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REBECA KRUSE MED10 Anemia hemolítica adquirida CONCEITO: CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A TEMPERATURA: *Interfere no tratamento Anemia Hemolítica Auto Imune com anticorpo a quente: Causadas geralmente por anticorpos IgG Os autoanticorpos “quentes” reagem mais fortemente à temperatura corporal (37° C), sendo incapazes de aglutinar as hemácias, ocorrendo hemólise via sistema retículo-endotelial (hemólise extravascular) Anemia Hemolítica Auto Imune com anticorpo a frio: Em geral causada por IgM Responsáveis por 20-30% de todas as anemias hemolíticas autoimunes Os autoanticorpos “frios” se ligam aos eritrócitos em temperaturas entre 4-18° C, podendo levar à aglutinação de eritrócitos na circulação sanguínea, ocorrendo hemólise Por ser pelo anticorpo IgM, vai ser ativado o sistema complemento A hemólise é extravascular e intravascular → hemólises mais importantes Forma mista: 7-8% dos casos Formação de autoanticorpos quente e autoanticorpos frios: IgM e IgG Hemoglobinúria paroxística a frio (IgG): Autoanticorpo IgG que reage mais a temperaturas mais baixas Muito raro → 1% dos casos de anemias hemolíticas autoimunes CLASSIFICAÇÃO PELA ETIOLOGIA: AHAI PRIMÁRIA OU IDIOPÁTICA: Maioria dos casos - 60% Não apresenta correlação com doença de base Prevalência é maior em mulheres, com pico entre 4ª- 5ª décadas de vida AHAI SECUNDÁRIA: 40% dos casos Associada em sua maior parte a doenças: Linfoproliferativas (linfomas, leucemia linfocítica crônica) Imunodeficiências (como HIV e hepatite C) Doenças auto-imunes (Hashimoto, vitiligo) Induzida por drogas (metildopa) Doenças do colágeno (Lúpus, artrite reumatóide) Retocolite ulcerativa, hepatites ou neoplasias *Se paciente com anemia hemolítica → investigar essas doenças secundárias AHAI POR ANTICORPOS QUENTES: Reagem à temperatura corporal: quase sempre IgG, raramente por IgM ou IgA Corresponde a 70% a 80% de todos os casos de AHAI Qualquer idade, sendo mais comum em mulheres adultas Secundária em ± 25% dos casos Doenças mais associadas: neoplasias linfoproliferativas (LLC e LNH) e colagenoses (LES, artrite reumatoide) Medicamentos, como cefalosporinas, levodopa, metildopa, penicilinas, quinidina e AINH também são classicamente descritos como causadores de AHAI a quente Ativa a o sistema complemento? Como é dada a hemólise? Os auto-anticorpos são tipicamente pan-aglutininas, reagindo com todas as células do painel de hemácias *Quando está diante de um painel de hemácias que aglutina todo (com todas bolsas de sangue do banco de sangue), o hemoterapeuta no banco de sangue já desconfia que o paciente é portador de uma AHAI REBECA KRUSE MED10 OBS: Em geral não causam problema para a tipagem ABO, mas hemácias Rh-negativas podem ser classificadas como positivas, devido a presença dos autoanticorpos. Então, quando se está diante de um paciente que sabidamente é RH (-) e na prova de compatibilidade deu que era RH (+), também se pensa em AHAI por anticorpos quentes (exame falso positivo). AHAI POR ANTICORPOS FRIOS: Os anticorpos ativos em baixas temperaturas causam duas doenças clinicamente distintas: Doença das aglutininas a frio (crioaglutininas) → não interfere com Rh, e sim com ABO Hemoglobinúria paroxística a frio DOENÇA DA AGLUTININA A FRIO: Mediada por anticorpos IgM contra antígenos na superfície das hemácias em 90% dos casos A forma mais comum é: idiopática, tanto em homens quanto em mulheres, em idade mais avançadas, principalmente na 6° e 7° décadas de vida Quando secundárias, usualmente são decorrente a infecções ou a doenças linfoproliferativas