risco de linfoma - Rituximabe - é um agente biológico anti-CD20, receptor de linfócitos B. Age depletando tais linfócitos, que possuem efeito importante na AR (apresentação de Ag, produção de Ac, incluindo FR). - Abatacepte - agente que impede a coestimulação entre os linfócitos e as células apresentadoras de Ag, enfraquecendo o estímulo imunológico e induzindo tolerância. - Contra-indicado - pacientes com pneumopatias, como DPOC. - Tocilizumabe - anticorpo monoclonal humanizado, que age contra os receptor da IL-6, bloqueando os efeitos inflamatórios dessa citocina, que possui papel importante na AR e em suas manifestações extra-articulares. - Lembrando que todos esses agentes biológicos são de alto custo e geralmente, estão indicados na falha da combinação de 1 ou mais DMCDs tradicionais, sempre com metotrexato associado; - Cirúrgico - para a indicação de tratamento cirúrgico, deve-se considerar: teste para avaliar a qualidade de vida do paciente, realização de cirurgia precocemente (quando indicada) e a indicação para pacientes a quem medicações e fisioterapia não controlaram os sintomas ou permitiram um mínimo aceitável nas atividades diárias. - Sinovectomia - Correção de tendões + sinovectomia - Debridamento articular + ressecção artroplástica - Artrodese - Artroplastias totais Espondiloartrite - aula 03 ➔ Grupo de doenças com suscetibilidade genética e manifestações clínicas em comum. - Tipagem HLA-B27 - Manifestações clínicas comuns ao grupo - envolvimento inflamatório do esqueleto axial (em especial, se apresenta como uma lombalgia inflamatória), entesopatia, artrite periférica assimétrica (normalmente, oligoarticular, MMII), doença ocular inflamatória (uveíte é a principal manifestação) e características mucocutâneas. - Gabriela Palauro - ATM26 ➔ Fazem parte deste grupo as doenças: Espondilite anquilosante, artrite psoriásica, artrite reativa, espondiloartrite juvenil, Espondiloartrite indiferenciada, artrite associada à Crohn/ Colite Ulcerativa e uveíte anterior aguda. ➔ Primeiro, vamos classificar o que seria uma lombalgia inflamatória - inicia no adulto jovem (em especial, antes dos 40 anos), tem um início insidioso, melhora com exercício físico e piora com o repouso, e pode ter uma dor noturna (que obriga o paciente a levantar-se para se movimentar) - se tiver 4 destes 5 parâmetros, tem uma chance de quase 80% de sensibilidade e especificidade - de fazer um diagnóstico acertado de Lombalgia inflamatória ➔ Caracterização das espondiloartrites periféricas - - É o paciente que vai se apresentar com uma oligoartrite OU entesite OU dactilite. - Além dessa manifestação, apresenta também: - Pelo menos 1 dessas características - uveíte anterior, histórico de psoríase (pessoal ou em familiar de 1° grau), Crohn/ colite ulcerativa, infecção precedente, marcador genético HLA-B27, sacroilíaca em exame de imagem. - Pelo menos 2 dessas características - artrite, entesite, dactilite, dor lombar de ritmo inflamatório, história familiar de EpA ➔ Caracterização de espondiloartrite axial - - A queixa principal será uma lombalgia de caráter inflamatório, que se arrasta por pelo menos 3 meses, num indivíduo jovem (menos de 45 anos) - Sacroileíte na imagem + pelo menos 1 característica - dor lombar inflamatória, artrite, entesite (calcanhar), uveíte, dactilite, psoríase, Crohn/ Colite ulcerativa, boa resposta à AINHs, história familiar de EpA, HLA-B27, PCR elevada. - As EpA respondem muito bem à AINEs - uma das causas do atraso de 10 anos no diagnóstico - Gabriela Palauro - ATM26 - Ou marcador HLA-B27 + pelo menos 2 características - sacroileíte radiológica definida (de acordo com os critérios de New York) ou apresenta uma inflamação ativa (aguda) na RNM, altamente sugestiva de sacroileíte associada a EpA (edema ósseo - medula estará bem branca na ressonância) ➔ Epidemiologia - - Papel do HLA-B27 - marcador prognóstico de acometimento axial - Lembrando que não é patognomônico de EpA - uma vez que na Espondilite psoriática - 60-70% dos pacientes são HLA-B27 + ➔ ESPONDILITE ANQUILOSANTE - - Prevalência - - 0,1% na população - 2% dos indivíduos HLA-B27 + - Acomete mais o sexo masculino (3:1) - Etiologia - - Genética - dos pac. com espondilite anquilosante, 90% são HLA-B27 + - Infecções - estão associadas a gatilhos - em especial a Klebsiella pneumoniae - Além de inflamação intestinal - 60% dos pac. - QUADRO CLÍNICO - tradicionalmente é assimétrico - Início dos sintomas - por volta dos 20 anos (3ª década) - Dor lombar inflamatória - Sacroileíte simétrica + sindesmófitos (“pontes ósseas da coluna”) simétricas e delicadas - quase que exclusivo da espondilite anquilosante isso! - Poliartrite assimétrica - vista em até 30% dos pac. (acometimento periférico) - mesmo que a marca da espondilite anquilosante seja o acometimento axial - Entesite - Dactilite - “dedo em salsicha” - pode ter até 2 dedos acometidos - Enterite - Uveíte anterior aguda - em até 40% dos pac. - normalmente é unilateral e autolimitada (7-10 dias), mas é recorrente - mas sempre trata, devido a possibilidade de perda da acuidade visual pela formação de sinéquia na câmara anterior. + hipopium (pus na câmara anterior) - Aortite e até insuficiência aórtica - Fibrose pulmonar apical - que é um lugar atípico - EXAME FÍSICO - - Retificação da lordose lombar (e até cervical) - Redução da mobilidade da coluna - teste de Schober (maior que 5cm), distância dedos-chão (menor que 20 cm), distância occipito-parede, rotação cervical e expansibilidade torácica (- na alturado mamilo - maior que 2,5cm) - Gabriela Palauro - ATM26 - Postura do esquiador - casos + avançados - retifica a coluna, cifose torácica, báscula de bacia e flete os joelhos (para manter o equilíbrio) -”é o paciente que não olha para cima”, e normalmente, com os braços para trás. - RADIOLOGIA - - Quadratura vertebral - o corpo vertebral tem uma concavidade anterior, e vai perder tal concavidade - há calcificação e espessamento do ligamento anterior da coluna - “Ângulos brilhantes” - Sinal de Romanus - ponto que começa a inflamação e vai formar o sindesmófito (que é a ponte) - Gabriela Palauro - ATM26 - Sindesmófitos - ponte óssea, que liga um corpo vertebral à outro - tendem a ser simétricos e delicados na espondilite anquilosante - Pede-se RNM antes de formar sindesmófito, pede quando está inflamado - para que não chegue formar