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Caso Clínico Mulher, 58 anos, caucasiana, professora, casada, sem comorbidades conhecidas. Chega à UBS para consulta ambulatorial de rotina. Em avaliação pela enfermagem foi realizada a medida de peso, estatura e aferida a PA da paciente. Logo após a aferição da PA, a enfermeira entra no seu consultório correndo: “Dr, você precisa vir aqui agora! A paciente está com PA: 190 X 110 mmHg!!!!” OBS: O que é pressão arterial sistêmica? O que é pressão arterial? Pressão Arterial Pressão que o sangue exerce sobre a parede dos vasos.PA normal é controlada pelo Débito cardíaco e Resistência Vascular periférica total. É dependente: Coração, vasos sanguíneos, volume extracelular, rins, SNC, fatores humorais, eventos celulares. O que é Pressão Arterial Sistêmica? Condição clínica Multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos. PA sistólica > 140 mmHg E/OU PA diastólica > 90 mmHg (em consultório). *Porque esses valores??? Pacientes com PA acima destes valores tem maior morbimortalidade. Há benefício na intervenção terapêutica ● Fatores de Risco para HAS: Esta doença é caracterizada por ser multifatorial: - Idade; - Sexo masculino; - Raça negra; - Stresse; - Tabagismo; - Sedentarismo; - Fatores genéticos; - Ingestão alta de sal; - Ingestão de bebida alcoólica excessiva; - Obesidade; - Distúrbios do sono. ● Como fazer o Diagnóstico da HAS: Primeiro passo é aferir a pressão arterial do paciente. Deve-se ser diagnosticada no consultório. A aferição pode ser manual, automática ou semi-automática desde que realizada com equipamento adequado. ➢ No consultório: - Aferir nos 2 membros na 1a consulta → diferença > 10mmHg, sempre aferir no membro dominante. - Idoso ou DM na 1ª consulta ou hipertenso sintomático → investigar hipotensão postural (1 e 3 minutos). ➢ Fora do consultório: Também pode-se utilizar as aferições fora do consultório: - Medida residencial da pressão arterial (MRPA - aferições realizadas em casa) ou MAPA ** Vantagens de realizar MAPA: - Número maior de medidas; - Refletem a atividade usual do paciente; - Redução do efeito do jaleco branco e desvenda hipertensão mascarada; - Maior engajamento do paciente com o seu diagnóstico. ➢ Triagem Populacional: → 7ªs Diretrizes Brasileiras de HAS Recomenda aferir a PA a cada 2 anos em população adulta com PA< 120 X 80 mmHg e anual para população com PA > 120 X 80 mmHg e < 140 X 90 mmHg. → 2020 International Society of Hypertension Global Hypertension Practice Guidelines. - PA < 130 X 85 mmHg realizar nova aferição após 3 anos ou após 1 ano se tiver outro fator de risco. ● Conceitos Importantes: Hipertensão do avental branco: doente hipertenso no consultório, porém com MRPA e/ou MAPA normal. Hipertensão mascarada: doente tem PA normal no consultório, porém MRPA e/ou MAPA com níveis elevados de PA. ** 10 a 30% dos pacientes atendidos em consultório podem apresentar hipertensão do avental branco em em torno de 13% tem hipertensão mascarada. ● Como fazer o Diagnóstico de HAS: ➢ VALORES DE NORMALIDADE PARA MRPA E MAPA: - MRPA: PA > 135 X 85 mmHg (seguir os protocolos). - MAPA: as médias de PA de 24 horas ≥ 130/80 mmHg, vigília ≥ 135/85 mmHg e sono ≥ 120/70 mmHg. ● Próximos Passos: 1- Calcular Risco Cardiovascular Global 2- Pesquisar Lesões de órgão alvo COMO???? História e exame físico BEM FEITOS + exames complementares. 3- Classificar a HAS pelos níveis de PA - Seguindo os 3 passos anteriores eu conseguirei definir a estratégia terapêutica!!! - INDEPENDENTE dos 3 passos, TODOS os pacientes devem receber tratamento não medicamentoso, ou seja, mudança do estilo de vida!!! Objetivo final: evitar lesão de órgãos alvo e reduzir risco cardiovascular (morbimortalidade). ● Tratamento não Medicamentoso: - Atuar sobre os fatores de risco modificáveis! ● 1. Cálculo do Risco Cardiovascular Global: 1ª etapa: determinar se o doente tem doença aterosclerótica clinicamente evidente ou na forma subclínica ou de seus equivalentes, DM e DRC. Qualquer um desses = ALTO RISCO CARDIOVASCULAR (chance de evento em 10 anos > 20%). 2ª etapa: aplicar escore de risco cardiovascular global. Estima risco cardiovascular nos próximos 10 anos. -ALTO RISCO CARDIOVASCULAR: Homens com escore > 20% e mulheres com escore > 10%. - RISCO CARDIOVASCULAR INTERMEDIÁRIO: Homens com escore entre 5% e 20% e mulheres com escore entre 5% e 10% → caso apresentem fatores de risco adicionais, são re-classificados como ALTO RISCO. - BAIXO RISCO CARDIOVASCULAR: escore < 5%; exceto paciente com história de doença cardiovascular prematura familiar. ** Fatores Agravantes ● 2. Avaliação de Lesão de Órgãos Alvo: ➢ História clínica e exame físico DETALHADOS!!!**** + Exames complementares. Quais exames complementares pedir? ➢ Situações clínicas especiais exigem Exames Complementares Específicos: Exemplo: Albuminúria, Ecocardiograma, US doppler de artérias renais, etc. OBS: Identificar o doente de risco; prevenir LOA, reduzir morbimortalidade Escolher o Tratamento e Metas terapêuticas Adequadas. ● 3. Classificação da Hipertensão:
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