As formas associadas a infecções são de apresentação aguda, mais comumente decorrentes de pneumonia por germe atípico (Mycoplasma pneumoniae) e de infecções virais (mononucleose infecciosa, HIV) Nesse caso, ocorrem mais em crianças (faixa etária é mais acometida por essas viroses) e autolimitada (anticorpo apenas presente durante a infecção) HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA A FRIO: Subtipo bem raro de AHAI, que foi descrito inicialmente como manifestação associada a sífilis terciária Atualmente é mais relacionado a infecções virais, especialmente em crianças Resulta da formação de um autoanticorpo policlonal chamado de Donath-Landsteiner (IgG direcionado diretamente ao antígeno P da superfície da membrana eritrocitária) Se precisar realizar uma transfusão sanguínea... Ativa o sistema complemento? Hemólise extra ou intra? *Hemólise intravascular: circulação → hemoglobinúria, hematúria *Hemólise extravascular: no baço e fígado → não ocorre hematúria Os anticorpos geralmente aparecem uma semana após o início das infecções e persistem por 1-3 meses. Curso autolimitado As crises são precipitadas quando há exposição ao frio (hemoglobinúria, calafrios, febre, dor abdominal e nos membros inferiores) ANEMIA HEMOLÍTICA INDUZIDA POR DROGAS: Por IgG (IgG) → hemólise extravascular INDUÇÃO DE AUTO-ANTICORPO (ex.: metildopa): Anticorpo é produzido contra a droga Esse anticorpo, erroneamente, se liga a superfície das hemácias e também leva a destruição da hemácia FORMAÇÃO DE NEOANTÍGENO – IMUNOCOMPLEXO (ex.: quinidina): A droga liga-se fracamente a um eritrócito normal, o sistema imune não reconhece o complexo droga + eritrócito ou a conformação alterada da membrana do eritrócito é interpretada como “estranha” e ocorre a destruição do complexo e consequentemente, destrói a hemácia ADSORÇÃO DE DROGAS SOBRE O ERITRÓCITO – HAPTENO (ex.: penicilina): Anticorpos em grande parte direcionados contra a droga interagem com o eritrócito para o qual a droga está fortemente ligada ADSORÇÃO NÃO IMUNOLÓGICA DE PROTEÍNAS (ex.: cefalotina): Mecanismo independente do grupo b-lactamato que permanece livre para atrair várias proteínas plasmáticas que são adsorvidas à superfície das hemácias *Nesses casos de anemias hemolíticas induzidas por drogas, basta tirar a droga e a anemia irá se resolver DIAGNÓSTICO DAS AHAI: EXAME FÍSICO: Icterícia: pela destruição rápida de hemácias → BI aumenta Febre Esplenomegalia e hepatomegalia: devido à destruição pelo sistema fagocitário reticulo endotelial, mas normalmente são leves Acrocianose: extremidade arroxeadas, no caso da anemia hemolítica ao frio REBECA KRUSE MED10 Letargia Dispneia, palpitação, sonolência, irritabilidade Hemoglobinúria: nos casos das anemias hemolíticas a frio por IgM, que levam a hemólise intravascular EXAMES LABORATORIAIS: Na suspeita de anemia hemolítica, o diagnóstico laboratorial vai cursar com: Hemograma: anemia (HB < 12 em mulheres e <14 em homens), com macrocitose (pela formação de hemácias jovens, porém geralmente é um VCM aumentado discretamente), policromasia, pontilhado basofílico e esferocitose. Mielograma ou biospia de MO não é obrigatória para fazer diagnostico de AHAI, pode ser feita na suspeita de doenças secundária. Porém, caso seja realizada, será encontrada uma série vermelha hiperplásica, pois como está tendo destruição em sangue periférico, a MO entende que precisa produzir mais hemácias. *Quando a AHAI está associada a plaquetopenia autoimune é chamado de Síndrome de Evans; isso é muito comum nas colagenoses Provas de hemólise: confirmação de que a hemácia está sendo destruída mais