sindesmófito - Sindesmófito tem uma orientação de crescimento vertical, e na espondilite é delicado. Já o osteófito (da osteoartrose) tem uma tendência de crescimento horizontal e é mais errático/ irregular. - Coluna em bambu - se fizer vários sindesmófitos, pegando toda a coluna - cola ela inteira - Entesopatia - “esporão” - nem todo esporão é espondilite - processo inflamatório que se repete tantas vezes, que calcifica - Sacroiliíte - é tradicionalmente, bilateral e simétrica (na espondilite anquilosante) - Gabriela Palauro - ATM26 ➔ ARTRITE REATIVA - - Prevalência é baixa - menor que 0,05% - Prevalência pelo sexo masculino (9:1) - Acomete adultos jovens - na faixa dos 20-30anos - Associação com HLA-B27 (em 50-80% dos casos) - caso tenha - remete a acometimento axial - Possui um início agudo - 1-4 semanas após infecções urinária ou intestinal - e os agentes mais comuns são Chlamydia, Shigella, Salmonella, Yersinia e Campylobacter - Então, o paciente faz uma gastroenterite comum e depois de um mês começa a manifestações de espondiloartrite. - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - - Tríade clássica - está presente em ⅓ dos pacientes - mas possuem a história pregressa da infecção - Uretrite não gonocócica - Conjuntivite/ uveíte - Artrite - oligoartrite, assimétrica - Diagnóstico diferencial - artrite séptica - há o microrganismo dentro da articulação, mas na artrite reativa, não. Ela é reativa, é uma resposta imunológica à uma infecção do passado - Outras manifestações: - Dor lombar/ glútea alta - que é a dor da sacroiliíte - até 50% dos pac. - Manifestações extra-articulares: entesite, dactilite, uveíte… - Tem duas manifestações muito características: balanite circinada e ceratoderma blenorrágico - Lesão da balanite é plana, com borda bem delimitada, vermelha, não pruriginosa, e sem secreção. - PROGNÓSTICO - - Parte dos pacientes terão uma forma autolimitada - 3-12 meses - Gabriela Palauro - ATM26 - 15% apresentam recorrência - sendo que pode ser re-infecção - 15% quadro crônico - com deformidades, entesites, perda da visão. - 10% destes crônicos evoluem para uma Espondiloartrite Anquilosante - E quem tem mais chance disto? Os pacientes com HLA-B27 + - paciente que se monitora por mais tempo, para ver se não surgem outras manifestações. ➔ ENTEROARTRITES - - Doenças do TGI que podem se relacionar com acometimento reumatológico: Crohn, RCUI, doença de Whipple, doença celíaca e cirurgia de bypass intestinal (em especial a técnica de Y de Rux - que deixa a alça cega); - 10-20% pac. com doença inflamatória intestinal - fazem artrite periférica - oligoarticular, assimétrica, de MMII, com grandes derrames, raras deformidades e que acompanham a atividade do intestino. Sem correlação com HLA-B27! - 10% dos pac. terão uma forma espondilítica (normalmente associado ao HLA-B27+) - na maioria das vezes, assintomática, sem relação com a atividade intestinal. - Manifestações extra-articulares - - Cutâneas - eritema nodosa (Crohn) e pioderma gangrenoso (RCUI) - Eritema nodoso - nódulos subcutâneos, dolorosos, começam vermelhos e evoluem como hematoma - Pioderma gangrenoso - lesão ulcerada, com bordos centrados. - Mucosas - úlceras orais dolorosas - Uveíte anterior - Febre/ perda de peso. ➔ ARTRITE PSORIÁSICA - - Acomete os sexos igualmente - é a primeira que os homens não predominam - Pico 30-50 anos - Prevalência - 1-3% da população tem psoríase - e destes, 10-40% podem evoluir para artrite psoriásica - A psoríase cutânea antecede a AP em 75% dos pac. - mas pode ter casos, em que o paciente primeiro manifeste a artrite psoriásica e depois, a psoríase cutânea - Gabriela Palauro - ATM26 - Artrite psoriásica - Sendo que AR é puramente erosiva, já a AP, erosiva mas proliferativa - “faz osso novo” - Lembrar de procurar a psoríase cutânea - região interglútea, região plantar formação de placas, alteração ungueal (distrofia ungueal), “unha em dedal”, gutata (mais rara); - Unha preservada = articulação preservada. Unha acometida = articulação acometida. - RADIOGRAFIA - alteração clássica da AP - “lápis na taça” - erode uma das porções da articulação além de proliferar a outra - Além de periostite - uma dupla imagem da borda óssea ➔ ESPONDILOARTROPATIAS INDIFERENCIADAS - não preenchem critérios diagnósticos para as demais. ➔ TRATAMENTO DAS ESPONDILOARTRITES - - A base ainda é AINES - usa-se três meses com dose plena - Se tiver já DII conhecida - é contraindicado uso de AINES - Doença axial - AINES e Anti-TNF e Anti-IL17 - Doença periférica - AINES, sulfassalazina, metotrexato, corticoide local. LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO - aula 05 ➔ Definição - doença inflamatória crônica e sistêmica, caracterizada por vasculite, deposição de imunocomplexos, plêiade de manifestações e por ter um curso não predizível. - Gabriela Palauro - ATM26 ➔ EPIDEMIOLOGIA - - Adultos - prevalência feminina (6:1) - já nas crianças e nos idosos, as mulheres ainda prevalecem, mas em menor proporção (2:1) - Pico de incidência - 15-45 anos (faixa fértil/ reprodutivo das mulheres) - Incidência - varia conforme a região e etnia - + em mulheres, + em mulheres negras; - Mortalidade - curva bimodal - ou o paciente morre no diagnóstico (tem uma apresentação muito grave) ou a doença já estável, por complicações cardiovasculares. ➔ ETIOPATOGÊNESE - - Indivíduo com predisposição genética - alelos do HLA (HLA-DR2/ DR3/ DQw1/ B8 - relacionados ao deflagramento da doença) e deficiência do complemento (em especial a porção C4 - por uma falha na ativação da via clássica). Além disso, história familiar presente de doenças autoimunes. - Então, é uma doença poligênica! - Sobre isso, soma-se fatores ambientais - Epstein-Barr, parvovírus, radiação UV, aumento dos estrógenos e redução da testosterona (é um fator protetor) - Como desencadeia o lúpus? Perda da tolerância imunológica, ativação policlonal de linfócitos B, produção de auto-Ac e IC, falha da regulação imunológica (que perpetua a produção e o depósito). - Auto-anticorpos que podem estar presentes no LES - FAN é o + comum e sensível, mas o anti-DNAds é mais específico - deve-se atentar que o anti-DNAds é flutuante, está relacionado à atividade da doença. ➔ CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO - ➔ Critérios ACR 1997 - se preencher 4 ou mais critérios - sensibilidade e especificidade de 96% - Rash malar - que poupa o sulco nasolabial, não pruriginoso e é mais elevado que a pele (e em rosácea não poupa o sulco, e é um diagnóstico diferencial) - Lesão discóide - lesão esclero-atrófica - e se for no couro cabeludo, leva à uma alopécia definitiva. - Fotossensibilidade - “sensibilidade exagerada ao sol?” - a lesão é rápida e duradoura; - Úlceras orais ou nasais - normalmente indolores - Artrite não erosiva - pode ser oligo ou poli, e periférica - Pleurite ou pericardite - Acometimento renal - proteinúria persistente (maior que 0,5g/d ou maior que 3) e cilindrúria (em especial, cilindros hemáticos ou séricos) - Convulsões ou psicose - demonstra que o paciente tem cerebrite lúpica, esse paciente não melhora com antipsicótico, mas sim com imunossupressão - Acometimento hematológico - são 4 critérios, necessita ter 2x cada um deles em 2 duas ocasiõesdiferentes (para não confundir com flutuações no hemograma, que não possuem valor) - 1) Anemia hemolítica com reticulocitose. 2) Leucopenia <4000/mm3. 3) Linfopenia <1500/mm3. 4) Plaquetopenia <100.000/mm3 - Gabriela Palauro - ATM26 - FAN + - na ausência de drogas - Imunológico - anti-DNA, anti-SM, anti-anticorpos fosfolipídios (aCI, IgG, IgM ou ACL) ➔ CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO - ➔ Critérios SLICC - ➔ Critérios clínicos - - Lúpus cutâneo agudo: incluindo rash malar (exceto rash malar discóide), lúpus bolhoso, necrose epidérmica tóxica variante do LES, rash maculopapular do lúpus, rash fotossenssível do lúpus (na ausência de dermatomiosite) ou lúpus cutâneo subagudo (lesões psoriasiformes e/ou anulares policíclicas que resolvem sem deixar cicatriz, embora ocasionalmente com despigmentação pós-inflamatória ou telangiectasias); - Lúpus cutâneo crônico: rash discóide clássico, lúpus hipertrófico (verrucoso), paniculite lúpica, lúpus pernioso, lúpus de mucosa, lúpus tumidus, overlap de lúpus discóide / líquen plano; - Úlceras orais: palato, boca e língua; ou úlceras nasais (na ausência de outras causas como vasculite, Doença de Behcet, infecção herpética, Doença inflamatória intestinal, artrite reativa); - Alopecia não-cicatricial (na ausência de outras causas como medicações, alopécia areata, deficiência de ferro e alopécia androgênica); - Sinovite envolvendo duas ou mais articulações, com edema ou derrame articular (ou artralgia em duas ou mais articulações, e rigidez matinal de pelo menos 30 minutos); - Serosite: pleurisia típica por mais de um dia ou derrame pleural ou atrito pleural; dor pericárdica típica por mais de um dia ou efusão pericárdica ou atrito pericárdico ou ECG com sinais de pericardite (na ausência de outras causas como infecção, uremia e Síndrome de Dressler); - Renal: relação proteína / creatinina urinárias (ou proteinúria de 24h) representando >=500mg de proteína nas 24h, ou cilindros hemáticos; - Neurológico: convulsão, psicose, mielite; mononeurite multiplex /neuropatia cranial ou periférica / estado confusional agudo (na ausência de outras causas conhecidas); ➔ Critérios laboratoriais - - Anemia hemolítica - Leucopenia <4.000/mm3 ou linfopenia <1.000/mm3, pelo menos uma vez, na ausência de outra causa conhecida; - Trombocitopenia<100.000/mm3, na ausência de outra causa conhecida. ➔ Critérios imunológicos - - FAN + - Anti-DNA + - Anti-SM + - Positividade de anticorpos antifosfolipídeos - Complemento reduzido (C3, C4, CH50) - Coombs direto positivo (na ausência de anemia hemolítica) ➔ LES se for portador de: - Quatro critérios, incluindo pelo menos um critério clínico e um imunológico - Gabriela Palauro - ATM26 - Biópsia renal compatível com nefrite lúpica associada à FAN ou anti-DNA positivos. ➔ Lesão esclero-atrófica ➔ Rash malar ➔ Alopécia - é difusa ➔ Artropatia de Jacout - Artrite do lúpus, pode fazer uma frouxidão ligamentar - e essa é uma deformidade totalmente reversível (diferente da artrite, que é fixa) - A artrite do lúpus é não erosiva no raio-x ➔ Vasculite - é universal no lúpus - e estas, doem muito. - Vasculites podem se apresentar de 2 formas: ou ela oclui a parede do vaso e trombosa a região e posteriormente, isquemia ou ela aumenta a permeabilidade do vaso, e deixa passar o oligoelementos. - Uma maneira de pesquisar vasculite - pesquisa fundo de olho. ➔ Acometimento renal - no lúpus, é sempre grave. - Como que suspeita de acometimento renal? pergunta ao paciente sobre espuma na urina (perda de proteína) ➔ Acometimento cardiovascular - - Pericardite - dor retroesternal (é bem dolorosa), piora com inspiração, tosse e inclinação para frente, pequenos derrames, >30.000 cels., PMNs, alteração ECG - Miocardite - Endocardite - Aterosclerose - monitorar dislipidemia. ➔ Comprometimento respiratório - - Pleurite - dor retro-esternal, piora com inspiração, tosse e inclinação para frente, pequenos derrames, >30.000 cels., PMNs, alteração ECG - Pneumonite (“vidro fosco”) - condição grave - Hemorragia pulmonar - taxa de mortalidade é superior à 90% - Embolismo pulmonar - Hipertensão pulmonar - Gabriela Palauro - ATM26 - Síndrome do pulmão encolhido - paralisia do diafragma ➔ Outras manifestações - - Peritonite - Vasculite mesentérica - dor pós-prandial, pode haver diarreia com sangue e muco, pode fazer isquemia do mesentério. - Enteropatia perdedora de proteína - perda de albumina, com uma diarreia constante - Hepatite auto-imune (lupóide) - pode ter FAN e anti-DNAds + - Uveíte anterior ➔ LES e GESTAÇÃO - - Perda fetal e parto pré-termo - Para engravidar, LES deve estar num “período calmo”, cuidar a medicação (teratogênico) ➔ LÚPUS NEONATAL - - Condição que pode independer do lúpus, está relacionado com a presença de anticorpos e se relaciona com a transferência dos anticorpos maternos à criança, causando algumas manifestações na criança, mas são transitórias. - Anticorpos: Anti-SSA, anti-SSB e anti-U1RNP - Manifestações cutâneas e/ou bloqueio cardíaco. ➔ TRATAMENTO - depende das manifestações do paciente, é muito individualizado. ➔ SÍNDROME ANTIFOSFOLIPÍDEO - é uma doença com formação de auto-anticorpos, que está associada à trombose e plaquetopenia, além de perdas fetais (trombosa os vasos da placenta - é uma perda mais tardia). Trata SAF - anticoagulante (uso de ASS e varfarina) - Gabriela Palauro - ATM26 ESCLEROSE SISTÊMICA - aula 06 ➔ Definição - doença autoimune, sistêmica crônica de etiologia desconhecida e cujas as