precocemente. Vai haver: aumento de reticulócitos e de DHL, redução de haptoglobina (devido consumo das hemácias novas que estão sendo produzidas) Bilirrubina indireta pode estar elevada Para confirmar que está diante de uma anemia hemolítica, o teste confirmatório será: Coombs direto: Quando presente, é considerado patognomônico de hemólise imunomediada Indica se existe in vivo eritrócitos ligados a IgG e/ou C3 Amostra de sangue + soro de Coombs → se houver hemólise = positivo Se for negativo, não descarta anemia hemolítica auto- imune Diferença do Coombs diretopra indireto → no indireto, não usa a hemácia, usa o plasma + hemácia conhecida RESUMINDO: TRATAMENTO: Objetivo: reduzir o grau de hemólise, elevando níveis de hemoglobina e melhorando dos sintomas Como é uma doença com autoanticorpos, deve ser feito um tratamento com imunossupressores para destruir os autoanticorpos do paciente Toda anemia hemolítica vai consumir mais ácido fólico (consumo medular pela eritropoiese aumentada) → suplementação com ácido fólico AHAI secundária: tratamento da causa base (suspensão de fármaco, tratamento de doenças linfoproliferativas ou autoimunes associadas) AHAI POR ANTICORPOS QUENTES: 1º linha de tratamento: corticoisteroides Se paciente com níveis muito baixos de Hb: Em casos de pacientes intolerantes ou refratários à terapia de primeira linha: *Cortico-dependentes (não aguentam o desmame) ou cortico-resistentes Esplenectomia: remoção do principal sítio de hemólise extravascular Taxa de resposta – 66%, ocorrendo em geral 2 semanas após procedimento; em 50% dos pacientes o uso de corticosteroide ainda será necessário em doses inferiores Pelo baço ser um importante órgão de proteção contra germes encapsulados, vai haver aumento do risco de infecções invasivas por germes encapsulados → deve ser feita vacinação antipneumocócica, antimeningocócica e antihemófilo antes do procedimento REBECA KRUSE MED10 Outros imunossupressores caso a 1° linha de tratamento (corticoide) e a esplenectomia não funcionem: Refratariedade ao corticoide e à esplenectomia: utilizar agentes imunossupressores por longo tempo, e sua interrupção pode ser tentada após resposta sustentada por pelo menos 6 meses. Ciclofosfamida, azatioprina ou ciclosporina Ciclosporina: 5-10 mg/kg/dia, por via oral, divididos em 2 doses diárias Rituximabe Imunoglobulina endovenosa: 400mg/kg/dia por 5 dias (ou 1g/kg/dia por 2 dias); a manutenção pode ser necessária e é feita a cada 21 dias Danazol: 200 A 800 mg/dia DOENÇA DAS AGLUTININAS A FRIO: Tratamento é feito basicamente com proteção contra o frio para evitar a aglutinação Corticosteroides e esplenectomia não são tão efetivos → hemólise por anticorpos a frio é por IgM → hemólise intravascular Outra modalidade terapêutica é a plasmaferese Nas formas secundárias o tratamento se dirige à doença de base HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA: Anticorpo IgG bifásico: hemólise a quente e a frio Esplenectomia não está indicada, uma vez que a hemólise é intravascular (apesar de também haver hemólise extravascular, o paciente ainda continuaria tendo o mecanismo de hemólise intravascular) Se trata de uma doença crônica com períodos de remissão e recidiva, devendo ser instituído tratamento nas crises hemolíticas quando desenvolverem anemia Transfusão: Transfunde se houver risco de vida (sinais de descompensação hemodinâmica e/ou de hipóxia que comprometam o prognóstico vital imediato, independentemente do hematócrito) Se não tem risco de vida → imunossupressor Porém, é impossível encontrar sangue compatível → auto-anticorpo no soro do paciente reage com todos os eritrócitos normais do sangue e pode mascarar a presença de um aloanticorpo → toda bolsa de sangue testada dará como “incompatível” A decisão deve ser tomada levando-se em conta as condições clínicas do paciente e as provas de compatibilidade Aloanticorpos não detectados podem ser a causa da exacerbação da hemólise após a transfusão (pode ser falsamente atribuído a AHAI) Orientações: Escolher a bolsa que for “menos incompatível” segundo as provas do banco de sangue Fracionar a bolsa de concentrado de hemácias, e transfundir em etapas, lentamente (pequenos volumes – 100ml → máximo de 1 ml/Kg/hora) Transfundir hemácias FENOTIPADAS para garantir que o paciente receba os mesmos fenótipos existentes no sangue dele (antígeno P negativa na HPF – raro) Isso diminui os riscos de o paciente receber um aloanticorpo que ele não possa O ideal é utilizar hemácias compatíveis com soro ou plasma adsorvido → removem os auto- anticorpos do soro do paciente e reestuda o painel de hemácias para garantir que não haja aloanticorpos no sangue doado) – teste de adsorção Em caso de AHAI a frio, aquecer o paciente (cobertor e colocar luvas e meias) O aquecedor de sangue deve ser usado apenas se houver hemólise imediata após a primeira transfusão Monitorização contínua pelo hemoterapeuta HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA: Anemia HEMOLÍTICA CRÔNICA ADQUIRIDA rara, porém muito subdiagnosticada Ocorre devido a um defeito mutacional clonal na célula-tronco hematopoiética (stem cell) O defeito mutacional na stem cell, leva a um aumento da susceptibilidade de eritrócitos ao complemento, gerando hemólise intermitente e com alguns períodos de resolução espontânea Sem predileção por sexo, principalmente 4º-5º década Podem estar associadas a anemia aplásica e síndromes mielodisplásicas TRÍADE DA HPN: → Anemia hemolítica → Pode levar a uma falência medular → pancitopenia → Tendência a trombose FISIOPATOLOGIA: Mutações somáticas na stem cell (célula tronco hematopoiética) que inativa o gene da PIGA (fosfaditilinositolglicana classe A) → Essa inativação do REBECA KRUSE MED10 gene da PIG-A vai levar a um bloqueio precoce da síntese de GPI (glicosil-fosfaditillinositol), que é uma proteína que funciona como âncora para um grande número de proteínas se ligarem as hemácias Consequentemente as múltiplas proteínas que necessitam da GPI para se ligar a hemácia, poderão não se expressar na superfície celular e não vão executar suas funções Proteínas ancoradas na membrana das células pela GPI: Resulta na deficiência das proteínas CD55 e CD59, cuja função é a inativação da cascata do complemento Três vias da cascata de complemento: a via clássica, via da lectina e via alternativa: A via clássica começa pelo C1, que ativa C2 e C4, ativando C3, C5, até formar o complexo de ataque a membrana, chamado complexo C5b- 9 As outras vias também formam esse complexo de ataque a membrana CD55 → tem a função de impedir que o C3 se clive em C5 e forme o complexo de ataque a membrana CD 59 → também regula o complemento, fazendo com que haja interrupção da formação do complexo de ataque a membrana Existindo a deficiência desses reguladores da cascata do complemento, não há inibição da formação do complexo de ataque a membrana, o que leva a lise celular constante Células HPN, que são as células com deficiência de CD55 e CD59, ficam vulneráveis à ativação do complemento por qualquer das 3 vias e isso explica a hemólise crônica e contínua Além disso, há depleção de Óxido Nítrico (consumido pela Hb livre da hemólise) → explica grande parte dos sintomas da doença: astenia, dor abdominal, espasmo