manifestações clínicas são decorrentes de vasculopatia e acúmulo de colágeno e outras ptn no tecido conjuntivo. - Vasculopatia e muita fibrose! ➔ EPIDEMIOLOGIA - - Relativamente rara - Pico - 35-65 anos - Mais prevalente no sexo feminino (3-15:1) ➔ ETIOPATOGÊNESE - - Contribuição genética - HLA-DQB1 (em brancos - e a presença do anti-Ac: anti-centrômero - se associa a uma doença mais moderada) e DRB1 (em negros – e a presença de anti-Ac: anti-topoisomerase I ou Scl-70 - associa-se a uma doença mais severa) - Fatores ambientais - parvovírus B19/ Citomegalovírus, sílica (25-110x mais), bleomicina, supressores de apetite e implante de silicone ➔ PATOGÊNESE - - Indivíduo suscetível + expõem à fatores ambientais = leva a duas ativações simultâneas - 1) ativação inflamatória com aumento da resposta imunológica, além de haver formação de auto-anticorpos, pela ativação dos linfócitos B - 2) Vasculopatia - E essas duas, se retro-alimentam - a ativação inflamatória aumenta a vasculopatia, e a vasculopatia realiza isquemia local, e isso ativa a resposta inflamatória de reparação (proliferação de fibroblastos com formação de fibrose) - Células envolvidas - cél. T e B, macrófagos - Auto-anticorpos - FAN, FR, anti-DNA topoisomerase I, anti-RNA polimerase III - alguns não possuem representação clínica de relevância. - Citocinas - IL-1, IL-4, IL-6, TGF-β - Componente Vascular - há vasoconstrição, por uma proliferação miointimal (é mínima), faz-se uma lesão endotelial, com ativação plaquetária e diminuição do óxido nítrico. Isso leva à uma oclusão vascular e hipóxia. - Há deleção do vasos finos/ capilares, devido à isquemia - reabsorve a alça que não perfunde. Em vasos maiores, faz-se vasoconstrição com hipóxia. - Se a vasoconstrição é mantida, pode ocluir, por um trombo. - Gabriela Palauro - ATM26 - Componente fibrótico - aumento da síntese de colágeno I, III e VII, crescimento dos fibroblastos, aumento dos conectores (fibronectina) e glicosaminoglicanos - faz com que o tecido fique mais espesso, endurecido. ➔ DIAGNÓSTICO - - Critério (1980) - Deve apresentar um maior ou pelo menos dois menores - Critério maior: 1. Esclerodermia proximal (as metacarpo falanges) - Critérios menores: 1. Esclerodactilia (aumento da espessura da pele dos dedos - deixando os dedos sem nenhum pregueamento) 2. Úlceras ou micro cicatrizes ou perda de substância de polpas digitais 3. Fibrose pulmonar bibasal (é mais tardia e mais comum, na cutânea difusa) - Novo critério (2013) - necessita de pelo menos 9 pontos, comdiagnóstico mais precoces e de outras formas que não só a cutânea difusa (como a de 1980) - Puffy fingers - fase bem inicial, bem inflamatória, onde ainda não houve muita fibrose e há muito edema. - Fenômeno de Raynaud - normalmente, é a primeira manifestação. - Critérios para a sine scleroderma (esclerose sistêmica limitada) - é a forma que não apresenta esclerose da pele, é bem rara (menos de 5% dos pac) 1. Fenômeno de raynaud 2. OU Documentação objetiva de hiper-reatividade ao frio - Gabriela Palauro - ATM26 3. E Microangiopatia SD à capilaroscopia periungueal (com padrão de deleção e megacapilares) 4. OU Presença de auto-Ac seletivos para a esclerose sistêmica ➔ SUBTIPOS - ➔ Localizada - sem acometimento sistêmico, sem formação de auto-Ac, e não necessita ter Raynaud. - Morféia - lesão em placas, normalmente esclero-tróficas e geralmente auto-limitada. Tratamento é tópico. Caso a lesão pegue couro cabeludo, faz uma alopecia definitiva. - Problema - caso a lesão seja perto de articulação - ela pode restringir o crescimento, pela banda que é fibrótica. - Esclerodermia linear - pode também restringir crescimento de membro, pois pega uma banda maior - Lesão em “golpe de sabre” - às vezes, a banda fibrótica é profunda, e esta é uma lesão da criança. ➔ Sistêmica (ES) - - Visceral - - Cutânea difusa* - - Pega tronco e abdome. - Distribuição igual entre os sexos (1:1) - Possui uma grande positividade para o anticorpo anti-topoisomerase I (anti Scl-70) - em torno de 40% - FAN + - em até 90% - Fenômeno de Raynaud - possui uma evolução rápida e de forma severa - em 1 ano - evolui rápido com úlcera digital, esclerose da pele - Cutânea limitada* - CREST - Pega extremidades, pescoço, axila e membros (poupa tronco e abdome) - Acomete mais mulheres - na faixa de 35-50 anos - Associado com anticorpo anti-centrômero - 80% - Raynaud - de evolução lenta - 5/10 anos - CREST - - Calcinose - Raynaud - Dismotilidade Esofágica - de todo TGI - 1ª é a disfagia - ESclerodactilia - Telangiectasias - ES sine escleroderma - é um diagnóstico de exclusão. Nesta, não esclerose da pele nem Raynaud periférico. Deve-se pensar nesta, diante de uma insuficiência renal, insuf. cardíaca ou fibrose pulmonar sem uma etiologia conhecida. ➔ MANIFESTAÇÕES - para todos os tipos - Raynaud - Gabriela Palauro - ATM26 - Pele - retração em flexão (“como se estivesse como uma luva, menor que a mão do paciente” - pode até ficar com a mão em garra), pele em sal e pimenta (melanoleucodermia), fácies em máscara (perde a expressão facial, perde as rugas, afina nariz, diminui o tamanho e abertura da boca); - Músculo-esquelético - artralgia (normalmente, por restrição), artrite (artrite franca, não é tão comum), dor+rigidez+edema, miosite por superposição (presença do anticorpo Pm-Scl tem maior chance de sobrepor miosite sobreposta à esclerose sistêmica) - Gastrointestinal - dismotilidade (marcadamente do esôfago, mas é de todo TGI), divertículos de boca larga (por ação dos fibroblastos na parede intestinal), síndrome disabsortiva (se houver uma grande deposição de fibrose nessa parede intestinal, impedindo a absorção de nutrientes). - Pulmonar - + relacionado com morbidade e mortalidade dos pacientes - dispneia aos esforços e tosse seca (1ª coisa a se pesquisar - apresenta na hipertensão pulmonar, doença intersticial pulmonar e na fibrose - é como se o pulmão ficasse duro), RX ‘favo de mel’ (já apresenta uma fibrose estabelecida), TCAR ‘vidro fosco’ (alveolite); - Busca acometimento pulmonar - através de espirometria, difusão de monóxido de carbono, volumes pulmonares e tomografia de alta resolução - buscando acometimento intersticial mais inicial - Cardíacas - não são comuns - pericardite (pequenos volumes, não tampona), alterações do ritmo (pode fazer bandas fibróticas no coração e interromper o feixe de