esofagiano, disfagia, impotência sexual masculina e trombose Também há aumento de trombose e hematopoese ineficaz secundária à hipoplasia medula (diminuição de todas as linhagens celular → pancitopenia) Por isso, o tratamento curativo é o transplante de medula óssea DIAGNÓSTICO: A grande diferença que vai ter da AHAI, vai ser que a HPN terá coombs negativo Quando suspeitar de HPN? Hipoplasia medular associada à hemólise Neutropenia ou plaquetopenia associada à hemólise Pacientes com anemia aplásica e síndrome mielodisplásica Tromboses em veias incomuns (*intrabdominais) ou de MMII associadas a citopenias e/ou hemólises Toda anemia hemolítica adquirida com coombs negativo QUADRO CLÍNICO: Depende da quantidade de céls HPN que o paciente possui Vários genotípicos e fenotípicos: Células HPN I: eritrócitos com sensibilidade normal ao complemento Células HPN II: moderadamente sensíveis a destruição pela cascata de complemento (3 a 5x maior) Células HPN III: muito sensíveis a destruição pela cascata de complemento (15 a 20x maior) Hemoglobinúria só aparece em 25%dos pacientes (até 20mg de ferro / dia) Sintomas decorrentes das citopenias: fraqueza, dispneia, infecções, sangramentos, letargia, astenia, mialgia, perda da sensação de bem-estar, sintomas gastrointestinais, icterícia, dor abdominal, disfagia, espasmo esofagiano Complicações trombóticas: mais frequentes em territórios venosos, mais comuns veias intra- abdominais Maiores causas de morte da HPN: trombose e infecção! DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: Sangue periférico: Anemia Pode estar associada a leucopenia, neutropenia e deficiência de ferro Provas de hemólise: REBECA KRUSE MED10 Reticulocitose ↑ DHL ↓ haptoglobina ↑ BI Medula óssea: Hiperplasia eritróide (MO produz hemácias por causa da destruição da hemólise) Aplasia → pancitopenia Urina: Hemossiderinúria Hemoglobinúria *Por ser uma hemólise intravascular EXAMES MAIS ESPECÍFICOS: Para avaliação da sensibilidade dos eritrócitos à ativação do complemento: Teste de ham: Ativação do complemento pela acidificação do soro pH 6,2 Especificidade de 100% → quando é positivo, diagnostica a HPN Porém com baixa sensibilidade (muitos falso negativo) → quando negativo, não descarta Pouco utilizado Teste de lise da sacarose: Mistura do soro com um meio de baixa força iônica Muito sensível (falsos positivos) e pouco específica Hoje em dia também não é mais realizado Citometria de fluxo/ imunofenotipagem – teste padrão ouro: Exame de escolha (alta sensibilidade e especificidade) Utiliza pelo menos dois anticorpos monoclonais, direcionados contra duas proteínas ancoradas pela GPI diferentes (CD55 e CD59), em pelo menos duas linhagens celulares Transfusões recentes não alteram o diagnóstico, tendo em vista que podem ser avaliados granulócitos e monócitos A porcentagem de células com deficiência de proteínas GPI-ancoradas é reflexo direto do tamanho do clone HPN, e este dado tem importância clínica e prognóstica Marcadores: Anti-CD55 e anti-CD59: em eritrócitos Anti-CD14 em monócitos Anti-CD16, anti-CD66 e anti-CD24 em neutrófilos *Fecha diagnóstico se tiver alteração em pelo menos duas linhagens CLASSIFICAÇÃO: HPN CLÁSSICA: Evidências de hemólise intravascular, sem anormalidades medular (não tem pancitopenia) Mielograma: hiperplasia da série eritrocitária medular ou pode dar normal HPN ASSOCIADA A ANORMALIDADE MEDULAR: Evidências de hemólise associadas à anormalidade medular (pancitopenia) Necessário mielograma, Biopsia da MO e citogenética → porque esses casos são muito associados a anemia aplástica ou mielodisplasia HPN SUBCLÍNICA: Não apresentam evidência