His), miocardite primária (mais vista na doença de sobreposição), angina e IAM. - Renal (quase que exclusivo da forma cutânea difusa)- hipertensão maligna (IR, convulsão, cefaléia, distúrbios visuais), hematúria e proteinúria. - Fatores de risco - forma cutânea difusa*, anemia não explicada, anti-RNA polimerase III e anti fibrilarina - Na forma cutânea difusa - deve-se pensar no RIM - grande Raynaud renal - trata crise renal esclerodérmica com vasodilatador - inibidor da IECA - Na CRE - angiografia renal exame de eleição para ver CRE - mas dificilmente solicita - é mais um stress para o Rim. - Na forma cutânea difusa - outra manifestação desta forma, associada ao Slc-70 - fibrose pulmonar. - Na forma cutânea limitada (CREST) - anti-centrômero - muito associado à hipertensão arterial pulmonar - faz Raynaud no leito vascularpulmonar. ➔ Raynaud - dificilmente pega todos os dedos - ➔ Capilografia - normalmente os vasos são alinhados todos em uma mesma direção e fininhos - “parece uma escova” - a partir do momento que houver áreas de deleção e capilares dilatados - - Gabriela Palauro - ATM26 PADRÃO SD - é sugestivo de esclerose sistêmica - problema: úlceras isquêmicas digitais! - pode amputar a ponta do dedo. - Raynaud pode ser tão severo - que “aponta” os dedos do paciente - absorve o osso, devido a isquemia - acrosteólise - Fibrose pode calcificar - mais comum na forma cutânea limitada (CREST - c de calcinose) - calcinose - normalmente em superfícies extensoras, de fricção e em extremidades. - Gabriela Palauro - ATM26 ➔ ACOMPANHAMENTO - - Hemograma, reagentes de fase aguda, albumina,função hepática e renal - EQU - Rx e/ou Tc de tórax - Provas de função pulmonar: espirometria,difusão CO,volumes pulmonares, teste da caminhada - Motilidade esofágica: cintilografia de trânsito esofágico,manometria - Ecocardiograma - Capilaroscopia - Angiografia ➔ Tratamento - é multidisciplinar - Educacional, medicamentoso, fisioterápico, nutricional. - Padrão para todos: Vasodilatador (devido o Raynaud) - Raynaud - bloqueadores do canal de cálcio - TGI - inibidores da bomba/ pró-cinéticos, antimicrobianos e alimentação adequada - Crise renal - IECA + diálise/ imunossupressão - Pulmão - corticóide + ciclofosfamida, análogos da prostaciclinas e inibidor da fosfodiesterase. MIOPATIAS INFLAMATÓRIAS - aula 07 ➔ Há diversos tipos de miopatias - e estas serão diagnóstico diferencial de miopatias inflamatórias. - Distúrbios neuromusculares - miastenia gravis, distrofia musculares, Guillain-Barré, Síndrome de Eaton-Lambert - Miopatias por drogas - álcool, AZT, hipolipemiantes, colchicina, corticóide, tiazídicos, procainamida, D-penicilamina - Miopatias infecciosas - virais (influenza, HIV, HBV e rubéola), bacterianas (piomiosite), fúngicas (criptococo) e outras (toxoplasma e mycobacterium) - Gabriela Palauro - ATM26 ➔ Conceito - doenças difusas do tecido conjuntivo caracterizadas por fraqueza muscular proximal (cintura pélvica e escapular) e inflamação não-supurativa (sem pus) da musculatura esquelética. ➔ Epidemiologia - - Mulheres + acometidas (2:1) - Distribuição bimodal - 10-15 anos (apresentação juvenil) e 45-60 anos (as demais miopatias) - Diferenças raciais - negros são mais afetados - Polimiosite é mais comum que a dermatomiosite ➔ PATOGÊNESE - - Autoimunidade presente - com formação de auto-Ac específicos e há associação com outras doenças auto-imunes. - Agentes virais - picornavírus e Coxsackie - Fatores genéticos - - HLA-DR3, DR52 - associados ao anti-Jo1 - observa-se mais na polimiosite - DR1, DR6 e DQ1 - associados à miosite por corpúsculo - Auto anticorpos - Jo-1, PM-Scl, U1-RNP, Mi-2… ➔ CRITÉRIOS - se tiver 2 critérios é possível, 3 é provável e 4 é definitivo! ( E se for dermatomiosite, deve estar incluído o critério pele) - 1° sinal a ser procurado - é a fraqueza proximal e simétrica - ‘dificuldade para elevar os braços’ - não consegue lavar o cabelo, nem levantar ou sentar sem a ajuda dos braços. - Aumento das enzimas musculares - CK, TGO, TGP, aldolase (mais específica para músculo) - Anormalidade na eletroneuromiografia com padrão miopático (puro) - Biópsia é definitiva - é o padrão ouro- Presença dos auto-anticorpos específicos (anti-Jo1, anti-Mi2 e anti-SRP) - Critério cutâneo - rash cutâneo com muita fotossensibilidade, sinal do Xale, sinal do decote, pápulas, sinal de Gottron e heliótropo (eritema violáceo das pálpebras superiores) - Gabriela Palauro - ATM26 ➔ POLIMIOSITE (1) - - Quadro clínico - - Fraqueza proximal simétrica - pode pegar os flexores do pescoço em até ⅓ dos pac. - acometimento cervical é um critério de piora prognóstica (“pescoço de boneca”) - Disfagia e disfonia - outros critérios de pior prognóstico - pac. tem disfunção da musculatura estriada - pneumonia aspirativa, tem que cuidar. - Mialgias e artralgias - Fadiga - bem comum - Rigidez matinal - ‘sensação de peso’ - 30-60 min - Anorexia e febre - é raro, exceto nos casos que estão associados à neoplasia - NÃO envolve musculatura facial e ocular (diagnóstico diferencial de miastenia gravis - isto é uma diferença) - Exames - - Manobra de Mingazzini - para MMSS e MMII - manter os braços estendidos, sem deixar cair (pode fazer contra resistência também) e manter as pernas no ar, com o membro fletido e sem juntar os joelhos. - Ambos por 2 minutos. - Teste da cadeira - braços cruzados mantém e pede para o paciente sentar-se, sem desabar e levantar sem o apoio das mãos. E sensibiliza, com o paciente em isometria, próximo à cadeira, mas sem se apoiar nela. - Quadro clínico - - Pulmonar - aspiração, pneumonite intersticial (comprometimento inflamatório do interstício), crepitantes tipo “velcro” (fibrose pulmonar) - começa pelas bases. - Coração - taqui supraventricular, miocardiopatia dilatada e ICC - Raynaud pode estar presente e até 25% - podem apresentar o padrão SD ➔ EXAMES - - Marcadores inflamatórios (VSG) - dependem da fase em que a doença se encontra - se for aguda, estarão altos - músculo bem inflamado. Já se for tardia, estarão baixos - pois, substituindo o músculo há fibrose e gordura. - Enzimas musculares - seguem a mesma lógica de fase tardia e aguda - CK, aldolase, TGO, LDH - Anti Jo-1 - síndrome anti-sintetase - paciente evolui com fibrose pulmonar, com febre, Raynaud, artrite e com alteração das mãos - “mãos de mecânico" (pele espessa e fica com linhas pretas) - ENMG - aumento da atividade insercional, fibrilação, ondas positivas, descargas de aumento de frequência, bizarras e espontâneas. - Biópsia muscular - é o padrão ouro - padrão histológico que diferencia - fibras musculares em vários estágios de atrofia, degeneração, regeneração e necrose (vale para ambas as formas - já que não inflama de maneira uniforme), infiltrado inflamatório rico em linfócitos T - focal e endomísio. E na fase tardia, há substituição das fibras por fibrose e gordura. - Pega músculos da musculatura proximal para a biópsia. ➔ DERMATOMIOSITES (2) - - Quadro clínico - tem que ter acometimento da pele, se não, é polimiosite - Gabriela Palauro - ATM26 - Pápulas de Gottron - lesões vermelhas e arroxeadas, normalmente no dorso das articulações, em superfícies extensoras. Pode ter uma fina descamação (lembra a psoríase - mas sem o orvalho sanguinolento). - Heliótropo - eritema violáceo das pálpebras superiores - Sinal do Xale/ Sinal do decote - devido fotossensibilidade - Lembrando que essas lesões cutâneas são indolores! - Distrofia cuticular - cutícula cresce muito, sangra… - Raynaud - muito presente e pode ter padrão SD em até 80% dos casos - Quadro clínico - - Fraqueza muscular proximal e simétrica - 10% dos casos - podem ser amiotrófica - Vasculite - em especial nas crianças - e pode levar à hemorragia. - Calcinoses - também comum nas crianças - puntiformes ou em placas - normalmente: periarticular - essas calcinoses podem ser visíveis. - Lipodistrofia - Biópsia muscular - nesta forma, encontra-se de diferente o infiltrado perivascular, com hiperplasia endotelial, em especial quando vasculite presente. Há também atrofia perifascicular, linfócitos B e T, imunoglobulinas, células do complemento, tudo isso no em torno do vaso. - Liquefação e vacuolização da camada basal da epiderme - Infiltrado linfo-histiocitário perivascular na derme papilar. - Fibras musculares em vários estágios de atrofia, degeneração, regeneração e necrose - isto, vale para a dermatomiosite também! ➔ MIOSITE DE CORPÚSCULO DE INCLUSÃO - esta, tende a não responder ao tratamento! - Quadro clínico - - Ocorre mais em idosos - Início insidioso - 5 a 6 anos - as outras duas, é em questão de meses - Fraqueza muscular - que é distal e proximal, assimétrica. - Disfagia - 20% - ENMG - Nesta, o padrão é neuromiopático (as outras, são miopáticas puras) -tem comprometimento neural associado - Biópsia muscular - - Presença de vacúolos intracelulares ou intracitoplasmáticos - E a inflamação é menor. - Critério clínico - - Fraqueza muscular proximal e distal - ENMG padrão neuromiopático - Enzimas musculares - Falha no tratamento com corticoide (diferente das outras, que respondem bem) ➔ MIOSITE ASSOCIADA A OUTRAS DDTC - - Esclerose sistêmica, lúpus eritematoso sistêmico, Sjogren, doença mista do tec. conjuntivo, AR, Still do adulto, vasculites… - Síndrome de sobreposição - fecha critério para mais de uma doença - Gabriela Palauro - ATM26 - Doença mista - é uma doença mista, é uma doença em si, mas tem seus critérios. - Doença indiferenciada - não fecha critério para nada. ➔ MIOSITE ASSOCIADA À NEOPLASIA - em raros casos, pode preceder a neoplasia. - Associação e incidência incerta - Pacientes com mais de 40 anos - Dermatomiosite - principalmente amiopática - CA de mama, pulmão, ovário, estômago e linfoma não Hodgkin. ➔ TRATAMENTO - - Não medicamentoso - repouso em fases agudas, fisioterapia passiva, fisioterapia ativa. - Medicamentoso - - Corticóides - em casos refratários - pulsoterapia (em pac. com disfagia, fraqueza cervical…) - Hidroxicloroquina - eficaz para o quadro cutâneo - Metotrexato - bom para articulações (para poupar corticoide) - Azatioprina - resposta parcial e também para poupar corticoide - Ciclofosfamida - para pacientes não responsivos, é eficaz - Imunoglobulina - tem ação fugaz, e de grande eficácia ➔ PROGNÓSTICO - - Sobrevida - maior de 80% em 5 anos, - Funcionalidade - de 70-90% bem após 5 anos - Fatores de bom prognóstico - anti-Mi-2 - Fatores de mau prognóstico - idade avançada, quadro sistêmico, miosite severa, Anti-SRP, calcinoses, disfagia, osteonecrose, miosite de corpúsculo de inclusão, presença de neoplasia… - estes já fazem ser mais agressiva com o paciente logo, de cara. ARTRITES MICROCRISTALINAS - aula 08 ➔ Deposição de cristais de urato monossódico, deposição de cristal de pirofosfato de cálcio dihidratado (CPPD), deposição de cristais de fosfato de cálcio básico. ➔ GOTA - "monoartrite episódica e aguda” - Deposição de cristais de urato monossódico - Manifestações clínicas - - Artrite gotosa - depósito na articulação - monoartrite aguda - Tofo - deposição em partes moles e cartilaginosas - Cálculo de ácido úrico - Nefropatia gotosa - depósito na pelve renal - Epidemiologia - - Homens + acometidos - pico 40 anos (5ª década de vida) - 5% hiperuricemia - destes, somente 1 em 4 terá manifestações clínicas - nem todo hiperuricemia é gota! - Gabriela Palauro - ATM26 - Patogênese - - Ácido úrico tem um limite de solubilidade muito baixo - 6,7mg/dL à 37°C - por isso, que deposita nas extremidades, a temperatura é menor, então, a solubilidade também - Uricase - não possuímos essa enzima - Fatores ambientais - excesso peso, dieta (rica em proteína), estilo de vida (sedentário, álcool…), classe social; - Ocorrência familiar cerca 20% - TOFO - cristal UMS precipita, geralmente em superfície cartilaginosa mais fria, e na sua volta, faz-se um granuloma do tipo corpo estranho. - NEFROPATIA - crustal de urato se depositam tanto no interstício, quanto papilas e pirâmides - ARTRITE - esse cristal quando precipitar na superfície articular, vai estimular sinoviócitos, mastócitos e condrócitos - liberam mediadores inflamatórios (COXs, lipoxigenases, proteases, TNF alfa, IL1, IL6, IL8, bradicinina, óxido nítrico)- Por isso, que há um quadro tão abrupto - resposta inflamatória hiper-aguda (12-24 horas) ocorre tudo isso; - Classificação da hiperuricemia - - Superprodução - Primária (idiopática, deficiência HGPRT, hiperatividade PRPP sintase), Secundária (dieta, aumento turnover, degradação acelerada ATP); - Por hipoexcreção - + comum - 90% - Primária - idiopática - Secundária - diminuição da função renal, diminuição da secreção tubular de urato, aumento da reabsorção tubular de urato, HAS, hiperparatireoidismo, drogas (ciclosporina, pirazinamida, etambutol