de hemólise Pequena população de clone HPN detectada por citometria de fluxo, que normalmente são só células HPN 1 E 2 Deve ser monitorada, pois pode evoluir para HPN clássica ou HPN associada a anormalidade medular. ANEMIA APLÁSTICA, SMD e HPN: Pacientes com anemia aplástica podem ser portadores de clones de HPN sem manifestações clínicas Pesquisar clones de HPN em todos os pacientes ao diagnóstico de anemia aplástica ou síndrome mielodisplásica, anualmente TRATAMENTO: REPOSIÇÃO DE FERRO: Indicada nos casos de ferropenia (paciente tem muita hemólise, consome muito ferro, tem muito sangramento), embora frequentemente acompanhado de piora de manifestação hemolítica SUPORTE TRANSFUSIONAL: Pode melhorar o episódio hemolítico pela supressão da hematopoiese Em casos de HB muito baixas Restringir ao mínimo possível CORTICOIDE: Controverso. Normalmente não é feito. REBECA KRUSE MED10 Em crises muito graves, reduz gravidade e duração – doses 0,25 a 1mg/kg/dia de prednisona (objetivo de inibição do complemento) Muitos efeitos colaterais ANDRÓGENOS: Isolados ou em combinação com Corticoides na anemia Mecanismo não é totalmente compreendido, mas já foi visto hoje em dia que não parece agir na inibição do complemento ESPLENECTOMIA: Parece não ter ação alguma no controle da hemólise, pois essa hemólise é ativada pelo sistema de complemento com hemólise intravascular ÁCIDO FÓLICO: Sempre!! Fundamental nas anemias hemolíticas pelo consumo elevado ANTICOAGULAÇÃO: Pacientes com alto risco de trombosar Anticoagular profilaticamente para paciente com grandes clones (>50%) ou outros fatores de risco Manter por toda a vida em pacientes que já apresentaram um evento trombótico Se nunca tiver tido trombose e for um clone pequeno: não é necessário anticoagular ECULIZUMAB: Anticorpo monoclonal humano que bloqueia a ativação do complemento terminal no nível de C5 e previne a formação de C5a e previne a formação do complexo de ataque à membrana C5-9 Não é uma droga curativa, se parar de tomar a medicação, a hemólise volta a ocorrer Dose de ataque + dose de manutenção a cada 15 dias Muito caro Deve ser feito monitorização com citometria de fluxo a cada 6 meses Não tem efeito sobre a alteração da falência medular (nesses casos, ainda é necessário realizar um transplante de MO) Para os pacientes que possuam a HPN clássica → eculizumab diminui a hemólise intravascular; diminui a anemia e sintomas e causa um grande impacto grande na qualidade de vida e sobrevida Redução de trombose Pode haver aumento de infecções por N. meningitidis → fazer vacina contra meningite TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS: Único tratamento curativo, porém maiores riscos Indicado para paciente com fatores de risco de pior evolução da doença e morte, principalmente nos casos de falência medular com citopenias graves (associados à AA) Primeira escolha em crianças e adolescentes com HPN e AA (mesmo com boa resposta ao imunossupressor tem sobrevida curta) GRAVIDEZ: Incidência de tromboembolismo aumenta em 10% Alta morbidade e aumento da mortalidade Mulheres com HPN que querem engravidar devem fazer anticoagulação (profilaxia com heparina) e transfusão Eculizumab é categoria C → não deve ser feito inicialmente por ser teratogênico, apenas no 3º trimestre se alto risco de trombose PROGNÓSTICO: Variável Trombose é a causa mais comum de óbito, seguida pelas manifestações das citopenias e infecções SOBREVIDA: 10 anos: 65% 15 anos: 48% *Após a introdução do ECULIZUMAB na vida desses pacientes passam a ter uma sobrevida igual a pessoas sem a doença
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