e doses baixas de salicilato) - Mista - abuso de álcool, erros inatos metabolismo (deficiência enzimáticas - tendem a fazer quadros mais graves e precoces da doença) - HISTÓRIA - - Estágio I - hiperuricemia assintomática - Estágio II - artrite aguda e período intercrítico - 1ª episódio de artrite - e há um período entre a crise que não há nenhum sintoma, que pode durar de meses à anos. Com o passar do tempo, se não fizer nada, haverá crises que duram mais tempo e o tempo intercrítico fica menor, crises tornam-se mais frequentes. Além disso, pode deixar de ser uma monoartrite e começar a afetar mais articulações (oligo ou poli). - Gabriela Palauro - ATM26 - Estágio III - artrite crônica - o período intercrítico é suprimido - tem uma dor e processo inflamatório basal, e sobre isso, sobrepõe crises. - Outras apresentações - - GOTA PRECOCE - 3-5% dos indivíduos - Com idade inferior à 25 anos - Mais agressiva - Componente genético - GOTA PÓS-TRANSPLANTE - - Se não foi pela perda da função renal ou é ciclosporina induzida (usada em transplantes - para evitar rejeição) - GOTA NA MULHER - 5% - Normalmente associada à outras doenças e medicamentos para tratar tais doenças - diabetes, HAS, insuficiência renal e doença articular pré-existente (exceto, AR - a associação com gota é extremamente rara) - GOTA NORMOURICÊMICA - ácido úrico sérico está normal - deve haver flutuação, quando dosa, está normal e já precipitou também; - Tofos - podem infectar - podendo levar à sepse! - Tofo é tardio - sinônimo de fase crônica - Tofos se dão normalmente se dão em superfícies extensoras e de atrito, na periferia. - ASSOCIAÇÕES CLÍNICAS - - Doença renal - nefropatia urato crônica e aguda e nefrolitíase - HAS - 25-50% dos pac. com gota são hipertensos - Obesidade - Hiperlipemia - RAIO-X - as alterações de gota são bem clássicas - Alterações/ deformidades assimétricas nos pés, joelhos, mãos, punhos, cotovelos e joelhos - raro em articulação quente (coxo-femoral e ombro) - Gabriela Palauro - ATM26 - Erosões com margens pontiagudas - “erosão em saca abocado” - é como se tivesse ‘mordido’ - Espaço articular preservado - pois, a erosão é marginal; - Sem osteopenia justa-articular - Laboratório - - Hiperuricemia - Análise do líquido sinovial - será primariamente inflamatório - o diagnóstico, será encontrar o CRISTAL! - padrão ouro. - Diagnóstico definitivo - cristais UMS, com formato de agulha, birrefringentes. - análise à fresco. - Punciona na crise! - DIAGNÓSTICO - se tiver 1 maior ou mais que 6 menores - Critérios maiores - presença de cristais UMS no líquido sinovial ou presença confirmada de tofos. - Critérios menores - inflamação articular súbita, mais de 1 crise de artrite aguda, rubor local, acometimento monoarticular, comprometimento de 1ª metatarsofalangiana, comprometimento de 1ª MTF unilateral, comprometimento tarsal unilateral, suspeita de tofos, hiperuricemia, edema articular assimétrica ao RX, cistos subcondrais sem erosão ao RX (“buraco no meio do osso”), cultura negativa durante a crise. - Critérios ACR/ EULAR 2015 - calculadora online - score >8 - TRATAMENTO - - Gota aguda - AINEs, colchicina e corticóide - VO ou intra articular - NUNCA se dá haloperidol na crise! Isso prolonga a crise! Usa 2 semanas de colchicina, que estabiliza os níveis séricos e então, usa. - Gabriela Palauro - ATM26 - Profilaxia - dieta, mudança no estilo de vida - Colchicina 0,5mg 1-2x/dia - reduz em até 85% a frequência das crises - Tratamento de gota é crônico. - Antihiperucimeiantes - - Uricosúricos - difíceis de usar na prática - probenecida, sulfinpirazona, benzobromaroa… - Inibidores da xantina oxidade - se usa na prática - alopurinol e febuxostate - Pegoticlase - uricase recombinante pegilada - Hiperuricemia assintomática - NÃO TRATA! - muda o estilo de vida da pessoa, mas não a trata. - Gota e transplante - usa ciclosporina ➔ DOENÇA POR DEPOSIÇÃO DE CRISTAL DE PIROFOSFATO DE CÁLCIO DIHIDRATADO - - Também chamada de Condrocalcinose ou Pseudogota - não é adequada, pois são apresentações. - Prevalência - 4% adultos - 70-80 anos - 50% de achados radiográficos. - Classificação - hereditária, idiopática, associada com doenças metabólicas ou pós-trauma - Doenças associadas* - hiperparatireoidismo, hipotireoidismo, hemocromatose, amiloidose, deficiência de magnésio ou fósforo…- importante no rastreio, tem que saber! - Abordagem inicial - pedir: cálcio, magnésio, fósforo, ferritina, FA,TSH - PATOGÊNESE - - Deposição de cristais nos condrócitos - há um aumento dos níveis de ácido ascórbico, ácido retinóico e TSH, assim, como a diminuição dos fatores de crescimento, insulina-like, PTH-rp e IL1 - A partir desta deposição, há inflamação de degeneração da cartilagem - fagocitose dos cristais será mediada por prostaglandinas, citocinas, proteases e fatores quimiotáticos - levam à um quadro inflamatório semelhante ao da gota. - QUADRO CLÍNICO - - Pseudogota - 25% - Monoartrite aguda - comum em joelhos (50% dos casos) - já é uma diferença com a gota - Pode aparecer espontaneamente, ou pós-trauma, cirurgia, IAM; - Também há período intercrítico - Pseudoreumatóide - 5% - Poliartrite simétrica - 10% terão FR + - Gabriela Palauro - ATM26 - Pseudoatrose - simétrica, contratura em flexão + valgismo de joelho - deformidade em valgo muito rápida! - Semelhante à artrite séptica - - Monoartrite de joelho aguda, somado a um quadro mais sistêmico - febre, calafrio,paciente prostrado… - Febre, leucocitose, reag fase aguda - nas crises - IL-6 - Síndrome da densidade radiada - deposita o cristal em C2 - simula uma meningite - com rigidez de nuca - C2 - fica “brilhante” no RX - Assintomático - - RADIOLOGIA - - Depósito dos cristais normalmente em: joelhos, coxofemoral, sínfise púbica, punho e disco intervertebral - densidade lineares e puntiformes na cartilagem ou tecidos fibrocartilaginosos - Diminuição do espaço femuropatelar ou degeneração punho isolado - Hemocromatose - faz irregularidades extremidades ósseas, cistos subcondrais e osteófitos em ganho nas metacarpofalangianas - CRITÉRIOS para CCPD - - Observar o cristal - biópsia ou luz polarizada. - Presença das calcificações típicas - Ataques de artrite aguda, em especial em joelhos e punhos - Quadro pseudo agudo - períodos intercríticos - Cristal - + aglomerado e + rombóide - CCPD - parece uma gota, parece um artrose - mas em sítios não comuns - pensa em CCPD - Gabriela Palauro - ATM26 - TRATAMENTO - - Se houver doenças associadas - tu trata a doença - Ataque agudo - tu pulsiona - aspiração e/ou infiltração - Colchicina, corticoide e AINEs ➔ CRISTAIS DE FOSFATO DE CÁLCIO BÁSICO - - Cristais de carbonato substituído por hidroxiapatita, fosfato octocálcico e fosfato tricálcico - Deposição ocorre em tendões, disco IV, cápsula articular, sinóvia, cartilagem, pele e artérias. - Calcificações únicas, sem padrão familiar - ETIOPATOGENIA - - Calcificação metastática - aumento de cálcio ou fosfato - Calcificação distrófica - uma única calcificação grande - paciente + jovem - Esta, possui um padrão familiar (predisposição genética) - Diminuição da vascularização com hipóxia - QUADRO CLÍNICO - - Mulher, idosa, com grande derrame articular, frio, com dano radiográfico severo e ruptura do manguito rotador - ‘ombro de jogador de futebol americano’ - Artrite destrutiva de grandes articulações - Periartrite calcificante - Osteoartrite - Artrite aguda - rara - Calcinoses distrófica ARTRITES INFECCIOSAS - aula 09➔ Definição - artropatias relacionadas à invasão da membrana sinovial e demais estruturas articulares por microrganismos - Pois, dentro da articulação, é um lugar estéril, não é para haver microrganismos. - Artrite infecciosa - é uma urgência! - Gabriela Palauro - ATM26 ➔ Classificação - artrites bacterianas, virais, por micobactérias, fúngicas, por espiroquetas, por parasitas; ➔ INTRODUÇÃO - - Faixa etária - todas - Articulações - todas - saudáveis, doentes ou próteses. - Mortalidade - 10-50% ➔ PATOGÊNESE - - Via hematogênica* - microrganismo cai na circulação e acaba chegando na articulação - forma mais comum - Se o paciente apresenta um a artrite séptica - já procura onde tem uma infecção! - Por infecção do osso subjacente à articulação - há uma osteomielite e consequentemente, um artrite séptica - Por infecção de partes moles adjacentes à articulação - bursite faz-se uma artrite - Por procedimento (cirúrgico, punção articular…), por trauma… - Como se dá? Grande infiltração de neutrófilos e bactérias na sinóvia que aderem-se à cartilagem. Levando a um aumento na pressão intrarticular, com liberação de proteases e citocinas pró-inflamatórias, além da formação de pannus e trombose de vasos sinoviais. Além disso, soma-se a fatores do microorganismo, sua virulência, adesinas e endotoxinas próprias. - Potencial de destruição muito rápido e grave! - Na suspeita de artrite séptica - já punciona (cultura e antibiograma) e já inicia ATB empírico - pois em 48h tem o máximo de sintomas e em 7 dias, alterações irreversíveis. ➔ ETIOLOGIA - - Stafilococcus aureus - é o + comum - tanto em articulações próprias quanto próteses - 75-80% - Nesta - monoartrite aguda (diagnóstico diferencial para gota) - Neisseria gonorrhoeae (diplococo gram negativo) - 2º + comum - - Oligo ou poliarticular, é migratória; - Anaeróbios, Stafilococcus coagulase negativo e Stafilococcus epidermidis - mais comuns em pacientes com próteses - relacionado ao momento cirúrgico - Bacilos gram negativos, Streptococcus beta hemolíticos e pneumococcus - em indivíduos mais imunossuprimidos - idosos, indivíduos com comorbidades, usuários de drogas… - Infância - Stafilococcus aureus - monoarticular em 90% - normalmente, é em joelhos - Neonatos - Stafilococcus aureus, Streptococcus grupo B, bacilos entéricos gram negativo - Crianças com menos de 5 anos - Stafilococcus aureus, Streptococcus grupo A, Pneumococos, Haemophilus influenzae* - Crianças maiores de 5 anos - Stafilococcus aureus, Streptococcus grupo A - Gabriela Palauro - ATM26 ➔ Fatores de risco - - Idade maior que 80 anos, diabetes mellitus, presença de próteses, cirurgia recente, infecção cutâneas, artrite séptica prévia, HIV ou AIDS, abuso de drogas intravenosas, alcoolismo, infiltração intra-articular prévia, anemia falciforme (leva a infarto ósseo) … ➔ QUADRO CLÍNICO - ➔ Não-gonocócica - - Monoartrite aguda - em até 90% dos casos - Grandes articulações - Sinais flogísticos exuberantes - quente, vermelha, não mobiliza em nenhum plano, muito edemaciada - Sintomas sistêmicos - febre, prostração, taquicardia… - Foco extra-articular - pois, a principal via é a hematogênica ➔ Gonocócica - - 1-3% dos casos de gonorréia - podem a evoluir para artrite séptica - Bacteremia - Poliartralgia e poliartrite migratória (questão de dias) - Tenossinovite - ‘dedo em salsicha’ - Pústulas ou bolhas pelo corpo - tem que procurar pelo corpo - Fatores de risco - residência urbana, não caucasóide, baixo nível socioeconômico - deve-se as ‘características’ dos indivíduos da periferia -, sexo feminino (devido a infecções urogenitais), solteiro, usuário de drogas EV, infecção gonocócica prévia, promiscuidade (mais de dois parceiros por ano); - Fatores de mau prognóstico - idade avançada, artrite crônica pré-existente, presença de prótese articular. ➔ Diagnóstico - - Artrocentese é mandatória! (tem que puncionar a articulação - é assim que orienta o tratamento) - Pede - contagem celular, gram e cultura! - Laboratório - líquido purulento ou turvo, baixa viscosidade, menos 50.000 leucócitos, PNM > 90% - Não Gonocócica - hemoculturas, gram líquido sinovial, PCR - Gonocócica - hemocultura, cultura líquido sinovial, GU, retal, orofaringe e PCR ➔ Diagnóstico diferencial - monoartrite - Gota, hemartrose, artropatia neuropática, AR, LES, artrite psoriática, anemia falciforme ➔ TRATAMENTO - - Antibioticoterapia parenteral - 2-6 semanas - Gram + - oxacilina/ vancomicina - Gram - - cefalosporina 3ª geração - Gabriela Palauro - ATM26 - Artrocentese + lavagem diária - Não imobilizar por tempo prolongado - Abordagem cirúrgica - quadril. ➔ ARTRITES POR ESPIROQUETAS - - Sífilis - Treponema pallidum - Doença de Lyme - Borrelia burgdorferi ➔ ARTRITES POR MICOBACTÉRIAS - - Micobactérias - M. tuberculosis (artrite - 1% TBC e 10% casos extrapulmonares), M. bovis, M. leprae… ➔ ARTRITES FÚNGICAS - - Cnadida albicans, Coccidioides immitis, Sprothricix schenckii, Blastomyces dermatidis, Cryptococcus neoformans, Histoplasma capsulatum, Aspergillus; ➔ ARTRITES POR PARASITAS - - Giardia lamblia, Entamoeba histolytica, Toxoplasma gondii, Strongiloides stercoralis, Schistossoma mansonI; ➔ ARTRITES VIRAIS - - Hepatite A, B e C, parvovírus B19, rubéola, retrovírus, varicela zoster, adenovpirus… - Gabriela Palauro - ATM26